A DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL E O PROCESSO DE MISCIGENAÇÃO

Tipo de documento:Plano de negócio

Área de estudo:Sociologia

Documento 1

Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). Resumo - O presente artigo tem como tema a antropologia cultural e a diversidade cultural no Brasil e o processo de miscigenação e se refere a uma investigação qualitativa, na qual são as teorias sobre a formação do povo brasileiro. Neste sentido durante o século XIX, surgiram vários teóricos e diferentes teorias sobre o povo brasileiro, seu processo de formação e os impactos da miscigenação sobre a sociedade que se formava. Além disso, surgiram teorias de cunho prescritivo, que buscavam indicar caminhos para o desenvolvimento da nação brasileira. Dessa forma aplica-se um estudo com revisão de literatura e abordagem exploratória. Segundo Joel Rufino dos Santos (1998), quando as ideias eugenistas e de construção de uma elite branca chegaram à América, o Brasil já havia percebido que tinha uma elite miscigenada.

O desejo da elite de branquear a sociedade brasileira fez com que esta seguisse diferentes caminhos nesse empreendimento. Desse modo, outra forma de branqueamento encontrada foi a imigração de europeus. A ideia era povoar o Brasil com o máximo possível de pessoas brancas europeias, justamente com o objetivo de superar quantitativamente os não brancos. Joaquim Nabuco foi um desses membros da elite que arriscou uma projeção sobre o futuro do país. º E’ inteiramente livre a entrada, nos portos da Republica, dos individuos válidos e aptos para o trabalho, que não se acharem sujeitos á acção criminal do seu paiz, exceptuados os indigenas da Asia, ou da Africa que sómente mediante autorização do Congresso Nacional poderão ser admittidos de accordo com as condições que forem então estipuladas [.

Art. º A policia dos portos da Republica impedirá o desembarque de taes individuos, bem como dos mendigos e indigentes [. Art. º Sómente terão passagem integral ou reduzida, por conta do Governo Federal [. Para o médico, existiriam três raças puras primitivas: brancos, negros e indígenas. As raças tidas como mestiças não estariam aptas a figurar ao lado dos tipos puros, pois se caracterizavam como transitórias e passíveis de desaparecimento. Embora pareça pouco relevante fazer tais classificações, para os propósitos de Nina Rodrigues isso era essencial, uma vez que o teórico acreditava que as características biológicas definiam os níveis de moralidade de um ser humano e que isso seria hereditário. Neves (2008, p. afirma que fica bastante evidente no pensamento de Nina Rodrigues sua rejeição com relação à predominância de negros e mestiços em território nacional, embora acreditasse que negros em seu estado puro ainda seriam superiores aos mestiços.

aponta como os textos médicos especializados, no início do século XX, buscavam relacionar os problemas de higiene à pobreza de negros e mestiços no Brasil. Além disso, também atribuíam a incidência de doenças à presença negra, uma vez que, segundo esses teóricos, as doenças epidêmicas teriam origem africana. Dessa forma, defendiam abertamente a contenção e separação da população por meio de métodos eugenistas. A eugenia, por sua vez, era definida como uma ciência que buscava, entre outras coisas, compreender e explicar a origem de aspectos decadentes a partir do levantamento das raças, visando, por intermédio de suas medidas separatistas, a alcançar a perfectibilidade humana de um ponto de vista físico e intelectual.

Assim, na perspectiva eugenista, a miscigenação não era recomendável, sendo vista como o principal motivo para a decadência da nação. Dessa forma, a mestiçagem acabou se convertendo em solução, passou a ser redentora. A miscigenação começou a ser um tema privilegiado entre as elites brasileiras, sendo o “problema” racial uma linguagem comum na busca para a compreensão e apreensão das especificidades que constituíram nosso país. Schwarcz (2011) aponta para o fato de que os discursos raciais estavam sempre vinculados a discursos e projetos nacionalistas que, entre outras coisas, tinham como aspiração construir uma nação biológica, racialmente homogênea e, com sorte, branqueada. Schwarcz (2011) afirma que a leitura de Lacerda acerca da miscigenação estaria seguindo as premissas do Darwinismo social, que previa uma evolução de mão linear que levaria a um iminente branqueamento da população, uma vez que, nas teorias racistas, o branco era biologicamente superior.

