O PRÔ DEIXA A GENTE BRINCAR - O PAPEL DOS JOGOS INFANTIS - BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS - NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Pedagogia
É consenso, entre teóricos e educadores (v. g. Vygotsky, Piaget etc. que brincar é uma necessidade da criança. Assim, o desenvolvimento e a aprendizagem da criança pré-escolar devem ser alcançados utilizando-se os jogos infantis, de modo intencional, na prática pedagógica. However, we found that in more than half of the schools there are no external areas for children to use, or they are scarce, and this is an obstacle to the application of playfulness in pedagogical interventions. Keywords: Practice; formation; conception. INTRODUÇÃO Os jogos infantis - brinquedos e brincadeiras - são meios pelos quais as crianças podem participar de experiências variadas, em diferentes situações e espaços, com diversos propósitos. Entretanto, com frequência, o que ouvimos é as crianças perguntarem: "o prô, a gente pode brincar?".
Essa indagação corriqueira no dia-a-dia da escola me leva a pensar que o brincar e a escolha dos brinquedos são reservados para um certo momento, necessitando de autorização da professora para a criança começar a brincar, reduzindo dessa forma o impacto e o efeito do brincar sobre o desenvolvimento dela. Para tanto, o objetivo geral é conhecer a realidade lúdica e a sua importância para o desenvolvimento cognitivo e psicomotor da criança na educação. Dentre os objetivos específicos delimitados estão, conhecer a história do lúdico, desde a antiguidade até a atualidade; refletir sobre os jogos e brincadeiras como recursos pedagógicos direcionados as áreas de desenvolvimento e aprendizagem; estabelecer os conceitos sobre o lúdico; explicitar o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem na educação infantil através do lúdico.
No lúdico encontramos uma metodologia diversificada para lidar com o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, que concentra a atenção de alunos que também apresentam alguma dificuldade de aprendizagem. A atividade lúdica possui um amplo arcabouço de possibilidades para a sua intervenção, devendo o educador adotar critérios eficientes para o uso dessa preciosa ferramenta educacional. Consideramos indispensável abordar as nossas principais conquistas atinentes ao campo educacional. A educação sofria influências da sociedade e das famílias tradicionais da antiga nobreza (ALMEIDA, 1995). De acordo com Manson (2002), na Grécia Antiga, Platão defendia a interação de crianças com jogos educativos como fundamental para o desenvolvimento educativo da criança durante os primeiros anos de vida. Para o filósofo, os jogos influenciavam a formação da personalidade e do caráter da criança.
A maioria dos brinquedos que conhecemos hoje tiveram origem na Grécia Antiga. Eram vistos como recursos capazes de facilitar o movimento e promover a aprendizagem. Entretanto, essa realidade sofrerá alterações posteriormente: (. pensadores como Erasmo; Vives; Rabelais; Montaigne; Comênius e, posteriormente, Rosseau e Pestalozzi; realizaram estudos sistemáticos sobre educação, chamando a atenção para a ‘responsabilidade social’ da ciência, o reconhecimento do desenvolvimento infantil e os aspectos psicológicos no ensino (QUEIROZ, 2009, p. Por volta do século XVIII, eclode um acontecimento que marca a transformação das forças produtivas do capitalismo mundial, a Revolução Industrial. As jornadas de trabalho extenuantes não serão apenas exercidas por adultos, mas também por crianças. As condições de trabalho das fábricas são precárias, a insalubridade das condições laborativas acumulam episódios de adoecimento e inanições.
Entretanto, não desconsideramos a importância crucial da presença da família da criança, enquanto componente capaz de acompanhar o desenvolvimento do aluno, e quando necessário, intervir junto à escola, a fim de acentuar o aprimoramento do ensino da criança. A promoção de palestras, reuniões com os pais e de conselhos de classes constituem estratégias eficazes para compor solidez na relação entre escola, professores e pais (WEIS, 2001). Desta forma, deve haver um acordo que beneficie o incentivo à promoção de atividades lúdicas no ambiente escolar, pois, Todo profissional que trabalha com crianças sente que é indispensável haver um espaço e tempo para a criança brincar e assim melhor comunicar, se revelar: o médico que cria jogos com objetos do consultório, vendedor que provoca uma brincadeira com o comprador mirim, o professor que possibilita situação lúdica em sala de aula, etc, são exemplos claros desta situação.
