Projeto e Análise da Viabilidade Econômica da Implantação de Painéis Fotovoltaicos em um Indústria de Sorvetes
Orientador(a): Prof. Duque de Caxias 2019 RESUMO O Brasil possui um dos maiores potenciais solares do mundo, por ter elevados valores diários de irradiação solar média, ou seja, energia solar irradiada por metro quadrado. A energia fotovoltaica tem crescido muito no mundo inteiro, graças ao desenvolvimento da indústria de módulos e painéis, que trouxe ganhos de eficiência energética na operação desses equipamentos e redução de custos. Com isso, projeta-se um aumento acentuado na potência solar instalada no mundo inteiro e especialmente no Brasil, pois esses sistemas estão tornando-se mais acessíveis. Este trabalho faz uma investigação sobre o uso dessa alternativa de geração, aplicado a uma fábrica de sorvetes do estado do Rio de Janeiro, realizando o projeto e dimensionamento do sistema com base nas tecnologias atualmente disponíveis.
PVSyst is one of the most widely used commercial software in the world for the design of photovoltaic systems. Finally, the economic viability of the facility is verified, contrasting the necessary investment with the economic benefits generated and evaluating the financial return obtained. Key words: Photovoltaic generation, solar energy, viability. FIGURAS Figura 01: Pesquisa de publicações no sistema CAPES 9 Figura 02: Evolução das publicações no sistema CAPES 9 Figura 03: Evolução das publicações em inglês no sistema CAPES 10 Figura 04: Mapa Brasileiro de Irradiação Solar no Plano Inclinado 14 Figura 05: Projeção da Capacidade Instalada em Micro e Mini Geração 15 Figura 06: Efeito Fotovoltaico em uma célula 17 Figura 07: Diagrama dos possíveis componentes de um sistema fotovoltaico 18 Figura 08: Células fotovoltaicas conectadas em série em um módulo 18 Figura 09: Célula de Silício Monocristalino e Célula de Silício Policristalino 20 Figura 10: Aparência dos módulos de Si poli, mono-cristalino e filme fino 21 Figura 11: Efeito (positivo) da irradiação solar sobre o desempenho elétrico 22 Figura 12: Efeito (negativo) da temperatura sobre o desempenho elétrico 22 Figura 13: Instalação dos painéis fotovoltaicos 23 Figura 14: Exemplo de instalação dos painéis fotovoltaicos em telhados 24 Figura 15: Exemplo de instalação dos painéis fotovoltaicos em telhados 26 Figura 16: Procedimentos e etapas de acesso à micro-geração 27 Figura 17: Sistema fotovoltaico com configuração de inversor central 29 Figura 18: Sistema fotovoltaico com configuração modular, inversor string 30 Figura 19: Sistema fotovoltaico com configuração de micro inversores 31 Figura 20: Uma das interfaces do PVSyst 6.
Figura 21: Opções de Projeto do PVSyst 6. ESTUDO DE CASO 35 CAPÍTULO 4 51 4. CONCLUSÕES 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52 CAPÍTULO 1 1. INTRODUÇÃO A partir da segunda metade do século XVIII, o mundo enfrentou um crescimento econômico e um aumento do padrão de vida da população em geral como nunca antes na história. De fato, a descoberta de uma nova fonte de energia mais eficiente que a madeira, o carvão, levou a um grande desenvolvimento tecnológico: foi o início da primeira revolução industrial. Desde então, a humanidade tem procurado novas e mais eficientes fontes de energia para satisfazer o crescimento contínuo da demanda de energia. De acordo com o relatório da IEA – International Energy Agency (IEA, 2016), em 2014 o fornecimento total de energia mundial foi de 13.
Mtep, dos quais 13,8% (1. Mtep) foram produzidos a partir de energias renováveis. A maior fonte de energia renovável, representando 66,2% da oferta mundial de energia renovável, é constituída por biocombustíveis sólidos e carvão vegetal que é amplamente utilizado nos países em desenvolvimento; e a segunda maior fonte é a energia hidrelétrica, que fornece 17,7% de renováveis. A energia eólica e a energia solar representam, respectivamente, apenas 3,3% e 2,5% da oferta de energia renovável; isso se deve aos seus principais limites: descontinuidade e imprevisibilidade. O país conta ainda com geração de eletricidade por fonte eólica (14,9 GW representando 9% da capacidade instalada) e fonte fotovoltaica (2,0 GW e 1% da capacidade instalada). Apesar da fonte de energia fotovoltaica representar apenas 1% da capacidade instalada na matriz elétrica nacional, o Brasil tem um enorme potencial de geração através desse recurso, como será visto a seguir.
