EDUCAÇÃO INCLUSIVA ATRAVÉS DA LUDICIDADE
Para isso, foram realizadas pesquisas bibliográficas minuciosas sobre a temática desde estudo, com base em autores conceituados. As atividades lúdicas são o principal foco deste trabalho, sua importância para o desenvolvimento dos alunos, principalmente na educação inclusiva, é significativa para o fazer pedagógico do professor. É importante conhecer as vantagens destas atividades e desenvolvê-las em sala de aula, para tornar o ensino mais prazeroso e produtivo. Palavras-chave: Educação; Inclusão; Ludicidade. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem o objetivo apresentar a importância de usar o lúdico em sala de aula, principalmente, salas de aula que que têm inclusão de alunos com necessidades especiais. Será apresentado a partir de pesquisas bibliográficas os conceitos de ensino, aprendizagem e inclusão em sala de aula e da importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais ou dificuldades de aprendizagem, para um ensino inclusivo que se efetive na prática cotidiana.
SALA DE AULA: ENSINO, APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Ao pensarmos em uma sala de aula nos primeiros anos de uma escola nos remetemos ao cenário que encontraríamos, uma professora apenas para ensinar a ler e escrever e fazer contas, isso nos primeiros anos de alfabetização, pré-escola e primeiro ano, depois os alunos já começam a ter contato mais profundo com os mais diversos conteúdos. Alguns alunos se desenvolvem mais rapidamente, seja pela sua capacidade, vontade de aprender ou auxílio e estímulo dos pais, enfim, outras crianças demoram um pouco mais e precisam de mais atenção por parte dos professores. Como é difícil um professor se dedicar exclusivamente a alguns alunos é preciso que ele elabore atividades que atinjam todos os alunos, que consiga prender suas atenções e facilitar o aprendizado.
Muitas vezes mesmo com anos de experiências alguns professores sentem-se constrangidos ou descontentes com sua atuação, quando se deparam com alunos que parecem não aprender. Segundo Roberto Vatan dos Santos (2005), O ensino tradicional tem como primado objeto, o conhecimento, e dele o aluno deve ser um simples depositário. A escola deve ser o local ideal para a transmissão desses conhecimentos que foram selecionados e elaborados por outros. SANTOS (2005, p. Nessa abordagem valoriza-se, principalmente, os conteúdos abordados, é uma pedagogia da transmissão. O professor apenas transmite conteúdos sem envolver ou apresentar sua relação com a realidade, com o cotidiano, sem levar em conta se os alunos estão aproveitando ou não tais conhecimentos. A educação é vista como um ato político, que deve provocar e criar condições para que se desenvolva uma atitude de reflexão crítica, comprometida com a sociedade e sua cultura.
SANTOS (2005, p. Cabe lembrar que a escola está intimamente ligada ao processo social, sendo ao mesmo tempo agente influenciador e influenciada por este. Os alunos são diferentes culturalmente, a escola é um organismo vivo, de ações e não de procedimentos prontos, não é um lugar mecânico. Os alunos são sujeitos ativos, capazes de desenvolver seu senso critico, de criar, de inventar, de modificar, os professores devem aproveitar essas habilidades no processo de ensino e aprendizagem. Os mesmos autores afirmam ainda que a conjunção dessas três categorias leva a quatro diferentes tendências ou estilos de aprendizagem, com suas respectivas respostas individuais para individuais ao para que aprender, que vão repercutir na prática diária da sala de aula. SANTOS (2001, p. A aprendizagem precisa fazer sentido para o aluno, precisa estar relacionada a sua realidade, seu meio social, com vivencias e experiências vividas pelos alunos.
