APRENDER FAZENDO: UNINDO TEORIA E PRÁTICA
XXXXXXX. Aprovado pelos membros da banca examinadora em ___/___/___. com menção ____ (________________). Banca Examinadora _________________________________ _________________________________ Rio de Janeiro 2017 resumo A qualidade do ensino brasileiro é fator discutível entre diversos educadores, sociedade e autoridades do assunto. Um dos fatores que influencia nos baixos índices de qualidade do ensino é a formação docente. This is because the way to learn is to experience theory in practice, to live everyday situations in an educational context, to simulate and exchange experiences in order to make teacher education more consistent and closer to student reality. Key-words: teacher training, learning by doing, pedagogy, theory and practice. Sumário INTRODUÇÃO 6 CAPÍTULO 1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS 11 CAPÍTULO 2 MÉTODO LEARNING BY DOING 16 2. JOHN DEWEY 16 2. O MÉTODO APRENDER FAZENDO 17 2. A educação já serviu aos interesses de governantes e elites, a políticas públicas e intervenção militar.
Sua trajetória histórica requer um intenso esforço de contextualização e reflexão e, através desse entendimento, é possível compreender melhor a atualidade, considerando que traços presentes nas práticas educacionais de hoje herdaram traços de modelos educacionais do passado. Dessa forma, a necessidade de soluções criativas e inovadoras reforça a imprescindibilidade de uma reflexão sobre o futuro da educação e da atividade docente. Novas práticas têm sido utilizadas nesse sentido para elevar a qualidade de ensino e possibilitar o acesso de todos ao conhecimento. No ensino superior, a crescente expansão das universidades particulares tem colocado em destaque a questão da qualidade, levantando reflexões para o ensino voltado para o estudo acadêmico, para o trabalho ou para a pesquisa.
Para responder essa questão foi considerada a posição de diversos teóricos que abordam o assunto. Uma das hipóteses que embasam o trabalho é de que o conhecimento teórico, quando estudado isoladamente, muitas vezes pode ser mais difícil de ser aplicado a uma realidade, isto porque não foi vinculado, devidamente, a um problema específico. Assim, aprender fazendo pode ser uma forma de melhorar a formação do futuro docente porque prepara os futuros profissionais para atuarem propondo soluções de aprendizagem para problemas reais. Dessa maneira, os futuros professores aprendem melhor quando podem realizar tarefas associadas aos conteúdos ensinados, quando experimentam as ideias aprendidas percebendo que não há separação entre a vida e a educação, ou seja, que a educação deve caminhar junto da sociedade.
Essa junção da teoria e prática pode tornar o processo de formação docente mais rico, pois o futuro profissional pode aprender experimentando aquilo que está sendo aprendido. A presente pesquisa apresentou um estudo breve sobre a formação de professores, ressaltando o método do aprender fazendo como uma forma de tornar a formação do futuro docente mais consistente, por favorecer o alinhamento entre teoria e prática. Para o desenvolvimento deste estudo foi adotado o método descritivo, com abordagem qualitativa, sendo o procedimento adotado o de pesquisa bibliográfica, pois possibilita a fundamentação teórica através do levantamento, da seleção e da documentação de fontes já publicadas sobre o assunto em pauta, tais como livros e artigos científicos. Os critérios de inclusão dos estudos para o levantamento bibliográfico foram textos completos, na língua portuguesa, pertinentes ao desenvolvimento do trabalho.
Os critérios de exclusão foram estudos que não atendam os objetivos do estudo. Para a compreensão das ideias desenvolvidas, foi estruturado o trabalho em alguns temas, distribuídos através de três capítulos: formação de professores no Brasil, desafios e perspectivas; método learning by doing; e a importância do método na formação de professores. No contexto brasileiro, a educação começou a ganhar mais importância recentemente. Apenas após a constituição de 1988, com o fortalecimento da democracia, a educação se tornou um direito dos cidadãos brasileiros. Antes disso, na década de trinta, por exemplo, a educação vivenciava uma dupla realidade: de um lado havia a pressão social pela educação, pelos cursos de qualificação para o trabalho, e de outro lado havia o controle das elites para continuar os estudos em nível superior, com os cursos que tinham uma tendência mais humanista.
Na formação de professores essa dualidade também existia. Conforme Tanuri (2000) essa dualidade consistia na existência de um curso complementar, que era como um curso primário superior, introdutório à escola normal que possuía duração e conteúdo anteriores ao curso secundário, e o curso secundário, que tinha caráter elitizante e se destinava ao ensino superior. Após 1988, várias propostas e reformas de melhorias na educação foram colocadas em práticas e os avanços educacionais no Brasil foram mais evidentes. Entre os anos de 1992 e 1995 foram criados os Institutos superiores de formação de professores, com um papel mais específico, diferente do modelo voltado unicamente à pesquisa ou para as especialidades, como praticavam as grandes universidades. Abrucio (2016) nos explica que em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fortaleceu o papel dos cursos de pedagogia e licenciaturas no país, uma vez que apostaram que o aumento do grau de escolaridade traria mais qualidade ao corpo docente da educação básica.
