COOPERATIVAS DE CRÉDITO E O SICOOB: Influência e Desenvolvimento Regional

O estudo comporta uma pesquisa bibliográfica, procedida em artigos e outras publicações na área, bem como tendo informações coletadas nos diversos sites do Sicoob, que permitam construir este artigo. O estudo demonstrou que cerca de 20% do total de associados do Sistema Sicoob são provenientes do Estado de Santa Catarina, além de ter mostrado que como um sistema cooperativista, fornece condições mais vantajosas para os seus associados do que um banco tradicional ofereceria, como a aplicação de taxas reduzidas, o fornecimento dos mais diversos serviços financeiros, além de colaborar para o crescimento e desenvolvimento regional. Palavras-chave: Sistema Sicoob. Cooperativa de Crédito. Serviços Financeiros. As cooperativas de crédito surgiram com uma alternativa ao tradicional modelo de bancos, visando beneficiar com investimentos e captação financeira as pessoas e pequenas empresas, de forma que fosse promovido a democratização ao acesso ao crédito, fortalecendo assim a economia das comunidades nas quais estão inseridas (LACERDA, 2013).

O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil – Siccob – é um sistema cooperativista que envolve os serviços bancários que normalmente são prestados pelos bancos tradicionais, possuindo hoje cerca de 4,4 milhões de cooperados no país, e abrange serviços como cooperativas multiprofissionais, bancos e subsidiárias que representam meios de pagamentos, de consórcios, seguradora e previdência, representando hoje a quinta maior rede de instituições financeiras, provendo seus cooperados com diversas opções de serviços e produtos financeiros (SICOOBa, 2020). As cooperativas propiciam muitos benefícios aos seus associados, como a cobrança de taxas mais justas, maiores rendimentos, divisão de lucros do período, sendo por conta disto bem vistas nas comunidades onde atuam, e sabendo que o Sicoob é uma alternativa para a Região Sul do país, levanta-se o seguinte questionamento: Qual a influência do Sicoob em Santa Catarina, considerando o ponto de vista econômico e social, proveniente da sua atividade financeira? O objetivo geral desta pesquisa foi levantar a influência do Sistema Sicoob no Estado de Santa Catarina, a fim de verificar os benefícios econômicos e financeiros aos seus associados e também à região, onde as cooperativas que fazem parte do Sistema estão implementadas.

Os objetivos específicos delimitados foram: a) caracterizar as cooperativas de crédito e sua importância no sistema financeiro do país; b) apresentar o sistema cooperativista dentro do mercado financeiro brasileiro; e c) realizar um estudo sobre o Sicoob, apresentando sua evolução no Estado de Santa Catarina, de maneira que seja dada a compreensão da atuação da rede no sistema cooperativista. O Sistema Sicoob é formado por cooperativas de crédito e conta também com empresas de apoio especializadas, sendo o maior sistema financeiro cooperativo da atualidade em operação no país. Naquela época, as cooperativas de crédito fundamentavam-se no princípio cristão, voltado para o amor ao próximo e no auxílio aos mais necessitados. O conceito urbano de cooperativa de crédito surgiu em 1950, também na Alemanha, quando o alemão Herman Schulze criou uma cooperativa que mais tarde se tornou um modelo de banco popular, onde as sobras líquidas eram proporcionalmente integradas ao capital, a área profissional era diversificada e ocorria a remuneração dos dirigentes (SILVA, 2011).

Herman Schulze, em 1850 organizou uma cooperativa de crédito na cidade alemã Delitzsch, sendo que anos mais tarde este modelo deu origem aos bancos populares, sendo que a cooperativa se diferenciava por prever o retorno das sobras líquidas proporcionalmente ao capital, a área de atuação dos associados que não restrita, além do fato de que os dirigentes eram remunerados (PINHEIRO, 2008; SILVA, 2011). A chegada do sistema de cooperativismo de crédito ao Brasil aconteceu por volta de 1902, quando o Padre Theodor Amstad, proveniente da Europa, percebeu a necessidade de ajudar os imigrantes a guardarem suas poupanças para que fossem utilizadas no desenvolvimento das comunidades que passavam a formar. A primeira cooperativa neste modelo foi criada na Linha Imperial, pertencente ao município de Nova Petrópolis, ainda em 1902 (SCHIMMELFENIG, 2010).

As ideias e noções que permeiam a cultura cooperativista se dão na “mutualidade, união de esforços, solidariedade, associação entre pessoas em função de objetivos comuns, a não exploração do homem pelo homem, justiça social, democracia e autogestão” (SILVA, 2011). A ideia central da formação de uma organização cooperativista se dá em cima dos ideais e convicções dos membros que formam a instituição, e passam a se empenhar em uma atividade produtiva, econômica ou social. As cooperativas podem ser classificadas como de 1º, 2º ou 3º graus, onde as de 1º grau, ou singulares, são destinadas a prestar serviços para os associados; as de 2º grau, constituídas pelas cooperativas singulares, podem ser cooperativas centrais voltadas às atividades operacionais, bem como à supervisão das filiadas, ou podem ser federações de cooperativas, que são aquelas voltadas à representação política das suas associadas, ao fomento do cooperativismo, além de oferecer educação cooperativista e assistência técnica.