Nesse cenário, é observada uma oportunidade de explorar esse recurso, capaz de trazer uma energia limpa, eficiente e sustentável. A ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, em sua Nota Técnica n°056/2019 (ANEEL, 2017), reconhece o crescimento exponencial do número de consumidores com instalações de micro e minigeração. Considerando apenas as instalações fotovoltaicas, este número chegou a 10. OBJETIVOS Um pré-requisito para desenvolver seu objetivo geral é ter antes seu Problema de Pesquisa. Afinal, o objetivo geral se relaciona diretamente ao problema de pesquisa (GIL, 2007). Temos como objetivo nesse projeto apresentar o funcionamento da tecnologia de exploração da energia solar, os materiais que compõe o sistema, a eficiência que será alcançada, e os resultados na minimização do consumo elétrico na empresa e o retorno financeiro a longo prazo.
Posteriormente tem-se como objetivo adicional obter a isenção de impostos na revenda de excedentes de energia elétrica para a concessionária elétrica. A ideia de implementação do sistema fotovoltaico surgiu através de um brainstorming, para a melhor utilização dos recursos naturais, sem perder o foco na viabilidade financeira, já que o custo ainda é considerado elevado no Brasil. microgeradores em 2017 para mais de 78. em 2024, um crescimento equivalente de quase 60% ao ano. Em termos de potência instalada, a microgeração fotovoltaica passará de uma capacidade somada de 30 MW em 2017, para um total de 783 MW em 2024. Nesse contexto, fica clara a importância do tema deste trabalho de pesquisa. Ao realizar o projeto de instalação de geração fotovoltaica e sua respectiva análise de viabilidade técnica e econômica, será possível analisar, do ponto de vista do empreendedor, quais são as reais oportunidades dessa iniciativa do ponto de vista técnico e econômico.
Como qualquer exploração, a pesquisa exploratória depende da intuição do explorador (neste caso, da intuição do pesquisador). É caracterizado também como pesquisa aplicada, pois de acordo com Gil (2007) a pesquisa aplicada busca gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Normalmente, parte-se de conhecimentos já desenvolvidos em investigações básicas anteriores para aplicá-los na prática, partindo de um problema prático com finalidade de melhorar o processo, comportamento e produto. O resultado esperado desta pesquisa pode ser descrito conforme o plano de ação abaixo, realizado a partir da ferramenta 5W2H, de modo a orientar o planejamento e ajudar a transformar o foco em ação, facilitando o alcance dos objetivos. Tabela 2: Plano de Ação do Trabalho (5W2H) O que? Projetar e verificar a viabilidade de um sistema de geração fotovoltaica Quem? Engenheiro de produção Onde? Na indústria de sorvetes LFP SORVETERIA LTDA Por que? Para reduzir os custos fixos com eletricidade Quando? A partir de Março de 2019 Como? Através de estudo de caso e coleta de dados Quanto? O projeto deverá ter custo de investimento menor do que R$ 400 mil e valor presente líquido positivo De acordo com Gil (2007), a pesquisa bibliográfica é realizada por meio de um material já publicado, permitindo ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente, fornecendo fundamentação teórica ao trabalho.
Na figura abaixo, observa-se a tela de pesquisa avançada do CAPES, de onde foram extraídos os dados para a realização desta bibliometria, com as seguintes palavras-chaves: “GERAÇÃO” e “FOTOVOLTAICA” com o período de 10 anos. Figura 01: Pesquisa de publicações no sistema CAPES Foram encontradas 70 publicações contendo os termos GERAÇÂO e FOTOVOLTAICA entre 2009 e 2018. Porém, mais relevante do que o número de publicações é a distribuição destas publicações no tempo, que pode ser vista no gráfico abaixo. Existe uma tendência de aumento do interesse científico sobre esse assunto, dada a importância cada vez maior deste tema. Figura 02: Evolução das publicações no sistema CAPES Caso a pesquisa seja estendida para termos em inglês, utilizando como palavras chave PHOTOVOLTAICS e SOLAR, por exemplo, tem-se acesso a uma base maior de publicações.