Obviamente, ser branco nesse contexto não significava apenas mudar a constituição física da população, não se tratava apenas de um conceito biológico. E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de Sua tenda. E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a Ambos seus irmãos no lado de fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos Os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu Pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a Nudez do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor Lhe fizera.

As doutrinas teológicas tiveram uma grande influência sobre a construção da desigualdade racial, não apenas no contexto brasileiro, como aponta o antropólogo haitiano Anténor Firmin (1885, p. “os criadores de fé, que são sempre políticos, sabem disso muito bem”. Segundo Firmin, a ideia da existência do diabo era uma parte integrante da religião católica e, para o mito se adaptar tão bem ao espírito da multidão e se tornar tão popular, ele teria que ser apresentado de uma forma material. Assim, enquanto se construiu a imagem de Jesus como branco, símbolo de tudo que é bom e santo, houve, em oposição, a construção da imagem do diabo com características de pessoas negras. Para o tipo branco de Jesus, em cuja face se reflete a calma e serena inteligência, a doce e agradável moralidade, cujo conjunto contribui para formar algum tipo de encanto da beleza divina, ele se opunha a outro, tendo todos os opostos do que agrada e atrai à imagem do Salvador.

Consequentemente, se a humanidade é a imagem e semelhança de Deus, ainda segundo a tradição cristã, ela seria sinônimo de pessoas brancas. Como se vê, a religião deu sua contribuição considerável para a construção da ideia de desigualdade e inferioridade racial, embora suas histórias tenham passado por um processo de ressignificação. Para ilustrar, pode-se citar a ideia de que Cam teria dado origem às pessoas negras do mundo. Ela não consta no livro do Gênesis, foi uma concepção elaborada pela teologia cristã ocidental. Da mesma forma, o fato de Caim, após ter matado Abel, tornar-se negro, embora tenha nascido branco, também não está na Bíblia. Fica implícita nesse pensamento a falsa ideia de democracia, que daria força ao famigerado “mito da democracia racial”.

O mito da democracia racial também é um dos pilares para se compreender as relações étnico-raciais no Brasil – assim como a miscigenação e o branqueamento. Ainda que seja, de forma geral, um termo atribuído a Gilberto Freyre, em sua análise da formação das instituições sociais brasileiras, o mito da democracia racial jamais apareceu em seus trabalhos. Guardaremos essa discussão para ser tratada de forma mais abrangente no capítulo 5. Aqui, interessa-nos apenas compreender o que seria esse mito e como ele se manifesta socialmente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, W. R. de. O fim da escravidão e o pós-abolição. In: Uma história do negro no Brasil. A, de 17 de fevereiro de 1854. Coleção de Leis do Império do Brasil, v.

p. Disponível em: https://www2. camara. n. p. Disponível em: http:// www. scielo. br/scielo. A. A. De l’égalité des races humaines: anthropologie positive. Paris: Librairie Cotillon, 1885. GONZALEZ, L. nov. Disponível em: https://www. anpocs. com/index. php/encontros/papers/25- -encontro-anual-da-anpocs/st-4/st20-3/4678-aguimaraes-democracia/file. A concepção de raça humana em Raimundo Nina Rodrigues. Filosofia e História da Biologia, v. p. Disponível em: http://www. abfhib. php/ afroasia/article/view/20901/13519. Acessado em 04 de maio de 2022 SCHWARCZ, L. M. Previsões são sempre traiçoeiras: João Baptista de Lacerda e seu Brasil branco. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. In: MAIO, M. C. SANTOS, R. V. Org. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. VEIGA, E. O que os historiadores dizem sobre a real aparência de Jesus.

BBC Brasil, mar.

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