Já as cooperativas de 3º grau são formadas pelas confederações de cooperativas, ou seja, destinam-se a orientar e coordenar as atividades das filiadas, pois diante do cenário de crescimento do negócio cooperativista, estas têm capacidade de atuação (PINHEIRO, 2008). Apresentando evolução a partir da década de 60, as cooperativas de crédito estão hoje inseridas no mercado econômico nacional (SCHIMMELFENIG, 2010), sendo que sua participação vem aumentando de maneira significativa nas últimas décadas, principalmente pelo sistema que beneficia os associados praticando taxas menores sobre os empréstimos e operações financeiras e oferecendo maiores taxas de remuneração nos depósitos aplicados na cooperativa quando comparado ao sistema bancário e financeiro tradicional (PAIVA; SANTOS, 2017). Como o SFN é amplamente submetido à legislação, as cooperativas possuem garantia de segurança para os investimentos aplicados nas cooperativas, sendo que elas mesmas são monitoradas pela legislação, segundo os autores.

O Sistema Sicoob e o desenvolvimento regional O sistema Sicoob é formado por cooperativas de crédito além de outras empresas de apoio especializado e atua em diversas unidades da Federação. Conta atualmente com 4,6 milhões de cooperados, prestando serviços na área financeira que vão desde abertura e manutenção de contas correntes, até serviços de crédito, de financiamentos, de pagamentos e outros similares oferecidos nas redes de bancos privados. Com cerca de mais de 2,7 mil pontos de atendimento no país, o Sicoob representa o maior sistema financeiro cooperativo do Brasil, oferecendo através do caixas eletrônicos ou dos canais de atendiemtno, soluções em produtos e serviços financeiros, ajudando a incrementar a renda das pessoas e permitindo crédito aos pequenos empreendedores para que realizem a sua atividade produtiva (SICOOb, 2020).

Segundo o site do Sicoob, são cerca de 2. cooperativas de crédito singulares, 35 cooperativas centrais e quatro Confederações, e 2 bancos cooperativos. Figura 1 - Organização do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo Fonte: PAIVA; SANTOS (2017, p. Conforme o site o banco informa, os cooperados são reconhecidos como donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. Encontrando os mesmo serviços disponíveis em outros tipos de bancos, as vantagens em escolher se associar numa cooperativa de crédito é poder usufruir dos benefícios dispensados aos sócios, como menores taxas e maiores lucros. Tendo características democráticas, no sistema cooperativista, os associados têm poder igual de voto, independentemente da cota de participação no capital social da cooperativa, desta maneira, todos são iguais nos deveres o obrigações para com a sociedade, a adesão é livre e voluntária.

Realizar um estudo sobre o Sicoob foi um dos objetivos citados no início da pesquisa, sendo que foi procedido uma busca nos sites ligados ao sistema, e também em outros projetos desenvolvidos na área, que apresentavam dados sobre a atuação do Siccob no Brasil e na Região Sul, mais precisamente abordando o Estado de Santa Catarina. Com um crescimento de 18% de um período para outro, considerando 2019 para 2018, o Sicoob demonstra que está contribuindo para o crescimento dos negócios em território nacional, sendo que dos 4,6 milhões de cooperados que fazem parte do Sistema Sicoob, 20% são provenientes do Estado de Santa Catarina. Um número robusto que demonstra a importância do Sicoob para o crescimento do Estado e reforça a participação das pessoas nas atividades financeiras e econômicas da região.

REFERÊNCIAS BRESSAN, Valéria G. F. Disponível em: < https://repositorio. ufba. br/ri/bitstream/ri/9969/1/3%2c333333tdtdt. pdf>. Acesso em 18 abr. Economia e Sociedade, v. n. Campinas: 2016, p. Disponível em: < http://www. scielo. Acesso em 20 abr. PAIVA, Benedito Geovani Martins de; SANTOS, Neusa Maria Bastos Fernandes dos. Um estudo do cooperativismo de crédito no Brasil. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. n. v. n. Disponível em: < https://www. bage. ideau. Acesso em 18 abr. SESCOOP. Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Cooperativismo de Crédito: boas práticas no Brasil e no Mundo. Brasília: Farol Estratégicas em Comunicação, 2016. br/o-sicoob/apresentacao>. Acesso em 03 abr. O que é o Sicoob. b. Disponível em: <https://www. Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Cooperativismo de Crédito: boas práticas no Brasil e no Mundo.

Brasília: Farol Estratégicas em Comunicação, 2016. Disponível em: <https://somoscooperativismo. coop. usp. br/rco/article/view/52669/56553>. Acesso em 18 abr. ZWICK, Elisa. Fundamentos teóricos de Gestão de Cooperativas.