No trabalho psicopedagógico, chega-se às mesmas conclusões, quer seja no diagnóstico, quer no tratamento. Empregamos a palavra lúdica ao longo do texto no sentido do processo de ‘jogar, brincar”, ’representar’ e dramatizar como condutas semelhantes na vida infantil (WEIS, 2001, p. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso para aprendizagem; a criança aprende brincando, de um modo que não é somente diversão, mas, uma forma agradável de aprender (KISHIMOTO, 1996). A brincadeira, em seu todo, é um período de aprendizagem significativa para a criança, independente de onde ocorra. Na escola, mais precisamente nas Séries Iniciais, o trabalho com o lúdico pode ser feito de forma a reconhecer as questões da infância, despertando interesses, e como tentativa de estudar os assuntos de modo mais agradável.
Torna-se importante tais atividades, também porque são novas possibilidades, para aqueles alunos com mais dificuldades de aprendizagem, de apreensão do conteúdo (KHAL; LIMA, 2007, p. Os jogos pedagógicos são capazes de criar alternativas para a alfabetização, diversificam as estratégias de atuação do educador e podem ser utilizados em diversas fases do ensino. Agir ludicamente demanda uma entrega total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. Trata-se de uma atividade que não admite divisão e, as próprias atividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem para esse estado de consciência. Se estivermos dançando em um salão de danças, não haverá lugar para outra coisa a não ser para o prazer e a alegria do movimento ritmado, harmônico e gracioso do corpo.
Contudo, se estivermos num salão de dança apenas para observar criticamente e julgar os participantes que estão dançando, certamente, não estaremos vivenciando a experiência de maneira lúdica (LUCKESI, 2000). Ainda seguindo a linha de raciocínio de Luckesi (1998), atentamo-nos para a desmistificação do lúdico enquanto diversão. O educador deve estar preparado para o ensino lúdico capaz de formar cidadãos críticos e autônomos, entendendo a importância deste enquanto instrumento de realização humana, distanciada de mecanismos utilitários do ponto de vista econômico e social. O ato criativo auxilia no desenvolvimento do saber, do conhecimento, e da compreensão do mundo do aluno. Imaginar permite produzir conhecimento de forma prazerosa e divertida. Para que a imaginação e a criatividade da criança possam ser desenvolvidas através do lúdico, é essencial que essa ferramenta seja incorporada na formação do docente, para que o professor tenha domínio técnico pedagógico que possibilite a inclusão de valores, o desenvolvimento cultural, assimilação de novos conhecimentos, o desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade em sua prática pedagógica.
Contudo, o objetivo é repensar a prática, no que se refere ao desenvolvimento da criatividade e da imaginação das crianças. BAKHTIN, 1986). E através desta interação, a criança vai desenvolvendo o intelecto e sua personalidade. Tendo realizado a exposição dos conceitos desenvolvidos em torno da ludicidade, a pesquisa avança para o tratamento de uma temática crucial para elucidar uma possível estratégia de ensino-aprendizagem para que o docente possa intervir no contexto de aprendizagem na educação infantil. DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL ATRAVÉS DO LÚDICO Após a promulgação da Constituição de 1988 e a vigência da Lei nº 9. Lei de Diretrizes e Bases), a Educação Infantil ganha maior importância, na medida em que a criança é reconhecida como sujeito de direitos e sua educação passou a ser considerada como nível de ensino, exigindo mudanças na prática educativa na Educação Infantil.
Toda proposta contém uma aposta. Nasce de uma realidade que pergunta e é também busca de uma resposta. Toda proposta é situada, traz consigo o lugar de onde fala e a gama de valores que a constitui; traz também as dificuldades que enfrenta os problemas que precisam ser superados e a direção que a orienta. E essa sua fala é a fala de um desejo, de uma vontade, eminentemente política no caso de uma proposta educativa, e sempre humana, vontade que, por ser social e humana, não é nunca uma fala acabada, não aponta ‘o’ lugar, ‘a’ resposta, pois, se traz ‘a’ resposta, já não é pergunta. Aponta isto sim, um caminho também a construir (2003, p. Essas atividades são capazes de oportunizar memorização, reflexão, aprendizagem da leitura e dos números.
É fundamental que a criança estabeleça o contato com o mundo da imaginação, da criatividade, da invenção, sendo o docente um importante disseminador da importância da arte para a convivência em sociedade, para propor melhorias para o mundo. Em concordância com o autor abaixo, salientamos, A aprendizagem escolar depende, basicamente, dos motivos intrínsecos: uma criança aprende melhor e mais depressa quando sente-se querida, está segura de si e é tratada como um ser singular. Os motivos da criança para aprender são os mesmos motivos que ela tem para viver. Eles não se dissociam de suas características físicas, motoras, afetivas e psicológicas do desenvolvimento (RODRIGUES, 1976, p. O LÚDICO E O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA O instrumento inicial de interação social que a criança desenvolve é a linguagem oral, uma vez que o desenvolvimento da linguagem apresenta relação direta com a convivência familiar.
