RECURSOS TECNOLÓGICOS APLICADOS AO ENSINO E APRENDIZAGEM MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM TDAH

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Matemática

Documento 1

Crianças com TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) possuem em grande parte, tendência à dispersão, que costuma ser uma das principais dificuldades. Por se distraem facilmente é muito comum cometerem erros durante a realização de atividades matemáticas, mesmo compreendendo o conteúdo da disciplina. Visando buscar um reforço pedagógico a esses alunos, este trabalho sugere-se a utilização das novas tecnologias que permitem a utilização de recursos audiovisuais buscando aumentar as percepções dos alunos com TDAH e contribuindo para que consigam manter a atenção focada por mais tempo nas atividades matemáticas. Os jogos se tratam de atividades prazerosas e além de proporcionarem diversão através da ludicidade, se bem empregados pelo educador como uma ferramenta que visa apenas complementar o ensino, sem substituí-lo, poderá agregar muito valor ao ensino e aprendizado possibilitando novas percepções através de experiências envolvendo os sentidos de visão e audição.

Palavras-chave: Audiovisual. Games are pleasurable activities and in addition to providing fun through playfulness, if well used by the educator as a tool that aims only to complement teaching, without replacing it, it can add a lot of value to teaching and learning, enabling new perceptions through experiences involving the senses of sight and hearing. Keywords: Audio-visual. Games. Playfulness. New technologies. Mas o que seriam novas tecnologias? Quais seriam elas? Como utilizá-las em sala de aula de modo a cumprir o objetivo de ensino e aprendizagem, sem que se perca este foco? Como o professor deve abordá-las em sala de aula para cumprir seus objetivos? Quais as estratégias de ensino deverão ser utilizadas em sala de aula para que os alunos não se dispersem ainda mais durante as aulas com a utilização das novas tecnologias? Como utilizá-las de modo contribuir para aprendizagem da matemática? 2.

Desenvolvimento 2. TDAH – histórico, definições, tipos e diagnósticos 2. Histórico ´ O TDAH é um transtorno muito comum durante a infância. Seus sintomas foram descobertos pela em 1845 por Heinrich Hoffaman, um médico que os descreveu através do livro de poesias “The story of Fidgety Philip”, as poesias envolviam a descrição dos comportamentos de crianças como sendo comportamentos típicos de TDAH (SILVA, 2005). Também tem uma tendência a desenvolverem outras doenças psiquiátricas (ROHDE et al. Características de crianças e adolescentes com TDAH: possuem: desatenção, hiperatividade e impulsividade, que são facilmente identificáveis em diversos ambientes. Exemplos de desatenção: dificuldade de focar a atenção em detalhes, cometer erros por descuido em trabalhos escolares, parecer não ouvir quando alguém lhe dirige a fala, não concluir tarefas escolares, perder coisas, se distrair com facilidade, resistir envolver-se com atividades que necessitem de muita concentração mental (ROHDE et al.

Hiperatividade: dificuldade de permanecer parado e em um mesmo ambiente (exemplo: permanecer sentado em sala de aula), dificuldade em participar de alguma atividade de lazer de maneira silenciosa, falar demasiadamente, até mesmo quando não é adequado. Agitar pés e/ou mãos quando se está sentado. De acordo com o DSM-IV, é necessário identificar no mínimo seis sintomas de hiperatividade/impulsividade e/ou falta de atenção para que seja diagnosticado o TDAH. Porém, sugere-se que esse número seja reduzido para cinco ou menos sintomas para adultos e adolescentes, já que mesmo com quantidade menor de sintomas, estes continuam gerando um elevado grau de prejuízos, mesmo em menor número. Para que se avaliem adolescentes, o grau do prejuízo deverá ser analisado a partir das potencialidades deles e de seu do grau do esforço necessário para a manutenção da adequação (ROHDE et al.