O processo de ensino e aprendizagem envolve algumas variáveis que fazem parte, influenciam, desse processo, as variáveis da: escola, do aluno, do conteúdo e do professor. É Santos (2001), quem explica melhor essas variáveis, Aluno: capacidade (inteligência, velocidade de aprendizagem); experiência anterior (conhecimentos prévios); disposição e boa vontade; interesse; estrutura socioeconômica; saúde. O professor precisa além de possuir conhecimentos, precisa saber-fazer, influenciar seus alunos a inovarem, a pesquisarem, a discordarem, a buscar novos meios, precisa educar alunos críticos, capazes de construírem seus conhecimentos. Segundo Silva; Garbin e Nascimento (2011), “o espaço da sala de aula é um lugar privilegiado, onde se encontram professores e alunos que participam de ambientes sociais diversificados que necessitam estabelecer uma convivência”. A sala de aula é um ambiente de culturas diferentes, de modos de pensar diferentes, além de, diferenças econômicas, sociais, psicológicas, etc.
portanto, a classe é um espaço de inúmeras possibilidades de trabalhos e respostas aos conteúdos, o professor é o mediador dessa construção de conhecimento. Inclusão Sob a luz dos estudos de Frias e Menezes (2008), é possível compreender que na Idade Antiga na Grécia as pessoas com necessidades especiais eram privadas do ensino, consideradas incapazes de aprender, as crianças nesse período sofriam exclusão social. FRIAS; MENEZES, 2008, p. As necessidades especiais não se referem às limitações das pessoas, mas sim às exigências de acessibilidade que podem possibilitar independência e autonomia para essas pessoas. Margareth Diniz (2012), explica a diferença entre integração e inclusão, que muitas vezes deixa dúvidas as pessoas. Para ela a integração “envolve o preparo dos (as) alunos (as) para serem inseridos (as) nas escolas regulares, o que implica um conceito de “prontidão” (p.
” Nesse caso o aluno precisa se adaptar à escola, e não há uma perspectiva de que a escola mude para acolher essas crianças. É preciso ampliar essas intenções, visando superar os problemas do chamado fracasso escolar. DINIZ (2012, p. A aprendizagem acontece num vínculo e como é um processo que ocorre entre subjetividades não pode ser analisada isoladamente. A dificuldade de aprendizagem não pode ser culpa de apenas uma pessoa. São várias questões, principalmente, psicológicas, que influenciam na educação de alguns alunos, e muitas vezes, o fracasso escolar está nos métodos utilizados para ensinar essas crianças, ou na falta de didática para reverter situações de dificuldade. Segundo Diniz (2012), para esse autor, Aprendizagem e desenvolvimento são processos distintos, porém interdependentes, sendo que a aprendizagem tem a função de despertar processos internos de desenvolvimento que ainda não se manifestação nos indivíduos.
Essa abordagem procura superar as dicotomias entre individual/social, natureza/cultura, biológico/social, através de um processo de internalização da cultura pelas crianças, caracterizando-se como um processo social que se faz pela mediação da linguagem. Ao internalizar os processos culturais, os indivíduos não precisam de mediação; tornam-se independentes, constituindo assim um modo próprio de ser, de pensar e de sentir, tendo a fala (entendida como instrumento ou signo) como organizadora, preponderante das funções psicológicas superiores e das atividades práticas. Nessa perspectiva, a criança reconstrói individualmente os modos de viver, de sentir e de pensar da humanidade e aprende a organizar seus próprios processos mentais. DINIZ (2012, p. A educação inclusiva tem sido um dos maiores controversos desafios da educação atualmente.
Isso quer dizer que, a educação precisa de uma revisão em suas culturas políticas e práticas educacionais. Segundo Eleana Margarete Roloff (S/d. com base na perspectiva humanista de Carl Rogers (1983, p. para a realização de um valor próprio é preciso estima e consideração positiva de si mesmo para aprender. Para ele, ao praticar atividades lúdicas estamos inteiros, plenos, flexíveis, alegres, saudáveis. O autor ressalta ainda que, Brincar, jogar, agir ludicamente, exige um entrega total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não admite divisão; e, as próprias atividades lúdicas por si mesmas, nos conduzem para esse estado de consciência. Se estivermos num salão de dança e estivermos verdadeiramente dançando, não haverá lugar para outra coisa a não ser para o prazer e a alegria do movimento ritmado, harmônico e gracioso do corpo.
