METODOLOGIA NO ENSINO DE MEDIDAS DE COMPRIMENTO
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Matemática
Percebeu-se que, através de didáticas dinâmicas e interativas, os alunos incorporaram os conceitos básicos do sistema métrico decimal e conseguiram reproduzir os conhecimentos em atividades do cotidiano. Além disso, observou-se o papel fundamental dos educadores nesse processo de aprendizado, visto que são eles que propiciam o contato dos alunos com o conteúdo e é através da abordagem que utilizam que o aluno se interessa ou não por ele. Desse modo, é necessário a criação, a elaboração e a implementação de práticas pedagógicas diferenciadas, ou seja, de forma prática, é preciso trabalhar com materiais concretos para que o aluno apreenda de forma significativa esses conceitos. Ao final do estudo, analisando-se os resultados, verificou-se que, através do desenvolvimento cognitivo e do raciocínio lógico dos alunos, a promoção da compreensão e a construção do conceito de medida é possível.
Palavras-chave: medida. Além disso, percebe-se a necessidade do preenchimento das lacunas deixadas pelo método tradicional de ensino. Levando em consideração essas dificuldades, pretende-se trabalhar usando uma integração entre a matemática formal e a matemática como atividade humana, levando o professor a organizar seu método didático, aperfeiçoar o processo de ensino e praticar dentro da sala de aula visando o melhor aprendizado do aluno. O trabalho desenvolvido sobre medidas de comprimento procura relacionar as atividades teóricas ao ensino prático com o meio, a uma aprendizagem mais rápida e eficiente, apresentando possibilidades na construção de novos conhecimentos e desenvolvimento do aluno, contribuindo para a integração dos conteúdos, procurando sanar dúvidas existentes e favorecendo o crescimento educacional dos estudantes.
Nessa perspectiva, medir parâmetros como distância, tempo, altura, entre outros sempre representou um desafio para a humanidade desde os tempos mais remotos, num caminhar cheio de incertezas, intuições, tentativas, erros e acertos, o homem, usando de todo seu talento, conseguiu estabelecer medições de quase tudo o que o cerca. Portanto, o aluno não pode ser considerado apenas como um sujeito biológico ou psicológico, mas sim como um sujeito social “Vivendo sua vida e realizando seu trabalho, empreendendo atividades variadas para poder reproduzir-se num mundo histórico particular em que vive”. Então, percebe-se que, mesmo antes de o ensino ser introduzido, os alunos já não se encontram receptivos para aprender, pois aquele conhecimento, muitas vezes, parece distante de sua realidade. Dessa forma, a formação e a qualidade da atuação dos professores da 6ª série tem sido motivo de críticas em encontros, palestras de pedagogos e na sociedade em geral com relação a sua eficácia no ensino da matemática.
Tais queixas ampliam-se não só na área metodológica, como também em relação à baixa qualidade das aulas ministrada e a dependência dos livros didáticos. O problema central deste estudo está voltado para a necessidade de articular as aulas a uma relação teórica – prática, visando tornar o ensino das medidas de comprimento mais significativa e relevante. Todavia, a grande maioria dos professores de 6ª a 8ª série alegam que a realização das atividades práticas é prejudicada pela falta de materiais didáticos, pela falta de verbas públicas para aquisição desses materiais, pela falta de tempo dos professores que são sobrecarregados com aulas e trabalhos extras e pelas condições precárias do ambiente de ensino. No entanto, agindo e operando sobre o meio em que vivia, o homem obteve seus primeiros conhecimentos sobre formas e grandezas, e a partir deles, passou a estabelecer diversas relações dentro da realidade que o cercava.
À medida que isto acontecia, fazia sua própria matemática. Na busca para solução de seus problemas, usava o conhecimento já adquirido para produzir outro, ampliando, sofisticando e captando os conceitos matemáticos. Assim, ao longo da história da humanidade, pode-se dizer que muitas matemáticas foram criadas em função das diferentes necessidades socioculturais e políticas de distintas épocas e sociedades. Entretanto, ao acompanhar os avanços da humanidade a matemática adquire forma e desenvolve uma estrutura interna própria, passando a possuir um caráter científico de que não dispunha inicialmente. PCN’s 1997, p. Partindo dessa visão, o ensino da Matemática é o meio que conduz o homem a compreender o processo histórico e evolutivo da construção do conhecimento matemático, bem como se apropriar e utilizar-se desse conhecimento nas relações entre ele e a realidade.
