Intervenções Psicanalíticas

Teve como sujeito de estudos, 12 jovens aprendizes que participam do projeto na empresa, onde possibilitou além da aprendizagem necessária à disciplina através do estágio, uma vivencia maior com esses jovens, e de sua vida diária na busca de seu lugar no mundo do trabalho. Este relatório teve como base um levantamento de referencial teórico na fundamentação e norte para o relato das observações e sugestão de melhorias mais direcionadas. O estágio proporcionou uma visão maior de minha parte, referente à necessidade de acompanhamento psicológico, na verificação do trabalho e vivencias grupais desses jovens do projeto na Fundação. Onde os mesmos, apresentaram a necessidade de intervenções referente ao comportamento excessivo de individualidade observado, pois competem uns com os outros com o intuito de serem efetivados no quadro funcional, findando o Programa.

Chegando ao final do estágio em Psicologia, foi possível identificar uma vivencia e intercambio de conhecimento, tanto para área do estudo possibilitando uma ampla aprendizagem, como para os jovens aprendizes contribuindo no se cotidiano. Esses jovens são oriundos do Projeto “Apostando no Futuro” e, provenientes da comunidade Paula Ramos, da cidade do Rio de Janeiro. Segundo a Cesgranrio, em 2003, seu presidente o Prof. Carlos A. S. Oliveira, decidiu expandir a ação na área da Responsabilidade Social, criando seu próprio projeto de desenvolvimento local, o “Apostando no Futuro”. E sua contratação é realizada em parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola). Todos os jovens são avaliados mensalmente pelos chefes dos setores: Administrativo, Cultural, Jurídico, Patrimônio, Tecnologia e Departamento De Pessoal. DIÁRIO DE CAMPO E PROBLEMATIZAÇAO Ao longo deste estágio, que ocorreu no mês de maio, aconteceram quatro encontros para avaliações e feedbacks envolvendo os jovens aprendizes em se dia-a-dia no ambiente profissional, onde: em dois encontros foram conversas e observações com a diretora e sua assistente, e dois encontros com os jovens para as observações inloco.

A problemática inicial se deu para verificação no ambiente profissional em que os jovens aprendizes estão inseridos na empresa Cesgranrio, e se, o que a mesma oferece a eles referente à motivação profissional, estava alinhada com o e que esses jovens buscam em um ambiente de trabalho. Sabe-se que os jovens de hoje, buscam cada vez mais experiências em ambientes saudáveis e motivadores para se conhecerem e desenvolverem suas habilidades e competências para o mercado de trabalho. Durante o estágio na empresa Cesgranrio com os 12 J. A. foi observado que os jovens agiam de forma a não quer trabalhar em equipe, tendo comportamento individualista e muitas vezes não dando apoio a seus colegas que necessitavam, para se sobressaírem a eles, aos olhos da chefia direta.

Diz Mello (2000) que é necessário e saudável estimular a competitividade organizacional, mas na medida certa. É preciso, antes de tudo, incentivar a cooperação e a produção em equipe, deixando claro para todos, que eles devem ter ambição individualmente de crescer na empresa e na carreira, pois serão recompensados por isso. Segundo Coutinho (2009), quando falamos de trabalho nos referimos a uma atividade humana, podendo ser individual ou coletiva, de caráter social, complexa, dinâmica, que se modifica, e que é distinta de qualquer outra forma animal. O trabalho não tem somente o significado de subsistência para o homem, e de acordo com Morin (2007) no trabalho também existe um sentido de vida para a realização do sujeito, e que possui uma forma de estrutura afetiva (significado, orientação e coerência), referindo-se as representações que o sujeito tem de sua atividade, assim como o valor que lhe atribui.

De acordo com Araújo e Sachuk (2007), ao longo de toda a história da evolução humana, o trabalho foi algo determinante para a manutenção da vida do homem. Mas não é somente isso que o homem busca quando se propõe ir ao mercado de trabalho. Segundo Tolfo et. Estes significados do trabalho irão depender de como as pessoas internalizam essas vivências nos diversos setores produtivos da sociedade. Diante à contextualização exposta acima, pode-se quase afirmar que cada vez mais, as pessoas buscam através do trabalho, não só sua subsistência humana, sua manutenção, mas também uma realização pessoal, uma forma de sentirem-se uteis na sociedade em que vivem, e querem ainda encontrar um sentido de vida. E que esse sentido, lhes traga além do dinheiro, a felicidade e motivação para suas vidas que tanto almejam.

