A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA PARA EMPRESAS
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Administração
Foi visto que a controladoria ainda encontra-se distante da maioria das empresas, especialmente as micro e pequenas empresas. No entanto, pela sua visão estratégica e diferentes formatos, seja como ciência ou como forma de conhecimento, já se mostra como realidade para algumas empresas consolidadas no mercado e promessa para muitas outras. Assim, é importante que para que as empresas cresçam e se mantenham no mercado, adotem um processo contínuo de desenvolvimento sustentado conduzido por instrumentos de controle gerencial. Ao final do estudo concluiu-se pela necessidade de divulgação, conscientização e implantação de uma controladoria estratégica como ferramenta de gestão, dentro de uma administração dinâmica que contemple uma nova visão de fazer negócios, a partir de um sistema de informações gerenciais acessível e adaptado para as necessidades de cada empresa.
Palavras-chave: Empresas. Para atingi-lo, elegeram-se os seguintes objetivos específicos: explicar o papel da Contabilidade Gerencial; analisar a importância do controle gerencial na gestão estratégica; e relacionar a Controladoria ao processo de tomada de decisões empresarial. O presente trabalho mostra-se oportuno aos empreendedores, especialmente os das MPES, à medida que coloca a disposição todo um sistema de informações gerenciais que lhes ajudarão a sobreviver em um mercado altamente competitivo. Pretende-se demonstrar que a função da controladoria em uma organização é de fundamental relevância para seus aspectos econômicos, uma vez que todas suas ações têm impacto na composição de seu balanço patrimonial. Referente as pequenas e médias empresas, contribui para que possam cumprir seus objetivos, identificando e analisando as etapas do processo de decisão dos gestores, mantendo-as no mercado e incitando seu crescimento constante.
Para a realização desta pesquisa, como metodologia, optou-se pela pesquisa bibliográfica realizada em livros, artigos e legislações que discutem o tema em análise. Pode-se notar que, em sua maioria, os empreendedores que obtém êxito em suas atividades são aqueles que utilizam de informações que retratem fielmente o andamento do seu negócio, a fim da correta tomada de decisão. Em muitos casos, a falta de informações fidedignas acarreta em decisões equivocadas, contribuindo assim para o insucesso da entidade (MARION, 2012). Os usuários internos da contabilidade, no caso, os empreendedores, necessitam das informações em variados momentos e cenários da economia, adequando cada situação a sua real necessidade de informação. Nesse aspecto, a contabilidade gerencial visa prover o usuário de informações que o permitam avaliar a tomada de decisão de acordo com o cenário predominante.
Assim, a contabilidade gerencial tem a função de suprir as necessidades de toda a organização através do gerenciamento das informações contábeis. Como forma de demonstrar que as informações financeiras são importantes instrumentos para auxiliar os stakeholders a tomar decisões, Martins et al. cita alguns impactos trazidos por estas informações: 1) A informação contábil pode afetar a distribuição de riqueza entre investidores. Essa consequência decorre do fato de que os investidores mais bem informados podem aumentar a sua riqueza à custa de investidores menos informados; 2) A informação contábil pode afetar a percepção dos coeficientes de risco e sua distribuição entre os agentes econômicos; 3) A informação contábil pode afetar as taxas de investimentos e consumo em toda a sociedade; 4) A informação contábil pode afetar a forma pela qual os investimentos são alocados entre as empresas (MARTINS et al.
p. Também Alves (2005, p. As informações contábeis darão subsídios ao usuário para planejar operações, montar o planejamento de investimentos e diversos outros tipos de decisões. Essas informações geradas pelos demonstrativos contábeis são de grande importância, no entanto, atendem de maneira mais eficaz às demandas dos usuários externos. Os usuários internos da informação, ou seja, os gestores do negócio necessitam de informações que os auxiliem no processo de gestão, viabilizando, assim, a elaboração de um planejamento. Para atender essas necessidades, a contabilidade gerencial visa o enfoque de conceitos e mecanismos que proporcionem a elaboração de informativos para os usuários internos da informação contábil (JIAMBALVO, 2009). Tendo em vista a manutenção das atividades de uma organização e o seu sucesso ao longo dos mais variados períodos da economia, a elaboração do planejamento assim como da execução de um controle gerencial, serão fatores que permitirão as organizações condições de obterem maior sucesso mercadológico (FREZATTI, 2009).
