INDÚSTRIA 4.0 COMO INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Tipo de documento:Revisão bibliografica

Área de estudo:Gerenciamento de Projetos

Documento 1

A Segunda Revolução Industrial, que ocorreu no final do séc. XIX trouxe o advento da eletricidade e modificações transformadoras para as fábricas da época, com a introdução das linhas de montagem, a separação de componentes e a montagem de produtos baseados na divisão do trabalho. Essa modificação nas indústrias deu início à produção em massa e tornou os produtos mais acessíveis às pessoas criando a sociedade de consumo. A Terceira Revolução Industrial, que ocorreu a partir da década de 1970, também conhecida como a revolução digital ou do computador, que permitiu a ampla aplicação das tecnologias eletrônicas e de informação introduzindo a automação ao processo de fabricação. Atualmente estamos no auge da Quarta Revolução Industrial, que teve início na virada do século, e se distingue das três primeiras revoluções industriais devido às enormes mudanças como: poder de computação, conectividade, inteligência artificial (IA), robótica, internet de coisas (IoT)1, veículos autônomos, impressão 3D, nanotecnologia, biotecnologia, ciência dos materiais, armazenamento de energia e computação quântica que estão mudando consideravelmente a maneira como os produtos são fabricados e as transações de negócios tem sido executadas em tempo real (GILCHRIST, 2016; SCHWAB, 2016).

Essas mudanças ameaçam criar mais desemprego estrutural, particularmente entre os trabalhadores não qualificados em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Com a ampla aplicação da inteligência artificial e da robótica, essa revolução pode ameaçar potencialmente a ordem econômica do mundo liberal e provocar uma nova ordem econômica mundial. “A natureza fundamental e global desta revolução significa que afetará e será influenciada por todos os países, economias, setores e pessoas” (SCHWAB, 2016, p. A literatura recente sobre a Quarta Revolução Industrial baseada em Schwab (2016) explora a rapidez com que as descobertas científicas em geral estão remodelando as economias e as sociedades e como as políticas e intervenções governamentais tem acompanhando esse rápido avanço tecnológico para tirar proveito das oportunidades e obter crescimento econômico e inclusão além das tecnologias digitais.

“A questão para todas as indústrias e empresas, sem exceção, não é mais ‘haverá ruptura em minha empresa?’, mas ‘quando ocorrerá a ruptura, quando irá demorar e como ela afetará a mim e a minha organização?’” (SCHWAB, 2016, p. Basicamente, a Quarta Revolução Industrial foi impulsionada por novos avanços duradouros nestas três categorias e dentro de suas respectivas áreas, bem como de uma grande fusão entre as mesmas. Os principais impulsos tecnológicos de cada categoria são resumidos no quadro 1. Quadro 1 Impulsos tecnológicos para a Quarta Revolução Industrial Categorias Manifestações Digital Internet das Coisas (internet of things – IoT) Inteligência Artificial (IA) Aprendizagem de Máquina (machine learning) Big data e computação em nuvem (cloud computing) Física Carros autônomos Impressão 3D Robótica Avançada Novos Materiais Biológica Engenharia Genética Biologia Sintética Neurotecnologia Fonte: elaborado pelo autor com base em Schwab (2016).

Enquanto os principais avanços tecnológicos das revoluções industriais anteriores se originaram das áreas de hardware ou maquinário, os impulsionadores tecnológicos para a Quarta Revolução Industrial se originaram principalmente da área de software, conforme será detalhado a seguir. Impulsos Tecnológicos para a Quarta Revolução Industrial 1. Da mesma forma, o mercado comercial tem alta capacidade de comercialização, pois possuem serviços que abrangem produtos financeiros e de investimento, como bancos, seguros, serviços financeiros e comércio eletrônico, que se concentram na história, desempenho e valor do consumidor. Enterprise IoT, por outro lado, é uma vertical que inclui pequenas, médias e grandes empresas (GILCHRIST, 2016, p. Outra tecnologia que se desenvolveu tremendamente foi inteligência artificial (IA), que basicamente emprega computação para simular o processo de pensamento e comportamento de seres humanos (como raciocínio e planejamento).

