Chá das cinco

Tipo de documento:Resumo

Área de estudo:Literatura

Documento 1

Com mais de oitenta obras publicadas ,incluindo dois romances para o público adulto, a maior parte de seus livros é dirigida ao público infantojuvenil,dos quais mais de dezenas são da Saraiva: De Paris, com amor,com selo da FNLIJ de altamente recomendável ,Caderno de segredos ,Lia e o sétimo ano,Miguel e o sexto ano,O menino e o mar – todos adotados em programas do governo - , entre outros,além de algumas histórias publicadas em países como México e Bélgica. É doutor em Literaturas de Língua portuguesa e também fez várias traduções de originais em francês. Com o livro Chá das cinco e preferência de leitura o autor quis partilhar com os leitores. Decidi criar uma série,usando suspense, provocando sustos,narrada com humor, na qual os mesmos personagens se reencontram em pequenas viagens para conhecer paisagens reais e interessantes, mas sendo atraídos pelas dimensões internas do sonho e da fantasia.

Chá das cinco de volta os treze alunos da mesma escola, a diretora Dolores e o motorista Gumercindo em mais uma aventura com muito mistério e magia. Seu coração batia mais rápido pela rua. Estranhou as vitrines vazias. Só havia um relógio cuco, alem da poeira entranhada nas vidraças. Ao empurrar a porta para entrar no Raríssimo antiquário , levou um susto. Um pássaro escuro, que ela achou que só poderia ser um corvo, gritou para ela escapulindo para fora do relógio como se fosse uma sombra suspeita e esquiva: - croc. – Caminho errado, gente, isso não passa de um matagal. Todos já hesitavam em continuar ,e Gumercindo coçava a cabeça,bastante sem graça. então Naná apontou para um lado,onde , acima das hastes do capim,podiam enxergar a cabeça de uma estátua de pedra.

Gumercindo achou que deveria ir na frente, pediu para que esperassem e foi afastando o mato com as mãos,abrindo uma trilha para a meninada passar. Chegaram perto de um lago,bastante grande, mas de águas lodosas. Prisca se dirigia ás outras como Gris, Max e Alda. O sininho foi acionado no mesmo instante. – Gudesteu,traga o bolo ! – gritou Prisca, sempre adivinhando os desejos e pensamentos de sua convidada. Parte 4: Margarida Assim que o vento amainou, Gumercindo reuniu a garotada em torno dele. Antes que Jadaico ou Lucas Lauro começassem a zombar da aparência do seu líder, Zazá percebeu a ausência de Naná. Vamos lá verificar ! – gritou Gigi, incomodada, sobre tudo com as opiniões de sua irmã Zazá. – Isso mesmo! – Gumercindo se animou. Parte 5: Bule - Chá de margarida, Prisca? Nunca imaginei que fosse tomar isso um dia! – Dolores se sentiu aliviada porque a pergunta fora sobre o chá e não sobre o chapéu que sua anfitriã exibia.

As outras três já a chamavam de Dodó,droga ! Ainda bem que nenhum de seus alunos estava por perto, especialmente Lucas Lauro e Jadico. Dolores parou de pensar com seus botões quando Gudeste reapareceu,precedido,claro,pela mesma música,digna de um funeral. O vento depositou os dois suavemente no chão e, mesmo tendo chegado das alturas, eles conseguiram ficar de pé e bem equilibrados. Charles não conseguia fechar a boca. Não entendia a transformação. Nada daquilo existia da outra vez em que esteve ali. – Este não é o Jardim das margaridas! – conclui. Um depois do outro, todos perceberam que na base da escultura havia uma porta entre aberta. Parte 7: Bule Dolores tentou pensar em um jeito de não comer o resto. Tudo aquilo começava a ficar muito esquisito.

Então ela mastigou um , dois pedaços. – Sabia que esse crisântemo também é conhecido como o pórtico do sono? É o maior inimigo das insônias. O castelo ia ficando mais próximo, e já aparecia o ancoradouro. No entanto, á velha construção não estava mais inteira. Vista assim de perto, já lhe faltavam muitos pedaços. Entraram por uma grande porta de ferro com muita ferrugem. Parte 8: Margarida Gumercindo e a turma descobriram uma escada por trás da porta. O modo de falar de Priscila ia ficando mais fraco e indefinido. “Os crisântemos são um ótimo remédio contra a ansiedade dos adultos. ” Dolores ouviu uma vez que não sabia de onde vinha, ganhando um tom infantil. ” Crisântemos negros, ou roxos para quem quiser , rejuvenescem a gente.

