A Criação do Patriarcado - Gerda Lerner
Um das coisas que se pode aprender com Lerner é que a compreensão da opressão das mulheres passa pelo entendimento da criação do patriarcado. Ela aprofunda essa discussão no capítulo 11 de sua obra, que será o foco da análise aqui desenvolvida. O surgimento da opressão das mulheres é resultado de um longo processo histórico, que é concomitante ao nascimento do patriarcado. A criação do patriarcado foi um processo histórico que teve cerca de 2. anos. A dominância de classe assumiu formas diferentes para homens e mulheres escravizados. Os homens era trabalhadores e as mulheres trabalhadoras, fornecedoras de serviços sexuais e reprodutoras. A exploração de classe assumia a forma de exploração sexual para as mulheres. Cada classe tem uma divisão interna de classe: homens e mulheres.
Assim, a subordinação das mulheres aos homens se dá via acesso aos meios de produção e recursos, pois o seu acesso, para elas, ocorre através deles. Nos estados industriais modernos, tais como os Estados Unidos, as relações de propriedade dentro da família desenvolvem-se ao longo de linhas mais igualitárias do que aquelas em que o pai detém poder absoluto. Ainda assim, as relações de poder econômico e sexual dentro da família não se alteram necessariamente. Em alguns casos, as relações entre os sexos são mais igualitárias, enquanto as relações econômicas permanecem patriarcais; em outros casos, inverte-se o padrão. Entretanto, em todos os casos, tais mudanças dentro da família não alteram a dominação masculina básica no domínio público, nas instituições e no governo (LERNER, 2019, p.
Lerner acrescenta que quando se fala em “melhorias relativas” no status da mulher significa que ocorre certa vantagem no sistema do patriarcado, o que significa que ele continua existindo, assim como a opressão da mulher. Esses construtos simbólicos presentes na filosofia grega, teologia judaico-cristã e tradição legal, colocaram o homem como centro do discurso. Isso pode ser visto na expressão “homem” (significando espécie humana) que incluía a mulher para representar a humanidade. Aqui se revela, segundo Lerner (2019), o quadro conceitual criando pelos homens que mostram sua supremacia simbólica. Assim, a falácia androcêntrica é incorporada em todos os construtos da civilização ocidental. Lerner (2019) diz que atualmente a situação é diferente. A negação da história das mulheres é um dos elementos mais prejudiciais para elas e a versão masculina da história, apresentada como “verdade universal”, marginalizou as mulheres.
Soma-se a isso o fato de as mulheres terem sido prejudicadas em termos educacionais e privadas de condições para desenvolver o pensamento abstrato há mais de 2. anos. Sem dúvida, as mulheres sempre pensaram, mas a formação de modelos conceituais, teoria, é outra questão. Isso depende da “educação do pensador individual nas melhores tradições existentes” e sua aceitação por pessoas educadas, funcionado como “estimulo cultural”. Esse processo as colocam dentro dos limites e questões postos pelos “grandes homens”, fechando a possibilidade de um novo entendimento. A mudança de consciência necessária para a emancipação da mulher ocorre em duas etapas: a primeira é “permanecer centrada nas mulheres” (pelo menos por um tempo) e depois abandonar o pensamento patriarcal. Assim Lerner coloca duas questões fundamentais: a centralidade da mulher a fuga do pensamento patriarcal.
A centralidade da mulher aponta para questionar como um argumento seria definido se a mulher fosse o ponto central. Junto a isso há um pressuposto, que é o que nada pode ser concebido sem que as mulheres estejam envolvidas. A Criação do Patriarcado. São Paulo: Cultrix, 2019.
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