ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO MOTRICIDADE OROFACIAL

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5 3. METODOLOGIA 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 7 5. CONCLUSÃO 8 REFERÊNCIAS 9 1. INTRODUÇÃO A recusa alimentar pode ser caracterizada como um grave problema de alimentação em que um indivíduo não consegue comer quantidade suficiente e/ou variedade de alimentos/líquidos para manter seu peso e altura. Fatores que influenciam na alimentação As características dos alimentos, as características individuais do consumidor e o contexto têm efeitos determinantes na aceitabilidade dos alimentos pelos consumidores. Costell, Tárrega e Bayarri. descobriram que as propriedades intrínsecas dos alimentos (como aparência, aroma, sabor e textura) devem ser consideradas como fatores-chave para influenciar as escolhas alimentares dos consumidores. Obter nutrição para sustentar a vida diária não é o único propósito de comer alimentos, enquanto uma experiência prazerosa e hedônica também deve ser obtida com a alimentação.

Por exemplo, a cor e a textura influenciam fortemente a escolha das carnes. O estudo relacionado mostrou que a aceitação e a preferência por alimentos gordurosos aumentaram com o peso corporal. O ambiente (contexto) é essencial para a compreensão da aceitação dos alimentos. Ambiente indireto (fatores culturais), fatores pessoais indiretos (como experiência passada) e cultura social são compostos por contextos simultâneos que podem alterar a aceitabilidade alimentar. A aceitabilidade de alimentos preparados em diferentes locais de alimentação mostrara que os participantes preferem comer comida pré-preparada em um restaurante de treinamento universitário e um restaurante de 4 estrelas em vez de um campo de treinamento do exército, buffet de calouros, funcionários da universidade refeitório e um internato privado. DREWNOWSKI, 1997). O zigomático maior (localizado na bochecha e próximo ao bucinador, masseter e zigomático menor) é influenciado pela inervação contralateral.

Numerosos pesquisadores têm ilustrado que estímulos agradáveis evocam atividade muscular e provocam maior atividade muscular sobre o zigomático maior (NGUYEN; DUONG, 2021). Levantar o canto do lábio e elevar a bochecha são características de gerar um sorriso, que é um símbolo de afeto positivo. Curiosamente, alguns pesquisadores ainda descobriram que estímulos agradáveis não evocam consistentemente atividade do zigomático maior; enquanto que a contração do zigomático maior às vezes era resultado da exposição a estímulos negativos resultando em uma careta (MILLS, 1996). Transtornos alimentares Uma das principais dificuldades para a realização de pesquisas na área de dificuldades alimentares deve-se às divergências na literatura quanto à definição e classificação dos transtornos alimentares. Como resultado, os fonoaudiólogos encontram crianças com hábitos alimentares exigentes regularmente em sua prática clínica (LINAS et al.

É imperativo que os fonoaudiólogos estejam equipados com conhecimentos e habilidades adequados para garantir a melhor prática baseada em evidências. Acredita-se que a falta de pesquisa e literatura disponível nessa área dificulte o fonoaudiólogo na identificação eficaz de comedores exigentes para avaliação e gerenciamento adequados (KREIPE; PALOMAKI, 2012). Este estudo, portanto, teve como objetivo explorar as experiências e percepções dos fonoaudiólogos sobre o comer agitado em crianças. Os resultados do estudo pretendem lançar luz sobre a natureza da seletividade alimentar no Brasil, em termos das definições percebidas, descrições e causas da seletividade alimentar, além de determinar os profissionais de saúde envolvidos no manejo dessa população. Quanto aos aspectos éticos, por se tratar de trabalho de revisão não é necessária a submissão em comitê de ética em pesquisa de acordo com a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Figura 1. Fluxograma da seleção dos artigos incluídos no estudo, adaptado de GALVÃO, PANSANI e HARRAD (2015). RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao total as três plataformas de busca contemplaram 898 trabalhos, totalizando 18 artigos que entraram na presente revisão que preencheram os requisitos necessários para entrar nessa revisão, todos abordavam o papel do fonoaudiólogo nos casos de seletividade alimentar (CORREA, et al. JUNQUEIRA, et al. STEINBERG; MENEZES; NÓBREGA, 2021; NADEAU; RICHARD; WALLACE, 2022; ZINGLER et al. Durante os trabalhos revisados, percebeu-se um padrão entre os mesmos que expressaram acreditar que têm um papel no manejo de crianças com problemas de alimentação (STRAIT, D. S. et al. Dos trabalhos analisados, por exemplo, o fonoaudiólogo estaria menos envolvido se a causa da seletividade alimentar fosse de natureza puramente psicológica.