Contudo, se estivermos num salão de dança, fazendo de conta que estamos dançando, mas de fato, estamos observando, com o olhar crítico e julgativo, como os outros dançam, com certeza, não estaremos vivenciando ludicamente esse momento. A dimensão individual externa, expressa nossa experiência individual interna, através de manifestações do nosso corpo, do nosso sistema fisiológico. É o campo da fisiologia, anatomia, neurofisiologia, ciências comportamentais. Já a dimensão coletiva externa, acontece nas relações sistêmicas que constituem nossa vida, através das relações interobjetivas. É o campo da sociologia, da historia social, política e abordagens sistêmicas em geral. De acordo com Luckesi (2000, p. Para Vygotsky (1989 citado por CARDIA, 2011) a atividade lúdica só pode ser considerada educativa quando desperta o interesse do aluno pela disciplina.
Os professores devem aproveitar o lúdico como facilitador desse processo de ensino e gosto pelos estudos, os jogos e brincadeiras despertam nas crianças o gosto pela vida. Segundo Vygotsky, Numa brincadeira, a criança faz uso espontâneo de sua habilidade de separar significado de um objeto sem saber que está fazendo isso, exatamente como não sabe estar falando em prosa, mas fala sem prestar atenção nas palavras. Assim de conceitos ou objetos, as palavras se tornam partes de uma coisa. Em certo sentido uma criança brincando está livre para determinar suas próprias ações, mas em outro, esta é uma liberdade ilusória, pois suas ações estão de fato subordinadas aos significados das coisas, e ela age de acordo com eles. Os alunos podem desenvolver com essas atividades seus aspectos, físicos, motores, psicológicos, cognitivos, afetivos, enfim, uma série de benefícios que ajudarão o professor ao introduzir novos conhecimentos, aplicar outras atividades, desenvolver sua aula.
O professor não pode esquecer que as atividades lúdicas, só podem ser consideradas como tal, quando os indivíduos estão se dedicando inteiramente para esta. Não adianta levar para a sala de aula jogos, brinquedos, atividades diversas sem conectá-las a realidade social, cultural, psicológica, etc. do aluno. A importância do lúdico na educação inclusiva As atividades lúdicas são de suma importância para o desenvolvimento de todas as crianças. A deficiência influência duplamente o desenvolvimento. Por um lado é vista como uma limitação criadora de barreiras, dificuldades e diminui o desenvolvimento; por outro, justamente porque essas dificuldades estimulam o desenvolvimento de vias de adaptação, canais de compensação, é que podem levar do equilíbrio alterado a uma nova ordem.
Assim, o defeito não deve ser visto como algo imutável, pois “ele põe em ação e organiza grande número de dispositivos que não só podem enfraquecer o impacto do defeito, como por vezes até mesmo compensá-lo (e até supercompensá-lo”. Ao procurar meios de se adaptar, ele estimula o indivíduo ao invés de limitá-lo, formando novas funções, consequência da reação do sujeito perante o déficit e à compensação. Vygotsky e Lúria (1996, p. JULIANI; PAINI (2008, p. Com isso considera-se que as escolas inclusivas precisam de professores capacitados, de um ambiente acolhedor, capaz de promover o melhor desenvolvimento possível para seus alunos com necessidades especiais. Buscar recursos e meios de ajudá-los e promover o desenvolvimento de suas capacidades.
Segundo Kelem Zapparoli (2012), As atividades lúdicas possuem grandes vantagens para o trabalho com a criança com deficiência, pois estas vivenciam muitas situações de fracasso no seu dia a dia, o uso da ludicidade pode contribuir para aliviar as pressões em relação aos seus resultados. Porém, isto dependerá muito da postura do professor que deverá sempre orientar a turma para a aceitação das diferenças. A linguagem deve estar sempre associada a experiência, “pois palavra sem vivência torna-se um som vazio e sem significado”. ZAPPAROLI, 2012, p. A autora explica ainda que, Ao planejar as atividades com jogos e brincadeiras, o professor deve estar atento a estas questões, propondo atividades que estimulem suas habilidades, mas que propiciem reflexão sobre a ação, e, para isso, uma sugestão é sempre questionar as ações do grupo e não acreditar que o aluno se desenvolve sozinho – como chegaram a pensar aqueles que trabalhavam a partir de uma perspectiva construtivista.
