IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS MULTIFAMILIAR NUM PROJETO DE EDIFICAÇÃO

No Brasil existem normas que regulamentam esse sistema pluvial, que desviam água de grandes bacias hidrográficas para locais com carência de água usado no nordeste brasileiro. No estado do Rio de Janeiro existe uma norma que dispõe sobre a obrigatoriedade das empresas de construção civil a prover os imóveis residenciais com dispositivo para captação da água da chuva para reaproveitamento. No atual trabalho será estudado como é feita a elaboração de um projeto de edificação que contempla esse sistema de captação, mostrando toda a dimensão do projeto, desde a captação através de calhas, passando pela condução aos reservatórios onde serão armazenadas para posteriormente ser distribuída para seus devidos fins, usando assim a ajuda da chuva onde não há a necessidade que a água seja potável.

Como por exemplo irrigação de jardins, lavagens de pátios e calçadas e descargas sanitárias. Num mundo onde a água é motivo de guerra em alguns locais, fica clara a relevância social deste trabalho onde mostraremos todo seu dimensionamento, desde a captação até utilização, fazendo os levantamentos pluviométricos necessários para a implantação deste projeto. TABELA 11 42 - Classificação da qualidade da água de acordo com o uso. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização de uma das Primeiras Civilizações. Figura 2 - Sistema de Coleta e Armazenagem de água Pluvial. Figura 3 - Tripé da sustentabilidade. Figura 4 - Distribuição da água no mundo. CAPITULO II - APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA – UM 21 MÉTODO SUSTENTÁVEL. CAPITULO III - PANORAMA DA ÁGUA. CAPITULO IV - ÁGUAS PLUVIAIS E SEU APROVEITAMENTO.

CAPITULO V - MÉTODO DE PESQUISA. CAPITULO VI - ESTUDO DE CASO. Com essa nova forma de sociedade começando a fortalecer, o homem deixa de caçar para começar a criar seus suprimentos vitais favorecendo a aparição da agricultura. Com a consolidação dessa nova formação social o assentamento do homem torna-se necessário próximo a uma fonte de água abundante, logo as primeiras civilizações se estabeleceram perto de rios de grande volume, pois além de precisarem de água para consumo necessitavam da mesma para o uso na agricultura. Na figura 1, são encontradas as primeiras cidades tal como são conhecidas surgiram no Oriente e pode-se dizer que a primeira delas foi Uruk, às margens do Rio Eufrates, por volta de 4500 e 3750 a.

C. na região chamada Mesopotâmia. A previsão é que nesse ano, 2,3 bilhões de pessoas suplementares – mais de 40% da população mundial – não terá acesso à água se medidas adequadas não forem tomadas. Dados 2 Fonte: < http://public. wsu. edu/~hughesc/gilgamesh_notes. htm, 2014> acesso em 22/10/2016 13 do IBGE (2004) informam que, no Brasil, existe mais de 45 milhões de habitantes sem acesso à água potável e mais de 90 milhões sem acesso à rede de esgoto. O consumo doméstico representa 10% do volume da água usada pelo homem. A indústria utiliza o dobro disso, e a agricultura, sete vezes mais” (Silva, 2014, p 3) Paulo Affonso Leme Machado, no livro Recursos Hídricos, diz que “a afirmação do direito à água corporifica o uso de recurso natural em uma quantidade e qualidade que tornem a vida saudável e que possibilitem ao ser humano existir com dignidade”.

Uma das alternativas que este trabalho apresenta é uma maneira de economizarmos a água para solucionar esse problema da escassez é o aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis. Pois segundo Tomaz (2003) cerca de 30% da água utilizada em uma residência é destinado para os fins não potáveis, como descargas de bacias sanitárias, máquinas de lavar roupa, irrigação, entre outros. Além de ser um meio sustentável na utilização dos recursos hídricos, a captação da água da chuva também reduz a vazão do sistema de drenagem pluvial. Sua cobertura funciona como uma lona gigante, feita de plástico ultra resistente que pode ser inflada a qualquer momento para colher a água da chuva, proporcionando uma área de captação de cerca de 16.

