MERCADO DE TRABALHO PARA MÉDICOS: Por que os médicos não se fixam nas regiões prioritárias?
Tipo de documento:Projeto de Pesquisa
Área de estudo:Medicina
Muito foi melhorado desde a instituição da Política Nacional de Atenção Básica, de 2006 (BRASIL, 2006), quando foi consolidado a estratégia Saúde da Família visando melhorar a atenção primária no Brasil, e instituindo a AB como porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Consolidando a Política de Atenção Básica, o Programa Mais Médicos melhorou em muito o atendimento populacional na área da saúde desde 2013, época da sua criação, com maior cobertura de médicos em todas as regiões do país, dado este perceptível pelo aumento do índice número de médicos/mil habitantes, pelo aumento das consultas prestadas, e consequentemente, pelo aporte financeiro na área da saúde ((SCHEFFER et al.
Nas diretrizes quanto ao eixo de formação, o PMM enfatiza a necessidade de reter os médicos nas regiões mais necessitadas, mediante uma série de medidas desenhadas para este fim. Dentre elas pode-se citar as mudanças nas diretrizes curriculares, com maior tempo para a formação direcionada à assistência em AB, e a expansão de vagas tanto na formação quanto na especialização independente da rede ser privada ou pública, mas sobretudo vagas voltadas à interiorização do estudante médico, conforme a Lei 12. BRASIL, 2013a). em 2018, o Brasil tinha cerca de 452. médicos inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina, totalizando 491. inscrições sendo que esta diferença entre os médicos ativos e as inscrições dizem respeito às inscrições secundárias, ou seja, médicos que por algum motivo têm mais que um CRM ativo.
A população brasileira contava no início de 2018 com 207. pessoas, que diante da população médica de 452. A Tabela 1 demonstra que no período analisado, 2013 a 2018, o número de médicos ativos no Brasil teve um incremento de 21,79%, enquanto a população brasileira aumentou no período cerca de 3,3%, representando assim, que o número de médicos no país cresceu consideravelmente mais que o da população. Importa trazer dados a respeito da evolução do número de médicos no país. O estudo de Scheffer et al. salienta que de 1920 a 2017 (Figura 1) o total de registros médicos no Brasil passou de 14. para 451. Formação e Especialização Médicas, e o mercado de trabalho do médico Estimativas do Conselho Federal de Medicina – CFM, é que em 2020 o Brasil ultrapassará meio milhão de médicos, com uma população de profissionais mais jovens e majoritariamente, feminina (CFM, 2019a, p.
Segundo Dilza Ribeiro do CFM/Acre, o impulsionamento e ascensão das mulheres nos cursos de medicina se deve pela cada vez maior presença em funções de liderança na área de medicina, bem como a inserção da mulher no ensino superior. A cada ano cresce a participação das mulheres na carreira médica. Dados referentes a 2017 mostram que as médicas representavam 45,6% dos profissionais na área, contra 54,4% para os homens (CFM, 2015a; SCHEFFER et al, 2018). Em 1920, as mulheres representavam um percentual de 21,5% dos médicos ativos, enquanto os homens eram 78,5%. Na porcentagem que leva em conta o tempo integral ou parcial para a atividade da medicina, demonstrou-se que quanto mais velho o profissional, menos tempo ele dedica à profissão, acontecendo o inverso com os mais jovens, que atuam mais tempo do seu dia no exercício profissional da medicina.
A atuação clínica e assistencial é. continua 2. ESTUDO DOS FATORES QUE INFLUENCIAM E ATRAEM PROFISSIONAIS MÉDICOS PARA ÁREAS REMOTAS O problema da distribuição desigual dos profissionais médicos não é apenas brasileiro. O debate sobre as desigualdades na distribuição de médicos entre as áreas urbanas e as rurais é recorrente em diversos países, tendo surgido estudos em diferentes épocas e em muitos casos políticas públicas foram criadas a fim de corrigir as dificuldades de preenchimento de vagas para médicos em localidades mais remotas, como em áreas rurais por exemplo, que normalmente apresentam níveis mais baixos de profissionais da área ali instalados. continua McAuliffe e Barnett (2009) e Reitz et al. levantaram os fatores de atração para a decisão de estudantes em.