Portanto, aproveite os jogos e brincadeiras para estimular a linguagem. ZAPPAROLI (2012, p. Isto é excelente para sua memória, mas também para transpor o vivido para nível mais simbólico, o nível do pensamento; - muitos alunos com deficiência intelectual também possuem limitações motoras, portanto tenha este cuidado ao planejar atividades que exijam estas funções, não no sentido de eliminá-las, mas de criar estratégias que não prejudiquem sua atenção. Outra deficiência é a motora esta, segundo Brasil (1999, citado por Zapparoli, 2012), é uma variedade de condições não sensoriais que afetam o sujeito em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala. “Decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou, ainda, de malformações congênitas ou adquiridas” (p.
Há uma grande variedade de níveis nesta doença, pode ser desde pequena limitação motora até a limitação de grande parte dos movimentos. A fala pode apresentar dificuldades devido a problemas na articulação, isso não quer dizer que a pessoa não possa compreender ou se comunicar. Mas, a língua de sinais é o meio de comunicação mais empregado e possui características próprias de acordo com cada país. No Brasil é chamada LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, considerada língua materna para os surdos. De acordo com DIEHL (2006, citado por Zaparoli, 2012, p. as dicas são, - ao planejar atividades lúdicas valorize aquelas visualmente interessantes, com materiais coloridos, tamanhos e formas diferentes. Isto facilita sua atenção; - dê instruções simples e com pistas visuais antes de começar a atividade; - priorize atividades em dupla com um colega que possa ajudá-lo na comunicação; - os jogos de imitação são interessantes para o aprimoramento da capacidade expressiva, melhorando sua comunicação.
Brasil, 2006, citado por Zapparoli, 2012). A sudorcegueira também chamada de deficiência multissensorial, “é uma condição em que se combinam transtornos visuais e auditivos que produzem graves problemas de comunicação e outras necessidades de desenvolvimento e aprendizagem” (MILES, 2001 citado por Zapparoli, 2012, p. Pessoas com essas deficiências precisam de estratégias especiais de ensino. Deve haver interação social e mediação, as pessoas com essas deficiências devem ser informadas de tudo o que acontece no ambiente em que está, para que saia do isolamento e possa se incluir socialmente. Zapparoli (2012) explica que, um dos maiores ganhos com a inclusão é estimular os alunos a cooperar, entre eles, a aceitarem as diferenças. ZAPPAROLI, 2012, p. A autora apresenta ainda alguns modelos de jogos e adaptações para crianças com deficiências, o legal dessas brincadeiras é que estimulam aqueles que tem necessidades especiais, mas também servem para crianças comuns, para que interagem entre si e desenvolvam seus potenciais.
Inúmeras atividades podem ser realizadas, o professor deve pensar em seus alunos e em suas diferenças ao elaborar atividades, para que não deixe ninguém de fora e que todos cooperem entre si. CONCLUSÃO Este trabalho foi desenvolvido com muito carinho, pois, torna-se necessário, como professor/ educador, conhecer mais sobre a aprendizagem, a inclusão e as atividades lúdicas que podem auxiliar o professor em seu trabalho cotidiano, principalmente, para alunos inclusivos. Como vimos, as atividades lúdicas são fundamentais para o ensino de todas as crianças, especialmente, de pessoas com necessidades especiais, a influência e a motivação que essas atividades tem a capacidade de causar, melhoram muito o desenvolvimento dessas crianças. br/portal/arquivos/publicacoes/paginas/2012/1/413_544_publipg. pdf>, acesso em: 14 de abr.
de 2019. DINIZ, Margareth. Inclusão de pessoas com deficiência e/ou necessidades específicas: avanços e desafios. pdf>, acesso em: 13 de abr. de 2019. JULIANI; PAINI. A importância da ludicidade na prática pedagógica: em foco o atendimento às diferenças. PDE, 2008. paralapraca. org. br/wp-content/uploads/2011/04/ludicidade_e_atividades_ludicas. pdf>, acesso em: 19 de abr. de 2019. Disponível em: <http://need. unemat. br/4_forum/artigos/elia. pdf>, acesso em: 12 de abr. SANTOS, Roberto Vatan dos. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo. V. n° 1. Disponível em: <http://www. regeusp. br/CD2011/pdf/4490_3569. pdf>, acesso em: 12 de abr. de 2019. ZAPPAROLI, Kelem. Estratégias lúdicas para o Ensino da Criança com Deficiência.
554 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto
Apenas no StudyBank
Modelo original
Para download
Documentos semelhantes