BURNOUT
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Administração
Durante esse estudo foi possível notar a relevância do tema perante o ambiente organizacional e sociedade, pode-se concluir que o Burnout tem decorrências negativas para a organização, para a pessoa e para sua profissão. PALAVRAS-CHAVE: Síndrome de Burnout. Avaliações Psicológicas. Saúde do Trabalhador e Trabalho. INTRODUÇÃO Modificações nas metodologias de trabalho, tanto de modo na produção quanto de organização, demonstram acarretando maiores cobranças na qualidade do serviço proporcionado e, por conseguinte, precisão de evolução de novas aptidões por parte do labutador de múltiplos campos. A Síndrome de Burnout foi conceituada em 1970, por psicólogo americano Freundenberg, em um estudo no campo da psicologia. A palavra foi utilizada para descrever uma circunstância analisadas em adolescentes voluntários e idealistas.
Em 1976, Maslach, iniciou estudos com intuito de conhecer as reações sentimentais de profissionais que trabalham auxiliando o próximo, usou a palavra para relatar o que profissionais da área do direito mencionavam sobre outros profissionais que perderam ao pouco o interesse e responsabilidade pertinente a área (SCHWARTZMAM, 2004). Burnout é um termo inglês que constitui algo ou alguma pessoa que deixou de trabalhar por colapso de energia, esgotamento físico e mental, em virtude da não adequação do profissional a um trabalho estressor e com alta carga tensional (ANDRADE; CARDOSO, 2012). De acordo com Freudenberger (1974) o Burnout é uma decorrência do estresse ocupacional lenta, que está ligado a uma combinação de desempenho de isolamento, colapso e decepção do profissional indicativo ao seu trabalho. Segundo Albornoz (2008), o termo trabalho é carregado de diversas significações, consistem em determinados contentamentos, concretização, todavia em outra visão pode ser um fenômeno desagradável, de aflição, de tormento, de repetição, de agonia, entre outros termos que o acompanham a história.
De modo controverso, ao analisarmos o significado do termo trabalho em diversos idiomas, é possível ampliar ainda mais o entendimento desse termo, atribuindo um maior espectro semântico a ele, constituindo aceitável também objetar com outras definições e dialetos que adentram em contestação, quanto no grego, da qual etimologicamente e diversas outras línguas derivam. Barros (2010), identifica que a origem do termo trabalho, se deu desde na Criação do mundo realizada por Deus, relatado no livro de Gênesis, no qual demonstra a origem no mundo, como na frase onde Deus acabou a criação do mundo no sétimo dia e após descansou, nessa demonstração o trabalho é caracterizado como uma ação que resulta em fadiga e o repouso uma forma de recuperar os esforços ocasionados pela ação.
Na tradição judaico-cristã, o trabalho se assimila a punição, maldição, portando é registrado no Antigo Testamento como punição do pecado original. Na Bíblia, o trabalho é apresentado como necessidade, e como consequência ocasiona a fadiga e é resultado de uma maldição, como citado em Genesis:¨Comeras o pão com o suor de teu rosto¨. De acordo com Barros (2010) o que vem apoiar a dissertação de Codo (2006) o trabalho é uma atividade humana com um fim específico, buscando a realização de algo que possa modificar, de certo modo, o espaço onde ele vive, que é conduzida pela consciência e por fins idealmente postos antes da execução propriamente dita da atividade. Deste modo, podemos afirmar que antes mesmo do indivíduo realizar o trabalho, ele já tinha o concebido em função da necessidade que demandaria aquela atividade, fazendo com que toda essa estrutura seja pensada, planejada e elaborada antes de ser propriamente desenvolvido na prática.
Por outro lado, na maioria das vezes, temos a ideia de que sempre o trabalho foi pensado como uma forma de sofrimento para o homem. Consideramos trabalho desde o empreendimento intelectual até o esforço físico para a realização do que foi empreendido intelectualmente (BUENO,1988). Nessa visão de concepções, abrangemos por intermédio do trabalho os indivíduos produzem vínculos sociais e interpessoais, além de serem reconhecidos pelas atividades que desenvolvem no meio social, de ter méritos quanto ao que se faz e pelo que é desenvolvido quando bem feito. Por meio de aprisionamentos de inimigos, as guerras forneceram esses recursos humanos, assim iniciaram a relação do trabalho, importante relatar que nesse meio de trabalho o indivíduo era obrigado a trabalhar, com possível penalidade física e comercializações mercantil.