Estudos indicam que pais apresentam informações mais próximas da realidade a respeito do estado mental das crianças, enquanto educadores nem tanto. Os educadores possuem a tendência de superestimar os sintomas de TDAH, principalmente quando há algum outro transtorno disruptivo do comportamento. Também é necessário descartar a possibilidade de haver retardo mental, já que possui características como impulsividade, hiperatividade e desatenção. O tratamento do TDAH O tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade baseia-se em (ROHDE et al. • Intervenções psicossociais: se tratam de orientações educacionais aos familiares a respeito do TDAH, sendo recomendado muitas vezes, a realização de um treinamento para que se conscientizem dos cuidados e estratégias que melhor auxiliam as crianças/ adolescentes com o transtorno; também deve se considerar que se realizem intervenções no ambiente escolar voltadas para uma melhor performance escolar, orientando educadores para que haja um ambiente em sala de aula bem organizado, o que auxilia muito pois tornam as rotinas previsíveis permitindo maior controle emocional.

Também se sugere a aplicação de atividades físicas no processo de ensino e buscar eliminar a existência de atividades longas ou de necessidade de extensa explicação para sua realização. Se possível, que o aluno com TDAH possa receber sempre muito atendimento individualizado, e em lugares que seja possível evitar maiores distrações (evitar sentar-se perto de janelas, buscando sentar próximo ao educador, ambiente mais silencioso, se possível, como exemplos), muitos também necessitam de um reforço escolar em alguns conteúdos devido a algumas lacunas existentes no aprendizado ou acompanhamento psicopedagógico voltado para o modo de aprendizado. Desse modo, em um grupo de adolescentes usuários de drogas que apresentem transtorno de conduta, o TDAH pode ocorrer com maior frequência, sendo que o fator de risco não é o TDAH, mas sim, a comorbidade com o transtorno de conduta (ROHDE et al.

Trabalhar a psicomotricidade reeducando também pode ser indicado visando trazer melhorias no controle dos movimentos (ROHDE et al. A psicoterapia também pode trazer outros benefícios, sendo recomendada para: • Abordar comorbidades (ansiedade e depressão) • Abordar sintomas muito comuns à TDAH como dificuldades em relações sociais, falta de controle da impulsividade e autoestima baixa. E demais sintomas (falta de atenção, impulsividade, hiperatividade, desafio, oposição, teimosia) – para estes, emprega-se a psicoterapia de modalidade cognitivo-comportamental (ROHDE et al. Através de uma pesquisa científica realizada no MTA envolvendo 579 crianças durante quatorze meses, concluiu-se que o tratamento do TDAH com medicação trouxe mais resultados do que apenas o tratamento psicoterápico. Durante as atividades, percebeu-se que os dois alunos analisados cometeram em sua grande maioria, erros advindos de desatenção.

Um exemplo disso, é que às vezes eles davam respostas oralmente de forma correta, enquanto anotavam as respostas de maneira incorreta, realizando uma anotação diferente do que havia respondido oralmente. Ou até mesmo, cometia um erro por distração ao repetir um valor de resposta para outra pergunta (figura 1) (VITAL; HAZIN, 2008). Figura 1: Atividade e resolução dada pelo aluno com TDAH: Fonte: (VITAL; HAZIN, 2008) Durante as atividades matemáticas que foram aplicadas, identificou-se vulnerabilidades nas tarefas cognitivas, principalmente em se tratando de atenção focada, visuoespacialidade, memória operacional, flexibilidade cognitiva, memória operacional. Tais dificuldades foram percebidas através dos tipos de erros cometidos durante a realização das atividades matemáticas pelos dois alunos. Estratégias de ensino envolvendo ensino para alunos com TDAH Visando desenvolver sugestões de intervenções escolares com o objetivo de buscar um melhor ensino e aprendizagem da matemática voltadas para os alunos com TDAH, sugerem-se algumas mudanças na organização e atividades em sala de aula (VITAL; HAZIN, 2008).

