AS CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS: UM ESTUDO DE CASO NA SERRALHERIA JACONI

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Administração

Documento 1

AS CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS: UM ESTUDO DE CASO NA SERRALHERIA JACONI1 Carlos Eduardo Jaconi ² Fernanda Pasqualini³ ¹ Trabalho de Conclusão de Curso ² PREENCHA SEU EMAIL AQUI ³ fernanda. pasqualini@unijui. edu. br INTRODUÇÃO O empreendedorismo gera empregos e traz desenvolvimento econômico para os mais diversos países. Em geral, o empreendedor abre seu negócio próprio motivado pelas oportunidades de mercado, mas isso também pode se dar por necessidades pessoais de subsistência. As CCEs com maior destaque e que são consideradas como altamente empreendedoras foram: estabelecimento de metas, busca de informações e comprometimento. Diante disso, pode-se dizer que no geral a empresa possui um perfil empreendedor, com destaque para estes três conjuntos de CCEs, os quais são bem importantes para a sobrevivência da organização.

O comprometimento com a empresa também é muito eficiente para a sobrevivência da empresa no mercado, e está como uma das facetas do intraempreendedorismo, já que nem todas as pessoas se interessam em abrir seu próprio negócio, mas ao ser comprometido com seu trabalho, o colaborador aprimora o atendimento das necessidades dos clientes. O proprietário da empresa também possui características empreendedoras em todas as CCEs com exceção de uma: busca de oportunidades e iniciativa, mas ainda apesar dessa deficiência, o proprietário tem como CCEs altamente empreendedoras a persistência e o comprometimento, que são essenciais para a direção de um negócio, já que outras pessoas dependem também da empresa para obter o seu sustento. E o proprietário também tem como CCEs altamente empreendedoras: estabelecimento de metas, busca de informações, independência e autoconfiança, características que são fundamentais para um líder como é o caso do proprietário ao abrir a empresa e mantê-la funcionando, que somados à persistência e comprometimento asseguram a sobrevivência e até mesmo a expansão da Serraleria Jaconi.

LISTA DE FIGURAS E TABELAS Figura 1 – Definições de Empreendedor 14 Figura 2 – Diferenças nos sistemas de atividades de gerentes e empreendedores. Figura 3 – Taxas específicas¹ (em%) e estimativas² do número de empreendedores segundo a faixa etária por estágio do empreendimento - Brasil - 2018 20 Figura 4 – Taxas (em %) específicas¹ e estimativas² do número de empreendedores segundo o nível de escolaridade³ por estágio do empreendimento - Brasil – 2018 21 Figura 5 – 10 Características Comportamentais Empreendedoras (CCE) 23 Figura 6 – Fachada Frontal da Serralheria 31 Figura 7 – Montagem de galpão de estruturas metálicas 31 Figura 8 – Fabricação de portão contra peso 31 Figura 9 – Colocação do portão de correr pronto 32 Figura 10 – Estruturas metálicas de um telhado 32 Figura 11 – Colocação de grades de tubo 32 Figura 12 – Organograma de Estrutura Simples da Serralheria Jaconi 33 Figura 13 – Processo produtivo na empresa, com base no Modelo de Transformação (input - transformação - output).

Figura 14 – Dados Gerais dos Respondentes 37 Tabela 1 – Respostas ao questionário aplicado 37 Tabela 2 – Resultados das CCE dos colaboradores e proprietário 39 Tabela 3 – Resultados das CCE de José após aplicar o fator de correção 39 Tabela 4 – Resultados das CCE dos colaboradores e proprietário mais a média 40 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 8 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO 10 2. APRESENTAÇÃO DO TEMA 10 2. PROBLEMA 11 2. Análise e Interpretação dos Dados 28 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 29 5. Caracterização da Organização 29 5. CCEs dos colaboradores da Serralheria Jaconi 37 5. CCEs do proprietário da Serralheria Jaconi 41 5. Necessidades de capacitação e/ou motivação dos colaboradores da Serralheria Jaconi 42 6 CONCLUSÃO 43 REFERÊNCIAS 44 ANEXO A 46 ANEXO B 50 1 INTRODUÇÃO A atividade empreendedora é vista como uma importante fonte de empregos e desenvolvimento econômico em diversos países. Neste sentido, fazer um diagnóstico das características e comportamentos empreendedores da empresa em todas as suas áreas: operacional, administrativa ou estratégica é uma questão importante para verificar como a empresa pode alcançar melhoria em agregar valor aos seus produtos.