Na antiguidade Clássica, como na Grécia e Roma, o trabalho constituía uma visão materialista, utilizavam métodos como a escravidão. Eram os escravos indivíduos nascidos de mães escravas, prisioneiros de guerra, condenados penalmente e indivíduos que descumpriram com as obrigações tributarias. BARROS, 2010). Após a escravidão, iniciou-se o período feudalista, sendo assim o trabalhador passa a ser caracterizado como servo, nesse período ele passa a ter visão de pessoa que necessita de qualidade de vida e direitos como cidadão. ALVIM, 2006). O capitalismo resultou em grandes mudanças na visão específica do trabalho, no tempo antigo quem produzia, exemplificando o artesão, começava e terminava as etapas que a fabricação que um item possui.
Indivíduos que não apresentam conhecimento e ocupações, utilizavam o trabalho braçal para garantir seu sustento. O trabalho gera um objeto, que se trata de uma mercadoria que pode ser adquirida (DEJOURS 1992). Portanto, no século XVIII, aconteceu a Revolução Industrial, um marco de referência na história do trabalho, partindo desse fenômeno iniciou-se o processo de industrialização e um modelo de trabalho mecanizado, que implicarão em alguns fenômenos, principalmente no desprezo do trabalho. Falar em saúde do trabalhador, sobretudo em saúde mental é praticamente inconcebível no século XIX, pois a mão-de-obra ao invés de ser algo prazeroso e cômodo para o trabalhador, passa a ser um objeto meramente gerador de lucro, o trabalhador não sente prazer naquilo que faz, apenas faz-se pelo salário e para seu sustento, garantia de sua subsistência e de sua família.
No cenário da revolução industrial, o trabalhador vai quebrando paradigmas e cortando os laços com o feudalismo de modo que o surgimento de novas tecnologias, mesmo que rudimentar, vem para substituir o trabalho manual. Esse processo não significa apenas uma mera introdução de máquinas nos meios de produção, indica, porém, que novas formas de trabalho serão criadas, e muita mão de obra deixaria de existir, fazendo com que os trabalhadores se adaptassem à nova realidade para sua correta inserção no mercado de trabalho. Neste ponto, surge então o advento do taylorismo (sistema de organização do trabalho concebido pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor 1856-1915, com o qual se pretende alcançar o máximo de produção e rendimento com o mínimo de tempo e de esforço, passou-se então o homem a ter uma jornada de trabalho reduzida, tendo a oportunidade de gozar de uma maior qualidade de vida.
Henry Ford, produziu a linha de montagem na indústria automobilísticas utilizando a esteiras móvel e incentivou o aumento salariais. Quando o trabalho deixou de ser taylorista-fordista foi substituído por Toyotismo, passando a ser uma produção flexível e enxuta, exigindo um novo tipo de trabalhador. Para o novo trabalhador havia necessidade de integrar os pensamentos e ações, a criação e produção de conhecimentos uteis para organizar o capitalismo, diferente de trabalhadores que executavam atividades repetitivas os trabalhadores atuais tem como objetivo agregar valores aos produtos, produções e gestões. O perfil dos trabalhadores na modernidade exige atributos como postura flexível, subordinais, agilidade, adaptações para mudanças em curto prazo e boa convivência com um mundo de incertezas. FERRER ,1998). A relação entre trabalho e indivíduo envolve um homem em seu passado histórico onde as relações de trabalho se alteraram.
Na pós-modernidade obtivemos alteração nesses valores organizacionais, o objetivo do trabalhou ganhou foco na eficácia e resultados, os procedimentos e métodos utilizados não tem valor, por se tratar de princípios maleáveis, esses alteram a dependência dos interesses empresariais e se tornam de difíceis internalizações. ANTUNES, 1999). Existe contradições sobre os princípios maleável do trabalho, pois os mesmos, possuem a exigência de um profissional subordinável , ágil e adaptável, esse perfil demanda que o profissional não possuam vínculos afetivos com seu ambiente de trabalho, entretanto, para que os profissionais internalizem as metas da organização é necessário que se dediquem e empregam uma grande carga emocional a ele. Em caso de falhas os trabalhadores são julgados como incompetentes, carregam o risco de demissão e impressões negativas sobre o seu caráter.
