Quais são os resultados de produção, período de armazenamento, e as percentagens do produto colhido das sementes de variedades melhoradas de Milho ass
Em Niassa a agricultura é dominada pelo sector familiar com 3,7 milhões de pequenas explorações com uma área média de 1,1 ha/família, caracterizada pela dependência completa das precipitações, da fertilidade natural do solo e de outros factores ambientais. Nesta província antes da Independência a agricultura era caracterizada em campos comerciais e culturas de rendimento para exportação; depois da independência era concentrada para machambas estatais e as cooperativas. O fracasso da produção conduziu a mudança de paradigma para uma maior atenção em relação a produção dos pequenos agricultores e a produção em larga escala do sector privado e familiar o que resulta em baixos rendimentos e consequentemente em insegurança alimentar do sector familiar. LEVANTADO NA DPA-NIASSA, PEDSAM, 15-05-2013).
As sementes constituem a base fundamental das civilizações do homem de hoje e do desenvolvimento Agrário ao longo dos tempos, elas são o primeiro elo de ligação da cadeia produtiva, tanto na agricultura moderna quanto na agricultura de subsistência. Varias organizações governamentais e não-governamentais fizeram ou fazem introdução de sementes de Milho nas comunidades rurais aos pequenos e médios agricultores, com a finalidade de melhorar o bem-estar social e a segurança alimentar do sector familiar principalmente nos períodos de crises alimentares. Mais a situação alimentar ou rendimentos em diferentes campanhas agrícolas continuam ainda muito baixos. O sector agrícola é ainda pouco desenvolvido e necessita de uma profunda transformação de modo a torná-lo mais competitivo internamente, bem como em relação a outros distritos da província.
Nesta ordem de ideias a questão que se coloca é: Qual é o impacto do uso de sementes melhoradas de Milho no rendimento das famílias e na segurança alimentar? 1. Justificativa da escolha do tema O tema abordado neste trabalho é de certa maneira complexo, e tem gerado uma série de problemas no mundo, visto que a maior parte dos agricultores das Zonas suburbanas do Município de Lichinga, usam a semente resultante dos seus excedentes de produção das campanhas passadas, sem a sua certificação, com a falta da certificação e selecções das sementes pode resultar na: baixas produção, produtividade e consequentemente pode ocorrer bolsas de fome e de pobreza. Objectivo Geral • Analisar o impacto do uso de sementes melhoradas de culturas alimentares na segurança alimentar do sector familiar.
Objectivos Específicos • Identificar as sementes melhoradas de diferentes variedades de Milho usadas no sector familiar das Zonas suburbanas do Município de Lichinga nas campanhas agrícolas 2011/2012 e 2012/2013; • Descrever as sementes melhoradas de diferentes variedades de Milho usadas no sector familiar; • Comparar os rendimentos de Milho provenientes de sementes locais e de sementes melhoradas; • Conhecer os principais mecanismos de aquisição das sementes melhoradas de Milho pelo produtor do sector familiar. Hipóteses H1. O uso das sementes melhoradas de diferentes variedades de Milho no sector familiar das Zonas suburbanas do Município de Lichinga nas campanhas agrícolas 2011/2012 e 2012/2013, pode ser a razão do aumento da produção e da segurança alimentar neste Município; H2. Descrevendo as sementes melhoradas de diferentes variedades de Milho usadas no sector familiar, pode contribuir no aumento da produção e da segurança alimentar; H3.
PARPA, Apud SETSAM, 2006) -Variedade: É o sinónimo de cultivar na definição como código de nomenclatura refere-se a plantas cultivadas. No termo internacional e denotado como plantas cultivada que são claramente distinguidas por algumas características (Morfológicas, fisiológicas, citológicas etc. e quanto se reproduzem sexuadamente ou assexuadamente mostram as suas características distinguidas. SITOLE & MUDEMA, 2012) -Componente físico: Diz respeito a pureza física e o estado actual da semente, em relação ao seu potencial máximo de gerar novas plantas, perfeitas e vigorosas. Componente genético: Refere-se ao comportamento da planta originada quando a produtividade, resistência a pragas e doenças, dentre outras características. Segundo U. E. M (1997) Existe segurança alimentar quando todas as pessoas durante todo o tempo têm acesso físico e económico a alimentos suficientes de modo a assegurar as necessidades e preferências alimentares para uma vida saudável.