Este trabalho consta de cinco capítulos sendo divididos da seguinte forma: primeiramente tem-se a introdução que conta com a apresentação do tema da pesquisa, problema, objetivo geral e específicos e justificativa. No segundo capítulo está o referencial teórico, que está subdividido nas seções sobre o empreendedor, sua origem e contexto histórico, nas características comportamentais empreendedoras (CCE), o empreendedorismo no Brasil finalizando com o que é intraempreendedorismo. No terceiro capítulo está a metodologia da pesquisa e suas subseções. No quarto capítulo estão os resultados e discussões da pesquisa, e por final, está o quinto capítulo que tem as considerações finais, seguido das referências. Nesse caso, a criatividade e inovação podem ser aliadas da empresa na busca de uma maior fatia de mercado.

Diante desses aspectos, compreender melhor como podem ser exploradas as características do empreendedor em sua atuação em uma pequena empresa como a Serralheria Jaconi é um tema de estudo que se mostra de interesse para esta pesquisa. PROBLEMA Quais são as características comportamentais empreendedoras dos colaboradores da Serralheria Jaconi? 2. OBJETIVO GERAL Identificar as características comportamentais empreendedoras dos colaboradores na Serralheria Jaconi. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Identificar e avaliar as características comportamentais empreendedoras (CCE) dos colaboradores da Serralheria Jaconi; • Identificar e avaliar a característica comportamental empreendedora do sócio-proprietário da Serralheria Jaconi; • Avaliar a partir dos resultados quais são as necessidades de capacitação e/ou motivação dos colaboradores da Serralheria Jaconi. Enquanto para Drucker (1987) o empreendedor é aquele que sempre está buscando a mudança, reagindo a ela e explorando-a como sendo uma oportunidade.

Na visão de Dolabela (2008), o empreendedor é aquele que tem uma visão de futuro, que consegue enxergar melhor o mercado, com isso ele adquire prática, e consegue criar diferenciais competitivos. O empreendedor é capaz de realizar coisas novas e possui ideias próprias, assim consegue desenvolver novos negócios ou recriar negócios já existentes, de forma mais criativa e inovadora. No mundo dos negócios, o mais importante é que se faça a identificação das características do novo empreendimento, para, a partir desse ponto, apresentar um comportamento mais adequado. Segundo a visão de Gerber (2004), o empreendedorismo apresenta vários benefícios para a economia de um país, gerando renda e poder de crescimento econômico, proporcionado a criação de produtos com maior qualidade, torna o mercado mais competitivo e ainda desenvolve novos mercados, além de induzir o aumento da produtividade, dentre vários outros fatores.

Jean Baptiste Say (1803) Lucros do empreendedor separado dos lucros de capital. Francis Walker (1876) Distingue entre os que forneciam fundos e recebiam juros, e aqueles que obtinham lucro com habilidades administrativas. Joseph Schumpeter (1934) O empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. David McClelland (1961) O empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. Peter Drucker (1964) O empreendedor maximiza oportunidades. Então, é comum que os mais diversos autores, principalmente da área de economia, mencionarem que somente haverá desenvolvimento econômico de uma nação se houver lideres empreendedores e um incentivo ao empreendedorismo (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009). Os principais teóricos da abordagem da teoria econômica para o empreendedorismo foram Richard Cantillon, Jean Baptiste Say e Joseph Schumpeter (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009), e todas as suas definições de empreendedor foram apresentadas na figura 1, no que se pode notar que os dois primeiros mencionam sobre capital, assumir riscos e lucros enquanto Schumpeter menciona sobre inovação.