O papel do fonoaudiólogo na motricidade orofacial Dentro do contexto brasileiro, os terapeutas ocupacionais trabalham principalmente com dificuldades de integração sensorial em crianças, e o treinamento de integração sensorial está disponível preferencialmente para esses profissionais (PASSOS et al. No entanto, os fonoaudiólogos estão principalmente envolvidos na avaliação e tratamento de distúrbios de alimentação e deglutição em crianças no Brasil, como indicando que problemas sensoriais orais que podem afetar a alimentação e deglutição, se enquadram no escopo de prática do fonoaudiólogo (LÁZARO; SIQUARA; PONDÉ, 2020). A alimentação seletiva engloba dificuldades relacionadas tanto à alimentação, quanto às dificuldades de integração sensorial. A área de seletividade alimentar, portanto, apresenta um dilema sobre se no caso de transtorno do espectro autista se enquadra no escopo de atuação do fonoaudiólogo ou do terapeuta ocupacional (PETERSON; PIAZZA; VOLKERT, 2016; NADEAU; RICHARD; WALLACE, 2022).

Esta pode ser uma questão menos pertinente internacionalmente, onde a gestão dos distúrbios alimentares também se enquadra no âmbito dos profissionais da saúde. Fornecer aos fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais o treinamento apropriado para gerenciar as dificuldades de integração sensorial relacionadas à alimentação pode, portanto, resultar em um tratamento mais econômico para comedores exigentes. Isso sugere que o escopo da prática de fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais relacionados às dificuldades alimentares de base sensorial pode exigir revisão (OKUIZUMI et al. No entanto, o fonoaudiólogo e o terapeuta ocupacional ainda podem trabalhar em conjunto com crianças que apresentam graves dificuldades de integração sensorial. Isso ilustra que as decisões sobre a equipe de saúde envolvida na seletividade alimentar precisam ser tomadas com base em cada caso individualmente (MAXIMINO et al.

No entanto, dada a complexidade dos fatores envolvidos em crianças com seletividade alimentar, bem como a variação nos contextos clínicos no Brasil, essas recomendações precisam ser consideradas com base em cada caso individualmente. Permitir aos terapeutas ocupacionais uma visão mais aprofundada dos aspectos da alimentação relacionados à integração sensorial também pode contribuir para melhorar o manejo de comedores exigentes. Essas necessidades de treinamento talvez possam ser abordadas dentro das atividades de desenvolvimento profissional contínuo tanto para fonoaudiólogos quanto para terapeutas ocupacionais. O presente estudo faz parte de uma crescente base teórica relacionada à seletividade alimentar, devido ao aumento do interesse em pesquisas na área de seletividade alimentar. Os achados do presente estudo indicaram que os fonoaudiólogos acreditam que a profissão como um todo poderia melhorar seus conhecimentos e habilidades relacionadas à alimentação agitada.

Atender a essas necessidades de treinamento ajudaria a garantir que os fonoaudiólogos atualmente envolvidos no campo da alimentação e deglutição sejam suficientemente informados para fornecer práticas baseadas em evidências na prestação de serviços aos seus clientes. aspx. Acesso em: 19 de setembro de 2022. CHAMOUN, E. et al. The relationship between single nucleotide polymorphisms in taste receptor genes, taste function and dietary intake in preschool-aged children and adults in the Guelph family health study. LEE, Y. Analysis of masticatory muscle activity based on presence of temporomandibular joint disorders. Medical science monitor: international medical journal of experimental and clinical research, v. p. e921337-1, 2020. Journal of Applied Oral Science, v. p. Disponível em: https://pesquisa. bvsalud. org/portal/resource/pt/lil-697815. com/article/10. s12078-009-9057-1.