m². A água captada é armazenada em uma cisterna no subsolo, onde é tratada e utilizada no sistema de combate a incêndios e ainda responde por um terço do consumo total de água do estádio (SILVEIRA, 2008). No Brasil, em especial na região Nordeste, já se faz uso das águas de chuva para o consumo humano reservando em cisternas, porém sem um controle da qualidade da chuva coletada. Na figura a seguir, um exemplo de como é feito a captação e reservamento da água de chuva na região Nordeste. Objetivo Específico Esse projeto tem como objetivo promover a cultura da sustentabilidade fazendo assim que essa seja uma prática natural ao longo do tempo e que o sistema de aproveitamento de águas pluviais esteja presente em todas as residências, sendo elas multifamiliar ou não.

Com toda a sociedade consciente que a gerência das águas pluviais é de suma importância para a preservação do meio ambiente. Uma forma de administrar e gerenciar o uso da água é armazenar a água da chuva, economizando o fornecimento de água tratada. O armazenamento e utilização reduzem não só o consumo da água potável, mas também reduz a ocorrência de enchentes. Está obvio para toda a humanidade que o uso da água requer um estudo detalhado, para assegurar a sua durabilidade, pode se dizer que seria o seu “uso sustentável”. Da mesma forma, a pesquisa se caracteriza como de caráter exploratório, com abordagem qualitativa. Para Gil (2002), a pesquisa é exploratória pelo fato de exigir que o pesquisador se familiarize com a realidade investigada.

O método de pesquisa deve ser aplicado no desenvolvimento da mesma, para a construção de forma organizada, não apenas para colaborar na compreensão de todos, mas fazer com que os processos que a envolvam, atuem como uma única estrutura. Para uma compreensão satisfatória da temática abordada, fez-se necessária a revisão teórica e conceitual de temas correlacionados com a proposta do estudo. Os materiais que não tiveram relevância, bem como os materiais em inglês e demais línguas estrangeiras, foram excluídos. É através da sustentabilidade que os recursos naturais são utilizados de forma inteligente e são preservados para as gerações futuras. Sustentabilidade é isto, é saber suprir as necessidades presentes sem interferir nas gerações futuras. Um conceito correto e amplo de sustentabilidade está associado a soluções, caminhos e planos que busquem resgatar adoções de práticas sustentáveis na vida de cada pessoa e atinjam uma melhora comum a todos.

Contribuir com nossas vivências e experiências pessoais e repassar estas ao coletivo, é um fator decisivo para possibilitar a prática da sustentabilidade. A adoção de práticas sustentáveis resulta a médio e longo prazo numa nova perspectiva de vida para nossos sucessores e lhes garantirão a manutenção dos recursos naturais necessários para uma melhor qualidade de vida” (SIMAS,2014, p. “Uma das maneiras de se praticar a sustentabilidade ambiental é explorando os recursos de florestas e garantindo o replantio, usando fontes limpas de energia (energia eólica), reciclagem, consumo racional da água, e o por último, aproveitamento da água da chuva” (CASTRO, A. OLIVEIRA, E. que é nosso foco de estudo neste presente trabalho. c) Econômico – Serve para a base de uma sociedade mais estável que não só visa a economia, mas também o meio ambiente.

As ações economicamente sustentáveis são muito favoráveis à sociedade, envolvendo não só a população, mas todo o país, incluído também os governos e as empresas, pois tendo mais desenvolvimento econômico e meio ambiente preservado consequentemente terão uma qualidade de vida melhor. TRIGUEIRO, 2005). Dangelo ainda acrescenta mais duas questões que são: Sustentabilidade Espacial/Geográfica, que o foco é evitar aglomerações e “Sustentabilidade Cultural, que prevê soluções adaptadas a cada ecossistema somada ao respeito à formação cultural comunitária para Evitar conflitos culturais com potencial” (DANGELO, 2009, p. CAPITULO II Aproveitamento da Água da Chuva – Um Método Sustentável A gerência das águas pluviais é de suma importância para a preservação do meio ambiente. As mudanças climáticas ocorridas pela ação do homem estão causando inundações e secas onde antes não existiam.