DEJOURS, 2004). As novas formas de regulações de trabalhos tais como contratos temporários, horários flexíveis, trabalhos part-time, reduções de jornadas de trabalhos, são atos que tem como objetivo agregar valores a empresa, os trabalhadores tendem a perder a capacidade de aliança coletiva, tornando-se mais solitário e egoísta. As taxas de desempregos atualmente permanecem altas, as ofertas de trabalhadores desempregados aumentam e os profissionais reconhecem que podem ser substituídos por outros trabalhadores com facilidade. DEJOURS, 2000). O trabalho atualmente apresentado por esforço delineados e grupais, entretanto, a automatização e tecnologias possibilitam ao trabalhador redução de seus esforços, as maquinas e tecnologias ocupam as funções que exigem maiores elaborações. As características técnicas de atividades, não apresentam nenhuma criatividade, perdendo-se o lúdico e dificulta o prazer em trabalhar, se tornando uma atividade desgastantes.
Burnout pode ser a decorrência de stress rigoroso, entretanto não é o mesmo que o excesso de stress. O stress, em comum, abrange muitas pressões que determinam muito da pessoa fisicamente e psicologicamente. Indivíduos estressados também podem apresentam respostas ao episódio onde o ambiente e afazeres estão sob controle, nessas ocasiões o indivíduo se sente melhor (HELPGUIDE. ORG, 2014). A pesquisa perante a Síndrome de Burnout ou desgaste profissional começa a se estruturar com os estudos de Freudenberger (1974), em que o estudioso descreve o conhecimento de esgotamento de energia que conheciam os voluntários e os profissionais em afazeres assistências e de auxílio, quando estes se conheciam sobrecarregados pelas dificuldades dos pacientes. Em estudos realizados por Dejours (2004), o nível de estresse no ambiente de trabalho está correlacionados com as pressões sofridas pelos trabalhadores, a falta de direção e representação que os trabalhadores possuem na realizações de suas tarefas, esses acontecimentos potencializa os riscos à saúde psíquica de um indivíduo, dentro desse contexto a ameaça de demissão é um risco presente, ocasionado o medo no ambiente de trabalho.
O trabalho em sua modernidade, afeta significativamente a saúde física e mental dos trabalhadores, pelas diversas mudanças ocasionadas pelas globalizações financeiras, novidades da tecnologia e diferentes formas de gestão interferem diretamente no bem-estar dos trabalhadores, como trabalham e da maneira que os mesmos se organizam. A etiologia da palavra trabalho como já abordado no trabalho, está associado ao sofrimento. Os avanços do conhecimento possibilitaram a divisão do sofrimento em duas vertentes sendo o sofrimento patogênico e o sofrimento criativo. O sofrimento criativo é intermediário da realização do verdadeiro trabalho, é a alavanca da etapa criativa. Esses agravos tem a etiologia, principalmente, na separação na concepção e prática, introduzidos pelas gestões dos tayloristas e fordistas. A rotina e repetições de tarefas, quando em extremos, leva ao sofrimento psíquico e lesões por esforços contínuos.
Os principais agravos apresentados e causas de afastamentos de trabalhos são distúrbios osteomusculares, lesões por esforços repetitivos e transtornos psíquicos. MERLO; LAPIS,2007). O surgimento de sofrimentos psíquicos pode estar relacionado a desconfianças entre o grupo de trabalhos, desordens dentro da equipe, os individualismos e mudanças ocorridas, resultados de implementações de métodos de gestões que passam a exigir profissionais mais prometidos ao trabalho, com maior escolaridade e especializados para realizar as diversas tarefas. A relação estabelecida entre o trabalho e a doença é mais complexa e, na verdade, faz parte de um processo com múltiplos fatores determinantes. A concepção da doença como resultados da interação de condições biológicos e sociais é assumida para esse entendimento e compartilhada com autores como Pereira (2016).
