SUPERANDO DESAFIOS ATRAVÉS DE VETORES CULTURAIS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Administração

Documento 1

Tal riqueza é patrimônio cultural, nosso e também das gerações futuras, no entanto, uma série de fatores ameaçam este bem comum. A falta de compreensão sobre seu verdadeiro valor; a descontinuidade das políticas públicas; as restrições orçamentárias de incentivo e acesso; a massificação e padronização de costumes, hábitos, gostos, sob a influência perversa da mídia; a supremacia dos interesses políticos das classes dominantes em detrimento do desenvolvimento cultural, social e econômico da grande maioria da população e as intolerâncias, radicalismos e segregação cultural. Tudo isto, nos faz meditar sobre os vetores e diretrizes que devam nortear as políticas culturais visando promover intervenções sociais por meio da cultura a partir de uma gestão mais eficaz e eficiente deste instrumento, tão caro à humanidade.

É com este intuito que desenvolvemos este trabalho tentando destacar quais os principais desafios a serem superados no campo da difusão da Cultura. É indiscutível que uma sociedade mais culta tem maior probabilidade de prosperidade, pois se utiliza de um patrimônio pré-existente, sem precisar “reinventar a roda”, já foram superadas e aglutinadas fases de desenvolvimento e a cada dia se acumula mais conteúdos e descobertas à matriz cultural de um povo. Cultura designa então o modo de vida de uma sociedade. FOSECA, 2003) De modo que a cultura não é algo estático, ela é dinâmica, vai sofrendo mudanças diante das necessidades e costumes da sociedade moderna, cada dia mais acelerada, criativa e sofrendo influências de todos os lados, dentro e fora dos limites espaço-tempo, principalmente diante dos avanços tecnológicos, que encurtam distancias e coloca ao alcance das mãos culturas de outros povos e nações.

A distancia entre sujeitos e objeto é exterminada pelo acesso a informacões e lugares (espaço-temporal). Isto fica mais claro na obra “Leitores, espectadores e internautas”, de Nestor Canclini (2008), ao discorrer sobre como se configura a gestão cultural atualmente e a dinâmica desencadeada pelo advento da internet e das mídias sociais, que vão imprimindo na sociedade múltiplas leituras de mundo, sob várias e incontáveis perspectivas, confundindo muitas vezes o real com o imaginário. Isto nos leva a meditar sobre os desdobramentos desta dialética forma de ver o mundo. SÃO PAULO (Estado), 1979) Assistimos, desde então, nos últimos anos várias redefinições destas considerações sobre a Cultura como Política Pública no Estado de São Paulo a partir dos Decretos 20.

modificado pelo Decreto 50. Todos com a clara intenção de ampliar as ações do Estado voltadas para incentivo e difusão da cultura buscando a valorização do ser humano e da plena realização de sua cidadania. No entanto, ao analisarmos o contexto atual da Secretaria de Cultura encontramos um número de servidores públicos efetivos e comissionados, inferior às necessidades da demanda; uma burocracia incompatível com as atividades culturais; baixo orçamento e não direcionamento de recursos para as áreas-fim (difusão, formação, preservação e criação cultural); problemas de manutenção, conservação e segurança do patrimônio edificado; demandas pela ampliação e diversificação das atividades culturais; ausência ou inconcistência de dados a respeito do acesso à cultura pelo público local e nos municípios Paulistas (645 municípios); baixa capacidade de preservação de patrimônios e ausência de dados sobre a criação artística e a produção cultural no Estado de São Paulo.

De 2015 aos dias atuais (2018), estamos vivenciando um período de crise econômica e as secretarias de Cultura devem se adequar às reduções governamentais. E vivem nas cidades com maior oferta de atividades culturais do país. ” 1 (ELLER, 2018. Grifo nosso) Existem realmente esforços no sentido de promover o acesso e o incentivo à Cultura. Atualmente a Política Estadual de Cultura no Estado de São Paulo possui quatro valores/ diretrizes básicas a saber: Cultura como dimensão simbólica da constituição das identidades individuais e coletivas e dos legados sociais; Cultura como elemento fundamental para o pleno exercício da cidadania; Cultura como direito e respeito à diversidade humana; Cultura como Vetor social e econômico para o desenvolvimento sustentável. SÃO PAULO, 2016) Tais diretrizes apontam também metas, impactos e resultados esperados (SÃO PAULO, 2016): Cidadãos com acesso pleno, em todo o Estado, aos programas, grupos artísticos e equipamentos culturais, em toda a sua diversidade; com repertório e expressão artística e cultural ampliados e diversificados, mais artistas e agentes culturais capacitados; Patrimônio cultural, material e imaterial, reconhecido, preservado e usufruído e novas obras e produções artísticas criadas para disponibilização.