Com base na importância do empreendedorismo para a economia e para o desenvolvimento das nações, Dolabela (2003), foi um dos primeiros autores brasileiros a mostrar que o empreendedorismo deveria ser incentivado e estudado desde o início da formação dos estudantes, como forma de melhorar a sociedade e a economia brasileiras. Assim, Dolabela (2003) buscou compreender quais seriam as práticas que levassem a criação de uma cultura empreendedora, de forma a propor formas de ensinar estas práticas de uma maneira rápida, prática, com baixos custos e descentralizada, com a utilização de recursos humanos já disponíveis nas faculdades e escolas brasileiras de todos os níveis, pois para o autor, o empreendedorismo pode ser ensinado para todas as pessoas a partir dos quatro anos de idade.

Na visão de outro autor brasileiro, Dornelas (2008) o empreendedor é a pessoa que tem visão, pois sabe detectar oportunidades e criar um negócio para explorar a oportunidade e obter ganhos financeiros, para isso, ele assume riscos calculados. O intraempreendedor, conforme mencionado na Figura 1, segundo a definição de Pinchot (1983) é o indivíduo que atua dentro de uma organização já estabelecida. Já Filion (1999) explica que a palavra intraempreendedor se origina do inglês intrapreneurship, um neologismo que trata sobre o estudo do empreendedorismo dentro das organizações. Na visão de Hashimoto (2009), o intraempreendedor age com independência, pois ele define os objetivos e metas da organização, toma decisões, busca e gerencia recursos, escolhe as estratégias de ação, traça planos de ação para alcançar resultados relevantes para a empresa.

Esse autor recomenda que as organizações criem ambientes para existência de uma cultura que possa desenvolver o intraempreendedorismo, pelo estímulo de ideias ou processos inovadores. Com isso, as organizações terão um melhor desempenho e efeitos positivos sobre a geração de lucros. Definem tarefas e funções que criem uma estru­tura de trabalho. Operam dentro da estrutura de trabalho existente. Trabalho centrado na criação de processos re­sultantes de uma visão diferenciada do meio. Trabalho centrado em processos que levam em consideração o meio em que ele se desenvolve. Fonte: reproduzido de Filion (2000, p. Eles foram os dois primeiros cursos de empreendedorismo no Brasil. Outras instituições seguiram o exemplo: a Universidade de São Paulo na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, bem como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul no Departamento de Ciências da Computação (LOPES, 2010).

Segundo a pesquisa de Guerra e Grazziotin (2010), que teve uma amostra de 516 faculdades, os resultados demonstraram que 32% das instituições públicas e 11,5% das instituições privadas de ensino superior oferecem cursos de empreendedorismo; sendo que 44. desses cursos são oferecidos fora da área de Administração de Empresas, nos cursos como Computação, Engenharia, Comunicação, Turismo, Educação Física e Fonoaudiologia. Em termos de quantidade de empreendedores, o principal estudo de empreendedorismo do mundo que realiza pesquisas em mais de 100 países, chamado de Global Entrepreneurship Monitor (GEM), cujos dados sobre o “Empreendedorismo no Brasil: 2018” (GRECO et al. p. Conforme se visualiza na Figura acima, a maior parte dos empreendedores brasileiros já estabelecidos pertence à faixa etária de 45 a 54 anos, o que corresponde a uma estimativa de 8 milhões de pessoas.

E, como era de se esperar os empreendedores iniciais, que começaram seus negócios mais recentemente pertencem à faixa etária de 18 a 24 anos, que são os mais jovens, uma estimativa de 5,4 milhões de brasileiros se tornaram novos empreendedores. Segundo o Relatório GEM Brasil 2018, o nível de escolaridade trata-se de parâmetro de destaque para compreender o empreendedorismo no Brasil, portanto se apresenta na Figura 4 quais são esses dados. Figura 4 – Taxas (em %) específicas¹ e estimativas² do número de empreendedores segundo o nível de escolaridade³ por estágio do empreendimento - Brasil – 2018 Fonte: reproduzido de Greco et al. McClelland (1972) é citado por Arruda; Burchart; Dutra (2016, p. Para ele, uma sociedade que percebe o herói como alguém que supera os obstáculos desenvolve uma grande necessidade de realização.