Estas mudanças estão se tornando uma preocupação global e crescente em toda população. No ano de 2007, foi publicada a “NBR 15527/2007- Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis - Requisitos”. Este documento, de oito páginas, tem o seguinte objetivo: “Fornecer os requisitos para o aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. Aplica-se a usos não potáveis em que as águas de chuva podem ser utilizadas após tratamento adequado como, por exemplo, descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos industriais”. Existe há um decreto municipal na cidade do Rio de Janeiro: Decreto Municipal RJ n.

Captação de Água da Chuva - que trata do assunto com um foco maior no problema das enchentes, mas já é uma iniciativa que posteriormente poderá motivar a 22 utilização deste recurso, tendo em vista que já existirá uma infraestrutura e a disponibilidade da água armazenada. Na Figura 4, pode-se observar a distribuição da água: Figura 4 – distribuição da água no mundo 5 Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em até 2050 a demanda mundial da água aumentará em 55%. A falta de água pode acontecer em um futuro próximo, podendo aumentar a possibilidade de mais conflitos pela água ocorrerem. Abaixo a tabela 1 apresenta os principais conflitos pela água no mundo. Fonte: PENA, Rodolfo F. Alves. O armazenamento de água para a cidade síria de Aleppo é cortada em ambos regimes e zonas controladas pela oposição.

Estações de bombeamento de Instrumento político; água da cidade são bombardeadas, Instrumento militar segundo as informações recebidas pelo governo,assim como redes de distribuição de água em zonas controladas pela oposição. Em contrapartida, o ministério dos negócios estrangeiros sírio acusa as forças da oposição para a crise da água. México Iraque Disputa; Desenvolvimento Um combate sobre uma nascente de água entre 1. policiais e moradores de uma vila na periferia oeste da Cidade do México deixa mais de 100 policiais feridos. Essas porcentagens diferem entre as regiões, devido a questões climáticas e questões socioeconômicas. O consumo doméstico médio de água per capita era de 167,5 litros por dia, variando de 131,2 litros por dia no Nordeste a 194,8 litros por dia no Sudeste.

Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 27 CAPIITULO IV Águas Pluviais e seu aproveitamento O ciclo da água acontece, porque a água que é evaporada dos mares, oceanos e lagos, voltam para eles em forma de precipitação. Conforme Villiers (2002), uma grande quantidade de água evapora de todos os oceanos. Na figura 4 pode se observar como funciona esse ciclo. Aproveitamento das Águas Pluviais A viabilidade da instalação de sistema de aproveita mento da água de chuva depende de alguns fatores, como, por exemplo, precipitação, área de captação e demanda de água. Além disso, para implantar o sistema é necessário verificar as condições ambientais locais, clima, fatores econômicos, finalidade e usos da água. TRIGUEIRO, 2005) Atualmente, os Estados Unidos da América, Alemanha, Japão e Semiárido do Nordeste brasileiro, são alguns dos principais modelos no aproveitamento da água de chuva.

VASCONCELOS, 2007) Segundo Tomaz (2003), países industrializados, como o Japão, Alemanha e EUA estão empenhados no aproveitamento da água de chuva e desenvolvendo pesquisas para permitir a captação com boa qualidade e de forma econômica. Na Alemanha, o uso da água de chuva é motivado com objetivo de conservar as águas subterrâneas, utilizadas para o abastecimento público. A mais utilizada é através de telhados. O tamanho da área a ser captada está ligado com o demanda de água a ser utilizada. Conforme Rushi (2001), o telhado para utilização da captação da água da chuva, pode ser feito dos seguintes materiais: telha de barro, telhas de madeira, chapa de fibrocimento, telhados de alumínio, fibra de vidro e neoprene. Calhas e condutores Conforme a ABNT NBR 15527/2007, as calhas e condutores são meios de condução da água da chuva.