Atualmente, a IA vem sendo amplamente empregada por empresas como Facebook, Google, entre outras por meio de armazenagem de dados e informações para auxiliar nas decisões complexas por meio de algoritmos (SCHWAB, 2016). O aprendizado de máquina é um dos desenvolvimentos mais ativos no campo da IA e proporciona aos sistemas computadorizados a capacidade de encontrar informações ocultas sem ter sido previamente programado. A tecnologia 3D encoraja inovações devido a liberdade de design sem precedentes. Não há necessidade de máquinas específicas para a fabricação, o que evita custos extras e tempos de espera de fabricação. Por enquanto, essas aplicações têm sido mais empregadas pelas indústrias automotiva, aeroespacial e médica. No entanto, estão se ampliando para as áreas como artes, esculturas, design e arquitetura.

Como principais influências sociais e econômicas da impressão 3D estão a customização, preços acessíveis e descentralização com a criação de infofábricas (SCHWAB, 2016). Sob o ponto de vista de tratamentos médicos, o sistema de supercomputador Watson da IBM pode fazer planos de tratamento personalizados para pacientes com câncer, comparando os dados de pacientes anteriores, tratamentos e informações genéticas com atualização de conhecimento médico em apenas alguns minutos. Além disso, o progresso na engenharia genética ajuda as pessoas a obter maiores rendimentos agrícolas, aumentando a robustez, eficácia e produtividade da criação de culturas. A engenharia genética possibilita interferir e modificar os seres vivos (animais, plantas) e adaptá-los a condições adversas (SCHWAB, 2016).

Com a biologia sintética é possível modificar organismos já existentes, alterando seus códigos genéticos, possibilitando criar organismos personalizados ou recriar órgãos, mas estes avanços tecnológicos suscitam questões éticas que necessitam de maiores debates e regulamentações. A neurotecnologia possibilita monitorar a atividade cerebral e observar como o cérebro muda e interage com o mundo exterior. preconiza a ligação em tempo real (real-time networking) de produtos, processos e infraestrutura. Em outras palavras, fornecimento, fabricação, manutenção, entrega e atendimento ao cliente estão todos conectados via internet (FERREIRA, 2017). Isso é possível devido ao uso de sistemas ciberfísicos – cyber physical systems (CPS) – isto é sistemas que utilizam meios técnicos para realizar um controle efetivo sobre a fabricação em tempo real e com um amplo escopo, criando assim uma combinação orgânica de recursos humanos, máquinas e matérias-primas.

Os objetos físicos estão conectados com a internet permitindo enviar, receber e trocar dados/informações por meio da internet das coisas (GILCHRIST, 2016). Com um sistema de comunicação ativo, dinâmico e flexível equipado com tecnologia da informação, este novo modelo de produção tem capacidade para maximizar o potencial de otimização fabril, aumentar a eficiência da produção e incentivar ideias inovadoras (SCHWAB, 2016). Esses sistemas realizam suas tarefas com base em informações provenientes do mundo físico e virtual. A informação do mundo físico pode ser a posição ou a condição de uma ferramenta, em contraste com a informação do mundo virtual, como documentos eletrônicos, programas e modelos de simulação. Com base nas definições dadas para a CPS e a IoT, a fábrica inteligente pode ser definida como uma fábrica onde a CPS se comunica com o IoT e auxilia pessoas e máquinas na execução de suas tarefas.

Essa fábrica é organizada de acordo com os princípios da produção enxuta, sendo que sua produção é impulsionada pela demanda, e inicia fabricação somente se houver uma demanda (GILCHRIST, 2016). Outra característica é que ao invés da produção em massa, a fábrica inteligente tem maior ênfase na personalização de seus produtos. no Brasil”. Em linhas gerais, há um conjunto de propostas para desenvolver essa indústria no país, mas todas muito abstratas (desenvolver, melhorar, etc. e pouco detalhadas (FERREIRA, 2017). Ainda recomenda que as empresas passem a armazenar o máximo de informações e que criem “protocolos para a governança dos dados”. E finaliza lembrando a importância em aproximar as empresas e as instituições de ensino, principalmente no momento de crise, de forma a incentivar a inovação nas empresas.

Industry 4. The Industrial Internet of Things. California: Apress: 2016. HERMANN, M. PENTEK, T. pdf>. Acesso em: 9 jan. KAGERMANN, H. WAHLSTER, W. HELBIG, J. accessible. pdf>. Acesso em: 9 jan. SCHWAB, K. A quarta revolução Industrial.

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