O Estado da Arte da Pesquisa em Egressos na Educação Superior: Levantamento e análise de dissertações e teses que relacionam a Educação Superior e as perspectivas de seus egressos

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

O achado sugere que essa investigação educacional esta longe de ser encerrada, apesar dos intensos esforços de muitos autores e instituições em debatê-las. Ascenção profissional" tem sido o assunto mais abordado dentro dessa temática, seguido por "realização pessoal". É preciso compreender as perspectivas dos indivíduos diretamente envolvidos nessa investigação, os egressos, como promotores da transformação no contexto social através do seu reconhecimento como profissional e agentes responsáveis por uma geração mais qualificada e apta a lidar com a evolução contínua. Palavras chave: Educação Superior, Revisão de literatura, Egressos. ABSTRACT This work investigates the scientific productions in Brazil about the perspectives of the graduates in higher education, as well as the policies of incentives to this insertion.

BRASIL, 1996). Pensando o egresso enquanto pessoa concluinte da educação superior, optou-se pela análise dos trabalhos de Bonfim (2007), Piacitelli (2008), Julio (2011), Santos (2013), Pereira (2013), Sousa (2013), Mello (2013), Willeman (2013), Moraes (2016), Dentz (2016), Lima (2016) e Henriques (2016). Tal recorte, entre tantas publicações, justifica-se pela sua baixa relevância nas produções encontradas do banco de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL Faz-se necessário, para compreensão da pesquisa, o entendimento sobre a Educação Superior no Brasil e seu processo evolutivo; essa trajetória segue os mesmos moldes da história da educação brasileira, para uma melhor compreensão dos fatos ocorridos, nessa modalidade em questão, preparou-se um estudo cronológico com o que há de mais importante a ser evidenciado, como poderão conferir na tabela 01: Tabela 1: Cronologia do ensino superior no Brasil Ano – Período Fato Histórico Características 1808 Chegada da Corte Portuguesa Começo da estruturação do núcleo de ensino superior no Brasil.

a 1934 Primeiras escolas superiores criadas no país. Século XIX O modelo de ensino empregado desde 1808 se manteve quase inalterado, até que algumas modificações passaram a dar ênfase maior à formação tecnológica, no fim do referido século. Ano da Proclamação da República e da nova Carta Constitucional. Período de mudanças no formato do sistema de ensino superior no Brasil. Fim da República Velha com o regime revolucionário de Getúlio Vargas, que dura até 1945. Período de mudanças no formato do sistema de ensino superior no Brasil. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES 2012 Sistema de Cotas Sancionada a lei n. que obrigava as instituições federais a, gradualmente, no prazo de quatro anos, garantir 50% das matrículas a estudantes oriundos do ensino médio público, mesclando também critérios de renda e raciais.

Fonte: Sampaio (1991) Na tabela 2 acompanhamos o crescimento das universidades brasileiras: Tabela 2: Crescimento das universidades brasileiras. Ano Universidades Cursos Matriculas 1900 24 --- --- 1910 61 --- --- 1931 181 --- 33. Fonte: Dados extraídos de (INEP, 1999; Levy, 1990; Teixeira, 1969; Sampaio, 1990) De acordo com todos os levantamentos analisados nas tabelas 01 e 02 nota-se que houve uma significativa evolução de 24 Unidades de ensino superior no ano de 1900 para 2. Dentre os temas mais recorrentes destacam-se os seguintes: transição universidade-mercado de trabalho; percepção de sucesso na carreira; vida profissional; vida pessoal; vida acadêmica; política de egressos, percepção de egressos; política de monitoramento de egressos; contribuições da formação para carreira; trajetória formativa; trajetória profissional; formação continuada; formação docente; produção de sentido para carreira; constituição dos hábitos docente; inserção profissional; mercado de trabalho; mobilidade social; avaliação da aprendizagem; experiências formativas; avaliação da eficácia da formação discente; políticas de acompanhamento de egressos; avaliação institucional; avaliação da formação; identidades profissionais; processos formativos; gestão do relacionamento com egressos; avaliaçao de programas de pos-graduaçao; campo de atuação; influencias da graduação e pós-graduação para carreira; construção da carreira de egressos; relação educação e trabalho; dentre outras.

RESULTADOS Nas tabelas 3 e 4 observar-se-á o panorama geral, e o quantitativo de trabalhos, sobre o estudo dos egressos na educação superior no Brasil. Tabela 3: Panorama geral de Teses e Dissertações do banco de dados da CAPES - (2014 - 2018) ESTUDO SOBRE EGRESSOS Ano Teses AE* OA* Dissertações AE* OA* Total 2014 63 16 47 196 44 152 259 2015 69 21 48 180 35 145 249 2016 91 26 65 216 42 174 307 2017 98 29 69 250 41 209 348 2018 67 21 46 166 31 135 233 Total 388 113 275 1. AE*: Produções na Área em Educação OA*: Produções em Outras Áreas Fonte: Dados da pesquisa Tabela 04 - Quantitativa de Teses e Dissertações da BDTD - (2014 - 2018) EGRESSOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR Ano Teses Dissertações Total 2014 15 67 82 2015 8 60 68 2016 19 60 79 2017 9 50 59 2018 5 22 27 Total 56 259 315 Fonte: Dados da pesquisa As tabela 3 e 4 mostram a quantidade de publicações sobre os estudos de egressos na ES em um período de 5 anos, apontando o quão relevante este terma tem se tornado no contexto da pesquisa científica, e as inúmeras contribuições que tem apontado em busca da melhoria do sistema educacional.

