A MÚSICA COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL

A música pode ser um recurso para uma aprendizagem prazerosa e descontraída. O objetivo geral desse artigo é refleltir sobre a possibilidadede usar a música como elemento lúdico como estratégia de ensino. Os objetivos específicos são identificar nas teorias estudadas como a música pode ser utilizada no processo de ensino-aprendizagem; compreender como a música pode ser um recurso didático para ensinar e aprender, bem como, sugerir atividades com músicas que podem apoiar as ações de ensino e de aprendizagem. A metodologia utilizada para a realização desse estudo foi a bibliográfica, embasada em teóricos que tratam do assunto. Palavras-chave: Música. Essa pesquisa é relevante porque a música pode promover o desenvolvimento cognitivo, afetivo e expressivo visto que ela é uma linguagem comum a todos e permite que professores e estudantes, mesmo que não tenham domínio de técnicas musicais, podem utilizá-la na sala de aula e em outros espaços escolares.

Além disso, é muito raro encontrar alguém que não aprecie algum som originado da natureza, como por exemplo, o canto do passarinho, mesmo que ele seja produzido pelo ser humano ao imitar a ave, como também uma canção qualquer. De acordo com Ferreira (2002, p. A música, o som ordenado, assim como é uma linguagem universal também é uma linguagem por meio da qual uma ideia é mais bem difundida ao longo dos tempos: mesmo sem escrever quaisquer sinais gráficos que reprentassem os sons que cantavam, há gerações de monges orientais, por exemplo, que continuaram pelos séculos entoando palavras que aprenderam cantando desde a mais tenra infância com seus mestres. Essa é a transmissão verbal-oral-cantada do conhecimento. A música como disciplina tem uma grande importância porque a formação musical favorece o desenvolvimento psicológico e emocional de crianças e adolescentes.

No entanto, essa pesquisa discorre a respeito da utilização desse recurso pedagógico na sala de aula, apoiando o processo de ensino-aprendizagem, proporcionando aulas mais dinâmicas, além de possibilitar conhecimentos culturais e artísticos. A música pode mostrar valores culturais, pode denunciar situações psicológicas, sociais e políticas e por meio de sua letra percebe-se características e valores. Ao utilizar músicas com essas características, o professor pode provocar debates. Por exemplo, o trecho da música Não é sério de Charlie Brown Jr. Sob a luz dos autores estudados para a realização dessa pesquisa, foi como perceber que a atividade lúdica com é eficaz no ensino de especificidades dispostas no currículo escolar, capaz de potencializar o aprendizado e desconstruir tendências tradicionalistas que não deixam os interessados terem voz.

A riqueza cultural e artística precisa ser incorporadada nos currículos da escola no sentido de despertar interesse nos estudantes pela construção de conheciementos. É preciso ressaltar que o uso da música para ensinar não é o único recurso pedagógico, ele é uma das estratégias lúdicas que pode ser utilizada nesse contexto. A música pode ser uma atividade divertida e que ajuda na construção do caráter, da consciência e da inteligência emocional do indivíduo, pois desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporciona um estado agradável de bem-estar, facilita a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, sendo também um agente cultural que contribui efetivamente na construção da identidade do cidadão. Pode até mesmo transformar conceitos espontâneos em conceitos científicos.

O modo como se usa uma música, pode determinar sua função, não significando que ela tenha sido criada para tal função. O uso é o modo como a música é aplicada nas ações do ser humano e função, é a razão do seu uso. Em outras palavras, os objetivos maiores desse uso. São várias as funções da música que foram resumidas: • Emocional: quando serve para liberar sentimentos, ideias reveladas ou não na fala dos indivíduos. Seria um desabafo emocional por meio da música. No que se refere à apreciação, Schlichta e Tavares (2013) afirmam que para entender e trabalhar com a música é preciso compreender a realidade e o modo de ver o contexto onde ela é utilizada. A apreciação vai além de simplesmente ouvir música.

Em um trabalho de apreciação, ao ouvir uma música com os alunos, deve-se tentar garantir que o aluno a ouça analisando, obtendo informações sobre a época e o local em que foi feita, discutindo sobre o que ouve, estabelecendo relações entre o que ouve e outras músicas e sons que conhece, indentificando instrumentos musicais nela utilizados, conhecendo a biografia do compositor ou intérprete etc SCHLICHTA; TAVARES, 2013, p. O trabalho de apreciação musical pode ajudar o estudante a entender os componentes da música: instrumentos, canto, sons corporais e vocais, isto é. os tipos de música que podem ser compostas. É por isso que sempre damos razão à antiga máxima que afirma: ‘quem canta, seus males espanta’. ‘Cantar é vibrar, e vibrar é viver’ (FERREIRA, 2001, p.