Este trabalho também realiza um levantamento do recurso solar, com especial foco no potencial brasileiro, e apresenta o estado da arte das tecnologias de conversão da energia solar em energia elétrica, realizando caracterização técnico-econômica das alternativas, levando em conta os aspectos operacionais, econômicos e socioambientais. Urbanetz, Braun e Rüther (2012) analisaram a qualidade da potência elétrica de geradores fotovoltaicos conectados à rede elétrica no Brasil, verificando como a passagem de agentes passivos (apenas consumidores de potência) para ativos (produtores de potência elétrica) afeta parâmetros de qualidade da eletricidade, com o nível de tensão e a distorção de harmônicas. O estudo conclui que a introdução de quantidades limitadas de geração fotovoltaica distribuída pode ser benéfica para a qualidade da energia elétrica na rede, como melhor perfil de tensão, menores perdas de potência, e melhoria na distorção por harmônicas, além de poder adiar a necessidade de investimentos no aumento de capacidade da rede elétrica.
Mitscher e Rüther (2012) analisaram a competitividade de instalações de geração fotovoltaica conectadas à rede elétrica em cinco capitais brasileiras – Florianópolis, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte – cidades com diferentes irradiações solares e tarifas de eletricidade. O estudo mostrou que sistemas fotovoltaicos conectados à rede podem ser competitivos em relação às tarifas de eletricidade residenciais, mesmo sem subsídios diretos, e que o valor do investimento inicial é o fator decisivo na determinação da viabilidade econômica das instalações. Capítulo II – Fundamentação Teórica: Revisão da literatura sobre o tema abordado, onde os principais conceitos sobre a energia solar e a tecnologia fotovoltaica de aproveitamento serão detalhados com foco na solução do problema citado. Capítulo III – Estudo de Caso: Esse capítulo tem a finalidade de apresentar a empresa, realizar o levantamento das necessidades de energia, fazer o dimensionamento do sistema fotovoltaico e verificar a viabilidade econômica de sua implantação.
Capítulo IV – Conclusão e Considerações Finais: Apresenta a conclusão de todo o estudo e ideias para trabalhos futuros. CAPÍTULO 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Sol é a maior fonte de energia de que dispomos. Considerando um aproveitamento médio de 7% calculado pelo MIT (2015), essas regiões poderiam gerar entre 420 e 434 kWh/m² de eletricidade por ano. Além disso, considerando que instalações fotovoltaicas podem ser viabilizadas a partir de um limite mínimo de irradiação solar na faixa entre 1. a 2. kWh/m² (TOLMASQUIM, 2016), praticamente todo o território brasileiro torna-se elegível para a expansão do aproveitamento deste recurso, como é possível observar no mapa brasileiro de irradiação solar global diária no plano inclinado (adequado à aplicação fotovoltaica), apresentado na figura abaixo.
Figura 04: Mapa Brasileiro de Irradiação Solar no Plano Inclinado (Fonte: TOLMASQUIM, 2016) Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2027 (EPE, 2017), até 2027 o Brasil terá 1,35 milhão de unidades adotantes de sistemas de micro ou mini geração distribuída (geração abaixo de 5 MW), somando uma potência instalada de 11,9 GW. A melhor placa fotovoltaica já concebida em laboratório alcançou um potencial de 25% da irradiação disponível. Perdas ocorrentes nas instalações comerciais (defeitos, poeira sobre os módulos, perdas nos cabos e equipamentos eletrônicos, etc) reduzem o aproveitamento para 14%. Finalmente, questões de espaçamento e sombreamento diminuem o aproveitamento para cerca de 21 W/m² ou aproximadamente 7% da irradiação disponível. A irradiação global é composta, em um plano horizontal, por duas componentes, uma normal e uma difusa.
