IMPACTO DO TRABALHO EXECUTADO EM UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA NA SAÚDE DO COLABORADOR
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Segurança do trabalho
Dentro de instituições financeiras, a pressão por resultados costuma ser muito forte, além da responsabilidade ao se lidar com o dinheiro alheio. Entender como essa pressão pode ter impacto na saúde do trabalhador auxilia no desenvolvimento de estratégias voltadas para a amenização deste, melhorando assim seu desempenho. Palavras-chave: Saúde do trabalhador; INTRODUÇÃO As condições físicas, químicas e biológicas tem papel determinante no surgimento de doenças. Entretanto, questões sociais e psicológicas também são de grande importância no estado de saúde de uma pessoa. Com o aumento no interesse acerca do estado de saúde dos trabalhadores de diferentes organizações, os fatores psicossociais têm ganhado espaço ao se levar em consideração o impacto das condições de trabalho sobre a saúde dos trabalhadores (URIBE; CASTELL, 1994).
Neste artigo será discutido como o trabalho em uma instituição financeira pode implicar na saúde do colaborador, baseando-se na premissa da busca por lucro dessas instituições, e como essa busca pode influenciar os funcionários. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SAÚDE DO TRABALHADOR 1. Conceituando qualidade de vida O conceito de qualidade de vida é muito amplo, e quando falamos em qualidade em saúde, aspectos funcionais, espirituais, emocionais, sociais e cognitivos devem ser levados em consideração. De acordo com a OMS, a qualidade de vida pode ser definida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e sistema de valores nos quais ele está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WHO, 1980).
Mensurar a qualidade de vida constitui um desafio em particular, uma vez que este é um termo qualitativo. A satisfação nos principais domínios da vida (por exemplo, vida profissional, vida familiar, vida familiar, vida de lazer) contribui diretamente para a satisfação com a vida geral. O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) vem sendo utilizado então no sentido de promover um resgate dos valores humanos e ambientais que vinham sendo negligenciados pela sociedade industrializada, ao se dar espaço para o crescente avanço tecnológico e crescimento econômico. Desta forma, o conceito de QVT vem ao encontro destas preocupações apoiado em dois pontos básicos, que seriam a melhoria das condições de trabalho e o aumento da produtividade (FERNANDES, 1996). Ao se focar na questão da QVT, os trabalhadores são colocados como personagens de grande importância dentro da empresa, envolvidos em diversos níveis.
São tratados como parceiros na realização do trabalho, e não mais como meros recursos humanos. Em uma concepção mágico-religiosa, a doença se originava da ação de forças alheias ao organismo, que eram introduzidas neste por alguma maldição ou pecado. Por exemplo, hebreus, a doença ocorria não necessariamente em função da ação de demônios, mas era um sinal de qualquer forma, da cólera divina. Portanto, a doença era sinal de desobediência aos mandamentos de Deus (CZERESNIA; FREITAS, 2009). Na Europa da Idade Média essa influência religiosa na concepção da doença continuou presente, ao se considerar a doença como resultado do pecado, e a cura uma questão de fé. Eram as instituições religiosas as principais responsáveis pelo cuidado com os doentes, sendo responsáveis pela administração de hospitais, que não constituíam locais de cura, mas sim de abrigo e conforto para doentes.
s/p. Neste conceito estão refletidos o anseio nascido junto aos movimentos sociais do período pós-guerra, ou seja, a queda do colonialismo e o crescimento do socialismo. A saúde deveria então expressar o direito a uma vida plena, livre de privações. Em 1974 o titular do Ministério da Saúde e Bem-Estar do Canadá Marc Lalonde formulou um conceito que aplicava o modelo médico inglês. Segundo ele, o campo da saúde abrangeria: • A biologia humana, que compreende a herança genética e os processos biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de envelhecimento; • O meio ambiente, que inclui o solo, a água, o ar, a moradia, o local de trabalho; • O estilo de vida, do qual resultam decisões que afetam a saúde: fumar ou deixar de fumar, beber ou não, praticar ou não exercícios; • A organização da assistência à saúde.
A saúde era concebida, às vezes, como uma simples ‘ausência de doença’, outras vezes como ‘uma reserva corporal’, ou, ainda, como ‘um fundo de saúde’ inato e que permite ao organismo resistir contra todas as agressões feitas pelo corpo social. Também podemos encontrar concepções da saúde como ‘equilíbrio’ que permite ao indivíduo responder da forma mais eficiente possível às exigências da vida social. O equilíbrio se encarna na plenitude física e psíquica, no sentimento de autossatisfação e de harmonia com os outros. Essas diferentes concepções de saúde constituíam entidades fluidas, podendo coexistir, e aptas a dar conta das diferentes facetas da experiência das pessoas, mas o ‘equilíbrio’ apresentou-se como uma concepção positiva da saúde, tendo sido adotada tal concepção pela Organização Mundial de Saúde – OMS” (AITH, 2007, p.
Desta forma, é possível observar o quanto os avanços nos diferentes campos relacionados com a medicina, como Biologia molecular e Engenharia genética tem exercido influência no conceito moderno de saúde. Manifestos, sindicatos e partidos se organizam com o objetivo de requerer aspectos fundamentais para a convivência na sociedade, como saúde, educação, habitação, segurança, etc. IANNI, 1991). Ianni ressalta ainda como a situação de pobreza, as condições de produção, o lucro, a mercadoria e a propriedade privada capitalista se reproduzem de forma recíproca. Emprego e subemprego são manifestações do fluxo de negócios, e situações como miséria, pobreza e ignorância seriam ingredientes dentro deste processo. Esta realidade social, apesar de problemática, acaba sendo naturalizada e aceita como uma fatalidade (IANNI, 1991).