Apenas a identificação e posicionamento adequados é que seriam capazes de conceder à empresa a vantagem competitiva necessária para um bom desempenho no mercado. Contudo, em meados dos anos 1980, a partir da percepção de que a teoria de Porter (1986) não era suficiente para explicar a realidade sobre vantagens competitivas e estratégia, voltou-se o olhar para o que há dentro das organizações: a integração dos esforços das unidades funcionais. Prahalad e Hamel (2005, p. corroboram com esta visão ao afirmar “Embora a visão da estratégia como um problema de posicionamento certamente seja legítima, é uma visão insuficiente quando a meta é ocupar a liderança dos setores de amanhã”. Na escola de Porter (1986) a teoria defendida é que as empresas deveriam escolher entre três posicionamentos distintos em um determinado mercado, quais sejam: a) Excelência operacional ou liderança em custo: nesse posicionamento as empresas buscam o melhor custo total na relação custo versus qualidade de produto.
Ele ainda apresenta as estratégias funcionais, que devem ser planejadas e geridas coordenadamente já que são inter-relacionadas. Treacy e Wiersema (1998) apresentam três conceitos essenciais. O primeiro é o conceito da proposição de valor que é a combinação de valores que a empresa promete implicitamente entregar a seus clientes. O segundo conceito é o modelo operacional movido a valor que é a forma que a empresa organiza seus processos operacionais, sistemas gerenciais, estrutura empresarial e cultura que permitam à empresa ter capacidade para cumprir a sua proposição de valor. O terceiro conceito é a disciplina de valor que é a forma que as empresas podem combinar sua proposição de valor com seus modelos operacionais para se destacarem em seus mercados, podendo ser de três maneiras: excelência operacional, liderança do produto e intimidade com o cliente.
O diferencial competitivo passa a ser a velocidade para interpretar corretamente as novas mudanças e reagir rapidamente de forma a reconfigurar a organização no sentido de tirar proveito ou mesmo sobreviver às constantes transformações operadas no mercado (COSTA; ALMEIDA, 2007). Sobre o aproveitamento do conhecimento interno da organização, Drucker (1995), observa que “o conhecimento” existente nas organizações, deve ser largamente distribuído e que este conhecimento pode ser encontrado não apenas na cúpula das organizações, mas também naqueles que na era industrial eram chamados de operários. Na verdade o que ele destaca é que os funcionários comuns deixaram de ser meros fazedores de tarefas repetitivas e estão passando agora a ser trabalhadores baseados no conhecimento, base para o que este autor chama de organização voltada para o conhecimento.
Segundo Costa e Almeida (2007) processo de condução da mudança é também de primordial importância para que a mesma ocorra com eficiência. Muitas das mudanças observadas nos últimos anos, que foram impostas de cima para baixo, alcançaram um nível de eficácia muito pequeno. Assim, a controladoria pode ser uma unidade do hotel que se utiliza da contabilidade gerencial para coordenar diferentes processos de gestão, auxiliando os gestores nas ações e tomada de decisões. Assim, admite-se a equivalência entre os termos “contabilidade gerencial” e “controladoria”, assim como, “contador gerencial” e “controller”, não entrando em discussões teóricas existentes acerca do tema, embora deixando claro que existem correntes teóricas divergentes. Enquanto a contabilidade gerencial vale-se de mecanismos teóricos para fundamentar as informações para a tomada de decisão, o controle gerencial é um conjunto de atividades que garantem a realização do planejamento.
