A importância dos jogos e brincadeiras nos anos iniciais do ensino fundamental

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

A educação precisa se adequar ao perfil de aluno que atende, permitindo que possam ser quem são, isto é, crianças que entram e que frequentam o ensino fundamental. E o infante tem necessidade de brincar, entendendo essa linguagem, assim como fazer de conta, bem como jogar e nesse movimento lúdico o professor pode permitir que aprendizagens com sentido e significado ocorram e que se estabeleçam trocas. Os jogos e as brincadeiras são relevantes contemplando diferentes idades de acordo com os níveis de exigência que apresentam, ajudando as crianças de várias maneiras, desenvolvendo capacidades de resolução de problemas, permitindo a demonstração de personalidades, gostos, possibilitando iniciativas, desenvolvimento de responsabilidades, proporcionando o trabalho cooperativo e coletivo. Esse trabalho busca aprofundar conhecimentos a respeito da importância do jogo e da brincadeira nas series iniciais do ensino fundamental evidenciando a pedagogia da ludicidade como uma proposta de intervenção pedagógica que atenda às necessidades infantis com um trabalho adequado às séries iniciais do ensino fundamental proporcionando aprendizagens prazerosas, relevantes e significativas.

Palavras-chave: Infância. O BRINCAR, O FAZ DE CONTA E O JOGAR 3. O desenvolvimento psicológico proporcionado pelo brincar, pelo faz de conta e pelo jogar 3. Direitos 3. Relevâncias 4. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGAR NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 5. A seção 3, apresenta o brincar, o faz de conta e o jogar, enfocando desenvolvimento psicológico, direitos e relevâncias. A seção 4, menciona a importância do brincar e do jogar nas séries iniciais do ensino fundamental. A seção 5, destaca o papel do professor na ludicidade. A seção 6, refere-se a metodologia da pesquisa. Por fim, são apresentadas as considerações finais com as respectivas análises e inferências. De tal convicção decorre a preocupação com a infância, cabendo investir na infância e na criança em função das possibilidades de construção do futuro da humanidade.

Passando a criança a ter importante papel para a sociedade, podendo ser formada e educada. Enfim reconhecidas as especificidades da infância, deve-se entender, compreender e conhecer para educar. Aspectos psicológicos da infância Com base na obra de Piaget, conforme Hendler (2010): - No período sensório-motor (0 a 2 anos): a inteligência sensório-motora é caracterizada pela ausência de pensamento, representação ou linguagem. Nesse período a criança conhece o mundo através das ações, não tendo noção de tempo e de espaço que vão sendo adquiridos pela vivência. O pensamento lógico nessa fase só é possível com uso de material concreto e não de forma hipotética ou abstrata. Por isso, jogos e brincadeiras são fundamentais nessa fase, mostrando à criança as coisas de maneira mais concreta e real.

Logo, a aprendizagem só será significativa se a criança vivenciar, sentir, tocar, ver e agir. No período operatório formal (12 anos em diante): o sujeito amplia as capacidades adquiridas na fase anterior. Conseguindo resolver problemas de maneira abstrata e situações de forma hipotética, exercitando operações mentais dentro da lógica formal. Cordiolii (2011) continua e conta que no Brasil mudanças recentes, por imposição legal, determinam a progressiva universalização da educação infantil ao ensino médio, isto é, a educação mínima, correspondente a básica, desejada para os brasileiros dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. Raposo (2005) destacando a tríplice função de garantir a realização plena do ser humano, inseri-lo no contexto do Estado Democrático e qualificá-lo para o mundo do trabalho.

A educação objetiva o desenvolvimento pessoal do indivíduo, como da própria sociedade. Raposo (2005) registra que no artigo 6⁰ da Constituição Federal de 1988, que a educação é um direito social, como já mencionado, especificando competência legislativa nos artigos 22, XXIV e 24, IX; dedicando toda uma parte para responsabilizar o Estado e a família, tratar do acesso e da qualidade, organizar o sistema educacional, vincular o financiamento, distribuir encargos e competências para os entes da federação. Souza (2012) afirma que para que a educação aconteça além do acesso, deve-se garantir a permanência do educando na escola. ” Ao brincar a criança tem a oportunidade de experimentar diversos papéis, interpretar e elaborar a realidade que a cerca. Winnicott (1975, p. e 77) registrou um interessante resumo sobre o brincar, mostrando que: - ao brincar a criança pequena experimenta um estado de alheamento, correspondente à concentração das crianças maiores e dos adultos, não interessando o conteúdo, não podendo ser facilmente interrompida, muito menos invadida por outros; - o brincar está fora do sujeito, porém não pertence ao mundo externo, nem faz parte da realidade psíquica interna; - a criança evidencia ao brincar uma “amostra do potencial onírico e vive essa amostra num ambiente escolhido de fragmentos oriundos da realidade externa”; - ao brincar acontece a manipulação de “fenômenos externos a serviço do sonho e veste fenômenos externos escolhidos com significado e sentimentos oníricos”; - ao brincar acontece a seguinte evolução: “fenômenos transicionais para o brincar, do brincar para o brincar compartilhado, e deste para as experiências culturais”; - o brincar requer confiança, pertencendo inicialmente ao espaço existente entre o bebê e a mãe (relativo aos fenômenos transicionais); - o brincar solicita o corpo; - o brincar satisfaz; - o brincar é excitante e precário.