interior). Parece muito? Mas não é, se compararmos com outros gastos: um adolescente infrator da Fundação CASA exige um custo Mensal de R$ 10. e atualmente existem aproximadamente 10 mil adolescentes sob custódia. Questiona-se: qual é o valor do que é incalculável? Não tem preço! Observa-se que o acesso à cultura promove diversidade, respeito, solidariedade, alegria, encantamento, diversão, desenvolvimento de talentos e habilidades desconhecidos. Sem falar na racionalização melhor do tempo, tem o poder de retirar crianças, adolescentes e jovens das ruas, abrindo para elas um mar de possibilidades, preservando-as dos perigos e ameaças que existem fora de um ambiente seguro como a dos projetos culturais. Não só por parte do Estado, mas também do terceiro setor. a cultura é produtora de riqueza, e fonte de renda e por isso ela é um fator de inclusão social.

Reconhece-se hoje que há uma “economia da cultura” que gera empregos e estimula o funcionamento de vários agentes sociais, gerando lucro para a iniciativa privada, sustentabilidade para as produções e divisas para o Estado. Por isso é necessária a articulação do setor cultural com outras áreas da administração pública como educação, turismo, saúde, ciência e tecnologia e meio ambiente (FONSECA, 2003) 3 – Vetor/ Diretriz: Estabelecer parcerias entre o setor público, o setor privado e a sociedade civil, a fim de romper com as dificuldades orçamentárias de incentivo e acesso à cultura, encarando tais ações como investimento a médio e longo prazos. O quarto desafio, de nosso ponto de vista, se encontra na Massificação e padronização de costumes, hábitos, gostos, sob a influência perversa da mídia.

O empobrecimento intelectual, moral e artístico é visível no Brasil, de modo que o brasileiro tem sido apontado como um dos povos com o menor conhecimento de sua própria realidade. Por outro lado, os problemas sociais que grande parcela da população enfrenta, faz com que a luta por qualidade de vida seja prioritária. A miserabilidade e a falta de suprimento para as demandas sociais básicas (saúde, alimentação, habitação) acarreta ainda mais as dificuldades de acesso à informação, gerando a pobreza cultural. – Vetor/ Diretriz: O Estado precisa assumir o compromisso de dar visibilidade e apoio as múltiplas manifestações culturais, priorizando aqueles setores mais carentes de recursos e que não são de interesse da grande mídia, uma vez que um dos objetivos principais da política pública é o combate à exclusão social e o desenvolvimento da cidadania.

Assim, o Estado tem que ir aos lugares onde são criadas as manifestações culturais e dar visibilidade a elas. Respeitar as diferenças é primordial para um processo democrático que respeita as liberdade individuais e coletivas, no qual o sujeito tem direito a expressar-se livremente, ciente de que seu direito termina quando inicia o direito do outro, num processo de respeito reciproco. Toda pessoa deve, assim expressar-se, criar e difundir suas obras na língua que deseje, e em particular em sua língua materna; toda pessoa tem direito a uma educação e a uma formação de qualidade, que respeite plenamente sua identidade cultural; toda pessoa deve poder participara na vida cultural que escolha e exercer suas próprias práticas culturais, dentro dos limites que impõe o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais.

UNESCO, 2002) 6 – Vetor/ diretriz: Promover a difusão da cultura garantindo a pluralidade e diversidade das manifestações culturais, nem o Estado, nem nenhum grupo social, cultural, étnico pode impor um padrão estético à sociedade civil, é dever do Estado promover o intercâmbio de culturas e garantir que a sociedade civil tenha plena participação na elaboração e execução da política cultural. O acesso a cultura une as pessoas, transforma situações, diminui a segregação e a intolerância a partir da inclusão social. CONCLUSÃO Concluímos que a cultura por ser patrimônio comum da humanidade não deve ser restringida, limitada, discriminada, pelo contrário deve ser difundida, preservada, criada. vol. nº 2. São Paulo. Acesso 29 de setembro de 2017. CANCLINI, Néstor Garcia.

Disponível em: http://www. migalhas. com. br/dePeso/16,MI269725,41046-Cultura+como+um+vetor+de+desenvolvimento+e+geracao+de+riqueza. Acesso em 26 de jul. Disponível em: http://www. fsma. edu. br/visoes/ed01/Ed01_Artigo_2_Marcos. pdf. Disponível em: https://governo-sp. jusbrasil. com. br/legislacao/207905/decreto-13426-79. Acesso em: 26 de jul. SEGATTO​, José A. A formação da classe operária no Brasil. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1987. Série Revisão, 29. UNESCO, Declaração universal sobre a diversidade cultural.

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