Para Anthony e Govindarajan (2008), a gestão de uma empresa requer informações confiáveis, aptas a auxiliarem no processo decisório. De acordo com os autores, o controle gerencial é um conjunto de atividades implementadas para garantir que as metas gerenciais sejam alcançadas. A elaboração de orçamentos operacional, financeiro e de investimentos tende a permitir ao gestor a tomada de decisão com base num planejamento previamente estruturado pela organização. Para Tavares (2005, p. “planejar é traçar diretrizes que serão colocadas em prática no intuito de atingir objetivos futuros esperados”. A falta de planejamento e controle nas organizações de pequeno porte reflete diretamente no seu desenvolvimento e crescimento. Um estudo elaborado por Rodrigues e Gáudio (2013), que consistia na verificação da utilização de instrumentos de controle operacional por organizações de pequeno porte, apontou que mais de 50% das empresas pesquisadas não utilizavam sistematicamente controles para o auxílio no processo decisório.
Por fim, é importante ressaltar que a informação e o conhecimento disponível conduzirão a uma decisão menos arriscada. Contudo, mesmo com o avanço tecnológico, há certa imprevisibilidade no processo decisório diante das variáveis não controláveis e as limitações informacionais ainda intransponíveis (PADOVEZE, 2009). Grande parte das Micro e Pequenas Empresas são empresas familiares que são empresas geridas por membros da família e padecem com a falta de profissionalização na gestão (RUSSO, 2010). Dados recentes comprovam a importância e a presença das empresas controladas por famílias. Em diversos países de todo o mundo as empresas familiares têm grande peso na economia. Assim, segundo Padoveze (2009), para que a controladoria consiga orientar a gestão da empresa para a eficácia, é necessário que ela primeiro seja capaz de organizar e gerar informações relevantes, plenas e tempestivas, mantendo o monitoramento constante de todas as atividades e departamentos da entidade e, o mais importante, que seja capaz de influenciar nas decisões dos gestores da empresa.
A CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTO PARA A TOMADA DE DECISÕES Em um ambiente organizacional cada vez mais caracterizado pela incerteza, pela rápida evolução tecnológica e pela elevada concorrência, a sobrevivência de uma organização é comparada a um conjunto de batalhas que se necessita vencer, e o papel da estratégia é o de delinear o melhor percurso a seguir. Ou seja, a estratégia promove o equilíbrio entre a visão de futuro da organização e o que é necessário no presente para se atingir o futuro esperado. Para Oliveira (2002, p. pode-se entender controladoria como “o departamento organizacional responsável pelo sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de uma determinada entidade”. Para crescer no âmbito empresarial atual, as pequenas e médias organizações precisam buscar o aprimoramento de sua gestão.
A controladoria opera uma função muito importante na gestão empresarial, pois ela consegue mapear todos os processos da empresa e indicar onde a intervenção se faz necessária, além de nortear os gestores sobre as melhores decisões, para se alcançar os objetivos e metas que foram traçados (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997). O papel do Controller não é limitado somente ao contábil, sendo preciso também ter conhecimento intenso em administração devido a sua atividade dentro da empresa. O Controller acompanha o plano de ação da empresa, avalia a atuação dos gestores, de forma que possam ser alcançados os resultados, global e setorial. Ele organiza e relata dados relevantes e influencia os gestores a tomarem decisões otimizadas e condizentes com os objetivos da empresa (IMONIANA; LIMA, 2008).
Embora, os problemas e questões enfrentadas pelos gestores, de comercialização e marketing, habitação, administração e finanças, recursos humanos etc. sejam geralmente diferentes, seu processo de tomada de decisão pode ser quase uniforme. Em cada decisão deve-se considerar um conjunto de fatores que influenciam direta e indiretamente na solução do problema, ou ser capaz de identificar, medir e gerenciar o problema para promover aperfeiçoamento ou melhoramento no desempenho da empresa. Para tomar decisões adequadas, é necessário estar amparado com informações oportunas e pertinentes. As quantificações geradas pelos sistemas de informações auxiliam na compreensão das alternativas possíveis no processo de tomada de decisão, ou na construção de conhecimento sobre as consequências das decisões possibilitando avaliar o desempenho atual e projetar ações de aperfeiçoamento (Lunkes; Rosa, 2012).