A linguagem oral permite à criança o desenvolvimento de articulações de aprendizagem com ela mesma, com a sociedade e com o ambiente. Na escola, o processo de ensino-aprendizagem conta com a elaboração de textos orais mais formais, pouco comuns no cotidiano. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil afirma que, A aprendizagem oral possibilita comunicar ideias, pensamentos e intenções de diversas naturezas, influenciar o outro e estabelecer relações interpessoais. Seu aprendizado acontece dentro de um contexto. p. De acordo com Chaer e Guimarães (2012), mais que ninguém, o professor deve saber que o treino e a participação direta, em atividades específicas à oralidade, levarão a criança a desenvolver competências como ler e escrever, à aquisição de padrões linguísticos desejáveis e ao melhor ajustamento social.
A escola pode incidir positivamente sobre o desenvolvimento da comunicação oral. Ela deve expor aos alunos à variedade de uso da fala. As crianças precisam ser estimuladas a falar, uma vez que é no exercício da fala que elas vão se aperfeiçoando e percebendo o uso social da fala. A literatura constitui-se em importante instrumento para a decodificação do código linguístico. A leitura é um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade (BAMBERGER, 1995). Mesmo em se tratando de uma criança que ainda não domina a leitura, o ato de ouvir a leitura e decifrar algumas palavras já constitui uma forma de leitura. Estudos com crianças não alfabetizadas vêm demonstrando que elas já apresentam, durante a educação infantil, algumas habilidades metafonológicas que contribuem para o sucesso da aprendizagem da leitura e da escrita (Capovilla & Capovilla, 1998).
Por isso, as atividades de contos de história não devem ser esporádicas no processo de ensino-aprendizagem, mas sim, contínuas e com diversificações temáticas. Entendemos que é possível aprender brincando, é possível estabelecer formas de interação, competição e cooperação por meio de brincadeiras. Estas proporcionam também o aprendizado de valores, regras e normas de convivência. Consideramos a pertinência do investimento em processos de aprimoramento cognitivo associado ao aspecto afetivo. Enquanto a valorização da melhoria das condições cognitivas dos alunos podem lhes possibilitar melhores condições de inserção na sociedade, a afetividade entre professores e alunos desperta nestes últimos, autoconfiança e elevação da autoestima. Nesse sentido, as brincadeiras estabelecem conexões coletivas, em que o professor deve desempenhar o papel de mediador.
Mesmo apresentando relativa autonomia no âmbito institucional, o professor apresenta condições para desenvolver trabalhos de maneira autônoma e criativa. Esta autonomia e criatividade são capazes de proporcionar melhores condições de aprendizagem para os alunos. O docente deve encarregar-se de somar todas as estratégias possíveis para transformar suas aulas em um ambiente pleno de construção de possibilidades. As relações de confiança devem prevalecer, o ensino não deve ser concebido como uma imposição, e sim, como atividade propositiva e centrada em produzir resultados concernentes ao desenvolvimento humano. REFEFÊNCIAS ALMEIDA, Paulo Nunes de. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n. de 20 de novembro de 1996. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. BRIZA, Wellington da Silva; ALBUQUERQUE, Denise Ivana de Paula.
Contribuições da psicomotricidade no desenvolvimento global das crianças do ensino fundamental. s/d. CAPOVILLA, A. G. Coxim/MS, v. n. p. jul. dez. ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997 (col. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Froebel e a concepção de jogo infantil. Revista da Faculdade de Educação, v. n. p. LUCKESI, Cipriano Carlos. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese, in: Educação e Ludicidade, Coletânea Ludopedagogia Ensaios 01, organizada por Cipriano Carlos Luckesi, publicada pelo GEPEL, Programa de Pós-Graduação em Educação, FACED/UFBA, 2000. MACEDO, K; KARLA, G. A importância das artes na Educação Infantil.
Disponível em: http://www. Trad. Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Moraes, 2004. MELLO, Miriam Moreira de. O lúdico e o Processo de Humanização. Educação Infantil e Ludicidade. Teresina: EDUFDI, 2009. RODRIGUES, Marlene. Psicologia educacional: uma crônica do desenvolvimento humano. São Paulo: Mc Graw-Hill do Brasil, 1976. THIOLLENT, Michel. Construção do conhecimento e metodologia da extensão. In: Anais do I Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. VENEZIA, M. Mestres das Artes. São Paulo: Martins Fontes, 1998. WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
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