A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR MEDIDAS A realização de negócios nas primeiras civilizações tinham como linguagem principal as medidas. Estas se tornaram os principais fatores de sustentação e fortalecimento dos povos, já que as relações de compra e venda eram as principais relações estabelecidas entre eles. SILVA, 2004). Portanto, é extremamente importante e proveitosa trabalhar as medidas desde a 1ª série. Visto que as medidas fazem parte do nosso dia a dia. Medimos desde a hora que acordamos, quando observamos a hora no relógio, até a hora que dormimos, quando calculamos quantas horas temos de sono até o dia seguinte. Ao nos alimentarmos, também medimos a quantidade de alimento no nosso prato. Ao viajarmos, calculamos a distância que iremos percorrer e, com ela, quantos litros de gasolina precisaremos para completar o trajeto.
do dia solar médio. O número 86. vem da divisão do dia em 24 horas, e cada hora tem 60 minutos e cada minuto 60 segundos, ficando o dia dividido em 86. segundos. Ratifica-se, assim, a importância do contexto histórico das medidas para uma melhor compreensão do conteúdo pelos alunos. Em um estudo de caso realizado em Travesseiro-RS, em 2010, Viviane Raquel Backendorf elaborou uma sequência didática que abordou o tema grandezas e medidas de comprimento, com o objetivo de construir os conceitos nos alunos, elaborando práticas pedagógicas diversificadas, ou seja, permitindo que os alunos se envolvessem nas atividades através do trabalho com objetos concretos, fazendo com que os mesmos usassem técnicas próprias de medição através do raciocínio, do tato, da visão e, também, de técnicas não convencionais, como o uso de partes do corpo: palma da mão, pés, polegada, passos, distância dos braços.
Além disso, os alunos foram motivados a usar objetos presentes em seu âmbito diário, como caneta, cabo de vassoura, palito de fósforo, etc. Em cada situação abordada, os alunos escolheram o objeto mais adequado, buscando minimizar os erros, registrando o que foi vivenciado e interagindo com outros, fazendo proveito do ambiente propício à aprendizagem. A atividade desenvolvida nesse projeto foi feita em sala de aula, dividiram-se os alunos em grupo e criaram-se situações-problema. Na primeira, o objetivo era a construção de uma unidade. Concluiu-se então que, quanto menor a unidade usada, maior a precisão do resultado. Se ao invés do palmo ou do pé fosse usado como unidade o dedo, a precisão dos resultados seria, indubitavelmente, maior. A terceira situação realizada era a criação de uma unidade única também para as partes da parede que sobraram, aquelas onde não era possível medir com um palmo inteiro (mas era possível medir com o dedo), ou seja, seria feita a conversão utilizando a parte da unidade padronizada.
Exemplo: um palmo corresponde a cinco dedos e dois palmos correspondem a dez dedos. Após essa compreensão, como na primeira situação já havia sido notado que cada pessoa possui um tamanho de palmo diferente, uma aluna concluiu que não se podia usar o palmo como unidade padrão e então sugeriu que o desenho do palmo na cartolina fosse medido com uma régua para, assim, os alunos conseguirem determinar, usando uma unidade conhecida, a quantidade de material que seria usado nas paredes da sala. Observou-se que os alunos usaram suas próprias estratégias e variados métodos para chegar aos resultados, cada aluno solucionou o exercício individualmente. Depois de resolvidos os exercícios, cada um apresentou a maneira que solucionou o problema, o que foi importante para que os alunos percebessem as diversas formas de se solucionar um mesmo problema usando estratégias diferentes e, muitas vezes, mais simples do que a maneira que alguns utilizaram.
Logo que foi percebido o entendimento dos alunos sobre o milímetro, o centímetro e o metro, passou-se para outras unidades do sistema métrico, como o quilômetro. Alguns alunos já tinham a compreensão de que o quilômetro era usado para grandes distâncias. Então, foi feita a relação de que um quilômetro equivale a 1000 metros e foi pedido para que os alunos descobrissem a distância da escola até as suas casas. Com o desenvolvimento das atividades, foi percebida a participação ativa dos estudantes na formulação de soluções para as situações-problemas e o interesse crescente dos mesmos a cada atividade. Assim, a assimilação dos conteúdos foi acontecendo naturalmente, sem a necessidade de decoreba e com grande eficácia.
Em todas as situações, havia a contribuição, de algum modo, dos alunos, o que enriquecia a construção do aprendizado. Ao final, os alunos estavam certos de usar o milímetro para medir objetos pequenos e o quilômetro para medir grandes distâncias. Por fim, observou-se que é eficaz aproveitar o raciocínio dos alunos e desenvolver suas habilidades, deixando em segundo plano a mecanização e a mera aplicação de regras e fórmulas. DANTE, L. R. Tudo é matemática: 5ª série. São Paulo: Ática, 2005. CARAÇA, Bento de Jesus. LORENZATO, Sérgio. Educação Infantil e Percepção Matemática – Coleção Formação de Professores. ª ed. ver. e amp. e NUNES T. Crianças fazendo matemática. Porto Alegre: Artes Médica. TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro.
Didática de Matemática: como dois e dois: A Construção, Matemática.
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