GESTÃO ESTRATÉGICA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Administração

Documento 1

C) afirma: “Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável”. Esta máxima parece muito atual quando aplicada aos mais diversos setores do mundo contemporâneo e, sem dúvida, traz uma analogia muito pertinente ao universo das empresas. Hoje, em tempos de crise e em meio a tantas mudanças que se têm vivenciado, começar um novo empreendimento ou negócio, ou mantê-lo dinâmico e sólido, configura-se como algo cada vez mais imprevisível. Até mesmo empresas bem-sucedidas no setor em que atuam, que apresentam técnicas e procedimentos diversificados e eficientes, equipes qualificadas e marcas já consolidadas no mercado, parecem não acreditar no próprio potencial de crescimento. Essa eventual falta de perspectiva faz com que seus gestores se mantenham estagnados, sem percepção e clareza de suas posições, e sem expectativa para planejar novas estratégias que viabilizem o sucesso de suas organizações.

Ressalta-se a importância do desenvolvimento desse projeto não somente por se tratar de atividade prática, permitindo a compreensão e aplicação dos conceitos de gestão e planejamento estratégico, mas também por se constituir em importante ferramenta para a melhor gestão dos procedimentos a serem executados em relação às decisões, à abertura e à manutenção do negócio. Estruturalmente, este trabalho se desenvolve em quatro etapas: na primeira, a introdução, apresenta-se uma contextualização do assunto, bem como as questões a serem pesquisadas, os objetivos e a justificativa para a escolha do tema; na segunda apresenta-se o referencial teórico deste trabalho, iniciando-se com um breve histórico sobre a origem dos termos estratégia, gestão estratégica e planejamento estratégico, e abordando importantes conceitos como missão, visão e valores da empresa, análise de macroambientes, matriz SWOT, modelo VRIO, as cinco forças de Porter e análise de cenários.

Na terceira etapa apresenta-se a aplicação desses conceitos num estudo de caso que consiste num plano de negócio para a abertura de um empreendimento voltado ao público nerd e geek, que engloba o entretenimento e a alimentação fora do lar. Na quarta e última seção relatam-se os resultados e as conclusões percebidas durante a elaboração da pesquisa. A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo, procurando analisar as principais informações disponíveis sobre o tema em questão, e também a pesquisa documental, destacando que os documentos consultados foram, de alguma forma, reelaborados para melhor abstração de seu conteúdo. Ao longo do tempo, muitas estratégias foram utilizadas em grandes guerras e conflitos envolvendo diferentes países e comunidades.

Registros históricos desses embates revelam que importantes líderes guerrilheiros dos combates eram eleitos por seu espírito de liderança e por sua capacidade de atuar estrategicamente para resolver adversidades imprevistas nos campos de batalha. GHEMAWAT, 2005) Neste sentido, Fernandes e Berton (2004) explicam que os antigos conceitos militares sobre como derrotar os inimigos servem de fundamento histórico para os atuais estudos sobre as estratégias nas empresas. Esses autores citam o “pai da estratégia militar moderna”, Carl Von Clausewicz, que determinou três alvos para derrotar um adversário – avaliar as forças do inimigo, examinar seus recursos para a luta e ter disposição para lutar –, enfatizando, assim, aspectos psicológicos, acidentais e estratégicos de uma guerra. FERNANDES; BERTON, 2004) Essa analogia entre o conceito militar da palavra estratégia e seu uso no contexto empresarial permite inferir que existe uma associação entre a atividade do antigo general e a do atual administrador de uma empresa.

Com isso, a produtividade das organizações foi aumentando, trazendo modificações nas formas de trabalho, nas rotinas e nos métodos administrativos. OLIVEIRA, 2002) Ao longo dos últimos anos, portanto, observa-se uma contínua preocupação das empresas em formular e implementar técnicas e ferramentas voltadas à gestão estratégica, de modo que se tornem mais competitivas e também com foco em sua própria sobrevivência (LACOMBE et al. Cabe destacar que um dos maiores objetivos de uma empresa é gerar lucro e capital de giro para que se consolide no mercado, seja no comércio, seja na prestação de serviços. Porém, para chegar a resultados positivos no atual mercado globalizado e competitivo, ela precisa criar e implantar um planejamento estratégico de gestão envolvendo todos os setores e dando unidade à organização.

