Incerteza, racionalidade limitada e comportamento oportunista: um estudo em unidades familiares de produção de leite

Objetivo Geral 4 1. Objetivos Específicos 4 1. Justificativa 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO 6 2. Agricultura familiar 6 2. Produção leiteira no Brasil 7 2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24 5. ANEXOS 28 5. Anexo A – Formulário de pesquisa 28 1. INTRODUÇÃO O estudo em questão propõe analisar as incertezas, racionalidade limitada e comportamento oportunista que o produtor de leite enfrenta ao comercializar sua produção, bem como quais dessas variáveis, influenciam no processo de tomada de decisão e nos custos de transação quanto à comercialização do leite. Os custos de transação são responsáveis pelo funcionamento do processo econômico e a sua existência justifica a atuação dos agentes econômicos para minimizá-los através da adoção de diferentes estruturas de governança, buscando sempre a mais lucrativa (CASALI, MARION FILHO, 2012). Tais limitações, influenciam de modo geral nos custos de transação entre os agentes da cadeia produtiva do leite.

A falta de estabilidade do preço da matéria prima, por exemplo, podem elevar os custos de transação, assim também, a venda do produto – leite -, as restrições às importações especulativas (manutenção das tarifas compensatórias); a falta de perspectiva para o aumento da produção interna; são exemplos de indicadores que influenciam na tomada de decisão e se tornam um grande empecilho enfrentados pelos produtores de modo geral. Formulação do Problema A agropecuária brasileira sempre apresentou problemas recorrentes, seja para grandes, médios ou pequenos produtores. A situação é mais grave para os pequenos produtores, pois contam com poucos ou quase nenhum subsídio e as linhas de financiamento atendem aos produtores de forma escalonada, cabendo aos pequenos produtores as menores cotas.

Sabe-se que a cadeia produtiva do leite é uma das mais importantes do complexo agroindustrial brasileiro, movimentando aproximadamente US$10 bilhões por ano. Além disso, pode se destacar que a produção agrícola familiar corresponde a um importante meio para o complemento de renda de pequenos agricultores. A diversificação da produção agrícola, a conservação do solo e do ambiente, podem refletir diretamente sobre a produtividade do gado leiteiro, inclusive servindo muitas vezes como fonte de base alimentícia. Por fim, a comercialização desse produto depende do controle de qualidade, que deve iniciar-se desde o momento da produção de alimentos para o gado, até o armazenamento do produto final. A importância deste estudo está na capacidade de identificar os problemas da produção leiteira por pequenos agropecuaristas de Natalândia e sugerir soluções simples e viáveis.

Outro ponto a ser considerado é que os produtores familiares constituem 85% dos estabelecimentos rurais, além de gerarem cerca de 14 milhões de empregos. Na década de 90 não existiam políticas públicas que atendessem as necessidades desse grupo social, sendo estas ações mais visíveis após pressões dos movimentos sociais ligados ao campo e com a criação do PRONAF em 1996 (SCHNEIDER et al. A definição do conceito de agricultura familiar pode ser extraída do Manual Operacional do crédito Rural do Pronaf, em que são apresentados alguns requisitos para o enquadramento em tal atividade, como por exemplo, proprietários, posseiros, arrendatários, parceiros ou concessionários da Reforma Agrária e pessoas quem residam em propriedade rural ou em local próximo (BRASIL, 2002).

Para Buianain (2003) a agricultura familiar compreende um modelo no qual as atividades de gestão e trabalho estão relacionadas à própria família, como principal responsável pelo processo produtivo. Abromavay (1998), destacaram que a agricultura familiar deve ser interpretada como uma forma viável de desenvolvimento propiciando melhores condições de vida, desenvolvimento sustentável e luta contra a pobreza. Além disso, pode-se considerar que esta atividade tem contribuído para uma produção agrícola sustentável, a partir da constatação de que é mais usual a adoção de práticas de cultivo que priorizam uma diversificação de produtos, redução de insumos industriais e a preservação do meio ambiente. Sul 10. Centro-Oeste 4. Mordeste 3. Norte 1. Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal (2012) Observa-se que no cenário da atividade leiteira brasileira a Região Sudeste e a Região Sul destacam-se nessa atividade, participando da produção total com 69%, dos 32,3 bilhões produzidos em 2012 no Brasil, conforme dados do IBGE (2012).

