A INCLUSÃO DO ALUNO COM AUTISMO NO ENSINO REGULAR

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

A criança autista tem dificuldade de interação e comunicação, essa é sua principal característica, diante disso, surge a necessidade de buscar meios para uma inclusão efetiva que considere as especificidades e criança e busque práticas pedagógicas que atendam às necessidades do aluno com autismo, pois, este precisa se sentir seguro no ambiente escolar e precisa ser diariamente estimulado. Esse trabalho tem por objetivo, apresentar o processo de inclusão do aluno autista no ensino regular e a importância da formação de professores capacitados para atender seus alunos de maneira igualitária, com a colaboração do estado e da família por uma educação de qualidade. Palavras-chave: Autismo. Inclusão. Educação. Leo Kanner foi um dos primeiros pesquisadores da síndrome, médico psiquiatra austríaco em um departamento infantil nos Estados Unidos, onde residia e pesquisava sobre os autistas, apresentando suas primeiras publicações em 1943.

Os Estudos de Kanner abriram caminho para novas pesquisas e descobertas sobre as causas e o tratamento para o autismo. A pessoa autista apresenta um déficit de interação social, dificuldade de se comunicar com outras pessoas. Na escola é muito importante que os professores e demais profissionais, principalmente nas séries iniciais, observem as características de seus alunos, a personalidade deles e o comportamento, pois, isso ajuda os pais e responsáveis em diagnosticar e procurar médicos especialistas para diagnóstico e tratamento em relação à doenças, deficiências, síndromes e dificuldades de aprendizagem. A inclusão escolar permite que, quando os professores são capacitados, esses também auxiliem em tratamento e conhecimento acerca das doenças, síndromes e deficiências que interferem no processo de aprendizagem da criança.

Proporcionar às crianças com autismo oportunidades de conviver com outras da mesma faixa etária possibilita o estímulo às suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo (CAMARGO; BOSA, 2009, citado por VIEIRA et al. p. Segundo Gadia et al. o termo autismo foi utilizado pela primeira vez em 1911, se referia a perda de contato com a realidade, o que provocava dificuldade ou impossibilidade de comunicação. Em 1943 Kanner usou o termo para referir-se a crianças que tinham um comportamento parecido, uma inabilidade inata para estabelecer comunicação e contato interpessoal. Um fator muito importante é a habilidade cognitiva. Os autistas possuem dificuldade de comunicação e de interação social, por isso, todo cuidado, atenção e segurança transmitido a eles é pouco. A família possui papel fundamental no processo de desenvolvimento do autista, buscando profissionais capacitados e preparados para conhecer as necessidades e os métodos de tratamento que irão auxiliar no desenvolvimento da criança.

As manifestações comportamentais que definem o autismo incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades. A grande variabilidade no grau de habilidades sociais e de comunicação e nos padrões de comportamento que ocorrem em autistas tornou mais apropriado o uso do termo transtornos invasivos do desenvolvimento (TID). Embora algumas crianças pareçam brincar, elas se preocupam mais em alinhar ou manusear os brinquedos do que em usá-los para sua finalidade simbólica. Estereotipias motoras e verbais, tais como se balançar, bater palmas repetitivamente, andar em círculos ou repetir determinadas palavras, frases ou canções são também manifestações frequentes em autistas. No adulto autista, há uma melhora na adaptação a mudanças, mas os interesses restritos persistem, e aqueles com habilidades cognitivas adequadas tendem a concentrar seus interesses em tópicos limitados, tais como horários de trens/aviões, mapas ou fatos históricos, etc.

os quais dominam suas vidas. GADIA; et al. Por isso, é importante que os pais estejam sempre buscando os profissionais que trazes tratamentos diversificados, buscando de várias maneiras melhorar o desenvolvimento da criança. Quanto ao diagnóstico, segundo Brasil (2014, p. O diagnóstico de TEA permanece essencialmente clínico e é feito a partir de observações da criança e entrevistas com pais e/ou cuidadores. O uso de escalas e instrumentos de triagem padronizados ajuda a identificar problemas específicos, sendo muito importante para o rastreamento e a triagem de casos suspeitos, mas não é essencial para a avaliação nosológica. A partir da identificação dos sinais de alerta, podem ser iniciadas a intervenção e a monitoração dos sinais e sintomas ao longo do tempo.

BRASIL, 2014, p. Quando a avaliação é psicológica, fonoaudiológica ou com psicopedagogos esses também são capazes de observar e identificar que a criança tem autismo, com base nos relatos da família, da observação comportamental da criança, quanto aos desvios comunicativos nas áreas de interação social e de linguagem. O fonoaudiólogo é habilitado a avaliar aspectos linguísticos que diferenciam os TEA de outras condições, sobretudo dos distúrbios de linguagem na presença de deficiência auditiva ou de quadros primários de linguagem (. Já a avaliação psicológica compreende entrevistas de anamnese com os familiares e a avaliação da interação social por meio de brincadeiras (no caso de crianças) e de entrevistas (no caso de adolescentes e adultos que apresentam linguagem oral).