É sobre isso que se trata no tópico a seguir. Missão, visão e valores da empresa A missão da empresa é o primeiro componente do tripé que representa a identidade de uma organização. Por meio dela a empresa declara objetivamente suas responsabilidades e seus propósitos em relação aos clientes – o que a empresa faz e para quem, por que a empresa existe, etc. – bem como de seus ideais, dos quais não se isenta – probidade, lealdade, respeito, qualidade, honestidade, etc. DAL’BÓ, 2009) A missão é, portanto, “a função social da atividade da empresa dentro de um contexto global”. MAROUELI, 2008, s. p. Missão, Visão e Valores são instrumentos necessários para definir as estratégias que guiarão as ações da organização como um todo, bem como de cada membro em particular, fazendo com que haja uma convergência de metas e um direcionamento mais eficaz da força de trabalho e dos investimentos.

A missão, a visão e os valores são, portanto, a base de referência para todas as ações práticas no cotidiano de uma empresa. Análise de macroambientes O macroambiente empresarial se refere às oportunidades e ameaças para uma empresa, a todas as variáveis externas que influenciam direta ou indiretamente no funcionamento da empresa e nos caminhos que ela pode ou deve seguir – variáveis demográficas, econômicas, político legais, socioculturais, tecnológicas, ambiente natural. KOTLER, 1999) As variáveis demográficas se referem ao estudo de informações, hábitos e comportamentos do público que compõe um determinado mercado – idade, sexo, quantidade de pessoas, mobilidade etc. Matriz SWOT O método de Análise de SWOT foi desenvolvido nos anos 1960, na Universidade de Stanford (Estados Unidos), e se propagou rapidamente entre grandes empresas de todo o mundo.

O termo SWOT vem do inglês e significa: Strenghts = Forças; Weaknesses = Fraquezas, Opportunities = Oportunidades e Threats = Ameaças. MARQUES, 2015) A matriz SWOT é uma tabela que é preenchida contemplando-se os cenários interno e externo da empresa, com o objetivo de avaliar sua situação geral. A partir dessa matriz é possível desenvolver um planejamento estratégico compatível com as metas da empresa. MARQUES, 2015) As duas primeiras bases que constituem o SWOT – Forças e Fraquezas – dizem respeito ao ambiente interno (dependem da própria empresa). Modelo VRIO O modelo VRIO é uma metodologia considerada como a principal ferramenta para realizar a análise interna de uma empresa, por permitir identificar suas forças e fraquezas, bem como avaliar seus recursos e capacidades como potenciais competitivos. PASSOS, 2008) Trata-se de “um modelo integrador amplo o suficiente para ser aplicado na análise de casos e cenários de negócios e simples o suficiente para ser compreendido e compartilhado”.

PASSOS, 2008, s. p. Nesse modelo quatro questões fundamentais são feitas para se reconhecer esses recursos e capacidades da empresa como vantagens competitivas sustentáveis: 1. Como desvantagem, aponta a ambiguidade do resultado, pois nem sempre está clara para a empresa a importância dos recursos e capacidades. Cinco forças de Porter Em 1979 Michel Porter publicou o artigo As cinco forças competitivas que moldam a estratégia, na Harvard Business Review, no qual considerou uma força central, a rivalidade entre concorrentes, e outras quatro que impactam a primeira de diferentes maneiras: poder de negociação dos fornecedores, poder de negociação dos clientes, ameaça de novos concorrentes e ameaça de novos produtos ou serviços. PASSOS, 2017; SERRA, TORRES & TORRES, 2004) A rivalidade entre concorrentes é a principal das cinco estabelecidas por Porter e beneficia os clientes, pois eles podem optar pela empresa que lhe oferecer condições ou preços mais vantajosos.

Com o poder de negociação dos fornecedores a empresa precisa identificar o número de fornecedores disponíveis à negociação de valores, prazos e formas de pagamento para não impactar significativamente o lucro da empresa. O poder de negociação dos clientes consiste no poder que os consumidores têm com relação aos atributos do produto, principalmente preço e qualidade. complementam: “a prospecção de cenários ilumina os diversos futuros pertinentes à formulação de estratégias”. Existem inúmeras possibilidades para realizar a análise de cenários. Pode-se projetar e analisar cenários estratégicos, orçamentários, econômicos, operacionais etc. mas, na prática, a empresa pode iniciar com três simulações: cenário otimista, cenário realista e cenário pessimista.