Acesso em: 19 de setembro de 2022. DREWNOWSKI, A. Taste preferences and food intake. MCN: The American Journal of Maternal/Child Nursing, v. n. p. Disponível em: https://pubmed. ncbi. Disponível em: https://pubmed. ncbi. nlm. nih. gov/28780385/. v. p. Disponível em: https://rsdjournal. org/index. php/rsd/article/view/3925. KIJAK, E. et al. Model identification of stomatognathic muscle system activity during mastication. Experimental and therapeutic medicine, v. n. Beyond picky eating: avoidant/restrictive food intake disorder. Current psychiatry reports, v. n. p. Disponível em: https://link. Escala de Avaliação do Comportamento Alimentar no Transtorno do Espectro Autista: estudo de validação. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. p. Disponível em: https://pesquisa. bvsalud. wiley. com/doi/full/10. j. X. x. nih. gov/30636045/. Acesso em: 19 de setembro de 2022. MAXIMINO, P. et al. et al.

Children with feeding difficulties tend to high protein and milkbased supplements' intake-how to break this cycle?. Demetra: Food, Nutrition & Health/Alimentação, Nutrição & Saúde, v. Disponível em: https://pesquisa. bvsalud. Sensory profile, acceptability, and their relationship for diabetic/reduced calorie chocolates. Food Quality and Preference, v. n. p. Disponível em: https://www. pdf. Acesso em: 19 de setembro de 2022. MINISTÉRIO DA SAÚDE – MS. Fascículo 4: Protocolos de uso do guia alimentar para a população brasileira na orientação alimentar de crianças de 2 a 10 anos. Brasília. WALLACE, G. L. The combination of food approach and food avoidant behaviors in children with autism spectrum disorder:“Selective overeating”. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. n. C. Feel your food. The influence of tactile sensitivity on picky eating in children.

Appetite, v. p. In: StatPearls [Internet]. StatPearls Publishing, 2021. Disponível em: https://www. ncbi. nlm. e35530-e35530, 2020. Disponível em: https://pesquisa. bvsalud. org/portal/resource/pt/biblio-1117490. Acesso em: 19 de setembro de 2022. PETERSON, K. M. PIAZZA, C. C. VOLKERT, V. Acesso em: 19 de setembro de 2022. SOLANO, P. A. E. GARCÍA, M. gov/27449267/. Acesso em: 19 de setembro de 2022. STEINBERG, C. MENEZES, L. NÓBREGA, A. et al. Viewpoints: diet and dietary adaptations in early hominins: the hard food perspective. American Journal of Physical Anthropology, v. n. p. The American journal of clinical nutrition, v. n. p. Disponível em: https://pubmed. ncbi. p. Disponível em: https://pubmed. ncbi. nlm. nih. org/portal/resource/pt/biblio-1383886. Acesso em: 19 de setembro de 2022. ANEXOS Tabela1: Trabalhos revisados no presente estudo. Número Artigo Referência Tipo de estudo Tipo e Número de participantes - grupos? Metodologia - pontos principais (o que foi aplicado, como, o que foi feito) Resultados e Discussões Gerais Resultados e Discussão - Atuação Fonoaudiológica 1 The relationship between single nucleotide polymorphisms in taste receptor genes, taste function and dietary intake in preschool-aged children and adults in the Guelph family health study CHAMOUN et al.

Corte transversal 60 crianças e 65 adultos Busca de associações entre 93 polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em receptores de sabor doce, gordo, amargo, salgado, azedo e umami e medidas psicofísicas de sabor. Corte transversal 23 adultos saudáveis Os indivíduos produziram dez mastigações por tentativa e cinco tentativas para cada uma das cinco taxas. A atividade eletromiográfica de superfície foi amostrada dos músculos masseter e temporal bilateralmente Os resultados suportam a hipótese de que a taxa de mastigação “natural” é selecionada para ser a mais rápida possível, proporcionando tempo suficiente para permitir a modulação da eletromiográfica de superfície para melhorar o desempenho Compreender que a interação entre a modulação eletromiográfica de superfície e a variação individual na morfologia esquelética é provavelmente crítica para o desempenho ideal da mastigação.