Primeiro é fundamental esclarecer aos alunos o objetivo de cada aula ou tarefa, o que possibilita ao estudante com TDAH e demais recobrarem o sentido da fala do educador, caso tenha se distraído (VITAL; HAZIN, 2008). Importante também definir uma rotina diária com momentos reservados a pausas definidos com antecedência, o que possibilita que o aluno consiga ter maior controle sobre a sua impulsividade, já que ela compreenderá que há um momento definido para seu descanso (VITAL; HAZIN, 2008). Sugere-se dividir as atividades em menores partes, permitindo que o aluno consiga focar por mais tempo a sua atenção. Além disso, o educador poderá também usar recursos audiovisuais para reforçar as normas a serem seguidas em sala de aula. Ele costuma se distrair com grande facilidade, além disso, ele costuma ter dificuldades com atividades que envolvam a utilização da memória de trabalho envolvendo imagens mentais e visuoespacial, o que também contribui para maiores dificuldades em alguns conteúdos matemáticos.

Conforme Pereira (2016): “só há uma boa aprendizagem se houver uma boa percepção e está só tem lugar se estimularmos devidamente os órgãos dos sentidos que estão na base da percepção, ou seja, a audição e a visão” (PEREIRA, 1992, p. Uma maneira que existe de se estimular os órgãos dos sentidos (visão e audição), é trabalhar com os estudantes com tecnologias que permitam que se utilize recursos áudio visuais. Através do uso deste recurso, é possível ser acrescido imagens e sons, permitindo “despertar” a atenção do aluno para o conteúdo. É uma maneira também de estimular o interesse do estudante, pois o recurso audiovisual além de auxiliar na aprendizagem, possui cores, e pode ser utilizado junto a uma nova tecnologia.

Mercado (2006, p. afirma que: Os jogos online são ferramentas educacionais que divertem enquanto motivam, podem ser mais complexos e desafiadores que seus pares não computadorizados. Um só jogo pode servir como contexto para a aprendizagem de múltiplos conceitos e variadas habilidades, de natureza bastante sofisticada, tudo isso de maneira que o aluno dificilmente fica desmotivado no processo. Os jogos na internet ganham maior popularidade nas escolas, justamente por causa da capacidade de motivação, pois os professores encontraram nos jogos de computadores um poderoso motivador para o início do processo de ensino aprendizagem. Com base nessas informações, conclui-se que os jogos podem contribuir muito ao ensino e aprendizado em sala de aula, possibilitando a expansão do conhecimento. Conforme relatado por Leite (2012) em seu trabalho atuando como “professora estagiária”, que para obter sucesso nas aulas, além de realizar um bom planejamento da aula é fundamental que o educador, antes de tudo, observe o perfil de cada turma, e procure trabalhar de modo que possa atender esse perfil escolhendo para ele a melhor estratégia e metodologia de ensino mais adequada.

Portanto, não basta ter a tecnologia que permita trabalhar os jogos online envolvendo um recurso audiovisual em sala de aula, é muito importante um bom planejamento de aula por parte do educador, e cabe à escola cobrar isso dele, pois se a aula não for bem planejada, a utilização do recurso pode vir a perder seu foco, desviando do seu verdadeiro propósito. São muitos comuns os relatos de estudantes verdadeiramente interessados que se sentiram prejudicados durante as aulas pelo fato de o educador ter utilizado a tecnologia de maneira inadequada que acabaram por prejudicar o aprendizado. Esclarece Sousa (2012): É importante frisar também, que muitas vezes a tecnologia é levada para o professor, mas este continua usando das mesmas metodologias repetitivas de ‘transmissão de conteúdos’, que não possibilita espaço para que o aluno crie, aprenda, produza, torne-se cidadão do mundo (SOUSA, 2012, p.

A escola deve, portanto, acompanhar o educador no sentido de verificar como será utilizada a nova tecnologia de jogos online para que não se torne simplesmente um recurso para preenchimento do tempo em sala de aula, sem haverem desenvolvido um planejamento adequado voltado para a aprendizagem direcionada, pois tempo em sala de aula deverá ser otimizado, já que os cursos ou ensinos regulares possuem cargas horárias limitadas, e se o tempo for desperdiçado, poderá vir a prejudicar o ensino e aprendizagem, podendo vir a faltar algum conteúdo a ser ensinado. Para se realizar esta escolha, foram consideradas vários fatores: possuir tanto a opção também do professor poder trabalhar com o site (https://br. ixl. com/), o formato do compatível com sistema Android (um sistema muito comum em diversos smartphones na atualidade), possui jogos de acordo com os níveis de ensino (do pré-escolar ao 6º ano), possui recursos audiovisuais (é possível que o aluno clique com o mouse ou toque na tela do smartphone sobre o botão com símbolo de um alto falante para poder ouvir o enunciado, além de possuir muitas cores para despertar a atenção e o interesse do aluno, os jogos do site ou aplicativo se apresentam de forma simples e objetiva, apresentando poucas opções de marcar como resposta, além de realizar toda a explicação de como deveria ser resolvida a questão caso a criança erre a questão.