No terceiro texto, Iamamoto (2002) analisa a relação entre Estado, classes trabalhadoras e a política social no Brasil. Primeiro, é preciso analisar qual seria a função das políticas sociais. De acordo com Pastorini (1997) seu objetivo seria atender e redistribuir os recursos sociais, por meio de serviços sociais e assistenciais, que funcionariam como um complemento do salário para os mais carentes. Entretanto, tal função acaba por dissimular as verdadeiras funções desempenhadas pelas políticas sociais no mundo capitalista, pois se apresentam como mecanismos institucionais responsáveis por compor uma rede de solidariedade social, cujo objetivo seria diminuir as desigualdades sociais, ao oferecer o acesso a serviços sociais para as pessoas que tem menos recursos. Iamamoto (2002) analisa, neste sentido, que as políticas sociais devolveriam aos usuários serviços que seriam de direito, como educação, saúde, políticas salariais, habitação, trabalho, lazer, dentre outros, na forma de filantropia ou favores.
Tal condição demonstra uma constante necessidade de se refletir e redefinir as ações sociais, tanto na esfera acadêmica quanto na governamental. Os critérios de comunidade e seus padrões de sociabilidade devem ser levados em consideração de forma cuidadosa, atentos para os processos de exclusão definidos no território de cada cidade. Portanto, quando se busca estabelecer de forma efetiva uma correspondência entre planos de sociabilidade que são vivenciados por aqueles que se encontram em processo de exclusão, e as políticas públicas a eles dirigidas (LOPES, 2008). No quinto texto analisado, Bosi (1992), a partir de relatos e experiências pessoais, mostra as várias faces da cultura brasileira, refletindo a respeito de seus diferentes conceitos. De acordo com o autor, atualmente torna-se difícil uma definição de cultura, em face dos diferentes pontos de vista existentes.
Um dado irrefutável é a forma como a organização do trabalho interfere na vida dos colaboradores, porque é no ambiente laboral que a maioria dos indivíduos dispensa a maior parte do seu tempo. Como regra geral, portanto, não há como se sustentar que eles possam permanecer alheios a tudo que acontece em seus ambientes laborais, sobretudo em se considerando que o cotidiano ali vivido supera a simples prestação de serviços e serve de palco para toda uma ordem de relações, inclusive sociais. Esse aumento na competitividade pode ter impacto na qualidade do trabalho. A respeito disso, Fernandes (1996) afirma que: “quando não é levado em conta o fator humano, o desempenho do cliente interno, que é o empregado, fica comprometido pelos baixos níveis de satisfação, afetando o atendimento das exigências do cliente externo, o que inviabiliza as estratégias voltadas para a melhoria da qualidade dos produtos e serviços (FERNANDES, 1996, p.
Cada ser humano traz consigo ambições e sentimentos, cria suas expectativas e busca crescer dentro daquilo que ele desenvolve e realiza. Essas não precisam ser tangíveis, como dinheiro. Podem ser intangíveis, como no caso de deixar um funcionário ser líder de um grupo”. Os obstáculos encontrados no caminho desmotivam aqueles que sentem vontade de trabalhar de forma correta. Funcionários sem habilidades formam barreiras, e empresas que não proporcionam treinamento, oportunidade de carreira ou recompensas de forma apropriada, também criam barreiras. A respeito disso, Weiss (1991) fala que: “Conseguir o máximo e o melhor dos outros quer dizer que você deve estabelecer padrões elevados, mas razoáveis, deve reconhecer suas próprias responsabilidades, bem como a dos empregados, e deve deixar que o empregado pague o preço pelo mal resultado, ou receba a recompensa pelo sucesso (WEISS, 1991, p.
Essa pressão tem influenciado cada vez mais a saúde do trabalhador, que busca manter um padrão de vida confortável. Essa busca incessante pode trazer prejuízos à saúde do trabalhador, reduzindo sua produtividade. Por este motivo, cada vez mais vemos empresas preocupadas coma qualidade de vida do trabalhador. É possível traçar uma analogia entre essa preocupação da empresa e os programas assistências do governo discutidos nos artigos analisados. Na verdade, o foco real não está no bem-estar do trabalhador ou beneficiado, mas sim na produtividade ou controle politico deste, nos restando questionar até onde empresas socialmente responsáveis estariam realmente interessadas na questão social. BOSI, Alfredo. Cultura brasileira e culturas brasileiras. Dialética da colonização, v. p. COSTA, Gilberto Martins; FIGUEREDO, R.
Health and well-being in the workplace: A review and synthesis of the literature. Journal of management, v. n. p. DAVIES, K. A Síndrome de. RBM – Revista Brasileira de Medicina, v. n. p. FRANÇA, Ana Cristina Limongi. n. São Paulo, 1991. JINKINGS, Nise. Trabalho e resistência na" fonte misteriosa": os bancários no mundo da eletrônica e do dinheiro. Editora da Unicamp, 2002. Revista Leonardo pós-Órgão de Divulgação Científica e Cultural do ICPG, Blumenau, v. n. p. NASCIMENTO, Leandra Fernandes; PESSOA, Raimundo Wellington Araújo. Qualidade de vida no trabalho: uma questão de responsabilidade social. Qualidade de vida no trabalho: perspectivas e desafios atuais. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, v. n. p. SCLIAR, Moacyr. CASTELL, A. ALBERDI, A. Incidencia de los Factores Sociales en la Salud y la Enfermedad Mental.
Revista de Enfermería ROL, v. p. n. p. WEISS, Donald. Motivação & resultados como obter o melhor de sua equipe. Nobel, 1991.
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