Germinação de sementes em laboratorio

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Biologia

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pertencente à Brassicaceae, é caracterizado por espécies cuja forma de vida é do tipo erva. Essas espécies foram naturalizadas no Brasil, e hoje distribuem-se por quase todas as regiões do país, ao longo dos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (FLORA DO BRASIL, 2020 em construção). Brócolis, mostarda, couve e repolho, são algumas das espécies do gênero Brassica, cuja maioria é originária do Mediterrâneo e apresenta grande importância econômica (www. britannica. com/plant/brassica). Poaceae (RUGGIERI, 2015), são perenes e não rizomatosas, crescendo prostrada e demonstrando alta resistência ao pastejo e pisoteio. É uma espécie cosmopolita, encontrada na maioria das regiões tropicais e subtropicais, adaptando-se bem a baixas temperaturas, porém é exigente quanto a fertilidade do solo (EMBRAPA, 1999).

Cynodon dactylon é uma das espécies mais tolerantes à seca, embora o nível de tolerância varia conforme a variedade (SHI et al. Tal espécie possui alto valor nutritivo e segundo a Embrapa (1999), é indicada como fonte alimentar para animais de corte. Lolium spp, também é uma espécie naturalizada. O processo de germinação está relacionado à emergência da radícula, e, deste modo, limita-se a este processo, não envolvendo o crescimento da plântula, após a protrusão do eixo embrionário (TAIZ; ZEIGER, 2017). Entretanto, segundo Popinigis (1985), a germinação está intrinsecamente relacionado a capacidade de uma semente resultar em uma plântula, que venha, por conseguinte, produzir uma planta considerada normal. Percebe-se, deste modo, a variação que o conceito de germinação pode apresentar, fisiologicamente e agronomicamente.

O conceito fisiológico estabelece que a germinação se dá quando, o embrião, principalmente a radícula, consegue transpassar os tecidos que o envolvem, cujo início compreende a entrada de água levando ao desencadeamento de demais processos metabólicos. Por sua vez, o critério agronômico só considera uma planta germinada, a partir do momento em que ocorre a curvatura da radícula ou a protrusão da planta através do solo (KERBAUY, 2004). Eventos físicos e metabólicos que ocorrer durante a germinação. Fonte: Nonaka et al. Essa fase pode ser também compreendida como um período estacionário, devido à estabilização da captação de água e o início do crescimento, bem como da possiblidade de sementes permanecerem em dormência por muitos anos, nesta fase (KERBAUY, 2004).

A última fase de absorção de água na germinação, fase três, caracteriza-se por aumento na quantidade de água em decorrência do crescimento do embrião, afrouxamento da parece celular e expansão celular e pela mobilização das reservas das sementes (KERBAUY, 2004; TAIZ; ZEIGER, 2017). Todas as alterações metabólicas ocorridas desde o início da embebidação terminam com o crescimento da radícula e marcam o fim da germinação. FATORES QUE INFLUENCIAM A GERMINAÇÃO A semente é afetada por inúmeros fatores ao longo da germinação e do estabelecimento de uma nova planta. Esses fatores podem ser tanto intrínsecos quanto extrínsecos, e geralmente atuam em conjunto. No entanto, a temperatura, a umidade e a luz, destacam-se nesse processo. Temperatura A germinação é um processo que envolve várias fases e, desse modo, a temperatura pode afetar cada uma de forma individual (Popinigis, 1985).

Para sementes não dormentes, o que afeta a germinação é a chamada temperatura cardinal de germinação, que compreende a temperatura máxima e mínima que permitem a germinação, assim como a temperatura ótima, considerada a temperatura que resulta no maior número de germinações em relação ao tempo (KERBAUY, 2004; POPINIGIS, 1985). Algumas espécies, por estarem inseridas em biomas e formações vegetais já caracterizados pelo amplo contato com o fogo, como o Cerrado e os Campos rupestres, apresentam ampla tolerância ao choque térmico, como é o caso de Xyris aspérula e Xyris trachyphylla (OLIVEIRA; SOUZA; GARCIA, 2018). Segundo o estudo, as temperaturas elevadas, foram utilizadas como forma de simular o choque que as mesmas recebem quando em contato com o fogo, permitindo afirmar que, a diminuição na capacidade de germinação das sementes só ocorre a partir de 180ºC e que até 100ºC, mesmo em exposição prolongada, as sementes não apresentaram alteração.

Popinigis (1985), alerta que os efeitos da temperatura sobre a germinação, ainda vão depender da condição fisiológica da semente, uma vez que sementes com dormência residual vão precisar de temperaturas diferentes de sementes não dormentes, bem como do grau de deterioração das sementes, pois, apresentam maiores variações entre o limite máximo e mínimo de temperatura. Umidade A água é, sem dúvida, fator indispensável, uma vez que o processo de germinação só ocorre se a semente estiver bem hidratada, embora as sementes vão responder de forma diferencial em relação à quantidade de água disponível. A quantidade de água disponível para a semente é influenciada pela capacidade do solo em reter água e do potencial mátrico, que varia com a composição do solo e de demais fatores ambientais.