SERTEK, GUIDANI & MARTINS, 2007) O cenário otimista pressupõe as melhores possibilidades e um ambiente totalmente favorável para a empresa – por exemplo, metas de faturamento superadas e custos operacionais e de produção abaixo do previsto. PONTES, 2012) As empresas possuem características muito diferentes entre si, sejam elas referentes à sua função social, às suas metas, às formas de tomada de decisão, a quem elas servem, aos recursos tecnológicos de que dispõem e até mesmo ao ambiente que as cerca. Desse modo, seus gestores precisam se qualificar e se adequar continuamente, para serem capazes de identificar necessidades de mudanças culturais e de atitudes em todos os envolvidos com a empresa, bem como novas oportunidades de negócios e adequações para o cumprimento de seus objetivos.

Diante de tantas mudanças que vêm ocorrendo em âmbito mundial, seja na área social, cultural, tecnológica ou até mesmo legal, é evidente que as empresas precisam buscar novas possibilidades de desenvolvimento, manutenção e expansão em seu campo de atuação. Por isso é fundamental realizar pesquisas para obter informações de mercado, e também avaliar as experiências de outras empresas, bem como reconhecer a importância da aplicação da gestão estratégica na busca por melhores resultados. A implantação de estratégias organizacionais representa hoje um importante instrumento de adequação empresarial, uma vez que os mercados estão cada vez mais competitivos. Dessa forma, entender a visão futura do negócio não só garante sua sobrevivência, mas também a visão de liderança deste mercado.

A rivalidade entre a concorrência aliada ao planejamento estratégico garantirá que a gestão não caia na zona de conforto, algo constante no mercado empresarial brasileiro. Se para Sêneca não há vento favorável quando se navega sem destino, para o bom administrador, gestor estratégico, sempre há um destino e todos os ventos podem soprar a favor. REFERÊNCIAS BARBOSA, J. D. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. Tradução de: Mônica Rosemberg. Revisão técnica de: Pedro Zanni. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007 apud PASSOS, A. Disponível em: <https://ipnews. com. br/o-modelo-vrio/>. Acesso em: 9 abr. CURY, C. A. Missão, visão e valores. Publicado em: 23 mar. Disponível em: <http://www. administradores. br/blog/analise-de-cenarios-orcamentarios-e-projecao-de-cenarios-economicos-e-financeiros/>. Acesso em: 10 abr.

FERNANDES, B. H. R. São Paulo: Atlas, 1991. GHEMAWAT, P. Strategy and the business landscape: core concepts. ed. Englewood Cliffs/New Jersey: Prentice-Hall, 2005.  Análise SWOT: o que é e como ela pode ser útil para sua empresa. Publicado em: 19 dez. Disponível em: <http://www. administradores. com. Y. S. VIEIRA, E. H. BOSI, M. L. J. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. LEITÃO, D. MAROUELI, Carlos Alberto.  Missão, visão e valores: o que são e qual a sua importância? Publicado em: 7 mar. Disponível em: <http://www. administradores. com. Acesso em 9 abr. MARTINS, R. F. R. C. et al. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. OLIVEIRA, D. Disponível em: <https://alfredopassos. wordpress. com/2017/05/16/as-cinco-forcas-competitivas-que-moldam-a-estrategia-por-michael-e-porter/>. Acesso em: 9 abr.

PONTES, A. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Estratégia: a busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Estratégia e competição. Strategic management: a cross-functional approach. New Jersey: Prentice Hall, 2002 apud MAINARDES, E. W. FERREIRA, J. RAPOSO, M. f. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. SERRA, F. A. R. MARTINS, T. S. Administração e planejamento estratégico. Curitiba: Ibpex, 2007. THOMPSON, A. Publicado em: 28 abr. Disponível em: <https://negocios. umcomo. com. br/artigo/o-que-e-o-macroambiente-de-uma-empresa-11881.

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