A SUPERVISÃO ESCOLAR E SUA IMPORTÂNCIA NA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Pedagogia
Belo Horizonte: Faculdade Batista/IPEMIG, 2020. Especialização em Gestão Escolar Integradora (Administração, Inspeção, Orientação, Coordenação e Supervisão). RESUMO O presente trabalho apresenta um breve histórico sobre a profissão do supervisor pedagógico, as tarefas que lhe são atribuídas e a evolução de suas atividades, chegando ao cenário dos dias atuais, tem como objetivo, compreender os principais aspectos da função do Supervisor Escolar, destacando sua importância e contribuição, bem como analisar a importância da função do supervisor pedagógico e seu papel na gestão democrática. Este estudo utilizou-se de embasamento bibliográfico focado no tema, com destaque na análise das obras dos autores: Aguiar, Bordignon, Bordenave e Saviani, sobre gestão educacional e compreender a importância da comunidade escolar na realização da democracia dentro do espaço escolar.
Assim, a autonomia da escola não significa independência, mas sim interdependência. O supervisor tem um papel de extrema relevância na escola, visto que é articulador, coordenador e estimulador de ações, ou seja, é um dos principais responsáveis pelo espaço coletivo de discussão que se forma dentro do meio escolar. A metodologia de pesquisa utilizada foi a bibliográfica, analisando as obras dos autores: AGUIAR, em seu livro Gestão da Educação, BORDIGNON, da sua obra Gestão da educação. BORDENAVE, no seu livro: O que é participação. E a obra Escola e democracia de SAVIANI. A pesquisa exploratória foi utilizada para realizar um estudo no qual esta visa compreender como se dá a o trabalho do Supervisor Escolar dentro de uma gestão democrática, e o papel delas em relação ao processo de ensino e aprendizagem, de modo que o artigo de conclusão do curso de pós graduação em Gestão Escolar Integradora, da Faculdade Batista – IPEMIG, possa ser concebido com uma maior compreensão,entendimento e precisão sobre o tema a ser investigado.
PADILHA explica que “Etimologicamente, a palavra supervisão é composta pelo prefixo super (ação) e pelo substantivo visão (ação de ver), significando “olhar de cima” com o sentido de controlar a ação do outro”. Este autor ainda nos orienta sobre a atividade de Gestão Escolar: A atividade de Supervisor Escolar, Orientador Educacional, Administrador Escolar e Inspetor Escolar são habilitações do Curso de Pedagogia, que surgiu da preocupação com o preparo dos professores para a escola secundária (atual Ensino Médio). Estas habilitações surgiram em 1969 com a reorganização do Curso de Pedagogia que passava a ter então, a principal função de formar Especialistas em Educação, mas também com possibilidade de docência nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
PADILHA apud Lei 5. Alguns fatos marcaram a concretização da Supervisão Educacional: • A admissão de professores leigos para as aulas régias, introduzidas pelas Reformas Pombalinas; • A figura do Diretor Geral, atendendo interesses político-administrativos (inspeção e direção); • Os aspectos de direção, fiscalização, coordenação e orientação do ensino, responsáveis pelo surgimento da figura do Diretor de Estudos; • A instituição das Escolas de Primeiras Letras, baseadas no “Ensino Mútuo”, método que concentra no professor as funções de docência e supervisão (primeira Lei para a instrução pública, de 15. Com isso, o supervisor ganha identidade própria, que o distinguia das demais atividades profissionais, devido à “dimensão política” de suas atividades. SAVIANI, p. A partir da constatação da dimensão política que abarca a função do supervisor, surge o movimento de reformulação dos cursos de Pedagogia no final dos anos 70, uma vez que as habilitações técnicas passam a ser entendidas como mera divisão de tarefas.