No entanto, embora algumas espécies necessitem de muita água para a germinação, Xyris aspérula e Xyris trachyphylla (OLIVEIRA; SOUZA; GARCIA, 2018), mostraram-se resistentes a dessecação, quando submetidas à choque térmico e seca, simulando a passagem do fogo. Kerbauy (2004), esclarece que, embora a água seja fator indispensável, algumas espécies necessitam passar por um estresse hídrico temporário para que ocorra aumento na velocidade germinativa. Luz A luz é sem dúvida o sinal que controla a germinação em muitas espécies, podendo atuar tanto na indução, quanto no processo de superação da dormência (KERBAUY,2004). Para Mendes e Carvalho (2016), a irradiância da luz é capaz de afetar todas as etapas do crescimento. A reação à luz é controlado pela reversibilidade do fitocromo, ficando ativo ou inativo, em decorrência do comprimento de onda da luz incidente.

Recomendações sobre o uso de luz para a análise de sementes As regras para análises de sementes e testes de germinação são publicados desde 1967 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento, com o intuito de nortear e padronizar os métodos de estudos com as novas descobertas do campo científico e se alinhar com as regras internacionais (BRASIL, 2009). O RAS (Regras para Análises de Sementes), como é comumente reconhecido, estipula todos os parâmetros necessários às análises de qualidade, incluindo desde o universo amostral, até mesmo os testes de tetrazoílo, de uniformidade e os testes de germinação. Um teste de germinação visa determinar a germinação máxima de um lote amostral de sementes, com o intuito de comparar a qualidade destes e estipular o plantio em campo.

Isso é feito, uma vez que, testes em campo, cujo a multiplicidade de fatores pode impedir resultados precisos e reproduzíveis, carecem de confiabilidade (BRASIL, 2009; ISTA, 2018). Deste modo, todos os testes devem seguir as regras de análises de sementes e manter a consonância com as regras internacionais, de modo a desenvolver testes padronizados, cabíveis de reprodução e de modo a obter o maior número de germinações dentro do menor tempo possível (COIMBRA, 2007). Caso o teste seja realizado em temperaturas alternadas, a regra estabelece que a iluminação deve ocorrer no pico da temperatura (BRASIL, 2009). As demais regras, pertinentes ao testes, também são explicadas e devem ser seguidas a todos os envolvidos em testes de germinação. Lâmpada fluorescente e lâmpada de LED A maioria dos trabalhos científicos associados à germinação, bem como os referidos testes, quando, com a intenção de estudar o efeito da luz na germinação, acabam por utilizar as lâmpadas de fluorescência, muito utilizadas em diversos sistemas de iluminação.

Com o advento da lâmpada de LED, alguns estudos passaram a utilizá-la como substituto ou como forma de verificar a sua influência no processo germinativo. Entretanto, o funcionamento de cada lâmpada, suas formas de emissão de luz e suas vulnerabilidades, bem como sua eficiência e durabilidade devem ser levados em consideração, quando pensa-se em melhorias no processo germinativo de sementes. A dopagem permite que um material que não conduz tão bem corrente elétrica, seja capaz de conduzir pela adição de outros elementos, desestabilizando o material. Simplificadamente, o diodo semicondutor é formado pela junção de dois semicondutores, um do tipo n, que funciona como um cátodo, e um do tipo p, o ânodo. A junção desses dois semicondutores permite o fluxo de corrente, causando a emissão de radiação eletromagnética, ou seja, luz (FERREIRA, 2014).

A luz emitida pelo LED, vai depender do material que foi feita e do tipo de dopagem realizada e, portanto, não é monocromática. Desse modo, o LED também não apresenta alto índice de reprodução de cores, relacionado ao quanto um espectro de um corpo negro é reproduzido pela fonte luminosa (VALENTIM; FERREIRA; COLETTO, 2010). m−2s−1, compatível com os valores das lâmpadas utilizadas em diversas culturas (ALMEIDA et al. BULA et al, 1991; LIAN; MURTHY; PAEK, 2002). Bula et al (1991) já estudava os efeitos que as lâmpadas de LED poderiam causar nas plantas, e embora tenha considerado que o crescimento das plantas de alface não sofreu grandes variações, constatou que a eficiência de conversão de energia elétrica em radiação que pudesse ser captada pelas plantas era o dobro em lâmpadas de LED do que em fluorescentes.

Também foi demonstrado que diodos emissores de luz permitiram maior desenvolvimento dos hipocótilos e cotilédones em Lactuca sativa (HOENECKE. BULA; TIBBITTS, 1992). Artemisia, Atriplex, Chenopodium, Salicornia, Sanguisorba, Portulaca, Rosmarin, estão entre os testados. Esses nove gêneros foram testados por Sanoubar et al (2018) onde foi constatado que, os LEDs foram não somente mais eficientes ao permitir a germinação, como apresentaram superioridade frente todos os parâmetros avaliados, incluindo velocidade de germinação e germinação média diária. Os estudos com lâmpadas de LED, visando seu efeito e potencial uso como substituto as lâmpadas fluorescente, são preliminares e precisam ser mais explorados visando compreender suas melhorias em maiores números de famílias. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C. C. M. Efeito da temperatura e da luz na germinação de sementes de Acacia polyphylla DC.

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