A importância dos indicadores de liquidez para a tomada de decisões nas empresas
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Administração
Os objetivos específicos, por sua vez, visaram definir o que são e quais são os principais indicadores financeiros aplicados na tomada de decisões financeiras com base nas demonstrações contábeis; apresentar os indicadores de liquidez; e, compreender os benefícios que a análise dos indicadores de liquidez pode proporcionar para a tomada de decisão dos gestores financeiros. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa com meios bibliográficos no levantamento dos dados. Os resultados mostraram que os indicadores financeiros, sobretudo os índices de liquidez, são fundamentais para o processo decisório nas organizações, na medida que revelam a saúde financeira da empresa como um todo, orientando as ações no sentido do seu desenvolvimento econômico. Conhecendo a situação econômica e financeira da empresa, os gestores financeiros são capazes de adotar medidas corretivas acertadas, evitando futuros problemas para as suas empresas, mantendo seus níveis de liquidez, rentabilidade e endividamento em patamares adequados.
Palavras-chave: Demonstrações contábeis, Indicadores financeiros, Índices de liquidez, Tomada de decisões. Tendo em vista que o objetivo do estudo visou investigar a bibliografia sobre um tema específico, a escolha pela metodologia de pesquisa bibliográfica foi oportuna e adequada, pois, possibilitou buscar os conceitos teóricos acerca do objeto de pesquisa, tornando-a viável. A realização desta pesquisa se justificou pela abordagem de um assunto importante tanto para a sociedade como para as organizações e a comunidade acadêmica. Ao investigar a utilidade e os benefícios dos indicadores de liquidez, esta pesquisa se mostra útil para o desenvolvimento das empresas, cujos gestores poderão se utilizar dos resultados aqui apresentados para conduzir ações assertivas em suas organizações. Com isso, a pesquisa é importante para a sociedade geral, pois, na medida que quando as empresas se desenvolvem no mercado há maior geração de emprego e renda, contribuindo com o cenário econômico do país.
Para a comunidade acadêmica, esta pesquisa é relevante para o campo da gestão financeira – uma área essencial da administração, cujos resultados poderão servir de fonte para futuras pesquisas na área de gestão financeira e contabilidade financeira e gerencial. Favero et al. completam que por meio da análise e intepretação dos fenômenos que ocorrem no patrimônio das empresas expressos nas demonstrações contábeis é possível mensurar os indicadores econômico-financeiros, evidenciando o comportamento do negócio, e facilitando assim, o processo decisório. Logo, os autores destacam como principais indicadores aplicados na tomada de decisões financeiras com base nas demonstrações contábeis os indicadores de rentabilidade, de atividades, de endividamento e de liquidez. Os indicadores de rentabilidade auxiliam a empresa na análise do retorno dos investimentos.
Medem, portanto, a lucratividade da empresa, sendo uma medida importante de sua eficiência. No processo de avaliação dos resultados do ROI, Assaf Neto (2012) diz que quanto maior for o índice maior é o retorno obtido pela empresa. Logo, este é um dos índices de rentabilidade mais utilizados pelos tomadores de decisões, sendo um indicador bastante eficiente, pois, seu cálculo relaciona os rendimentos obtidos por um investimento considerando o seu valor total, e possibilita a comparação entre investimentos, contribuindo sobremaneira para o processo de gestão. Outra ferramenta importante para monitorar a situação financeira do negócio se refere aos índices de atividades, que mensuram as diferentes etapas do ciclo da empresa, desde a aquisição de insumos da empresa até a realização das receitas (GITMAN, 2012).
Os indicadores de atividade mais utilizados pelas empresas são os demonstrados no Quadro 1 a seguir. Quadro 1 – Índices de atividades Fonte: Gitman (2012). Por isso é muito importante um indicador não seja descartado em detrimento de outro, mas sim, utilizados de forma conjunta. OS INDICADORES DE LIQUIDEZ Os indicadores de liquidez mostram a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, indica a sua situação financeira diante das obrigações da entidade. Além de demonstrar a capacidade de uma empresa em honrar as dívidas assumidas, esses indicadores também são utilizados para medir a necessidade de financiamento do capital de giro da organização, que compreende o recurso exigido para financiar a atividade operacional das empresas, sendo comumente objeto de financiamento (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2012). Matarazzo (2003) adverte, entretanto, que os indicadores de liquidez não significam capacidade de pagamento, visto que uma empresa pode ter ótimos índices, porém, pode não cumprir com suas obrigações em dia por conta de prazos e renovações de dívidas.