Destacando, assim, a complexidade e a relevância do brincar para o desenvolvimento infantil. Pinho (2001) cita estudos de Melanie Klein que alega que o conteúdo das fantasias, desejos e experiências de modo simbólico são expressos pela criança nos jogos e nas brincadeiras; além do mais Klein compreende o simbolismo como parte da linguagem mais ampla do brincar, enfatizando que o. Com base no Portal Educação (2013) pode-se classificar o jogo em três estruturas: o exercício, o símbolo e a regra. Ressaltando que as brincadeiras vão evoluindo conforme a faixa etária, sendo pertinente o quanto segue: - Jogos de exercício (presente até os dois anos de idade, quando aparece a linguagem). Nessa fase a criança brinca pelo prazer de fazer.

A criança, por exemplo, rola uma bola, vai pegá-la e recomeça a brincadeira. Repetindo ações, prestando atenção nos efeitos e nos resultados da ação que produziu. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário, no brinquedo é como se ela fosse maior do que na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento (VYGOTSKY, 1999, p. apud PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). Conforme tem-se no Portal Educação (2013), Vygotsky (1984) confere muito valor ao brincar para constituição do pensamento infantil. Percebendo que brincando e jogando, a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, assim como o modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.

Nesse sentido, Ries (1999) salienta sobre a teoria de Piaget o que segue: o conhecimento não é parte influência do meio e em parte produto de herança. Para ele o conhecimento não está no sujeito e nem no objeto e nem no somatório dos dois, visto que entre o sujeito e um objeto existe a ação e é esta que permitirá ao sujeito construir seu conhecimento. O sujeito não é passivo nem pré-formado, mas interage com o meio e nessa interação constrói o conhecimento através de descobertas e invenções (RIES, 1999, p. Piaget (1978) apud Ries (1999) preceitua que conhecer não condiz com cópia do real, mas ação e transformação, a estabelecer a compreensão em função de sistemas de transformação a que estão ligadas as ações.

Como coloca Ries (1999), para Piaget o desenvolvimento cognitivo decorre de vários fatores: maturação, experiência, transmissão educativa e um equilíbrio por auto regulações. Essas dimensões precisam ser respeitadas tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental. Sendo imprescindível que se saiba lidar com crianças e suas respectivas necessidades de desenvolvimento e de aprendizagem. Carmo e Marcondes (2011) destacam que é necessário que se garanta aos alunos do ensino fundamental o direito à infância, assegurando que a educação aconteça em ambiente adequado, com rotinas, através da aprendizagem contextualizada levando em conta as características da faixa etária dos educandos, resguardando as dimensões do cuidar e o educar. Relevâncias Para Vygotsky (1988, 1987, 1982) apud Kishimoto (2006) a brincadeira não corresponde só a uma atividade que dá prazer, realizada para satisfazer desejos e necessidades da criança, mas trata-se de uma tarefa que ajuda no desenvolvimento de todas as capacidades que a criança irá utilizar no futuro.

Contribuindo, assim, para o desenvolvimento do indivíduo como ser histórico e social. E quando tal vontade é interligada com a aprendizagem, tem-se prazer ao estudar que é realizado de forma intensa e abrangente, conforme Malaquias (2013) apud Vieira e Rodrigues (2016). A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGAR NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Conforme Carmo e Marcondes (2011) para atender as crianças de seis anos no ensino fundamental, deve-se alterar as concepções de tempo e espaço da escola, permitindo outras possibilidades além da sala de aula e diferentes práticas pedagógicas que não sejam restritas ao giz e ao quadro. Objetivando integrar aspectos físicos, biológicos, cognitivos e sociais do educando, enfatizando a importância do lúdico, do brincar no desenvolvimento integral da criança.