Teoria dos custos de transação 4. Definição de Custos de Transação Em sua origem a palavra contrato significa, juridicamente, o vínculo jurídico das vontades com vistas a um objeto específico. O verbo contrahere conduz a contractus, que traz o sentido de ajuste, convenção ou pacto, sendo um acordo de vontades criador de direitos e obrigações. É o acordo entre duas ou mais pessoas. Todavia, por uma série de razões, de situações não previstas, por tudo que não tem como se prever ou medir, como geadas que prejudicam pastagens, epidemias que dizimam rebanhos, apesar da medidas fitossanitárias, e as crises econômicas e financeiras, que tem se tornado cíclicas, tornam os contratos incompletos, incapazes de cobrir todos os aspectos.

para um terceiro, por meio de contrato, realiza uma transação. Essa transação é regulada por um contrato, que possui um custo, definido por uma instituição, que cobra pela utilização do sistema econômico, assegurando assim os problemas de quebras contratuais, de salvaguardas, de mecanismos criados para manter os contratos e, especialmente, mecanismos que permitam resolver problemas de inadimplemento total ou parcial dos contratos (Zylbersztajn, 2005). North (1991) defende que o conjunto de instituições políticas e econômicas que permite a redução do custo de transação torna possível a existência de mercados de produtos e de fatores eficientes, necessários ao desenvolvimento econômico e, o agronegócio, dentre eles a cadeia produtiva do leite participam desse desenvolvimento. As transações diferenciam-se em seus atributos impondo a necessidade de alinhamento entre as transações e a estrutura de governança apropriada.

De acordo com esse autor os três atributos ou os fatores determinantes das transações são: especificidade dos ativos (aspecto físico da planta, habilidades, localização, patentes, e medida de dependência bilateral), os distúrbios a que essas transações estão sujeitas (risco, grau de incerteza, antecipação a falhas contratuais) e a frequência com que essas transações ocorrem (WILLIAMSON, 2002). Fianni (2002) descreve as duas formas de oportunismo na literatura: o oportunismo ex-ante e o oportunismo ex-post. O oportunismo ex-ante ou, seleção adversa, ocorre antes da transação acontecer desencadeando custos transação. Esse tipo de oportunismo é responsável, por exemplo, pelos custos de desenvolver os arranjos contratuais no momento da elaboração dos contratos. O oportunismo ex-post, também conhecido como risco moral ou moral hazard, por outro lado, ocorre quando há problemas na execução da transação, isto é, depois que o contrato fora firmado.

Esse tipo de oportunismo gera custos de transação relacionados com o monitoramento da transação, tendo por objetivo a efetiva execução dos contratos ou custos inerentes a renegociações futura. Uma subestação de distribuição de energia elétrica, por exemplo. Especificidade física: características de design podem reduzir o valor do ativo em uma aplicação alternativa. Equipamentos sob encomenda se enquadram nesse caso. Especificidade de capital humano: esse tipo de especificidade surge, fundamentalmente, através do processo "aprender fazendo" (learningby-doing) dos empregados de uma empresa. Isso é especialmente verdadeiro para a mãode-obra alocada nos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento das empresas. Um comportamento cooperativo pode surgir em situações nas quais as transações se dão com elevada frequência, uma vez que os ganhos futuros com a transação compensariam ganhos eventuais obtidos por meio de um comportamento oportunista.

Quanto mais recorrentes forem as transações, maior a possibilidade de integrá-las verticalmente ou de realizar contratos de longo prazo, dessa forma, portanto, a frequência contribui para que se conheçam as peculiaridades dos agentes, favorecendo a previsão de comportamentos imprevistos. Incerteza A racionalidade limitada só é relevante em condições de complexidade e incerteza. A transação associa-se a dois tipos distintos de incerteza, um ligado ao aspecto contingencial e outro ligado à assimetria de informações (SOUZA, 2004). O primeiro tipo é eventual, surgindo de ações aleatórias da natureza ou de alterações nas preferências dos indivíduos. A estratégia de penetração tem por objetivo aumentar o market share da empresa a partir de uma base de produtos e mercados já existentes; o desenvolvimento de produtos implica na oferta de novos produtos ou produtos modificados para a mesma base de negócios; no desenvolvimento de mercados, a empresa busca expandir-se geograficamente, nacional e internacionalmente, com os mesmos produtos; finalmente, na diversificação, considerada estratégia de descontinuidade da lógica histórica do desenvolvimento da empresa e, portanto, de maior risco, a empresa oferece novos produtos, relacionados ou não à sua base de negócios, em novos mercados.