Essa necessidade é associada aos empreendedores [. Sendo assim, o empreendedor, nessa visão, é também um herói. Segundo a teoria de McClelland (1972) o conceito de empreendedor está relacionado com a necessidade de reconhecimento, sucesso, poder e controle. A metodologia do Empretec se baseia nas Características Comportamentais Empreendedoras (CCE), e o curso é promovido em cerca de 30 países, sendo que no Brasil, é realizado exclusivamente pelo Sebrae, já tendo capacitado cerca de 300 mil pessoas (SEBRAE BAHIA, 2018). O curso visa desenvolver as 10 características de um empreendedor de sucesso, que se iniciou pela análise de uma lista inicial de 23 características estudadas por McClelland (1972), que são as seguintes: iniciativa, procura de oportunidade, persistência, procura de informações, preocupação com a alta qualidade do trabalho, compromisso com o contrato de trabalho, orientação pela eficiência, planejamento sistemático, resolução de problemas, autoconfiança, perícia, reconhecimento das próprias limitações, persuasão, uso de estratégias de influência, decisão, monitoramento, credibilidade, honestidade e sinceridade, preocupação com o bem-estar dos empregados, treinamento dado aos empregados, reconhecer a importância de relações empresariais, fixação de metas, tomada de risco moderado, independência.

Após, essa lista passou de 23 para 15 e, por fim, chegou a 10 Características Comportamentais Empreendedoras (CCE), como é utilizada pelo Empretec até hoje e também onde será baseado o estudo desta pesquisa. As CCE são resumidas na Figura 5, a seguir. Figura 5 – 10 Características Comportamentais Empreendedoras (CCE) CCE Realização Busca de oportunidades e iniciativa Age com proatividade, antecipando-se às situações. Cria procedimentos para cumprir prazos e padrões de qualidade. Comprometimento Traz para si mesmo as responsabilidades sobre sucesso e fracasso. Atua em conjunto com a sua equipe para atingir os resultados. Coloca o relacionamento com os clientes acima das necessidades de curto prazo. Busca de informações Envolve-se pessoalmente na avaliação do seu mercado. Desenvolve redes de contatos e constrói bons relacionamentos comerciais. Independência e autoconfiança Confia em suas próprias opiniões mais do que nas dos outros.

É otimista e determinado, mesmo diante da oposição. Transmite confiança na sua própria capacidade. Fonte: Sebrae Bahia (2018). Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O material publicado pode ser fonte primária ou secundária (VERGARA, 2014). A pesquisa também se caracteriza como um estudo de caso na Serralheria Jaconi, porque identificou algumas características da organização, como seu histórico e organograma. Universo Amostral Segundo Prodanov e Freitas (2013) a amostra é uma pequena parte do todo que compõem o universo. Por isso quando o pesquisador escolhe uma pequena parte da população, espera que ela represente a população que pretende estudar. Os autores recomendam que os dados primários não devem ser coletados até que os dados secundários disponíveis tenham sido coletados e analisados, por isso nesta pesquisa se iniciou pela coleta de dados secundários, ou seja, pela pesquisa bibliográfica e documental.