A diretora sentiu a cabeça pensando sobre o pescoço e a apoiou sobre a mesa. Naná, que a principio não se interessava tanto pelas roupas da mulher, teve o olhar atraído pelo padrão estampado do vestido que o casaco quase escondia. Aquelas flores não eram margaridas? Charles, por causa das várias falhas na amurada, se movimentava com muita atenção. Ele tinha um pouco de medo de altura. Charles viu embaixo de uma pedra um anel, com duas pedras verde combinada. Por cima, uma pequena lebre. – Nada disso! – proibiu Gumercindo, pois ele nasceu mesmo não sabia nadar. Lucas Lauro resolveu animar o batalhão, que já tinha ares de cansaço: Avante, pessoal! Jadico aproveitou a deixa e iniciou o canto dos escoteiros: - “Alabum, ticabum.

Mas o motorista, enquanto olhava para a construção de pedras, lembrou-se da outra canção, e sua voz sobrepôs á do menino: - “Ela está no seu castelo, Olê, olé, olá! Ela está em seu castelo, Olê, seus cavaleiros! Mas o muro é muito alto, Olê, olé, olá. ” Parte 12: Bule Dolores ia aos poucos se sentindo desperta. A Diretora chamou Gudesteu de volta ,já que ele ia se retirando com a taça de prata. podem me chamar de madame Marguerite – ela falava os erres de um jeito carregado e tinha a voz e olhos muitos tristes. A senhora solitária , parecendo se animar muito rápido , deu mais um passo em direção ao menino, pronta para receber a jóia. Mas uma sombra surgiu de repente e pegou o anel pelo bico, voando para longe.

– croc. – a voz do pássaro surpreendeu os três. As que iam pelo lago, com seus companheiros peludos. Íris foi a primeira a perceber alguma coisa vindo portas dela e a ultrapassando. – Vocês viram uma tartaruga meio voadora?- perguntou. Nini viu. – Ela esta chegando ao castelo. Acabando de soltar os cabelos rebeldes, a garota ameaçou não participar se Maximiliana não parasse de cutucá-la. – Basta, Max! – A diretora dirigiu um olhar bem bravo para as duas. Gris entendeu a deixa e depois de uns dois “há’, um” bem “e um “pois é” foi em frente: - Continue,Maximiliana. Essa historia esta indo muito rápido. Vou começar de novo! – Nada disso! – protestou Griselda. – Nós viemos na direção do jardim de margaridas. Eu o reconheci de longe, pois já fui lá.

Descemos nesse jardim de flores roxas, um outro lugar, Naná! – Jardim das Margaridas, parque do matagal, castelo dos crisântemos negros, para mim não passam do mesmo lugar – Naná parecia ter certeza do que falava. Charles começou a admitir que ali tudo poderia ser o que aparentemente não era. Marguerite resolveu voltar à conversa: - Essas tartarugas e lebres que você viu Naná são simplesmente tartarugas e lebres. Criaram um ânimo e foram seguindo Gumercindo. Menos Taquinho e Niquinho ,que , cheios de curiosidade,resolveram espiar quem estava escondido o entre os crisântemos. Parte 18: Bule Dolores não tinha como controlar as meninas, cada uma acrescentando com muita agilidade um pedaço novo á história. –Com medo de que o gigante fosse embora, a rainha correu em direção, assustando o homem, e então viu que ele, na verdade, queria matar seus netos- acrescentou Alda, sacudindo suas pulseiras reluzentes.

Para dar mais dramaticidade á sua parte, Griselda, já bastante descabelada, se levantou e colocou as mãos em concha em volta da boca. Eles conseguiram facilmente, pois os dois estavam cansados e não dariam conta de persegui-los. A lebre sacudiu a cabeça,dando a entender que não confiava na proposta m, mas a tartaruga interrompeu a fuga e gritou, com voz humana:-Cheguem mais perto mais não muito. Apenas Taquinho e a tartaruga falavam cada um também representava seu parceiro. –Nós viemos de uma excursão. estamos com nosso motorista Gumercindo. – O bruxo também viu a vovó. E veio atrás dela com um monte de bicho parecido com a gente para que ela não pudesse nos reconhecer. Parte 21: Bule - Acho que a gente poderia abreviar a nossa história – Dolores sugeriu.