É nesse contexto, “nos séculos XVI e XVII que surge a ideia de supervisão educacional, vinculada às propostas religiosas e nos séculos XVIII e XIX às propostas de organização de sistemas estatais e nacionais, até as amplas redes escolares instituídas no século”. SAVIANI in FERREIRA, 2010, p. Trata-se de um compromisso político que induz a competência profissional e acaba por refletir na ação do educador, em sala de aula, as mudanças almejadas. Todavia, a tarefa do supervisor é muito difícil de ser realizada, exige participação para a integração em sua complexidade. PASSERINO, p. Quanto à função do Supervisor escolar, descreve GANDIN (1983), esta ação não é fácil, por que: • Exige compromisso pessoal de todos; • Exige abertura de espaços para a participação; • Há necessidade de crer, de ter fé nas pessoas e nas suas capacidades; • Requer globalidade (não é participação em alguns momentos isolados, mas é constante); • Distribuição de autoridade; • Igualdade de oportunidades em tomada de decisões; • Democratização do saber.
No entanto, diante do exposto nessa descrição de GANDIN, percebe-se a escola, é parte integrante da totalidade social, não é um produto acabado. RANGEL, P. Para RANGEL, se tem um grande problema da educação brasileira, que é o distanciamento entre teoria e prática. Enquanto os costumes insistirem em arquivar as teorias revolucionárias e fazer prevalecer as práticas defasadas, continuaremos rumando ao insucesso. O supervisor vem para isso, mudar a prática pedagógica, auxiliar os professores, e ser o suporte destes para uma nova didática que transcenda a teoria. O papel de liderança que o profissional da supervisão assume, deve ser compreendido como sendo a capacidade de ouvir e ser ouvido, de conduzir os trabalhos de acordo com o diálogo, com as competências necessárias.
No entanto, cabe apresentar algumas recomendações no sentido de ajudar o supervisor a desempenhar suas funções, dentro da escola de acordo com a LEI 4. I – Participar, junto com a comunidade escolar, do processo de elaboração e atualização do Regimento Escolar e utilização deste como instrumento de suporte pedagógico; II - Coordenar, junto com os professores, o processo de sistematização e divulgação das informações sobre o educando, para conhecimento dos pais,criando processos de integração com a escola; III – Mobilizar os professores da unidade escolar para qualificação do processo ensino-aprendizagem, através da composição, caracterização e acompanhamento das turmas e horário escolar; IV – Supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos legalmente; V - Assessorar os sistemas educacionais e instituições públicas e privadas nos aspectos concernentes à ação pedagógica; VI – Propiciar condições para a formação permanente dos educadores em serviço; VII – Orientar e acompanhar os professores no planejamento e desenvolvimento dos conteúdos, bem como sugerir novas metodologias que os avaliem na prática pedagógica e aperfeiçoem seus métodos didáticos; VIII – Planejar e coordenar atividades de atualização no campo educacional; IV – Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando; X - Acompanhar o desenvolvimento da proposta pedagógica da escola e o trabalho do professor junto ao aluno auxiliando em situações adversas.
XI- Participar da análise qualitativa e quantitativa do rendimento escolar, junto aos professores e demais especialistas, visando reduzir os índices de evasão e repetência, e qualificar o processo ensino-aprendizagem; XII – Valorizar a iniciativa pessoal e dos projetos individuais da comunidade escolar;( LEI 4. A citação acima nos diz um pouco sobre a lei da profissão do supervisor escolar, a presente lei está disponibilizada em link, nas referências para que o profissional interessado, possa ler na íntegra. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA A gestão democrática está baseada na coordenação de atitudes e ações que propõem a participação social, ou seja, a comunidade escolar (professores, alunos, pais, direção, equipe pedagógica e demais funcionários) é considerada sujeito ativo em todo o processo da gestão, participando de todas as decisões da escola.
Numa visão transformadora ela tem papel essencialmente crítico e criativo (GADOTTI, 2007. p. Para GADOTTI, as instituições educacionais são conduzidas e organizadas, através da gestão escolar em seus fatores econômicos, políticos, estruturais, pedagógicos, sociais, dentre outros. É nas ações da gestão que a escola desenvolve os processos educativos. O autor afirma que a democratização da escola tem sido um assunto muito discutido no meio educacional. SAVIANI, p. SAVIANE ressalta que além de gerir a instituição de ensino o gestor e o supervisor escolar, devem possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional.