Assim, todas as decisões requerem estruturação do problema e o uso de julgamento. Consequentemente, a qualidade da decisão depende da capacidade do decisor em estruturar e julgar uma situação problema. O julgamento recorre aos aspectos cognitivos do processo de tomada de decisão. Ser cognitivo significa a maneira de estabelecer etapas e passos para cada tomada de decisão. Na sequência, com base nas ideias de Küpper (2005 apud LUNKES; ROSA, 2012), apresenta-se um modelo de como estruturar o processo da tomada de decisão de forma a melhorar o julgamento. Isto pode conduzir até mesmo a refinamentos adicionais como, por exemplo, identificar uma situação específica que está causando o problema. A correta identificação e definição do problema requerem capacidade de escutar os outros, bom julgamento e muita prática.
Portanto, para identificar o problema corretamente, o gestor deve estar atento e motivado para reduzir a diferença, ter competência e recursos. Isto demanda não somente esforço, mas, também vontade. Porém, não dar a devida atenção a esta etapa, pode levar o gestor a resolver de maneira brilhante o problema errado. A chave aqui é identificar somente as variáveis que são pertinentes à decisão específica. Ou seja: delimitar adequadamente o espectro coberto pelo “problema”. Uma vez diagnosticadas e analisadas as opções disponíveis e, consequentemente a tomada a decisão, cabe partir para a efetiva materialização. Neste estágio, está-se no campo das atividades operacionais. Elas envolvem a mobilização do pessoal e disponibilização dos recursos necessários para alcançar os resultados previstos (LUNKES; ROSA, 2012).
Ela surgiu graças à façanha da tecnologia da informação virtual que permite que a comunicação dê a volta ao mundo em pouco espaço de tempo. A globalização precipitou as chamadas ondas de desregulamentação de mercados, de flexibilização de monopólios e de parcerias entre as empresas. E assim, a concorrência rompeu barreiras, ultrapassou fronteiras, ignorou bandeiras e idiomas. Outro fato importante é que a globalização coincide com o florescimento de empresas multinacionais de grande porte nos países emergentes. A internacionalização das empresas significava, até recentemente, um clube fechado de alguns poucos gigantes. Adesão do Contabilista ao código de ética da sua profissão: Um estudo empírico sobre percepções. p. Tese (doutorado) – Universidade de São Paulo – USP.
São Paulo, 2005. ANTHONY, R. B; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CATELLI, A. The Information Executives Truly Need. Harvard Business Review, Boston, v. n. p. Jan-Feb 1995. O; LIMA, A. M. Um estudo sobre a importância do uso das ferramentas de controle gerencial nas micro, pequenas e médias empresas industriais no município de São Caetano do Sul. Revista da Micro e pequena Empresa. Campo Limpo Paulista, v. p. JIAMBALVO, J. Contabilidade gerencial. Tradução Antônio Artur de Souza. Rio de Janeiro: LTC, 2009. Gestão Hoteleira. Curitiba: Juruá Editora, 2012. MARION, J. C. Contabilidade empresarial. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Básica e Gerencial. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MESSNER, M; BECKER, A; SCHÄFFER, U; BINDER, C.
Controladoria Estratégica e Operacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2009. PORTER, M. Estratégia Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1986. M. A utilização de ferramentas de controle gerencial em micro, pequenas e médias empresas da região metropolitana do Rio de Janeiro. Artigo de controle gerencial, Rio de Janeiro, 2013. RUSSO, G. M. Knowing what others know: common knowledge, accounting and capital markets. Journal of Management Accounting Research. v. p. SZUSTER, N; CARDOSO, L. A disciplina, dos líderes de Mercado: escolha seus clientes, direcione seu foco, domine seu Mercado. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
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