Segundo Gil (2002, p. as fontes de pesquisa bibliográfica são compostas por livros e artigos científicos, enquanto as fontes de pesquisa documental são quaisquer documentos consultados como “cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc. relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc. ”, encontradas tanto em órgãos públicos como em instituições privadas. Como a pesquisa de campo teve apenas quatro respondentes não foram feitos gráficos, mas sempre que possível foram trazidos dados em Figuras e Tabelas que mostrem os resultados da pesquisa. Os dados também foram analisados de acordo com instruções especificas desenvolvida por McClelland (1972), conforme apresentado no Anexo B (Instruções para a Análise). Além da análise quantitativa conforme os cálculos, de acordo com as instruções do Anexo B, as análises também serão feitas por meio de uma observação participante e estudo de caso, já que o autor da pesquisa também é o sócio proprietário da empresa pesquisada e conhece bem o dia-a-dia da mesma.

Assim, outras características da empresa são apresentadas por meio de dados qualitativos como a descrição, seu histórico e alguns dados gerais de operação da mesma, conforme se apresenta no próximo capítulo. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. Os procedimentos de controle do caixa, das contas a receber, das contas a pagar e dos estoques eram feitos de forma manual, através de fichas e não ofereciam um grau de segurança adequado para respaldar as decisões da administração, centralizada nos sócios. O recebimento de numerários, tanto em caixa como no crediário, era realizado por um dos colaboradores da empresa, o filho do proprietário, que responde pelo setor financeiro, tendo sob sua responsabilidade também os pagamentos de despesas diárias e fornecedores.

Apesar da falta de controles adequados no início das operações, os sócios tiveram resultados favoráveis, identificando assim, a necessidade de adotar controles ágeis, como o controle efetivo de estoques, recebimentos e pagamentos, programação de compras e vendas. Pois somente dessa forma, os sócios poderiam concretizar o objetivo de expandir no mercado e atuar de forma competitiva perante a concorrência. A partir de então, passam a ser identificadas algumas características dos empreendedores da Serralheria Jaconi, já que os sócios incentivaram a busca de melhorias e também buscaram maiores conhecimentos de gestão para a tomada de decisões e com vistas a estabilizar a empresa, para torná-la mais competitiva. Figura 11 – Colocação de grades de tubo Fonte: Serralheria Jaconi (2019). As principais áreas organizacionais da empresa são: comercial e marketing que é de responsabilidade do proprietário, assim como a direção geral da empresa; produção, na qual trabalham o serralheiro e o ajudante geral; gestão de pessoas e finanças, responsabilidades do administrativo, setor no qual está o filho do proprietário.

O organograma de estrutura simples da empresa é apresentado na Figura 12. Figura 12 – Organograma de Estrutura Simples da Serralheria Jaconi Fonte: Serralheria Jaconi (2019). Em termos de análise do marketing da empresa, não há definição de um público-alvo específico, pois atende a população em geral com seus serviços, abrangendo pessoas de todas as faixas etárias e rendas. Na Figura 13, a seguir, é apresentado o processo produtivo da empresa. Figura 13 – Processo produtivo na empresa, com base no Modelo de Transformação (input - transformação - output). Fonte: Serralheria Jaconi (2019). O processo produtivo da empresa ocorre por meio da transformação da matéria prima em produtos finais, sendo esse muitas vezes alumínio e ferro. Sendo realizado o processo de produção por meio de encomendas realizadas pelo setor comercial e devidamente repassadas ao setor produtivo da empresa.

Também é fator importante a busca constante de inovações tanto no processo produtivo como também nos produtos ofertados. Nesse ponto verifica-se que a empresa está em linha com as novidades do mercado e busca inovar, demonstrando atitudes empreendedoras. Outro fato de destaque sobre a atuação do proprietário é a prospecção de vendas, por meio de licitações e a partir de visita em obras e construções para apresentação do produto e busca conquistar mais clientes nas cidades ao redor. No que diz respeito aos controles financeiros e de credito, a empresa não possui um procedimento padrão formalizado para a concessão de crédito. Porém, para aprovação de novos clientes é feita consulta ao SPC e Serasa, e para todos os clientes é feito o cadastro completo no sistema integrado da empresa com dados pessoais e comerciais dos mesmos.