Para Ansoff (1957), a diversificação geralmente requer novas competências, técnicas e instalações que alteram a estrutura organizacional de acordo com a oportunidade selecionada: diversificação vertical (integração), diversificação horizontal (relacionada) ou diversificação lateral (não relacionada) (RITOSSA; BULCAGOV; FERREIRA, 2011, p. O cooperativismo brasileiro tem regulamentação legal (BRASIL, 1971), é representado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em nível nacional. Define-se cooperativa como uma associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida. Os princípios básicos que norteiam o cooperativismo são praticado pelas cooperativas em todos os países e está assim disposto: adesão livre e voluntária; gestão democrática pelos membros; participação econômica dos membros; autonomia e independência; educação, formação e informação; cooperação entre cooperativas; e, compromisso com a comunidade.

Essas terras são divididas em módulos fiscais, sendo denominadas de áreas ou lotes e são designadas para cada família assentada (INCRA, 1996). A quantidade de glebas num assentamento depende da capacidade da terra de comportar e sustentar as famílias assentadas, sendo que o tamanho e a localização de cada lote são determinados pela geografia do terreno e pelas condições produtivas que o local oferece. Os trabalhadores rurais que recebem o lote assumem o compromisso de morar orar na parcela e a explorá-la para seu sustento, utilizando somente a mão de obra familiar e do plano de assentamento constam créditos, assistência técnica, infraestrutura e outros benefícios de apoio ao desenvolvimento das famílias assentadas. Até terem a posse definitiva da terra os moradores e a própria terra estarão vinculados ao INCRA.

Portanto, sem a escritura do lote em seu nome, os beneficiados não poderão vender, alugar, doar, arrendar ou emprestar sua terra a terceiros. Tipo e Descrição Geral da Pesquisa Para Moreira (2002) não existe uma igualdade de opiniões sobre os tipos de pesquisa existentes, pois cada estudo direciona para um enfoque, isto é, uma estratégia que possibilite à busca de dados. Corroborando com essa ideia, Gil (1994) apresenta quatro tipos de pesquisa conforme seu enfoque: natureza (básica ou aplicada), objetivos (exploratória, descritiva ou explicativa), procedimentos técnicos (bibliográfica, experimental, de levantamento, de estudo de caso, de ação, participante, expost-facto, entre outros) e, abordagem do problema (quantitativa ou qualitativa). Portanto, conforme a natureza do estudo considerar-se-á a pesquisa como básica, pois baseia-se na aquisição de novos conhecimentos para o desenvolvimento de teorias.

Quanto ao objetivo do estudo, a pesquisa será classificada em primeiro momento, do tipo exploratória. Já que tem como objetivo, familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido e pouco explorado e construir hipóteses acerca do assunto. Para Rodrigues (2007), a pesquisa qualitativa trata de uma analise de varias informações para compreender e explicá-la no andamento da pesquisa. Para Cervo e Bervian (1996), a pesquisa quantitativa considera que há uma relação entre o mundo real e o objeto de pesquisa, não se fazendo necessária uma pesquisa estatística de grande aprofundamento técnico. Os dados coletados serão utilizados como ferramentas para o conhecimento da realidade dos agropecuaristas que produzem leite em mercados informais no município de Natalândia, será adotada, primeiramente, uma investigação do tema na literatura existente, a fim de identificar outras pesquisas que tratam das questões propostas.

Diante disso, a pesquisa em questão será caracterizada como estudo de caso que propõe por meio de uma análise empírica, identificar os principais problemas encontrados pelos produtores de leite. Desse modo, a pesquisa exercerá um caráter qualitativo no momento em que identifica a problemática e discute as melhorias acerca dela. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMOVAY, R. Agricultura familiar e serviço público: novos desafios para a extensão rural. Cadernos de Ciência & Tecnologia. v. n. Comercialização deficiente, informalidade e risco de preços: o mesmo problema? Artigos Técnicos de Derivativos Agropecuários.  São Paulo: BM&F, n. abril/maio/junho 2002. p. BARBOSA, C. n. p. BATALHA, Mário Otávio; SILVA, Andrea Lago da. Gerenciamento de Sistemas Agroindustriais: Definições e Correntes Metodológicas.

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O senhor (a) fornece alimentos concentrados (ração, feno e silagem) ao seu rebanho? a) ( ) Sim b) ( ) Não 2. O senhor a) realiza a coleta a granel (A coleta de leite a granel consiste, na maioria dos casos, na coleta de leite em dias alternados nas propriedades rurais.