A bem da verdade, o brincar “ao menos nas sociedades ocidentais é considerada irrelevante ou de pouco valor do ponto de vista da educação formal, assumindo fortemente a significação de oposição ao trabalho, tanto no contexto da escola quanto no cotidiano familiar” (BORBA, 2006, p. Ries (1999) escreve que para Piaget o jogo desenvolve as percepções da criança, sua Inteligência e sua tendência à experimentação. Os jogos e as brincadeiras correspondem a instrumentos pedagógicos para o desenvolvimento de potencialidades. O professor deve trabalhar como promotor do ensino lúdico como mediador para que não haja cobranças excessivas, mas um convívio prazeroso durante a aula como aduzem Vieira e Rodrigues (2016). Hendler (2010) conta que para a prática do lúdico, em sala de aula, nas séries iniciais do ensino fundamental, o educador urge conhecer as fases do desenvolvimento infantil apontadas por Piaget, para que possa propor brincadeiras de acordo com o estágio de desenvolvimento cognitivo da criança.

Tendo êxito em suas atividades ao desenvolver todas as potencialidades dos alunos. A teoria de Vygotsky apresenta a importância do indivíduo relacionar-se com o meio em que vive por meio de brincadeiras, porque desta forma vivencia situações sociais que o ajudam a tornar-se um indivíduo mais seguro. Desta forma, a ludicidade, como elemento da educação, também é passível de demonstrar a evolução humana com base em interações sociais, culturais e motoras, porque o homem sempre teve em seu repertório as linguagens do brincar. Portanto, a ludicidade na educação dá sequência aos estudos teóricos sobre esse tema, podendo fazer parte do currículo escolar, a partir da conceituação sobre o jogo, o brinquedo e a brincadeira. Hendler (2010) esclarece que para que os educadores possam desenvolver o trabalho com o lúdico em sala de aula, faz-se necessário compreender como se dá a relação do indivíduo com o meio em que está inserido.

A criança estabelecerá relações sociais mais consistentes no futuro se for proporcionado a ela a oportunidade de experimentar atividades lúdicas na infância. Porque brincando, a criança aprende as regras de conduta social sem perceber. A pesquisa bibliográfica pode, portanto ser considerada também como o primeiro passo de toda pesquisa cientifica. LAKATOS e MARCONI, 2003, p. CONSIDERAÇÕES FINAIS O passeio que fizemos para elaborar o presente trabalho permitiu inferências sobre a relevância dos temas abordados em relação a ludicidade nos anos iniciais do ensino fundamental. Teóricos consagrados, com diferentes visões foram abordados, a destacar a importância ora de um ou de outro aspecto, acabando por englobar tudo o que realmente importa para um trabalho significativo, com relação ao desenvolvimento de sujeitos em formação, apontando para mudanças que permitam avanços em termos educacionais.

Lembrando da problematização apresentada na introdução: Qual a importância da ludicidade para o desenvolvimento dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental? Em função do vasto referencial teórico apresentado é possível afirmar, sem sobra de dúvidas, que brincar é importante, que jogar exercita questões relevantes, como ganhar e perder, esperar a vez; assim aprende-se e consolida-se saberes, interagindo com os outros, permitindo a socialização. Ensino fundamental de nove anos: um importante passo à frente. Boletim informativo UFMG - Nº. Ano 32, 2006. CORDIOLLI, Marcos Antônio. Sistemas de Ensino e Políticas Educacionais no Brasil. Org. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. ed. São Paulo: Cortez, 2006. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica.

Curitiba: Editora Intersaberes, 2012. RIES, Bruno. A aprendizagem sob um enfoque cognitivista: Jean Piaget. Metodologia do trabalho científico. ª Ed. São Paulo: Cortez, 2002. SOUZA, Maria Antônia. Educação de Jovens e Adultos. pucpr. br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2601_1685. pdf> Acesso em: 3 Ago. CARMO, Clayton da Silva; MARCONDES, Keila Hellen Barbato. O brincar no ensino fundamental de nove anos: reflexões sobre as expectativas de aprendizagem da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. pdf?sequence=1> Acesso em: 4 Ago. KISHIMOTO, Tizuko M. e OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia (orgs. Em busca da pedagogia da infância: pertencer e participar. Editora Penso: Porto Alegre. RAPOSO, Gustavo de Resende. A educação na Constituição Federal de 1988. Disponível em: <https://jus. com. br/artigos/6574/a-educacao-na-constituicao-federal-de-1988> Acesso em: 3 Ago.

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