Como analise geral da situação da empresa pode-se dizer que devido ao fato de ser uma empresa familiar e ter iniciado suas atividades por necessidade do proprietário, a empresa não foi criada por motivações empreendedoras. No entanto, a partir de sua evolução, foi possível identificar algumas características empreendedoras, como a busca por melhorias que tornem a empresa mais competitiva usando de criatividade e inovação quando possível. Nos próximos tópicos serão analisadas as características comportamentais empreendedoras do quadro funcional da empresa. CCEs dos colaboradores da Serralheria Jaconi Primeiramente estão descritos os dados gerais dos respondentes, na Figura 14 e logo a seguir está a Tabela 1 com as respostas dadas ao questionário que consta no Anexo A. Figura 14 – Dados Gerais dos Respondentes Respondente José Estevão Carlos Sadi Cargo/função na empresa Ajudante Geral Soldador Tarefas Administrativas Proprietário Idade 34 anos 29 anos 25 anos 60 anos Fonte: dados da pesquisa.

Tabela 3 – Resultados das CCE de José após aplicar o fator de correção CCE Pontuação Original Fator de Correção Total Corrigido Busca de oportunidades e iniciativa 18 - = Persistência 20 - 3 = 17 Comprometimento 18 - = Exigência de qualidade e eficiência 14 - = Correr riscos calculados 18 - = Estabelecimento de metas 22 - 3 = 19 Busca de informações 20 - 3 = 17 Planejamento e monitoramento sistemáticos 18 - = Persuasão e rede de contatos 18 - = Independência e autoconfiança 19 - = Fonte: dados da pesquisa. Segundo as instruções do questionário, cada pessoa pode atingir no máximo 25 pontos em cada uma das características, sendo que caso apresente acima de 15 pontos essa pessoa tem características empreendedoras e caso apresente acima de 20 pontos possui características altamente empreendedoras (MCCLELLAND, 1972). Portanto, é apresentado na tabela a seguir as pontuações de todos os respondentes, com a pontuação de José corrigida e estão em destaque as pontuações acima de 15 ou de 20 pontos.

Tabela 4 – Resultados das CCE dos colaboradores e proprietário mais a média CCE José Estevão Carlos Sadi Média Busca de oportunidades e iniciativa 18 20 21 14 18,25 Persistência 17 18 19 20 18,5 Comprometimento 18 19 21 23 20,25 Exigência de qualidade e eficiência 14 16 19 20 17,25 Correr riscos calculados 18 13 20 19 17,5 Estabelecimento de metas 19 23 24 23 22,25 Busca de informações 17 23 25 25 22,5 Planejamento e monitoramento sistemáticos 18 19 20 19 19 Persuasão e rede de contatos 18 17 19 18 18 Independência e autoconfiança 19 19 20 21 19,75 Fator de correção 21 19 15 17 Fonte: dados da pesquisa. Segundo a média apresentada na Tabela acima, há um nível consideravelmente satisfatório de algumas das CCEs pelo quadro de pessoal da Serralheria Jaconi, pois na maior parte das CCEs a média das respostas foi superior a 15, que segundo McClelland (1972) significa que o indivíduo é considerado empreendedor. O funcionário Carlos (Administrativo), que também é filho do proprietário e autor deste trabalho, possui características empreendedoras em todas as CCEs e o destaque fica para a maior quantidade e CCEs altamente empreendedoras, que foram 7.

Apenas as CCEs persistência, exigência de qualidade e eficiência e de persuasão e rede de contatos não chegaram aos 20 pontos, mas estiveram próximas, pois todas atingiram 19 pontos. Com isso, pode-se dizer que Carlos possui perfil empreendedor e o por ser filho do proprietário é recomendado que faça uso desse potencial para auxiliar no crescimento da empresa, pois já que se trata de empresa familiar o negócio um dia poderá ser seu. CCEs do proprietário da Serralheria Jaconi Quanto ao proprietário da empresa, que é principal empreendedor do negócio, Sr. Sadi, o mesmo possui características empreendedoras em todas as CCEs com exceção de uma: busca de oportunidades e iniciativa. Também fez parte da pesquisa um estudo de caso numa pequena empresa denominada Serralheria Jaconi, uma pequena empresa familiar que possui um quadro de funcionários de quatro pessoas.