A componente normal é a radiação incidente diretamente em um eixo perpendicular a uma superfície. Como a junção p-n é construída de modo a funcionar como um diodo elétrico, permitindo a movimentação dos elétrons em apenas um sentido, é preciso que o elétron percorra um circuito externo para que o sistema volte ao equilíbrio. Nesse circuito externo, a movimentação contínua dos elétrons pode ser aproveitada na forma de eletricidade. Figura 06: Efeito Fotovoltaico em uma célula (Fonte: TOLMASQUIM, 2016) 2. Painéis Solares Fotovoltaicos Como dito anteriormente, a célula solar é a base de todo sistema fotovoltaico. As células fotovoltaicas são conectadas em série em grupos de geralmente sessenta células e são encapsuladas em um módulo solar. A quantidade de módulos conectados em série irá determinar a tensão de operação do sistema em corrente contínua (RÜTHER,2004).
A corrente do gerador solar é definida pelas conexões em paralelo de painéis individuais ou de strings (conjunto de módulos conectados em série). A potência instalada, normalmente especificada em CC, é dada pela soma da potência nominal dos módulos individuais. Escolha do Tipo de Módulo Fotovoltaico Na escolha do módulo fotovoltaico, a opção pelas diferentes tecnologias (silício monocristalino, silício policristalino, filmes finos, etc. são opções relativas a cada aplicação e seu custo x beneficio. O principal deles é a irradiação solar, que depende fundamentalmente da localização geográfica da instalação, aspectos climáticos sazonais e instantâneos, mas também da configuração da instalação (sua inclinação e orientação). A temperatura dos painéis, o sombreamento parcial, o descasamento entre painéis de uma mesma série, as resistências dos condutores e o estado de limpeza dos painéis também influenciam o desempenho do sistema gerador fotovoltaico (RÜTHER, 2004).
De um modo geral, a geração de eletricidade é proporcional à irradiação solar. Por outro lado, a temperatura do módulo tem um efeito negativo na geração de eletricidade. Figura 11: Efeito (positivo) da irradiação solar sobre o desempenho elétrico Figura 12: Efeito (negativo) da temperatura sobre o desempenho elétrico 2. Quanto maior a inclinação, maior deve ser o espaçamento entre os painéis. Figura 13: Instalação dos painéis fotovoltaicos 2. Estrutura de Fixação dos Painéis Fotovoltaicos O suporte de fixação do painel solar deve prover segurança no processo de instalação, e contra ações de ventos ou tempestades, garantindo assim que o painel fique imóvel e na posição correta. Além disso, uma boa estrutura de suporte para fixação de painéis fotovoltaicos deve ser fácil de instalar, feita com materiais de alta qualidade e com proteção contra corrosão.
Sistemas de suporte para fixação de placas solares podem ser desenhados para serem fixados com ganchos em telhados de barro ou até mesmo inclinados sobre uma laje para garantir uma inclinação ideal para os painéis. Em sistemas que necessitam de armazenamento de energia em baterias, usa-se um dispositivo para controlar a carga e a descarga na bateria. O “controlador de carga” tem como principal função não deixar que haja danos na bateria por sobrecarga ou descarga profunda. O controlador de carga é usado em sistemas pequenos onde os aparelhos utilizados são de baixa tensão e corrente contínua (CC). Para alimentação de equipamentos de corrente alternada (CA) é necessário um inversor. Este dispositivo geralmente incorpora um seguidor de ponto de máxima potência necessário para otimização da potência final produzida.
De acordo com a Resolução ANEEL Quando a quantidade de energia gerada em determinado mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos que podem ser utilizados para diminuir a fatura dos meses seguintes. De acordo com as regras atualizadas pela Resolução Normativa ANEEL n° 517/2012, o prazo de validade dos créditos passou de 36 para 60 meses, sendo que eles podem também ser usados para abater o consumo de unidades consumidoras do mesmo titular situadas em outro local, desde que na área de atendimento de uma mesma distribuidora (ANEEL, 2012). Esse tipo de utilização dos créditos foi denominado “autoconsumo remoto”. Outra inovação da norma diz respeito à possibilidade de instalação de geração distribuída em condomínios (empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras).
Nessa configuração, a energia gerada pode ser repartida entre os condôminos em porcentagens definidas pelos próprios consumidores. Essa conversão CC/CA é realizada em um equipamento eletrônico chamado inversor, cuja eficiência depende da tensão de entrada, normalmente na faixa entre 30 V e 750 V. A tensão de uma única célula fotovoltaica é de cerca de 0,6 a 0,7 V. Além da função básica de conversão de potência CC em potência CA, os inversores também são responsáveis por fazer a sincronização de frequência com a rede elétrica, de modo a garantir que a eletricidade tenha o mesmo perfil de onda que é recebido pela rede, sem distorções harmônicas, que significariam perda de qualidade da energia e consequente redução da vida útil dos equipamentos e instalações (SILVA, 2014).