Gardner (1996) afirma que a inteligência musical se relaciona à capacidade de organizar sons de forma criativa e de saber diferenciar os elementos que constituem a música que é composta basicamente por som e por meio das vibrações sonoras regulares de corpos elásticos repetidos com velocidade igual como se fosse um pêndulo de um relógio, considerando as vibrações irregulares como ruídos. A sucessão rítmica de sons, bem ordenada, é denominada melodia, a harmonia é a combinação de sons simultanea e harmoniosamente, já o ritmo constitui-se da combinação dos valores no discurso musical, sendo regulada pela maior ou menor duração. Há vários modos para se utilizar a música, dependendo dos objetivos e das habilidades que o professor precisa trabalhar, usar para apreciação musical do estudante, para motivar a arte, para produção musical (composição de música/ letra e canto) e para trabalhar conteúdos curriculares.

Utilizando algumas músicas indígenas como: (1) Tchori, Tchori, compositor anônimo, dos índios Jaboti de Rondônia, Marlui Miranda e grupo Uakti, disco IHU: todos os sons de 1995, Pau Brasil. Ju Paraná, compositor anônimo, dos índios Yanomami de Roraima. Ñaumu, compositor anônimo, dos índios Yanomami de Roraima. Awina/Ijain je e, compositor anônimo, dos índios Pakaa Nova de Rondônia. Marlui Miranda, dos índios Pakaa Nova de Rondônia. Realizar a leitura ou ver filmes para saber mais sobre os indígenas em uma vertente cultural. Ao longo de seu trabalho há outros exemplos como o uso da música: Bem Brasil de Wandi, na qual apresenta o Brasil desde o descobrimento com um tom irônico para trabalhar o espírito crítico do estudante (FERREIRA, 2002).

A música Passaredo de Francis Hime e Chico Buarque de Holanda possui uma letra que recebeu um tratamento poético cuidadoso, sendo útil para trabalhar Literatura, verificando a construção poética (FERREIRA, 2002). As letras das músicas Procurando tu, de Antônio Barros e J. Luna; Beija eu, de Marisa Monte; Ai que saudade d’ocê, de Vital Farias; Mim quer tocar, de Roger e Aluno do Ibrahim, de Marcos Cesar, são cheias de acertos e de língua informal. Ferreira afirma que é muito importante que o professor leia muito e reflita sobre aquilo que lê para encontrar formas interessantes de realizar um trabalho lúdico e prazeroso na sala de aula. Ensinar as disciplinas com o apoio da música é possível, há música com letras com uma infinidade de temas.

Pode-se pedir para os estudantes criarem paródias, utilizando uma múscia conhecida para passar uma mensagem de protesto ou não, denunciando problemas sociais e políticos ou realizar uma mensagem de homenagem ou para entretenimento. A música pode ser utilizada na escola fora da sala de aula na quadra durante atividades físicas, na preparação para eventos na escola como coreografia, teatro, apresentação de cantores, de danças folclóricas ou não, gincanas, festas, som ambiente como sirene para a mudança de horários de aula e durante o recreio. O trabalho com a música contribui para que os estudantes sejam motivados a participar dos eventos da escola. O ensino da música ajuda na interação dos estudantes com os diversos estilos musicais, possibilita a interação com a diversidade cultural do país.

Porém, cada cultura possui concepções musicais, estilo, abordagens e concepções musicais que são únicos. A criatividade possui um valor importante para a atividade intelectual, a socialização e a aprendizagem. As práticas criativas favorecem as relações de expressão e a formação de vínculos (entre o aluno e sua evolução, vínculos com os colegas, vínculos entre alunos e professores), geram motivação e potencializam o aprender (HAETINGER; HAETINGER, 2012, p. A música estimula as potencialidades musicais do indivíduo e contribui para o seu desenvolvimento, pois ela integra os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse estudo tratou do uso da música como estratégia de ensino e aprendizagem na sala de aula. Foram realizadas reflexões sobre ações pedagógicas, incluindo a música como elemento de apoio aos conteúdos referente as várias áreas de conhecimentos, situações sociais e culturais.

Foi possível encontrar entre os teóricos a opinião de que a música é atrativa e ao utilizá-la como recurso pedagógico, as aulas se tornam lúdicas e prazerosas. Dessa forma, a pergunta inicial foi respondida, pois ficou evidente que a música pode auxiliar a prática pedagógica. Quanto aos objetivos, estes foram alcançados, uma vez que foi constatado que a música pode ser utilizada no processo de ensino-aprendizagem; mostrou como usar a música como recurso didático e sugeriu atividades com músicas para apoiar as ações de ensino e de aprendizagem. de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, n°248, 23/12/1996. BRASIL. v. n. mai. jun. FERREIRA, Martins.

In: GALARDINI, A. L. Crescere al nido: Gli spazi, i tempi, le attività, le relazioni. Roma: Carocci, 2003. GARDNER, Howard. LOUREIRO, Alicia Maria Almeida. O ensino da música na escola fundamental: um estudo exploratório. Dissertação em Mestrado em Educação, da PUC, Minas Gerais, 2010. Disponível em: www. pucminas. O. The anthropology of music. Evanston: Northwestern University Press, 1964. MOREIRA, Ana Cláudia; SANTOS, Linna. A Música na sala se aula - A música como recurso didático. ano XXI, n. nov. SCHLICHTA, Consuelo A. B. D.