Foi buscado identificar se os funcionários e o proprietário da empresa possuem as CCEs e foi aplicado o questionário segundo McClelland (1972), bem como as análises do questionário foram também baseadas nesse autor. Com base nos resultados dos cálculos do questionário e análises dos dados foi possível identificar que todos os funcionários da Serralheria Jaconi possuem as características comportamentais empreendedoras, pois as pontuações médias de todos os conjuntos de CCE estiveram maiores do que 15. Isso confirma a existência de comportamentos empreendedores, segundo McClelland (1972), além do que em três das dez características medidas, os funcionários e proprietário tiveram pontuação maior do que 20 pontos, o que indica a ocorrência de características altamente empreendedoras.

As três características com maior pontuação foram: estabelecimento de metas, busca de informações e comprometimento, todas elas importantes para a sobrevivência e o crescimento da empresa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. Minha visão sobre empreendedorismo. Website. Disponível em: <https://fernandodolabela. wordpress. São Paulo: Pioneira, 1987. FILION, L. J. O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial: identifique uma visão e avalie o seu sistema de relações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. Revista de Administração de Empresas, v. n. p. jul. set. M. S. S. et al (coord. GEM – Global Entrepreneurship Monitor. ed. Educação Empreendedora: Conceitos, Modelos e Práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, São Paulo: Sebrae, 2010. Cap. p. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. LOPES, R. M. A.

Sociedade competitiva: realização e progresso social. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1972. PRODANOV, C. C. FREITAS, E. Acesso em: 30 nov. SEBRAE BAHIA. Seis dias para despertar em você o que vai aumentar suas chances de sucesso. Disponível em: <http://www. empretecsebrae. Lembre-se de que ninguém faz tudo corretamente, nem mesmo é desejável que se saiba fazer tudo. Selecione o número que corresponde à afirmação que o descreve: 1 2 3 4 5 Nunca Raras vezes Algumas vezes Usualmente Sempre • Anote o número selecionado linha à direita de cada afirmação. Eis aqui um exemplo: • Mantenho-me calmo em situações tensas ___2____. • A pessoa que respondeu neste exemplo selecionou o número “2” para indicar que a afirmação a descreve apenas em raras ocasiões. • Algumas afirmações podem ser similares, mas nenhuma é exatamente igual.

O fator de correção (o total da soma das respostas 11, 22, 33, 44 e 55) é utilizado para determinar se a pessoa tentou apresentar uma imagem altamente favorável de si mesma. Se o total dessa soma for maior que 20, então o total da pontuação das 10 CCEs deve ser corrigido para poder dar uma avaliação mais precisa da pontuação das CCEs do indivíduo. Empregue os seguintes números para fazer a correção da pontuação: Se o total do fator Faça a correção da de correção for: pontuação de cada CCE, de acordo com os números abaixo: Total do fator de Correção Fazer a correção da pontuação de cada CCE, de acordo com os números abaixo: 24 ou 25 7 22 ou 23 5 20 ou 21 3 19 ou menos 0 3.

No passo seguinte você poderá fazer as correções necessárias. esta etapa só será utilizada, se o fator de correção das somas e subtrações for acima de 20, caso contrário, pode ir direto para a análise) CCE Pontuação Original Menos Fator de Correção Igual Total Corrigido Busca de Oportunidades e Iniciativa - = Persistência - = Comprometimento - = Exigência de Qualidade e Eficiência - = Correr Riscos Calculados - = Estabelecimento de Metas - = Busca de Informações - = Planejamento e Monitoramento Sistemáticos - = Persuasão e Rede de Contatos - = Independência e Auto Confiança - = * Após a identificação que o fator de correção está maior do que 20, faz-se as correções, mas somente naquelas características que apresentarem pontuação maior que 20.

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