Semiologia da dor
ex. quando se percebe a pressão de um obj. cortante); • Em segundo, porque a dor serve como base para se aprender a evitar objetos ou situações nas quais uma lesão possa ocorrer posteriormente; • Em terceiro, porque a dor devida a lesões de articulações, infecções abdominais, além de outras doenças, impõe limites na atividade ou provoca a inatividade e o repouso, essenciais para a recuperação natural do organismo doente. Entretanto, há dores como as que surgem após lesão do SNP, como na amputação de um membro – dor do “membro fantasma” –, que não serem a nenhum propósito útil. Nesse caso a dor deixa de ser um sintoma, para se tornas uma síndrome clínica que requer atenção especial.
TRANSDUÇÃO: é o mecanismos de ativação dos nociceptores, fenômeno que se dá pela transformação de um estímulo nóxico – mecânico, térmico ou químico – em potencial de ação. os nociceptores são terminações nervosas livres dos tipos: • Fibras mielínicas finas (A-delta): sensíveis aos estímulos mecânicos e/ou térmicos nóxicos; • Fibras amielínicas (C): sensíveis aos estímulos mecânicos e/ou térmicos e também aos químicos. os estímulos mecânicos e térmicos nóxicos, além de excitarem os nociceptores a eles sensíveis, promovem dano tecidual e vascular local, causando liberação ou formação de um série de substâncias (íons hidrogênio, potássio, serotonina, histamina, cininas, leucotrienos, prostaglandinas e substância P), as quais, por sua vez, atuam nos nociceptores a elas sensíveis.
os nociceptores musculares são mais sensíveis ao estiramento e à contração isquêmica; articulares, aos processo inflamatórios e aos movimentos extremos; os viscerais, à distensão, à tração, à isquemia, ao processos inflamatório e à contração espasmódica; os das cápsulas das vísceras maciças, à distensão; os miocárdicos, à isquemia; e os tegumentares, a uma variedade de estímulos mecânicos, térmicos e químicos nóxicos, mas não à distensão e a tração. TRANSMISSÃO: é o conjunto de vias e mecanismos que permite que o impulso nervoso, gerado ao nível dos nociceptores, seja conduzido para estruturas do SNC comprometidas com o reconhecimento da dor. Terminam em núcleos talâmicos VPL (ventroposterolateral) e VPM (ventroposteromedial), de onde partem para o córtex somestésico.
Estão envolvidas com o aspecto sensitivo-discriminativo da dor. • Vias do grupo medial: terminam direta (trato paleoespinotalâmico) ou indiretamente (trato espinorreticular) nos núcleos mediais e intralaminares do tálamo medial, após sinapse na formação reticular e subs. cinzenta periaquedutal, de onde partem as vias reticulotalâmicas (para o sist. límbico). • A estimulação elétrica de outras estruturas pode também proporcionar alívio da dor. Tal é o caso da estimulação do funículo posterior da medula espinal, leminisco medial tálamo ventrocaudal, cápsula interna, córtex somestésico e córtex motor. Todas essas estruturas estão, pois, de alguma forma, envolvidas na modulação da dor. pode-se concluir que a dor pode ser provocada tanto pela ativação das vias nociceptivas como pela lesão das vias modulatórias (supressoras), o que torna a dor semelhante a outras funções envolvidas na manutenção da homeostase, como a pressão arterial e a temperatura.
OUTROS ASPECTOS DA DOR ASPECTO AFETIVO-MOTIVACIONAL: - as vias nociceptivas do grupo medial estão relacionadas, por meio de suas conexões, com a formação reticular do tronco cerebral, hipotálamo, núcleos mediais e intralaminares do tálamo e sistema límbico, estruturas reconhecidamente comprometidas com a regulação das emoções e do comportamento, incluindo a dimensão afetiva (experiência desagradável, ruim, amedrontadora) e motivacional (ação motivada pela dor, como a reação de retirada ou de fuga) da dor. as influências culturais e religiosas tomam vulto no simbolismo da dor: para alguns, a manifestação pública a dor deve ser refreada, como sinal de força; para outros, sua manifestação deve ser encorajada, como forma de angariar simpatia e solidariedade. todas essas informações e experiências dolorosas vão sendo armazenadas no âmbito da memória.
Da avaliação e julgamento desses dados dependerá o que o indivíduo considerará como dor. tudo isso é possível graças às vias e estruturas responsáveis pela dimensão cognitivo-avaliativa da dor: • O impulso doloroso chega ao córtex somestésico, onde a informação é processada. • Essa informação, juntamente com outras de natureza tátil, proprioceptiva, auditiva e visual, também já processadas, são integradas nas áreas corticais associativas, sobretudo no neocórtex temporal. • A dor pode ser espontânea ou evocada (por manobras, etc. Dor neuropática: lesão infligida ao Sistema Nervoso Central ou Periférico. Sua etiologia é variada, incluindo afecções traumáticas, inflamatórias, vasculares infecciosas, neoplásicas, degenerativas, desmielinizantes e iatrogênicas. Ocorre por injúria neural, por desaferentação e dor central (secundária à lesões do SNC).
Ex. neoplasias malignas que estimulam nociceptores e lesionam fibras; 4. Dor psicogênica: Gerada por mecanismos psíquicos, não há qualquer substrato orgânico para a dor. Ex. quando um paciente imagina ter um infarto do miocárdio, a dor é no mamilo esquerdo e não retroesternal ou à face medial do braço esquerdo (o paciente desconhece a dor referida); TIPOS DE DOR 1. Dor somática superficial: Estimulação de nociceptores do tegumento. Dor renal » Flancos e Dor Ureteral » Flancos com irradiação para o baixo ventre e genitália. Dor referida: superficial localizada a distância da estrutura profunda (visceral ou somática) cuja estimulação é responsável pela dor, seguindo a trajetória do nervo estimulado. Isto porque impulsos dolorosos provenientes de estruturas profundas e superficiais convergem para neurônios em comum na medula, e como áreas do tálamo e do córtex para estruturas profundas aparecem em menos quantidade, os impulsos provenientes destas estruturas são interpretados pelo cérebro como proveniente do tegumento onde o paciente localiza a dor.
Ex. Apendicite – 1º dor região epigástrica (referida)–2º dor fossa ilíaca direita (irritação peritônio - somática profunda); 5. Duração: data início (contínua), duração de cada episódio e quantas vezes/dia (intermitente). Pode ser aguda (<3 meses) ou crônica (>3 meses); 6. Evolução: modo de instalação (súbito ou insidioso), alterações evolutivas, complicações e afecção distinta; 7. Relação com funções orgânicas: Ex. dor no baixo ventre, relação com micção, evacuação, menstruação; 8.
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