Quando a criança responde corretamente à questão, o jogo emite um som e quando ela responde incorretamente, o jogo emite um som diferente, além disso, a cor verde é utilizada para identificar respostas corretas, e a cor vermelha para respostas incorretas (IXL LEARNING, 2020). O sistema do jogo possui uma inteligência artificial por trás: quando selecionado um grupo de perguntas para o aluno responder, geralmente elas possuem o mesmo assunto, e quando o jogo identifica que esse aluno respondeu errado, é como se o sistema voltasse uma questão ou não avançasse para a próxima (no caso de ser a primeira questão), fazendo com que o jogo dure mais tempo para este aluno, até que ele comece a responder corretamente após observar e seguir as orientações do jogo muito bem elaboradas de como ele deve fazer para responder certo.

Um exemplo abaixo da realização de um exercício quando a criança erra, e de qual orientação é dada pelo aplicativo para que ela compreenda como chegar no raciocínio correto. Durante este jogo também é possível acionar o botão que corresponde ao símbolo de um “alto falante” para que se ouça o enunciado, possibilitando que crianças com distração tenham um reforço áudio visual para uma melhor compreensão/assimilação (IXL LEARNING, 2020). Figura 4: exemplo de enunciado de um jogo dentro da categoria “pré-escolar” Fonte: https://br. ixl. com/ Conforme mostrado abaixo, na Figura 5, o aplicativo faz indicações na cor verde, o que possibilita auxiliar crianças com TDAH por falta de atenção chegarem à conclusão de onde podem ter errado no jogo: Figura 5: Exemplo de uso de um jogo dentro da categoria “pré-escolar” Fonte: https://br.

Conclusão Percebe-se que na criança com TDAH é muito comum ocorrerem distrações, e em uma disciplina como a matemática que possui detalhes muito pequenos como símbolos de adição, subtração, multiplicação e divisão, é muito comum que erros de cálculos sejam cometidos, mas não pela falta de compreensão do conteúdo, e sim por desatenção. Algumas dificuldades visuoespaciais também podem interferir no aprendizado matemático. Porém, através do uso das novas tecnologias, como por exemplo, a internet, o smartphone e o computador, é possível que se trabalhe com jogos didáticos matemáticos direcionados para conteúdos curriculares necessários a cada ano da criança, de modo a gerar estímulos que permitam reforçar o uso dos sinais através de cores, ilustrações, através do som do enunciado, das explicações de como fazer correto conforme exemplo dado neste trabalho através do aplicativo/site “IXL learning” (figura 5).

Estímulos visuais possibilitam dar maior compreensão espacial a formas com três dimensões, por exemplo, conforme exemplo mostrado pela figura 3. Além disso, o jogo em sala de aula, se bem planejado, pode contribuir de uma maneira lúdica para o aprendizado, proporcionando diversão ao aluno. Pré-escola. Disponível em: < https://br. ixl. com/math/pr%C3%A9-escola >. Acesso em: 03 maio 2020. gov. br/component/tags/tag/36075>. Acesso em: 3 nov. MERCADO, L. P. C. C. R. Uma imagem vale mais do que mil palavras: o audiovisual como facilitador e motivador da aprendizagem de uma língua estrangeira. Relatório de Estágio com feição dissertativa do Mestrado em Ensino do Português no 3. SILVA, M. A. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade no adulto (TDAH): perfil sócio-demográfico e estudo de genes candidatos.

Orientador: Prof. Dr Homero Pinto Vallada Filho (USP), São Paulo, SP.

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