A segurança alimentar refere-se ao acesso, físico e económico dos alimentos para todas as pessoas, em todos os momentos, deve ter uma alimentação suficiente com vista a garantir uma vida activa e saudável. Incluindo os seguintes componentes: disponibilidade, acesso, utilização, e estabilidade alimentar. Sistema formal e informal de semente Segundo CARLOS & DOMINGUEZ, (2011,77: 78), Sistema formal de semente é o conjunto de actividades de produção, que segue as normas e regulamentos indicados na lei de sementes, e é responsável pela produção e comercialização de sementes certificadas ou controladas, em um determinado país. Este tipo de sistema é constituído por diferentes actividades a citar: pesquisa, produção de variedades de cada categoria das sementes, de acordo com o regulamento, beneficiamento e comercialização de sementes, para além do controle de qualidade.
Na ideia do mesmo Autor, o sistema informal de sementes é o conjunto de actividades de produção sem esquemas de certificação e sem reconhecimento oficial. Estes dois sistemas são responsáveis pelo abastecimento da semente aos diferentes tipos de agricultura e de produtores. Sementes Melhoradas Segundo BOY (1990), citado Pela estação Agrária de Lichinga ‘‘é uma semente geneticamente adaptada para uma determinada condição agro-climaticas. Por serem apenas 7 técnicos e não 9 conforme preconiza a composição duma equipa de extensão. Fazendo uma cobertura de 23 mil famílias de produtores agrários, estas famílias estão divididas em 4 postos administrativos a mencionar: Sanjala, Massangere, Lulimile e Chiuaúla. Sendo o posto de Chiuaúla com menor área agrária. Descrição dos hábitos alimentares da região do estudo Nestas regiões a população tem praticamente os mesmos hábitos alimentar, com o milho (Zea mays), sendo o cereal básico para a sua alimentação, os feijões, verduras ou hortícolas, (couves, repolho,) frequentemente temperadas com amendoim, fritas (óleo tomate e cebola) e em alguns casos cozidas com água e sal.
Poucas vezes consomem carnes, peixes, também estas comunidades afirma que por vezes têm acesso aos produtos industrializados, como óleos, massas esparguetes ‘‘(macarrão),’’ arroz, massas-tomates entre outros. Segundo FACHIN (2001, 46), este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenómenos. O método estatístico se relaciona com dois termos principais: população e amostra. Técnicas de Colecta de Dados -Inquérito -Consistiu na elaboração de um guião de perguntas direccionadas aos técnicos de extensão rural e as organizações fomentadoras de sementes melhoradas de culturas alimentares. Como, é o caso do Instituto de Investigação Agrário de Moçambique (IIAM), e os Serviços Distritais de Actividades Económicas da cidade de Lichinga (SDAE), entre outras.
Um outro guião direccionado aos Agricultores e suas famílias. CAPITULO IV 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4. Apresentação dos Resultados Nesta fase do trabalho serão apresentados resultados e por sua vez discutidos dados referentes aos seguintes pontos: introdução, uso, aquisição das sementes melhoradas, nos quatro postos administrativos da cidade de Lichinga, os diferentes tamanhos de parcelas cultivadas com variedades locais e melhoradas de cultura de milho, a relação existente entre a extensão, investigação e produtores, finalmente falaremos sobre a Inspecção fitossanitária e de quarentena. De modo a fazer um estudo comparativo e a sua interligação com a segurança alimenter do sector familiar. De acordo com o que estava previsto, deveriam ser inquíridos 106 pessoas entrevistadas nas duas categorias que compõe o grupo alvo, (sendo 99 famílias de produtores agrícolas, 4 extensionistas dos SDAE- Lichinga, e 3 Técnicos do IIAM, de forma a produzir resultados viáveis e permitir uma análise realista dos dados, esta tarefa não foi concretizada devido a vários factores.
Segundo IAC & IAB (2005: 58), A estrutura da sociedade é a maneira como os membros de uma sociedade estão organizados. Que pode ser em famílias, comunidade, tribos entre outros. Existem divisões sociais tais como: em idade, sexo ou género, religião, residências, parentescos e interesses económicos comuns. Quanto maior for a organização social maior é a mão-de-obra qualificada e consequentemente maior será a produção agrícola. Questão 2: Sexo Esta questão visa identificar o género dos agricultores envolvidos na entrevista, com a finalidade de conhecer o envolvimento de ambos sexos no processo de produção agrícola. Segundo O BOLETIM DA REPUBLICA (2013, 217:219), ‘‘Descreve a semente como todo material vegetal disponível para a reprodução e multiplicação com garantia de identidade segurança e qualidade respeitando as particularidades de cada espécie.