Envolve ainda a avaliação nas áreas cognitiva e neuropsicológica (quesito importante tanto para o diagnóstico diferencial quanto para o PTS) e a entrevista de devolução dos resultados para os familiares. BRASIL, 2014, p. É muito que ao identificar o autismo a equipe multidisciplinar, psicóloga, fonoaudióloga, médico neurologista, enfim, que a família seja cuidadosamente notificada, pois, muitos familiares acabam se assustando por não saber o que é o autismo e não conhecer as causas ou tratamentos necessários. Para Brasil (2014, p. A apresentação do diagnóstico deve ser complementada pela sugestão de tratamento, incluindo todas as atividades sugeridas no projeto terapêutico singular. O encaminhamento para os profissionais que estarão envolvidos no atendimento do caso deve ser feito de modo objetivo e imediato, respeitando, é claro, o tempo necessário para cada família elaborar a nova situação.

Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização, específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

BRASIL, 1996). A inclusão é um direito de todas as pessoas com dificuldades de aprendizagem ou necessidades especiais, mesmo sendo recente o advento da inclusão enfrenta muitos desafios no espaço escolar, pois, as escolas ainda não possuem profissionais com formação específica ou com recursos suficientes para melhor atender os alunos com necessidades especiais. Em meio a este campo de batalha de leis que garantem a participação do diferente e que cobram desempenho dos educadores, cobranças que muitas vezes são absurdas, esquece que o educador é uma ferramenta de suma importância, tanto ao ensino regular quanto ao ensino especial, pois é ele que transmitirá, através de técnicas adequadas às várias idades e potencialidades de seus educandos, o ensino, que no caso do autismo deve ser focado em cada necessidade.

Ao educador também é dada a tarefa de mediar os valores sociais e culturais. A união entre família e escola é melhor forma de promover um processo de inclusão de qualidade, que fará com que o aluno com autismo sinta-se seguro em ambos os ambientes e que suas dificuldades sejam superadas com o apoio de todos para um processo de ensino e aprendizagem de qualidade. Para que a escola possa promover a inclusão do autista é necessário que os profissionais que nela atuam tenham uma formação especializada, que lhes permita conhecer as características e as possibilidades de atuação destas crianças. Tal conhecimento deveria ser efetivado no processo de formação desses profissionais, sobretudo dos professores que atuam no ensino fundamental (SILVA; BROTHERHOOD, 2009, p. citado por BATTISTI; HECK, 2015, p.

Quando o ambiente de inclusão é propício para interação social e formação de indivíduos, a educação de qualidade e igualitária se faz com a quebra de preconceitos, com a participação de todos por uma sociedade sem exclusões e que invista na educação de todos, sem distinções. É necessário que todos busquem a qualidade da inclusão, para que esta receba os alunos autistas no ensino regular com capacidade para atendê-los e atender os demais com a oferta de um ensino de qualidade. Para haver inclusão é necessário que haja aprendizagem, e isso traz a necessidade de rever os nossos conceitos sobre currículo e programas educacionais. Este não pode se resumir às experiências acadêmicas, mas se ampliar para todas as experiências que favoreçam o desenvolvimento dos alunos autistas.

Sendo assim, as atividades de vida diária podem se constituir em currículo e em alguns casos, talvez sejam “os conteúdos” que serão ensinados. Em outras situações, poderemos esperar muito mais dos alunos com autismo. Pode-se ocorrer igualmente, a efetiva inclusão quando há o trabalho colaborativo, ou seja, quando o educador ensina utilizando recursos diferenciados para trabalhar com o aluno com TEA juntamente com os seus colegas assim tendo, uma troca de experiências entre ambos. AMBRÓS; OLIVEIRA, 2017, p. A educação inclusiva de qualidade se faz através do trabalho coletivo, de uma estrutura inovadora para receber os alunos e de professores com formação continuada, além dos professores que acompanham os alunos com necessidades especiais em sala de aula, a mobilização de toda a escola é capaz de tonar o ensino inclusivo uma realidade, com qualidade, nas escolas regulares, deixando de ser apenas algo que é muito eficiente na teoria e muito desafiador na prática.

A escola é um ambiente social e todos precisam estar preparados para a recepção dos alunos, seja ele autista ou não, com necessidade especial ou não, pois, o ensino é para todos e de todos e a educação é uma construção coletiva que envolve não só os profissionais da escola e os alunos, mas também a dedicação da família e o suporte do poder público. Para que um desenvolvimento eficaz aconteça na escola inclusiva é preciso que todos estejam envolvidos e preparados para receber esses alunos, tanto os familiares, quanto os professores, há uma necessidade de motivação aos alunos e aos professores, para que o processo de ensino e aprendizagem torne-se eficaz e transparente, aberto a novas escolhas, novos métodos e meios de promover uma educação de qualidade.

pucrs. br/edipucrs/anais/i-seminario-luso-brasileiro-de-educacao-inclusiva/assets/artigos/eixo-3/completo-3. pdf, acesso em: 20 de set. de 2018. BATTISTI, Aline Vasconcelo; HECK, Giomar Maria Poletto. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Ministério da Saúde. Brasília. Disponível em: http://bvsms. saude. edu. br/portal/images/conteudo/pibid/PEDAGOGIA/ANA%20MARIA%20ANDRADE%20CARNEIRO. pdf, acesso em: 20 de set. de 2918. GADIA, Carlos A. MARINHO; MERKLE. Um olhar sobre o autismo e sua especificação. IX Congresso Nacional de Educação-EDUCERE. III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia. a 29 de outubro. de 2018. SERRA, Dayse. Sobre a inclusão de alunos com autismo na escola regular: quando o campo é quem escolhe a teoria. Revista de Psicologia. V.

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