Observa-se que no ano de 2014 essas publicações identificadas na CAPES e da BDTD eram de 78 teses e 263 dissertações, sendo 142 na área de educação e outras 199 em outras áreas, demostrando o quão o assunto desperta o interesse de várias pesquisas além da educacional; já no ano seguinte, 2015, o total dessas publicações passou para 317, com 125 na educação e 193 em outras áreas, com números significativos ano após ano, demostrando ao final de 2018 um quantitativo, nesses 5 anos de pesquisa, de 481 publicações sobre o tema em outras áreas e 1. Moura (2014) procurou os fatores de caráter pessoal, da formação acadêmica e de caráter ocupacional, que influenciam na probabilidade de obtenção da ocupação na área do curso de graduação ou do aumento da renda dos egressos dos cursos, também fez seus estudos na Universidade Federal do Ceará; observou-se que a maioria dos graduados consegue aumentar sua renda após a finalização do curso, em análise, observou-se que após a conclusão da graduação se obteve um aumento na renda e que existem variáveis que influenciam na conquista dos egressos em obter um trabalho na sua área de formação, são elas: etnia, experiência profissional anterior e outro(s) curso(s) superior (es), também observou-se que o IRA-Geral dos graduados da UFC representa um fator determinante na obtenção do aumento da renda dos mesmos.

O estudo de Mota (2014) aponta a eficácia na formação dos graduandos e o atendimento aos mesmos, pelas Instituições Ensino Superior (IE´s), em relação Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) que foi instituído em 2004 e avalia as de IES’s em suas várias dimensões. Com os dados obtidos foi possível avaliar o nível de satisfação dos egressos com a formação, as condições estruturais e de aprendizagem, as expectativas para o futuro profissional e a concretização dessas expectativas, constatando que a opinião do egresso pode ser utilizada como mais uma fonte de informação para o planejamento das ações da instituição, contribuindo para que políticas e estratégias baseadas na percepção do egresso sejam adotadas para proporcionar a melhoria da qualidade educacional.

Já Queiroz (2014) salienta a manutenção do relacionamento com o aluno após a conclusão do curso, reafirmando que essa conexão é fundamental para a consolidação e perpetuação das IES, sendo a informação o amálgama dessa relação, uma vez que é por meio dela que o contato será mantido com os egressos, facilitando a continuidade dessa relação; avaliando a UFMG, em sua pesquisa, utilizou a análise fatorial exploratória para observar que existe uma grande propensão do egresso se manter vinculado à Universidade, em especial, por meio do recebimento de informações, via e-mail, que privilegiem a continuidade dos seus estudos, como cursos de pós-graduação e de extensão. Nas últimas décadas, de acordo com Medeiros (2014), houve diversas iniciativas de políticas públicas que incluíram novos parâmetros orientadores das relações entre o Estado e as sociedades indígenas.

A aprovação da Lei n. em 29 de agosto de 2012, também conhecida como Lei de Cotas, cria uma política de reserva de vagas para alunos de escola pública, indivíduos pretos, pardos e indígenas que abriga todo o ensino superior e médio no âmbito federal. No contexto brasileiro e de educação superior, as Ações Afirmativas surgem como instrumento onde seu objetivo permeia em minimizar as desigualdades presentes na sociedade oportunizando o acesso dos grupos vulneráveis ao ensino público e gratuito de qualidade. Maia (2017) investigou a existência de diferenças na probabilidade de egressos no mercado de trabalho formal que são beneficiados pelo sistema de cotas, percebendo que não existe diferença estatística significativa entre os grupos, cotista e não cotistas.

É notável a importância das politicas públicas aos discentes da ES, a fim de torna-los egressos, e muitos estudos têm sido apresentados de maneira a comprovar essa afirmação. Assim, realizar a gestão do relacionamento com os egressos, mantendo-os conectados à instituição, é essencial à gestão da pós-graduação. Constatando-se que entre as práticas de gestão do relacionamento, com egressos, informadas por Programas de Pós-Graduação de instituições brasileiras é um dos pilares para a continuidade da instituição, reafirmando os métodos de conscientização, sensibilização do discente, acompanhamento de egressos, comunicação, manutenção do vínculo e monitoramento dos resultados. Com os estudos de Dias (2016) no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP), constatou-se o crescimento de investimentos públicos em educação profissional, com a expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, fazendo-se necessário identificar se a proposta dessa política pública está de fato gerando oportunidades ao público que se destina; uma forma de se monitorar tais efeitos é o acompanhamento de egresso, pois o ex-aluno é uma importante fonte de informação à gestão e avaliação de uma instituição de ensino.