Tabela1: Trabalhos revisados no presente estudo. Número Artigo Referência Tipo de estudo Tipo e Número de participantes - grupos? Metodologia - pontos principais (o que foi aplicado, como, o que foi feito) Resultados e Discussões Gerais Resultados e Discussão - Atuação Fonoaudiológica 6 O papel do fonoaudiólogo no diagnóstico e tratamento multiprofissional da criança com dificuldade alimentar: uma nova visão JUNQUEIRA, et al. Relato de caso Menina 2 anos e 6 meses com queixa de dificuldade de mastigar Análise pela equipe fonoaudiológica Inicialmente a paciente apresentava dificuldade para mastigar decorrente da dificuldade sensorial identificada, com frequente reflexo de vômito, o que impossibilitava a aceitação de alimentos fibrosos e ampliação do seu cardápio. Futuramente, com a aplicação desse instrumento, os indivíduos poderão ser agrupados por fenótipos para melhor compreensão dos fatores intervenientes dos problemas relacionados ao comportamento alimentar.

A escala visa identificar as dimensões do comportamento alimentar que se encontram alteradas, proporcionando um direcionamento mais específico em relação à terapêutica, podendo também ser utilizada para mensurar a evolução do tratamento. Masticatory behavior for different solid foods in preschool children according to their oral state LINAS et al. Caso controle 1 criança com alterações na mastigação e 23 sem alterações Vinte e uma crianças com estado bucal saudável e 23 crianças com cárie precoce da infância grave foram observadas durante a mastigação completa de amostras calibradas de cenoura crua, queijo e cereais matinais. As recusas alimentares e os parâmetros cinemáticos foram utilizados para avaliar o comportamento mastigatório das crianças As crianças demonstraram compartilhar alguns comportamentos de processamento oral com os adultos, em particular sua capacidade de reconhecer o alimento e adaptar sua cinemática às suas características.

Comportamentos maternos indulgentes e coercivos foram associados ao maior consumo de leite. Reforça-se a necessidade de orientação quanto à substituição de refeições e suplementação nutricional em quadros de distúrbios alimentares nesse estudo, fica evidente a necessidade de um fonoaudiólogo no tratamento de distúrbios alimentares. Tabela1: Trabalhos revisados no presente estudo. Número Artigo Referência Tipo de estudo Tipo e Número de participantes - grupos? Metodologia - pontos principais (o que foi aplicado, como, o que foi feito) Resultados e Discussões Gerais Resultados e Discussão - Atuação Fonoaudiológica 12 The combination of food approach and food avoidant behaviors in children with autism spectrum disorder:“Selective overeating” NADEAU; RICHARD; WALLACE, 2022 Corte transversal 185 pais e mães de crianças Aplicação de questionário para As crianças com transtorno do espectro autista serem categorizadas como engajadas em padrões alimentares de comer em excesso seletivo, apenas comer seletivo, comer apenas em excesso ou comer típico.

Tanto o grupo de alimentação seletiva quanto o grupo de alimentação seletiva foram propensos a favorecer dietas ricas em calorias e deficientes em nutrientes em comparação com outros grupos. os fatores que apresentaram associação com os diferentes tipos de dificuldade alimentar foram a idade, a idade gestacional de nascimento e a idade e fase da alimentação de aparecimento da queixa. O presente estudo permite iniciar um direcionamento mais específico de ações de orientação e de prevenção feitas pelo fonoaudiólogo de dificuldade alimentar.   15 Children's eating behavior: comparison between normal and overweight children from a school in Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil PASSOS et al. Corte transversal 335 crianças As subescalas do Questionário de Comportamento Alimentar da Criança foram utilizadas para avaliar os comportamentos alimentares: responsividade alimentar, prazer na comida, Desejo de Beber, Excesso de Alimentação Emocional, Subalimentação Emocional, Responsividade à Saciedade, Excitação Alimentar e Lentidão ao Comer.

Pesquisas que investigam os fatores associados ao excesso de peso infantil, ainda hoje, centram-se nos fatores biológicos e do estilo de vida, sem, contudo, considerados o comportamento alimentar que podem estar envolvidos nesse processo. Isso é importante para que o profissional pense sempre em diagnósticos diferenciais. Tabela1: Trabalhos revisados no presente estudo. Número Artigo Referência Tipo de estudo Tipo e Número de participantes - grupos? Metodologia - pontos principais (o que foi aplicado, como, o que foi feito) Resultados e Discussões Gerais Resultados e Discussão - Atuação Fonoaudiológica 18 Autism spectrum disorder and food neophobia: clinical and subclinical links WALLACE et al. Caso controle 37 crianças com TEA e 4527 crianças Pais de crianças com neofobia com e sem transtorno do espectro autista passaram por questionário.

A neofobia demonstrou associação com ambas as populações estudadas.