O ENFOQUE ETNOMATEMÁTICO EM PROPOSTAS DE ENSINO DE GEOMETRIA PLANA E GEOMETRIA ANALÍTICA PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Matemática
Deste modo, além do embasamento teórico, apresnetou-se um plano de aula onde os conteúdos de geometria plana e de geometria analítica são desenvolvidos com uma abordagem etnomatemática específica para este grupo de educandos. O objetivo deste artigo é de nortear e apontar os benefícios educacionais tanto para o aluno quanto professor com a utilização da etnomatemática em sala de aula. Palavras-chave: Etnomatemática, geometria analítica, geometria plana, educação, jovens e adultos. INTRODUÇÃO O ensino da matemática tem como objetivo principal fornecer conhecimento, desenvolvimento e aperfeiçoamento dos alunos, com ênfase no aprimoramento das competências e na resolução de problemas reais. A matemática está presente em todas as profissões, em todos os campos de atuação, até mesmo nas atividades consideradas como rotineiras e domésticas.
Dessa maneira, pode-se dizer que o ensino da matemática deve ir além de fórmulas decoradas, onde o aluno não sabe a funcionalidade de cada princípio matemático na aplicação de um problema real do seu cotidiano. Deste modo, pode inferir que o ensino matemático deve ser realizado de forma à cativar a atenção do aluno e a levá-lo a questionar, indagar e compreender o porque de cada fórmula, conta, sinal. Assim, a matemática aprendida em sala de aula será aplicada de forma prática no seu cotidiano, seja no seu lar ou no seu ambiente profissional. PINHEIRO, 2005) Sabendo dessa importância da aplicação matemática na vivência diária das pessoas, muitos educadores e pesquisadores desenvolveram formas de ensino diferenciadas a fim de proporcionar aos alunos, independente da classe social ou faixa etária, uma oportunidade de aprendizado mais efetiva e contextualizada com as suas experiências diárias.
Neste contexto, a etnomatemática surge como um destaque positivo nesta diferenciação do ensino. Nessa abordagem pedagógica a matemática é tratada não apenas como teoria e uma ciência exata com memorização de fórmulas, mas sim pautada numa abordagem histórica e cultural da matemática, onde a disciplina é compreendida de acordo com as vivências do educando. Nesta linha de pensamento, pode-se dizer que existe a matemática vivenciada por quem trabalha no comércio, por quem é carpinteiro, pela dona de casa, pela cultura indígena, pelo farmacêutico, entre inúmeras profissões e ocupações existentes no meio social. Dessa maneira, a etnomatemática busca distinguir toda situação, pois, assim o contexto cultural e social da matemática será abordado de acordo com a vivência e com a experiência pessoal de cada um.
Nesse sentido, a compreensão da realidade matemática ultrapassa as fórmulas teóricas e é vivenciada na rotina profissional e na ocupação de cada pessoa com seus afazeres diários. D’AMBRÓSIO, 2005) Depois do fracasso da Matemática moderna e do modelo convencional a partir de 1970, muitos educadores matemáticos abordaram uma corrente educacional diferenciada que tivesse por objetivo principal valorizar o conhecimento que o aluno pudesse trazer para dentro da sala de aula, oriundo da sua vivência social. A educação de jovens e adultos (EJA) é uma modalidade de ensino amparada no legislativo e voltada para grupos de pessoas que não tiveram acesso ao ensino regular na idade apropriada, devido à problemas sociais relacionados com desigualdades e pobreza. Essa modalidade de ensino tem por objetivo a tentativa da correção de questões sociais como exclusão e exploração a fim de oferecer oportunidades e aprimoramento para todos no mercado de trabalho.
A Constituição Federal de 1988 no artigo 208 é uma grande referência no que diz respeito a garantia do ensino público fundamental obrigatório a todos, incluindo grupos sociais que não tiveram acesso educacional na idade correta, neste caso jovens e adultos matriculados no EJA. O artigo 208 diz que: “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que não tiveram acesso na idade própria. § 1º O acesso ao ensino obrigatório é gratuito é direito público subjetivo. FREIRE, 1996) Dessa maneira, pode-se inferir que o ensino etnomatemático voltado para jovens e adultos é muito importante e enriquecedor do ponto de vista educacional, entretanto, é importante que exista da parte do professor um planejamento minucioso da aula, a fim de garantir que o conteúdo matemático explorado seja absorvido pelos educandos da melhor forma possível, gerando aceitação, despertando interesse e facilitando o entendimento e a compreensão dos alunos da classe.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Foi elaborado uma proposta de ensino etnomatemático para uma sala de aula de 30 alunos do 9º ano do ensino fundamental abordando em 2 aulas como forma de resumos conteúdos específicos de geometria analítica e de geometria plana. Materiais a serem utilizados: Aula 1 – Geometria analítica: sala de aula, laboratório de informática, calculadoras científicas, softwares educativos, quadro negro e giz, vídeos de profissionais que utilizam a geometria analítica para o desenvolvimento das suas atividades; Aula 2 – Geometria plana: Sala de aula, laboratório de informática, softwares educativos, vídeos de sólidos no cotidiano das pessoas. O contexto sociocultural que esta proposta abrange está relacionando com a importância da geometria analítica e plana nas áreas de construção civil e de navegação marítima.
O foco sociocultural é apontar aos alunos como tais conteúdos são essenciais para o bom desenvolvimento e o destaque destes profissionais no mercado de trabalho. A avaliação da proposta de ensino se dará por meio de atividades em grupo, com exercícios específicos abordando a geometria plana e analítica, com resolução de problemas com uma temática real. conclusão O ensino da matemática para alunos independente da sua classe social ou faixa etária é de suma importância para o seu futuro profissional. O mercado procura por pessoas que tenham conhecimentos na área de matemática e que estejam aptos a trabalharem com problemas e soluções plausíveis e eficientes. A etnomatemática, neste contexto, auxilia os alunos a vivenciarem e a absorverem mais conhecimento por meio da exploração e evidenciação da cultura informal presente em grupos sociais diversificados.
Deste modo, pode-se dizer que o conhecimento informal e distinto existente no meio ocupacional como pedreiros, marceneiros, farmacêuticos, entre outros, é extremamente rico e configura ao aluno como uma experiencia única e marcante no saber. D´AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Examples and results of teaching middle school mathematics from an Ethnomathematical Perspective, in First International Congress of Ethnomathematics, Granada, Anais, s/p, 1998.
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