De lá para cá houve uma grande expansão da oferta dos cursos de formação de professores e, atualmente, quase 80% dos alunos do curso de pedagogia são oriundos da rede privada de ensino. Essa situação foi impulsionada por algumas políticas públicas como, por exemplo, o Programa Universidade para Todos (PROUNI) e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Para se elevar o padrão da educação brasileira, é necessário buscar não apenas o desenvolvimento e aprimoramento de competências do professor, mas também uma mudança significativa na formação e na identidade do docente. Nesse sentido, no tocante à qualidade do processo de ensino no país, um dos pontos nevrálgicos tem a ver com o capital humano e se traduz na criação de uma sólida carreira de magistério, com professores bem formados e profissionalizados.
Para atingir esse objetivo, uma das peças centrais é a formação e o aperfeiçoamento dos docentes, seja dos que vão entrar na carreira, seja dos que nela estão (ABRUCIO, 2016, p. Essa questão da qualidade da educação, entretanto, deve ser analisada considerando todos os intervenientes e todo o contexto da educação no país e a complexidade de saberes envolvidos. Nesse sentido, o ensino pode ser considerado como “uma mistura complexa de conhecimento do conteúdo específico, de conteúdo pedagógico e habilidades para ensinar alunos diversos, assim como o conhecimento e a compreensão do contexto no qual o ensino ocorre” (TATTO, 1993, apud TANCREDI, 2006, p. Além disso, ainda vivemos o desafio de preparar os novos profissionais para lidar com as novas tecnologias Estes para lidar com equipamentos que possam mediar uma aprendizagem diferenciada aos alunos ao mesmo tempo em que esteja alinhada à realidade desses alunos.
Assim, a formação de novos professores se constitui como um elemento chave para o atingimento dos objetivos visados pela educação, uma vez que é o docente que, durante sua prática, operacionaliza as grandes linhas propostas pelas reformas educacionais. CAPÍTULO 2 MÉTODO LEARNING BY DOING Por trás do trabalho desenvolvido por cada educador, em qualquer parte do mundo, estão encravados séculos de reflexões sobre a arte de educar. Na atualidade, depois de passado o apogeu da pedagogia tradicional, diversas novas abordagens têm sido colocadas em prática e mobilizado diversos outros educadores para novas maneiras de se trabalhar a pedagogia. A partir do século XVI a história da educação se remodelou a fim de possibilitar estruturas mais modernas. Realizou doutorado em filosofia na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.
Tornou-se professor da Universidade de Michigan, onde permaneceu por dez anos, e escreveu sobre filosofia, educação, arte, religião, moral, política e psicologia. Nesse período produziu suas primeiras obras intituladas como Psychology (1887) e Novos ensaios de Leibniz acerca da compreensão humana (1888). Foi trabalhar como professor da Universidade de Chicago, recém-inaugurada, onde começou a adotar uma postura mais prática e empírica. Ferrari (2008) nos conta que o interesse de Dewey pela pedagogia surgiu da observação de que a escola de sua época continuava orientada por valores tradicionais, e não havia incorporado as descobertas da psicologia, nem acompanhara os avanços políticos e sociais da época. Dewey formulou ideias pedagógicas que afirmavam que o processo de ensino-aprendizagem deveria acontecer através da ação e não apenas pela instrução, ou seja, a educação deveria ser remodelada para as experiências produtivas de cada pessoa.
Considerava como ideia funcional da filosofia da educação os processos que relacionavam nossas vivências reais com o ensino. Seu grande mérito foi chamar a atenção para a capacidade de pensar e questionar dos alunos. Ele acreditava que o sucesso do processo educativo estava atrelado a comunicação de um grupo de pessoas que, juntas, trocavam ideias, sentimentos e experiências sobre as situações vivenciadas no dia-a-dia. Para Dewey, o papel da escola era reproduzir a sociedade como se fosse uma miniatura, ou seja, apresentar aos alunos um mundo mais simplificado e organizado e oferecer a oportunidade de compreensão desse ambiente, preparando os alunos para enfrentar melhor as situações do dia-a-dia. Esta experiência não seria adquirida exclusivamente pela atividade espontânea do aluno, mas através da estimulação e da orientação do professor.
Dewey criticava a forma de ser da escola tradicional, pois considerava sua prática instauradora de comportamentos de submissão e obediência nos alunos, ao invés de cooperação e desenvolvimento do pensamento crítico. Ao contrário, Dewey propôs um espaço em que imperasse a iniciativa dos alunos, originalidade e cooperação, tudo para favorecer o desenvolvimento das potencialidades criativas das pessoas, objetivando o aperfeiçoamento social. Os alunos eram incentivados a criar, construir e aprender fazendo e desenvolvendo coisas práticas do dia-a-dia. A Escola Nova Essa concepção de um modelo mais democrático de ensino fez parte do movimento da Escola Nova. Como já tratado anteriormente, um professor com uma formação insuficiente pode proporcionar uma educação de baixa qualidade para os alunos, o que impactará a eles no futuro.