Logo, a análise dos índices de liquidez nunca deve ser interpretada de maneira isolada, mas sim em associação com outros indicadores econômico-financeiros. para calcular o Índice de Liquidez Seca – ILS, utiliza-se a seguinte fórmula: ILS = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante De acordo com Ross et al. quanto maior for o quociente de liquidez seca melhor será a situação da empresa, porém, se o quoeficiente for baixo isso não é necessariamente um sinal de situação financeira ruim, pois, se a empresa possuir um investimento em estoques altos e vender somente à vista, o índice será baixo. Marion (2019) orienta que para estabelecer se o índice é bom ou ruim, deve-se compará-lo com o de outras empresas do mesmo segmento no mercado. Índice de Liquidez Corrente O Índice de Liquidez Corrente expressa, com a razão entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, a consistência da base financeira da entidade dado os compromissos de curto prazo (correntes) que ela possui.
Logo, mensura a capacidade de a empresa conseguir honrar com suas contas de curto prazo, utilizando o dinheiro em caixa, ou bens e direitos transformáveis em dinheiro no curto prazo, como contas a receber e mercadorias (HOJI, 2014). Conforme Gitman (2012), teoricamente, as empresas devem ser capazes de atender a todas as suas obrigações financeiras. No entanto, é importante reconhecer que, na prática, dado o dinamismo dos negócios, determinados fatores externos, como o surgimento de novos concorrentes e a sazonalidade do mercado; e internos, como a tomada de decisões, podem afetar a solvência das organizações. Diante disso, pode ser necessária a captação de recursos externos para melhorar a situação financeira da empresa. No entanto, isso só poderá ser identificado de forma clara e assertiva se os gestores financeiros realizarem a avaliação dos indicadores de liquidez, e os apurarem devidamente com base nas suas demonstrações contábeis, visando garantir a confiabilidade dos resultados (HOJI, 2014).
Ramos (2016) diz que as empresas devem buscar manter a sua saúde financeira por meio do equilíbrio entre as contas. RESULTADOS E DISCUSSÕES As empresas, ao se deparar com a necessidade de tomar uma decisão importante, não podem se embasar em achismos. Elas precisam se utilizar de informações confiáveis como as retiradas das demonstrações contábeis, viabilizando assim, uma decisão mais assertiva e consistente. Neste contexto, compreende-se que a análise dos indicadores financeiros a partir dos demonstrativos contábeis é de extrema relevância para avaliar os resultados da empresa e suportar as decisões financeiras a serem tomadas no sentido do seu crescimento. Conforme inferem Assaf Neto (2012) e Saporito (2015), observa-se que o conceito de indicadores financeiros é bastante flexível, o que permite a existência de uma gama de índices diferentes.
No entanto, observou-se que os principais indicadores utilizados pelas empresas no processo decisório compreendem os indicadores de rentabilidade, de atividades, de endividamento e de liquidez. Os índices de liquidez são extremamente relevantes neste contexto, pois, utilizam dados e informações contábeis para diagnosticar a situação exata da empresa. Através deles é possível fazer uma projeção do futuro, considerando os elementos patrimoniais e os resultados extraídos a partir de demonstrações financeiras, auxiliando nas decisões a serem tomadas pelos gestores financeiros em curto, médio e longo prazo. Entende-se que quando os índices são calculados e analisados de forma adequada, os gestores das organizações, ao encarregar-se de uma decisão, têm a oportunidade de se fundamentar em uma ferramenta financeira confiável para um parecer mais correto e uma resolução mais precisa e segura das questões que se apresentam no cotidiano financeiro da empresa.
Por outro lado, quando não são analisados de maneira correta, as decisões tomadas podem acarretar em perdas financeiras – e a depender do momento, essas perdas podem ser irreversíveis. Conclui-se, portanto, que através dos referidos indicadores de liquidez, a organização é capaz de reunir informações que permitem analisar o seu desempenho em comparação com os objetivos, e observar os riscos e oportunidades no trajeto desde o planejamento até o objetivo. Logo, revelou-se os benefícios que a análise dos indicadores de liquidez pode proporcionar para a tomada de decisão dos gestores financeiros. Neste contexto, ressalta-se que a partir do correto cálculo e análise dos índices de liquidez, os gestores financeiros são capazes de tomar decisões mais assertivas, seja no âmbito de investimentos ou captação de recursos.
Tendo como subsídio informações úteis e reais acerca da saúde financeira negócio, não se baseando em achismos ou intuições. Assim, os gestores podem avaliar a situação econômica e financeira da empresa, de modo que eles têm condições de tomar as melhores decisões para manter ou alavancar o desempenho da organização. Com isso, respondeu-se o problema de pesquisa, que visou esclarecer sobre como os indicadores de liquidez podem ser úteis na tomada de decisões pelas empresas. BRINCKMANN, R. Contabilidade básica. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2014. DAMODARAM, A. J. Princípios de Administração Financeira. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2012. HOJI, M. Análise das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Editora Atlas, 2019.
MARTINS, E. DINIZ, J. A. S. Administração financeira. Curitiba: Fael, 2016. RIBEIRO, O. M. Análise e Estrutura das Demonstrações Contábeis. Curitiba: Editora Intersaberes, 2015.
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