Os autores McAuliffe e Barnett (2009) também observaram outros fatores que, nos seus estudos, tinham forte influência sobre a decisão dos profissionais em optar por áreas remotas,. Deutschlander, Suter e Grymonpre (2013) e Rose e Rensburg-Bonthuyzen (2015 ). Em uma pesquisa realizada por Holmes e Miller (1986) com graduandos de medicina em Oklahoma, no intuito de levantar fatores que influenciariam suas escolhas quanto ao local para fixar residência após a graduação, 71% dos respondentes disseram preferir localidades semelhantes às quais eram provenientes, no caso acima de 100. Como prover as áreas remotas de profissionais médicos? Os incentivos e benefícios No final da década de 60, para atender as necessidades da falta de médicos na Província de Ontário, o Canadá criou o. CONCLUSÃO Os fatores que determinam a fixação em determinadas localidades passam por escolhas pessoais e profissionais, sendo este fato comum à todas as profissões.
Em se tratando da área médica, diante da realidade da má distribuição de profissionais para todas as regiões de forma equitativa, o fato chama mais atenção pela urgência em resolver o problema que causa a desassistência no atendimento médico em regiões mais carentes social e economicamente, e longínquas. Programas que buscam interiorizar os profissionais médicos já fazem parte das políticas públicas brasileiras a algumas décadas. Algumas medidas são pontuais, outras implementadas de forma sucessiva, mas com o intuito de compor uma rede adequada para o atendimento médico. Os resultados das medidas implantadas no PMM são de médio e longo prazos, mas não devem ser tratadas como objetos eleitoreiros que não passam para além do governo no qual foram implantadas, prejudicando o andamento e estruturação dos programas, colocando sobretudo a população em risco pela falta de atendimento médico.
Há a necessidade de criar medidas de caráter estruturante, visando o interesse dos profissionais médicos para aderirem aos projetos governamentais, e garantir que as estratégias propostas tenham efeito positivo na retenção dos profissionais nas áreas que maior demandam sua intervenção. Entender como outros países resolveram ou melhoraram os seus sistemas de saúde e quais as práticas rurais foram bem sucedidas, pode fornecer alternativas para o caso brasileiro, e assim, colaborar para a implementação de políticas que apesar das especificidades econômicas e sociais do país, possam entusiasmar os profissionais médicos para que se estabeleçam nas regiões menos desenvolvidas, quem sabe, mudar a sua realidade. REFERÊNCIAS CONSULTADAS ARAÚJO, Edson; MAEDA, Akiko. How to recruit and retain health workers in rural and remote areas in developing countries.
Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: <http://bvsms. saude. gov. planalto. gov. br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871. htm>. Acesso em 15 maio 2019. cfm. org. br/index. php?option=com_content&view=article&id=25 867>. Acesso em 15 maio 2019. cfm. org. br/index. php?option=com_content&view=article&id=27505:2018-03-19-20-22-02&catid=3. Acesso em 15 maio 2019. Fam. Physician, v. p. DEUTSCHLANDER S. SUTER, E. Estatísticas Nacionais, 2019. Disponível em: <https://www. escolasmedicas. com. br/>. p. LAPA, Ademir. Programa Mais Médicos: uma contribuição à análise da oferta de ações e serviços de saúde. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Saúde, da Escola Fiocruz de Governo. Brasília: 2018. org.
au>. Acesso em 16 maio 2019. PÓVOA, Luciano et al. Distribuição geográfica dos médicos no Brasil: uma análise a partir de um modelo de escolha locacional. ROSE, A. RENSBURG-BONTHUYZEN, E. Janse van. The factors that attract healthcare professionals to and retain them in rural areas in South Africa. South African Family Practice, v. flip3d. com. br/web/temp_site/edicao-97e48472142cfdd1cd5d5b5ca6831cf4. pdf>. Acesso em 15 maio 2019. Acesso em 15 maio 2019.
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