Então foi tudo ficando triste demais naquele reino. E aos poucos as meninas foram voltando a ser aquelas senhoras. Os meninos estavam de olho naquelas botas, que já não pisavam o chão. O sujeito, praticamente voando, agarrou madame Marguerite pelos ombros. Pimba e Cacau convidaram Jadico e Lucas Lauro para que os quatro libertassem Niquinho e Taquinho. A turma ficou olhando,admirada a aproximação dos outros quatro. Admirada não só porque vinham conversando entre eles com muita naturalidade,mas também porque os dois bichos falavam língua de gente. Tire suas mãos de mim,seu mal-educado!- Marguerite tentava empurrar o clone de Gumercindo para que ele a largasse. Charles e Naná começaram a puxar o homem pelas roupas, quando um bando de tartarugas passou bem perto deles.

O sujeito acabou tropeçando num dos animais, o que permitiu á mulher se soltar e fugir. Você Ranulfo! – Marguerite reconheceu o feiticeiro. Para ela, ficou claro que o bruxo tomara aquela aparência para surpreendê-la desprevenida,copiando o corpo de alguém que os meninos imaginaram ter reconhecido. Parte 24: O Bule Dolores entendeu que não tinha mais nada a fazer ali. Estava, preocupada com suas outras companheiras de Chá, que, mesmo, aos poucos, estavam crescendo. Achou que não veria, mais, pois a janela entre elas foi virando praticamente uma linha, de tão estreita, e logo sumiu entre o limite da parede e do teto. Sentiu pena por por não poder despedir de ninguém ,já que a dona do raríssimo antiquário fora embora sem dizer adeus, tão apressada para chegar sabe-se lá aonde.

no carrinho,estava o prato do bolo com cobertura de crisântemos negros, que não tinha nenhum gosto especial mas era feito de acordo com uma receita muito secreta. tinha ido atrás de seu gosto por antiguidades, porque coisas velhas lembravam outras épocas ,onde tudo tinha um ar meio mágico. Tinha ido para lá brincar de casinha com quatro velhas malucas que, assim como ela,queriam voltar á infância. Parte 25: A tartaruga e o lebre Ranulfo, depois de empurrar os dois colegas para o fundo daquele quarto pequeno, sufocado e escuro, trancou aporta. Naná e Charles,não fosse pelo fato de aquela porta se abrir por dentro,julgariam que estavam encarcerados nacela de uma masmorra. O falso Gumercindo,de péssimo humor,mandou que eles ficassem quietos, pois pensava num jeito de escapar.

Ao se levantar, custou a entender o que esta fazendo diante da porta Raríssimo Antiquário. Tinha a vaga impressão de que escorregara porque estava com pressa. Isto mesmo ,ela estava atrasada para um chá que aconteceria no interior da loja. Resolveu consultar o relógio três horas e seis minutos. Será que o chá tinha começado sem ela?. – Minha mestra Prisca Vetusta! – falou o mordomo, tentando se aproximar da patroa, a quem logo reconheceu na figura que se desvencilhava de sua teia, mas ela o repeliu com um empurrão. Os meninos foram chegando mais perto de Prisca, uns perguntando “como é que pode?”, outros dizendo 1será que vi mesmo isso?”Úrsula e Zazá não conseguiam piscar. A aranha que chegou com cara de moça continuava a se transformar.

A cara ia enrugando, os cabelos embranquecendo. Marguerite se ajoelhou na frente de Prisca, pedindo: - Fique com o anel, mas desencante meus netos! A mulher foi enfiando o anel, mas ele não entrava de modo algum em seus dedos e acabou rolando pelo chão. Daquela festa, ela estava fora. Arrastando-se atrás dela, ia um pernilongo, com as asas quebradas e as patas machucadas. Ranulfo, completamente grogue, se esquecera de suas palavras mágicas para conseguir voltar á forma humana. Era hora de voltar. O castelo ficava tão longe da outra margem do lago, por onde tinham chegado. Aquele ar parado, nem um ventinho para atrapalhar o cabelo de ninguém, era mesmo sinal de que nada interessante poderia acontecer com eles. Íris se sentou num banco diante do lago pequeno e raso.

Era a única a apreciar de verdade o jardim. O mundo,aliás , era bem assim. Tudo era muito banal, muito previsível.

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