Os índices que mensuram a qualidade no país não são bons e muitos fatores estão envolvidos, mas é indiscutível que o profissional docente tem papel importante na inversão desses resultados. Quando falamos do professor é importante discutir a formação que esse profissional recebeu, qual a base, qual foi o método, que experiências esse profissional teve que o capacite a projetar no ensino a qualidade que recebeu, como foi o estágio supervisionado. Nesse sentido, aplicar a teoria em sala de aula é algo que deve ser muito bem trabalhado durante a formação, tanto na questão da didática quanto no relacionamento com os alunos, estabelecimento de vínculos com a sociedade e conhecimento da realidade à qual esses alunos estão inseridos. Nesse sentido, muito se fala sobre aprender fazendo, para que a teoria seja colocada em prática.
Nesse sentido, a prática durante a formação do futuro docente pode proporcionar uma oportunidade de prever esquemas de relações entre uma ação educativa e os objetivos pretendidos, por exemplo. São situações que vão além dos referenciais teóricos e técnicos estudados, mas que precisam ser exercitados. Gauthier et al (1998) nos fala que em grande parte das vezes, essas situações exigem uma atuação do professor em relação à prática educativa e em relação as crenças, habilidades, ideias e valores de forma diferenciada. Isso tudo depende da formação do docente, que está baseada em diversos saberes, como uma “excelente maneira de melhorar a formação dos professores, o que, na opinião de muitos, não deixará, no final das contas, de exercer uma influência positiva no encaminhamento do ensino” (GAUTHIER et al, 1998, p.
Tardif (1991) nos fala que a docência é uma profissão que se constrói cotidianamente e os saberes – da formação, do currículo, da disciplina de ensino, da experiência – são mobilizados e construídos através da ação. Nesse sentido, a experiência pela experiência torna-se irrelevante, pois mais relevante é o aprendizado que essa experiência consegue gerar. Nas palavras de Dewey, não é suficiente insistir na necessidade da experiência, nem mesmo da atividade na experiência. Tudo depende da qualidade da experiência que se tenha (DEWEY, 1938, p. Assim, o aprender fazendo, com qualidade e orientação, pode estar totalmente contemplado no estágio dos cursos de formações ou, sem se restringir a ele, se estender para experiências complementares e outras atividades que sejam agregadoras.
Os estágios supervisionados já fazem parte dos cursos de formação e é exigência do Ministério da Educação e Cultura que seja cumprido em determinada quantidade de horas para a formação do professor. o pensamento prático do professor não pode ser ensinado, mas pode ser aprendido. Aprende-se fazendo e aprende-se refletindo na ação e sobre a ação. Através das experiências é possível apoiar e desenvolver o pensamento prático, graças a uma reflexão conjunta, e também recíproca, entre o professor em formação e o professor titular. Por tudo relatado, o método do aprender fazendo é mais que um diferencial na formação do professor. O método de Dewey, de experimentar situações do mundo real, tão difundido no contexto brasileiro por Anísio Teixeira, entre outros educadores apoiadores do movimento da Escola nova, pode trazer ao professor, além de maior bagagem, mais segurança também.
Há de se contestar também, a formação deficiente que futuros docentes recebem em cidades interioranas em alguns estados das regiões norte e nordeste, que apresentam índices mais baixos de qualidade. Porém, o que todos pensadores concordam é que uma boa formação é imprescindível para uma boa prática e que, uma prática atrelada ao saber, pode oferecer maior qualidade no dia-a-dia. A etapa de formação do futuro docente é de fundamental importância para a construção de um profissional com conhecimentos consistentes e profícuos. Nesse sentido, Marcelo (2009) nos fala que o desafio, portanto, é transformar a profissão docente em uma profissão do conhecimento, em uma profissão que seja capaz de aproveitar as oportunidades de nossa sociedade para conseguir que respeite um dos direitos fundamentais que é o direito de aprender de todos.
Essa transformação só se dará com cursos de formação que ofereçam a oportunidades de se vivenciar a prática, que ofereçam oportunidades de se experimentar o dia-a-dia da profissão. REFERÊNCIAS ABRUCIO, F. L. Formação de professores no Brasil. São Paulo: Moderna, 2016. DEWEY, J. Nova Escola, São Paulo, outubro de 2008. Disponível em: <https://novaescola. org. br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco>. Acesso em 09 ago. Acesso em 10 ago. GAUTHIER, C. Por uma Teoria da Pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. Ijuí: Edunijuí, 1998. GÓMEZ, A. A identidade docente: constantes e desafios. Revista brasileira de pesquisa sobre formação de professores, São Paulo, vol. n. ago-dez 2009. Disponível em: <http://formacaodocente. In: ALVES, L. R. G. NOVA, C. C. MIZUKAMI, M. G. N. Programas de mentoria para professores das séries iniciais: implementando e avaliando um contínuo de aprendizagem docente.
São Paulo: PPGE/UFSCar, 2005. Saberes Docentes e Formação Profissional. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002 TARDIF, M. LESSARD, C. LAHAYE, L. Teixeira. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Material Escolar, 1978.
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