Jovens no Mercado de Trabalho e a Sociedade Brasileira A sociedade brasileira vive um momento preocupante em relação ao crescente número de jovens entrando para o mundo da criminalidade. Para conter essa onda, percebe-se que as famílias mais simples, e que possuem os pais trabalhadores e assalariados, estão incentivando o ingresso de seus filhos jovens no mundo do trabalho num formato mais formal, pois a maioria dos jovens brasileiros de baixa renda, já exerce de alguma forma atividade remunerada para contribuir com a renda familiar, só que na maioria das vezes, na informalidade e sem nenhum benefício, nem que seja o básico deles. Segundo Moura (2017), por pertencerem a famílias de baixa renda social, esses jovens sentem a necessidade de ingressar no mercado de trabalho mais cedo que os outros jovens de sua faixa etária, entre 14 e 17 anos.

E mais ainda, por não terem condições de pagar por maiores conhecimentos e qualificação, se sujeitam a trabalhar em qualquer posto de trabalho, para irem em busca de uma vida social e financeira melhor do que a que encontram-se, e as vezes para realizar seus objetivos, podem apresentar comportamentos de competição entre seus pares no ambiente profissional onde se encontram, e por não terem orientação adequada. Silva e Sachuk (2011) após sua pesquisa, falam que tais transformações advindas do significado do trabalho na contemporaneidade, tem significado para o homem como uma forma de incluí-lo na “hierarquia social”, apresentando oportunidade de mudar alguns quadros de vida, principalmente na questão econômica. E o jovem também quer começar a galgar essa conquista desde cedo, e age da melhor forma e sabe.

O Programa Jovem Aprendiz, veio para contemplar os anseios desses jovens, de forma mais humanizada. Na adolescência, ocorrerá um trabalho de ressignificação da identidade, possibilitando o acesso do jovem à outra etapa do ciclo vital. A sociedade oferece, de acordo com a sua cultura, rituais tradicionais de passagem à idade adulta que funcionam como mediações simbólicas entre o adolescente e o meio, e que lhe conferirão o status de adulto. Perante essas afirmações, compreende-se a importância do planejamento das ações de treinamento que serão sugeridas as coordenadoras do PJA na Cesgranrio. As sugestões de intervenção psicanalítica como forma de desenvolver os comportamentos grupais entre os 12 jovens aprendizes da Fundação Cesgranrio, serão ações de treinamento, sugerindo-as uma vez por semana, pois espera-se que após as mesmas, os jovens desenvolvam: - uma melhor desenvoltura individual; - melhorem a transformação no grupo e aumentem a produtividade tanto individual, como em grupo; - aumentar a coesão entre eles; - crescimento nos aspectos ligados ao relacionamento interpessoal; - aperfeiçoamento do trabalho coletivo; Sege algumas sugestões de dinâmicas: a) Dinâmicas de grupo específicas para desenvolver o comportamento esperados de equipe.

A dinâmica do “Maracujá Milagroso”, tem como foco desenvolver a comunicação grupal (observação e intervenção se comunicam-se uns com os outros, e se ouvem-se), desenvolver a atenção e empatia com o problema dos outros, ampliar a percepção de que todos são da mesma empresa; mostrar a importância de resolver um problema sem prejudicar os colegas, o cliente e a empresa; a importância de atender a necessidade de todos os envolvidos ara os resultados serem mais efetivos; b) Circulo de fortalecimento de vínculos como forma de desenvolver que todos são iguais em seus objetivos individuais, mas que juntos se tornarão mais fortes para os objetivos globais. p. BORGES, L. O; BARROS, S. C. Inventário de significado do trabalho para trabalhadores de baixa instrução.

Os atributos e a medida do significado do trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. n. p. BLOS, P. Acessado COUTINHO, M. C. Sentidos do trabalho contemporâneo: as trajetórias identitárias como estratégia de investigação. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. n. br/visualizacao/livros/liv94935. pdf>. Acesso em: 26. LIMA, M. TAVARES, N. dez. p. Disponível em: <http://anped. tempsite. ws/novo_portal/rbe/rbedigital/RBDE05_ /RBDE05_ _10_ HELOISA_HELENA_TEIXEIRA_DE_SOUZA_MARTINS. n. p. MORIN, E. M. Os sentidos do trabalho. com. br. Revista Científica da FASETE 2017. PNAD (Pesquisa Nacional de Domicílios) referentes ao ano de 2014. Disponível em:https://ww2. em: SILVA, P. R. SACHUK, M. I. Transformação do trabalho: implicações para o futuro das pessoas e das organizações. TOLFO, S.

D. R. COUTINHO, M. C. VIANA, Nildo. Juventude e sociedade: ensaios sobre a condição juvenil. São Paulo: Giostri, 2015.