’’ São estabelecidos os requisitos para a produção de sementes certificadas e melhorada para culturas alimentares em Moçambique, sendo as principais culturas alimentares: Milho, arroz, mapira, amendoim, feijão vulgar, feijão Nhemba, feijão Bóer, girassol, batata-doce, trigo, tomate, batata, gergelim, mexoeira, estacas de mandioqueiras, mudas de fruteiras e outras, (vedes em anexos 1). Segundo WILSON & KATE et all, (2011:7) A introdução de sementes nas comunidades rurais aos pequenos e médios agricultores, contribuem para revitalizar a economia local, com finalidade de melhorar o bem-estar social, segurança alimentar e aumentar o rendimento da produção, pela diversificação de culturas dentro das comunidades rurais do sector familiar principalmente em situações de emergências. Questão 4: Como os agricultores do sector familiar adquirem as sementes ou De onde provem as sementes? O objectivo desta questão foi de: Conhecer os principais mecanismos de aquisição de semente de Milho pelo produtor do sector familiar.
Para esta questão os resultados encontram-se na tabela 1, e no gráfico 3 descritos a baixo. N=71) agricultores afirmam que as sementes que usam em seus campos de produção agrícola tem uma proveniência informal, 12. N=11) afirmam que as sementes provem de empresas privadas e idóneas (Ex. a Secama, Niassa petróleo entre outros), 6. N=6) afirmam que as sementes usadas compram do governo principalmente as sementes de hortícolas e leguminosas em casos muito raros as sementes de Milho. Esta camada de trabalhadores afirma que estas ONG vendem as sementes a um custo muito alto, o que reduz a demanda de sementes melhoradas de milho nas comunidades. Apesar de terem uma boa conservação do produto, mas o período de armazenamento é muito curto, variando de 2 a 7 meses.
Grande parte dos produtores agrícolas do sector familiar das zonas suburbanas do Município de Lichinga que usam sementes Locais de milho nos seus campos de produção agrícolas não tem acesso a este produto em quantidades suficientes, de modo a cobrir as suas necessidades alimentares durante o ano todo. Visto que as quantidades de sementes de milho locais (grão) disponíveis são abundantes quando existe boa produção agrícola, e deficiente quando há escassez da produção de alimentos e os preços de produtos são altíssimos. Quanto a variedade melhorada de sementes de Milho em todos os postos administrativos notou-se que uma média de 0% a 10%, são os que usam as sementes de variedades melhoradas. Os resultados da tabela revelam que as sementes de variedades melhoradas apresentam um bom índice de adaptabilidade em todos os postos administrativos da cidade, mas o numero de produtores que cultivam e armazenam estas variedades é muito baixo, fazendo uma percentagem de (1% a 10%), em todos os postos administrativos da cidade de Lichinga.
Segundo GASPAR (2010, 188), As perdas verificadas na época de colheita e de armazenamento em culturas como milho por exemplo são de 30 a 40%, estas perdas são causadas por insectos, ratos, humidade e fungos. É importante criar estratégias para minimizar estas perdas como: Ensinando os camponeses como colher correctamente os seus produtos, preparar, construir o seu celeiro e a forma de armazenagem do seu produto. Questão 6: Quais são os tamanhos das parcelas ou machambas usadas, de sementes melhoradas para novas variedades e de variedades locais de Milho? Para esta questão pretendia-se identificar e descrever o tamanho das parcelas preparadas, semeadas, e a quantidade do produto esperado de sementes melhoradas, e, de variedades locais de Milho no sector familiar, de modo a fazer um estudo comparativo. Os resultados desta questão são encontrados na tabela 3: Tabela 3: Distribuição de áreas planificadas, semeadas e produção esperadas.
Campanhas agrícolas 2011/2012 e 2012/2013. toneladas foram produzidas com variedades melhoradas e 29. com as variedades locais, numa área de 13,870 e 20,305 hectares respectivamente. As sementes melhoradas de milho são produzidas em áreas relativamente muito pequenas ao redor das casas em pequenos campos experimentais, com uma área média de 200m a 0. ha, em relação, as variedades locais são produzidas em áreas maiores que variam numa média de 150m a 6. ha, principalmente encontradas em distâncias maiores em relação as residências dos produtores, em alguns casos em volta das casas dos produtores e em áreas mais reduzidas. A investigação constitui o ponto de partida de um programa de semente, e, é através dela que se garante a introdução de uma nova variedade com regularidade. Segundo CARLOS & DOMINGUEZ (2011:21).