No Brasil, a distribuição elétrica é feita em uma frequência de 60 Hz. Além disso, os inversores também podem realizar a função de definir o ponto de operação (valores de tensão e corrente elétrica) dos painéis fotovoltaicos, de modo a fazer com que os equipamentos operem sempre nas condições de máxima potência em diferentes condições de irradiação solar e temperatura (ROSA, 2005). Quando duas ou mais séries são conectadas a um inversor, dependendo da existência de mais de uma conexão de entrada no aparelho, essa configuração modular é chamada de inversor multi-string. Esta é a configuração mais comumente utilizada em pequenos sistemas solares residenciais e comerciais. Os benefícios são uma média flexibilidade de dimensionamento (pois as linhas em série não precisam ser iguais), permite configurações monofásica ou trifásica, possui capacidade de monitoramento remoto do sistema e possui um bom custo-benefício em termos de eficiência e custos de instalação.
As desvantagens são a incapacidade de realizar MPPT no nível de cada módulo, incapacidade de monitorar cada módulo individualmente (o inversor enxerga apenas as linhas em série), e níveis altos de tensão representam um risco potencial em relação à segurança. Figura 18: Sistema fotovoltaico com configuração modular, inversor string Na configuração de micro inversores, cada módulo fotovoltaico possui o seu próprio inversor. A versão 6. do PVsyst está disponível no mercado, operando em três modos de licença: completa, modo de avaliação e modo de demonstração. O PVSyst fornece várias opções de projeto para o usuário como design preliminar, design de projeto, base de dados e ferramentas. O design preliminar é a etapa de pré-dimensionamento de um projeto.
Destina-se a definir rapidamente as características gerais de um sistema fotovoltaico planejado. CAPÍTULO 3 2. ESTUDO DE CASO Nesta seção é apresentado o estudo de caso, onde foi realizado o dimensionamento do sistema fotovoltaico “on-grid”, ou seja, conectado à rede elétrica, para o comércio de sorvetes LFP SORVETERIA LTDA. localizado na rua Alfredo Backer, 302, em Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro (coordenadas geográficas: 22°45’05’’S; 43°18’12’’O). Figura 23: Vista aérea do local onde se encontra o comércio de sorvetes A superfície disponível para instalação dos painéis fotovoltaicos no telhado da empresa é de aproximadamente 450 m² (30 x 15 m). Através da imagem aérea, verifica-se também que, apesar de ser uma área urbana densamente ocupada, não existem grandes obstáculos na vizinhança imediata do local, como prédios e torres, que poderiam projetar sombras sobre os painéis fotovoltaicos.
Optou-se por privilegiar a geração elétrica no verão, visto que o consumo elétrico da empresa apresenta forte sazonalidade entre inverno e verão. Como regra geral, pode-se utilizar uma inclinação igual a 2/3 do valor da latitude. Desse modo, em uma latitude de 22°, os painéis deveriam ser colocados com uma inclinação de 14°. Realizando a otimização através do software, para privilegiar a geração de eletricidade durante os meses de verão, a inclinação dos painéis a ser utilizada no projeto deve ser de 10°. Tabela 3: Valores históricos do consumo de eletricidade (Fonte: Dados da empresa) Figura 25: Gráfico do consumo de eletricidade mensal da empresa Considerando-se essa inclinação de 10°, obtém-se o seguinte gráfico de irradiações sobre o plano horizontal e sobre a superfície dos painéis.
A figura abaixo mostra o esquema elétrico simplificado de instalação. A energia gerada pelos módulos fotovoltaicos, em corrente contínua, é enviada ao inversor, aparelho que faz a conversão CC/CA, fornecendo corrente alternada para atender a demanda do comércio (usuários de energia) ou para a rede elétrica externa, no caso de excedente de geração. Figura 29: Esquema Elétrico Simplificado da Instalação O módulo fotovoltaico escolhido para a instalação foi o CS6K 270P, do fabricante Canadian Solar Inc. Esse módulo, com potência nominal de 270 Wp é composto por 60 células de silício policristalino, foi escolhido por suas boas características de eficiência de conversão (16,47% em condições padrão) e valores adequados de corrente e tensão, respectivamente iguais a 8,75 A e 30,8 V nas condições de máxima potência produzida.