Nas calhas devem ser usadas telas para retenção dos detritos maiores. É recomendado que tal dispositivo seja automático 4. Quando utilizado, o dispositivo de descarte de água deve ser dimensionado pelo projetista. Na falta de dados, recomenda-se o descarte de 2 mm da precipitação inicial. ” (ABNT NBR 15527, 2007, p. Bombas São utilizadas quando os pontos de utilização estão acima do reservatório e deve atender a ABNT NBR 12214. Já segundo Araújo Oliveira (2007) a verificação da pesquisa quanto a sua abordagem, a qualifica como qualitativa, visto que as ideias e conceitos são desenvolvidos de acordo com os dados que são coletados. E quanto aos objetivos a 10 Elaborado pelo autor 33 investigação é classificada como explicativa, quando o foco é identificar e explicar as razões que colaboram para a ocorrência dos fenômenos.

Os procedimentos para coleta de dados consistem em dois modos de pesquisa, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. A pesquisa bibliográfica consiste no exame da literatura científica, para levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado tema. GIL, 2008). Pode ser usados dados de precipitação mensal ou diário. TABELA 4. Método de maior período de estiagem. FÓRMULA V=NxD DESCRIÇÃO N= é o número de dias consecutivos sem chuvas; D= é a demanda diária para chuva. Geralmente considera- se dias sem chuva aqueles nos quais a precipitação foi inferior a 1 mm; APLICAÇÃO Esse método adota o período máximo de estiagem, ou seja, com base no histórico de dados diários de chuvas, utiliza o máximo intervalo de dias consecutivos sem precipitação para dimensionar reservatórios para água pluvial.

APLICAÇÃO Neste método se calcula o volume de água de chuva. TABELA 8. Método Prático Alemão. FÓRMULA V= mín (Vc; D) x 0,06 DESCRIÇÃO Vc = volume anual de água de chuva captada, em litros; D = demanda anual da água não potável, em litros; V = volume do reservatório, em litros. APLICAÇÃO Neste método o tamanho do reservatório será 6% do volume de consumo anual ou do volume anual de precipitação captada, adotando aquele que for menor. O Sistema de Aproveitamento da Água Pluvial Cada apartamento apresenta os seguintes aparelhos de consumo de água: chuveiro, máquina de lavar roupa, bacia sanitária, lavatório, pia de cozinha e tanque. A utilização da água da chuva será apenas para as bacias sanitárias e a irrigação do jardim do prédio.

A captação da água da chuva será feita pela laje que terá um caimento de 0,5%, de acordo com a norma NBR 10488, direcionando toda a água coletada para os ralos que levará a água até o reservatório, posteriormente fazendo a distribuição até os pontos de utilização. Dimensionamento 2. Cálculo da demanda de água Para o cálculo da demanda foram feitas as seguintes considerações abaixo: a) Bacia sanitária A bacia sanitária consome 6 litros a cada acionamento da descarga, considerando que a descarga seja acionada duas vezes ao dia, e que no edifício de quatro pavimentos tipo com dois apartamento por andar e cada apartamento possui três bacias sanitárias, por dia no prédio é usado no total 288 litros/dia. A NBR 13. descreve acerca do reuso de esgoto doméstico tratado, indicando o seu uso para fins que exigem qualidade de água não potável e sanitariamente segura, tais como irrigação dos jardins, lavagem de pisos e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, na manutenção paisagísticas dos lagos e canais com água, na irrigação dos campos agrícolas e pastagens.

Na tabela 10 é descrito os parâmetros de qualidade que as águas de chuva devem ter para serem aproveitadas de acordo com as normas 15527 e 13969. E na tabela 11 é a descrição de classes de acordo com o uso desejado de acordo com a norma 13969. TABELA 10. Este aumento produz inundações e ao longo da grande parte da rede de drenagem. A proposta de captação e aproveitamento de água pluvial apresentado neste trabalho resulta na redução do desperdício da água potável e pode também diminuir a chance de ocorrer inundações Cabendo assim, aos órgãos competentes institucionalizar, regulamentar e promover o aproveitamento de água no Brasil, apoiando pesquisas que estudem as vantagens e problemáticas do aproveitamento da água da chuva, fazendo com que a prática se desenvolva de acordo com princípios técnicos adequados, seja economicamente viável e socialmente aceita e segura.

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