‘‘Para facilitar a observação e visitas dos campos de produção pelo técnico de extensão rural, os campos de produção agrícola devem localizar-se em lugares que possam ser visitados com frequências e de fácil acesso. O mais importante é permitir que todos os actores da produção agrícola participem tanto quanto possível em todos os processos de condução do campo de produção. Questão 8: Faz-se inspecção Fitossanitárias e Quarentenas de sementes? Essa questão tinha como objectivo conhecer e avaliar o nível económico de danos causados por pragas no campo de produção agrícolas. As sementes melhoradas nascem da economia do mercado, através dos programas próprios de melhoramento genético e multiplicação de variedades, pelas empresas que produzem sementes.
Estas empresas regem pelas normas de economias do mercado, seguido pelas orientações da lei de procura e oferta. E as sementes locais respondem as necessidades básicas da agricultura de subsistência em que os usuários são produtores de pequenas propriedades cujo objectivo é de produzir para satisfazer as necessidades do agregado familiar. A quarta hipótese é validade (aprovada), isto porque, grande parte dos produtores afirma apresentar muitas dificuldades na aquisição de sementes melhoradas, dos quais 90% das sementes utilizadas no sector familiar das zonas suburbanas da cidade de Lichinga provem do sistema informal. CAPITULO V 5. Recomendações Face as conclusões do estudo, urge recomendar o seguinte: Ao Governo • Criar condições de transporte para os técnicos de extensão rural que pudesse facilitar o contacto entre a extensão, investigação e os produtores, • Recomenda-se igualmente que se criem fóruns distritais de sementes que integra os produtores, líderes locais, o SDAE, e outras instituições de apoio, que se reúne periodicamente para discutir assuntos de sementes do distrito; • Que se criem mecanismos para a realização de inspecções fitossanitárias e quarentenas nas fronteiras mais próximas e nos aeroportos da cidade.
Aos técnicos de Extensão Rural • Recomenda-se aos técnicos de Extensão Rural que os resultados e as informações divulgadas da investigação devem ser acompanhados com um campo de demonstração com a participação dos produtores beneficiários dos serviços; • Recomenda-se igualmente que aumentem o nível de cobertura dos serviços de extensão até as zonas mais recônditas; • Ensinar os camponeses como colher correctamente os seus produtos, preparar, construir o seu celeiro e a forma de armazenamento dos produtos de maneira que as perdas sejam minimizadas. Organizações da sociedade civil No âmbito do seu trabalho de advocacia as organizações da sociedade civil devem pressionar o governo para: • Participar no processo de definições de políticas, programas de investigação, testes, e disseminação de tecnologias apropriadas para o desenvolvimento agrário; • Desenvolver mecanismos para a redução de custos de sementes melhoradas e insumos agrários, de igual modo deve regulamentar e controlar a qualidade de insumos agrários e assegurar o funcionamento integral da cadeia de sementes.
Aos Leitores É Importante realçar que este trabalho foi concebido para ser um guia de novos estudos futuros, em nenhum caso gostaríamos que fosse entendido como uma receita acabada para ser seguido letra a letra. Pelo contrário é desejo do autor que os leitores sejam inovativos, criativos e que adaptem este trabalho as suas condições e experiencias específicas, de mesma forma que o agricultor escolhe as sementes de acordo com as condições agrícolas específicas da sua zona. CUNGUARA B. GARRETT J, O Sector Agrário em Moçambique: Análise situacional, constrangimentos e oportunidades para o crescimento agrário. IFPRI, Maputo, 2011. CARLOS E. DOMINGUEZ. GASPAR, José António, Manual do Extensionista, Ministério de Agricultura, Direcção nacional de Extensão agrária, Maputo-Moçambique, Setembro 2010 10.
INE Censo Agro-pecuária, (2009/2010): Resultados definitivos, Maputo, Moçambique, 2011. IAC & IAB, Manual de conceitos de segurança alimentar, 1ª edição, Maputo-Moçambique 1999 12. WILSON & KATE et all, Manual de Feiras de sementes em situação de emergências, Melhorar a eficiência na distribuição de sementes (ICRISAT & INIA)-Moçambique, 2001 13. LAUWAARS, N. Maputo. Moçambique. SITOLE, Rogério Francisco & MUDEMA, José André, Analise da flutuação de preços de alimentos em Moçambique e o seu impacto nos consumidores, Maputo-Moçambique, Setembro 2012. SEGEREN, Piet Os principiopos básicos da protecção das plantas, departamento de sanidade vegetal, ministério de agricultura e pesca de Moçambique, 1996 20. U.
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