Além disso, o fabricante é reconhecido como extremamente confiável, fornecendo produtos de ótima qualidade. Um dos modelos mais populares de inversores para aplicação fotovoltaica é o SunnyBoy, da fabricante SMA. Para esse projeto, foi escolhido o SunnyBoy 7000 TL US 12-240V capaz de converter 7 kW de potência em uma faixa de tensão de entrada de 245 a 480 V. Para conseguir converter toda a potência gerada pelos módulos, serão utilizados 6 inversores em paralelo, obtendo-se uma potência de saída de 42 kW em corrente alternada. Aparentemente, pode-se ter a impressão de que existe um sub-dimensionamento dos inversores, pois sua potência total está abaixo da potência pico dos painéis fotovoltaicos. Porém, essa potência pico refere-se a condições de laboratório (irradiação e temperatura controladas) que jamais serão verificadas em campo.
Os módulos CS6K 270P da Canadian Solar tem custo de R$ 619,00 a unidade. Cada módulo precisa de uma estrutura que custa em torno de R$ 100,00 (pois essa estrutura deve resistir à ação do tempo, exposta ao ambiente, por toda a vida útil da instalação, de 20 anos). Além disso, os inversores tem custo de R$ 560,00 cada um. O valor total dos cabos e conexões elétricas foi estimado em R$ 20. serão necessários cabos com proteção solar, para resistir aos raios UV e outros agentes ambientais sem que o isolante resseque ou rache, expondo o condutor e deixando o sistema suscetível a ocorrência de curtos circuitos). ano (4% do valor investido). A depreciação do investimento em equipamentos será linear, em 20 anos. Os resultados financeiros obtidos são mostrados na tabela a seguir: Tabela 5: Resultados Financeiros Anuais do Projeto Portanto, o projeto irá gerar um resultado financeiro anual de R$ 44.
Para verificar o retorno financeiro proporcionado pelo projeto, é necessário aplicar uma taxa de desconto ao fluxo de caixa gerado ao longo dos 20 anos de vida útil do projeto. Considerando uma taxa de desconto de 12% ao ano, equivalente ao custo de oportunidade da empresa, temos a seguinte geração de fluxos de caixa: Tabela 6: Fluxos de Caixa Gerados pelo Projeto Como é possível observar, o projeto gera um fluxo de caixa positivo, agregando valor à empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEEL. Resolução Normativa 517/2012. Agência Nacional de Energia Elétrica: Brasília, 2012. Disponível em: <http://www2. aneel. br/documents/656827/ 15234696/Nota+T%C3%A9cnica_0056_PROJE%C3%87%C3%95ES+GD+2017/38cad9ae-71f6-8788-0429-d097409a0ba9>. Acesso em 11 maio 2019. ANEEL. Banco de Informações de Geração. Agência Nacional de Energia Elétrica: Brasília, 2019.
K. da. Challenges and opportunities for the growth of solar photovoltaic energy in Brazil. Energy Policy, n. p. Plano Decenal de Expansão de Energia 2027. Empresa de Pesquisa Energética (EPE): Rio de Janeiro, 2017. FONSECA, J. J. S. IEA. CO2 emissions from fuel combustion. International Energy Agency, 2016. IEA. Market Report Series: Renewables 2017, analysis and forecasts to 2022. VENTRE, J. Photovoltaic Systems Engineering. Third Edition. Taylor & Francis Group, 2010. MIT. Energy Policy, n. p. jul. PATHAK, L. SHAH, K. REN21. Renewables 2017 Global Status Report. Renewable Energy Policy Network for the 21st Century, 2017. RODRIGUES, S. TORABIKALAKI, R. San Diego: Elsevier, 2005. RÜTHER, R. Edifícios solares fotovoltaicos. Florianópolis: Editora UFSC/LABSOLAR, 2004. SILVA, Ennio Peres da. Energy Conversion Management, n. p. set.
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