ANÁLISE DAS OBRAS DOS AUTORES: AGUIAR, BORDIGNON, BORDENAVE E SAVIANI Na obra de Gestão da Educação de BORDIGNON, ele retrata sobre o novo paradigma de gestão, que precisa resgatar o papel e o lugar da escola como centro e eixo do processo educativo autônomo. O conceito fundamental da cidadania é o exercício da autonomia, a construção da emancipação, a escola, mera reprodutora de ordens e decisões não cumprirá sua finalidade, que é a de construir sujeitos autônomos e participativos. Essa autonomia só acontecerá de fato quando construído no seu projeto de gestão, um lugar aberto ao diálogo, que é a estratégia fundamental para o compromisso com sua realização. Em seguida uma sugestão de leitura para os gestores e supervisores escolares, um dos livros do qual foi pesquisado e analisado para a elaboração desse artigo.
Figura 1: Livro de Genuíno Bordignon Fonte: http://www. acervo. paulofreire. org:8080/jspui/bitstream/7891/3082/1/FPF_PTPF_12_079. Esse perfil de escola, a burocrática se reproduz e produz súditos, não forma cidadãos. Este livro trata entre outros assuntos sobre o projeto político-pedagógico da escola que tem suas bases de sustentação num projeto social mais amplo cujo ponto central é sempre o respeito à dignidade do ser humano. Para a autora o conselho escolar busca formas de incentivar a participação de todos os segmentos envolvidos no processo educativo, de modo a assegurar a sua adesão e comprometimento com os ideais de renovação democrática dos espaços e das práticas escolares. Para Aguiar (2004): Todo cidadão tem direito ao acesso, à permanência e de ser bem-sucedido na educação escolar básica.
A responsabilidade de assegurar este direito é, sobretudo, do Estado. Mas ainda hoje existem regimes totalitários que negam ao povo o direito de participar. Nesse sentido a autora nos diz que: “a sociedade quer a democracia de forma mais atuante. Sendo assim a participação é a melhor forma de mudar a utopia democrática, para uma questão mais abrangente e realista”. Aguiar,2004). No entanto, a participação efetiva ainda tem um longo percurso a percorrer. slideshare. net/paulinhanaranjo/escola-e-democracia-ermeval-saviani O livro está organizado em seis capítulos que discorrem acerca da fundamentação da pedagogia histórico crítica, tendência gestada na década de 1980, como possível caminho para superação das tendências não críticas e crítico reprodutivistas da educação fundamentada na história.
Com relação ao fundamento teórico é indiscutível a contribuição de Marx, por se tratar de uma “dialética histórica expressa no materialismo histórico” (SAVIANI, 2011, p. Outros autores também influenciaram esta pedagogia como Sánchez Vásquez a partir do qual foi elaborado o conceito de práxis, sendo esta “uma prática fundamentada teoricamente” (SAVIANI, 2011, p. A pedagogia histórico crítica considera a educação como “o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (SAVIANI, 2011, p. Assim, a gestão da educação trabalha com atores sociais e suas relações com o ambiente, enquanto sujeitos da construção da história humana, gerando participação, co-responsabilidade e compromisso.
REFERÊNCIAS AGUIAR, M. A. da S. Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 1993. BORDENAVE, J. D. O que é participação. Ed. FIGURA 2. Disponível<<https://www. amazon. com. br/>> Acesso em: 8 de set. São Paulo: Publisher, 2007. Disponível em: http://www. paulofreire. org, acesso em 09 de setembro de 2020. LEI 4. Maria Isabel Moura. O império e as primeiras tentativas de organização da educação nacional. Disponível >> http://www. histedbr. fe. Acesso em 07 de setembro de 2020. PASSERINO, L. R. l. M. C. G. HAERTER, L. Reflexão acerca do projeto de ensino interdisciplinar "resgatando histórias de vida" do CEFET-RS. Uma tentativa de articulação entre trajetórias de vida de construção do conhecimento. A supervisão educacional em perspectiva histórica: da função à profissão pela mediação da ideia.
In: FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org). Supervisão educacional para uma escola de qualidade. ª ed. São Paulo: Cortez, 2010. Disponível << https://pdfs. Semanticscholar. org/249f/b63ee567615dd69fdde272fff9a4cc70097. pdf. Acessado em 30 de agosto de 2020.
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