O estresse prejudica a saúde mental do trabalhador em grau diferente, gerando a agressão no trabalho, redução da produtividade, perturbação, dificuldade para concentrar, insônia entre outros. O estresse está relacionado ao sofrimento psíquico, para Jacques (2003), existe uma necessidade de considerar as variáveis causas das teorias do estresse como psicodinâmica do trabalho, desgastes mentais, abordagens psicológicas, sociais, ambientais. Guimarães e Grubits (2004), conceitua o estresse ocupacional como “um problema de natureza perceptiva, resultante da incapacidade em lidar com fontes de pressão no trabalho, tendo como consequências, problemas de saúde física, mental e na satisfação no trabalho, afetando não só o indivíduo como as organizações”. De maneira comum, a bibliografia demonstra que o tratamento para o Burnout é efetivado através de psicoterapia que, segundo com a circunstância, pode promover a utilização de medicações, caso o indivíduo proporcione dificuldades fisiológicas, tais como dores, hipersensibilidades, modificações na pressão arterial, problemas cardíacos, insônia, entre diferentes plausíveis intercorrências.
No que se alude à medicação, então, esta pode ser adjunto a analgésicos, suplementos minerais, ansiolíticos e antidepressivos, segundo os sintomas proporcionados pela pessoa portadora do Burnout (ANDRADE; CARDOSO, 2012). A metodologia terapêutica de acupuntura ainda tem recebido destaque. Não obstante dos embates para corroborar sua eficiência e atitude científica, a acupuntura tem como utilitário a cura das doenças por meio de agulhas assentadas taticamente em alvos especiais do corpo. As atividades físicas, hoje se conhece a importância que a mesma tem para a saúde, agora ainda apresentamos como aliada para qualidade de vida física e mental. CARVALHO, 2009). O desenvolvimento dos trabalhadores em ambientes de trabalhos depende do relacionamento interpessoal, portanto o homem é influenciado e influência na organização seguindo seu grupo de valores.
Os fatores mais prevalentes no relacionamento interpessoal são a reverência, afeição, afetividade nas relações, auxílios e entendimento dentro e fora da empresa. As pessoas levam para o trabalho importâncias, confianças e esperanças essenciais ao seu ego, seus anseios e sentimentos que interferem no relacionamento interpessoal. BRONDANI, 2010). É uma forma de conhecer mais, estudar com circunstâncias variáveis no meio social, vivenciando e trocando conteúdo. Todos compreendem quanto o viver seria mais simples se não tivéssemos de esforçar-se com pessoas complexas. Os relacionamentos constituiriam suaves e existiria mais honestidade e tolerância no mundo (MANSUR-ALVES; SILVA; FERNANDES, 2016). Assim como discorremos em dirigir um convívio harmonioso, necessitamos ter os comportamentos adequados para que isso advenha. Adotar atitudes e ações cada indivíduo almejasse que o outro indivíduo tenha.
É necessário analisarmos as definições do trabalho e realizar uma reflexão sobre as visões que os trabalhadores têm sobre os mesmos, para abrangermos seu impacto na saúde e na qualidade de vida dos trabalhadores. Nessa visão foi possível reconhecer as duas faces do labor sendo elas relacionadas ao sofrimento e ao prazer. Os determinantes das relações saúde e doença dentro do ambiente de trabalho são fatores como a comunicação, autonomia, ambiente de trabalho, reconhecimento, valorização e entre outros. Com as leituras realizadas e conhecimentos adquiridos, percebe-se que o conceito de saúde não remete apenas à questão física e psicológica individual, mas também à questão social, ou seja, a saúde está diretamente relacionada à alimentação, lazer, infraestrutura, saneamento básico, assistência médica, entre outros.
Para o trabalhador aproveitar sua saúde e necessário entender os fatores sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais esses são responsáveis pelas condições de vida e dos fatores de riscos ocupacionais. O. Prazer e Dor na Docência: revisão bibliográfica sobre a Síndrome de Burnout. Saúde Soc. São Paulo, v. n. p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília-UnB, Brasília, 2006. ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Bomtempo, 1999. A. G. La cultura de la empresa. Revista Mal-Estar e Subjetividade, v. n. S. Grande dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa. São Paulo: Lisa, 1988. CAPITÃO, C. G. pdf acesso em 19 de julho de 2020.
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