Porém, observou-se nos Institutos Federais uma falta desse acompanhamento – constatado em relatório emitido pelo Tribunal de Contas da União (2012), uma carência de estudos acerca do tema egressos no Brasil. Tal fato demonstra a fragilidade das IES ao não gerenciarem e adequarem seu planejamento institucional evidenciando a necessidade de implantação de um Plano de Ação Educacional (PAE) que possibilite um redesenho e implementação da política de monitoramento de egressos nas IES. Nessa perspectiva o autor demostrou como a atual proposta pedagógica do curso de Pedagogia da UEFS estava contribuindo para a formação de professores alfabetizadores; e como os professores que são formados no referido curso se sentem com relação à tarefa de ensinar a ler e escrever. A proposição do Curso de Pedagogia, segundo a Resolução CNE/CP 01/2006, define a docência como base para a formação do pedagogo, devendo este atuar, prioritariamente, na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, quando os processos de aquisição da leitura e da escrita devem ser consolidados.

Foram evidenciadas as perspectivas de professores egressos sobre a importância do curso de Pedagogia desta referida instituição, na sua própria formação como professores alfabetizadores. Analisando que o curso de Pedagogia da UEFS a partir de documentos normativos e organizacionais, bem como das entrevistas realizadas com as docentes, identificou-se a persistente ausência de identidade do curso, observada desde a sua gênese, pretendendo, na atualidade, formar o docente para atuar em classes de Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental como também o especialista para atuar no campo escolar e em espaços não educativos, o que promove o inchaço e a fragmentação do currículo, tendendo para a superficialidade e precarização da formação, sendo necessário uma revisão do curso de Pedagogia citado, ressaltando que a alfabetização precisa conquistar um maior espaço em seu currículo, considerando que urge qualificar a formação docente para o ensino da leitura e da escrita, garantindo a todos os educandos, o direito de ingressar no mundo da cultura letrada de forma consciente e competente.

E como última análise, descrevemos a pesquisa de França (2017), que descreve as aprendizagens sobre avaliação ofertadas no processo de formação, construídas pelos graduandos e utilizadas nas práticas desenvolvidas pelos egressos do curso de Pedagogia a fim de compreender quais foram as metodologias de avaliação construídas pelos concluintes e como elas são trabalhadas pelos egressos, assim traçando um quadro das práticas avaliativas vigentes no curso de Pedagogia e conhecendo as condições ofertadas para a formação docente a partir da ótica dos participantes, revelando a presença de uma concepção avaliativa alinhada à verificação da aprendizagem, em que a perspectiva crítica pouco aparece nas vozes dos sujeitos. Nesse sentido, os resultados relacionados aos temas como inclusão ao mercado de trabalho, acesso a oportunidade de graduação e política de cotas, os quais foram bastante evidenciados nessas publicações, poderiam apresentar reflexões diferentes caso os egressos entrevistados fosse de instituições privadas e que não carecessem de acesso a essas políticas para se graduarem.

Conclui-se que existe a importância de novas pesquisas sobre essa temática, a fim de estar sempre acompanhando o desenvolvimento dessa área educacional, e o que as pessoas mais importantes nesse contexto têm a sugerir em sua melhoria, os egressos. De forma a representar um campo de estudos que se torna cada vez mais amplo e fértil, os saberes sobre o conhecimento e perspectivas dos que acabaram de receber este conhecimento, é imperativo para fundamentar quaisquer novas políticas e empreendimentos em prol da educação brasileira. REFERÊNCIAS ARAUJO, A. C. br/handle/10/2533 Acesso em: 10 de abr. de 2019. BARROS, J. M. L. BONFIN, D. Identificação das Intervenções de Enfermagem. Disponível em: https://www. teses. usp. mec. gov. br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06. pdf Acesso em: 25 de abr.

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MARTINS, B. V. Expansão e diversificação do ensino superior no Brasil: a mobilidade social e a inserção profissional dos jovens estudantes e egressos de cursos superiores tecnológicos na região metropolitana de Porto Alegre-RS Disponível em: https://lume. MOURA, F. Determinantes na obtenção da ocupação na área do curso de graduação e/ou do aumento da renda: um estudo de caso sobre os egressos dos cursos de graduação da UFC. Disponível em: http://www. repositorio. ufc. NUNES, F. A. Relatos dos egressos do curso de pedagogia da UEMA/Campus Santa Inês: uma contribuição para a formação dos profissionais da educação. Disponível em:https://tede2. pucsp. PEREIRA, S. B. S. Sentidos da Docência para Egressos das Licenciaturas a Distância da Universidade Federal do Espírito Santo no Polo de Itapemirim/espírito Santo.

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