IDOSO E SUAS NECESSIDADES ESPECÍFICAS
Tipo de documento:Redação
Área de estudo:Serviço Social
Esta etapa parece ser a mais difícil de todas, porque ela vem quando ocorre um distanciamento social, um sentimento de inutilidade, marca da nossa saciedade. Alguns se aposentam de trabalhos que tiveram durante toda a vida; outros percebem que sua tarefa chegou ao fim e a maioria acredita que suas contribuições não são mais necessárias. Atender ao idoso é um dever de todos. O envelhecimento não pode ser visto pela sociedade sob os olhos de discriminação. Não só as pessoas envelhecem, as gerações também envelhecem. No Brasil estima-se que nos próximos 20 anos a população de idosos poderá alcançar e até mesmo ultrapassar a cifra dos 30 milhões de pessoas, o que representará aproximadamente 13% da população. Em 2000, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)(3), o número de pessoas com 60 anos ou mais era de 14.
contra 10. em 1991. Esse crescimento traz a consciência da existência da velhice como uma questão social. ESTATÍSTICAS DEMOGRÁFICAS O envelhecimento é um processo gradual e irreversível. Os índices demográficos mostram a incidência cada vez mais representativa do contingente de idosos no Brasil. O que pode ser explicado pelo aumento da expectativa de vida e também, pela baixa taxa de natalidade, nas últimas décadas. O aumento da expectativa de vida da população no Brasil acompanha a desigualdade na distribuição de renda e de serviços para a população. Constata-se que nos grandes centros urbanos das regiões Sudeste e Sul, assim como nas camadas mais altas de renda, as oportunidades de enfrentar o envelhecimento com saúde, conforto e dignidade são incomparáveis com as regiões mais afastadas maiores do que nos rincões mais afastados e sem infraestrutura de serviços de saúde e saneamento, em que grande parcela da população idosa recebe um salário mínimo de benefícios.
Uma Breve Trajetória do Movimento Social dos Idosos e suas Conquistas: Nos anos 80-90 foi o período de maior organização social dos idosos. Sua maior mobilização deu-se a partir da Lei nº. lei do idoso), gerando os Fóruns da Política Nacional do Idoso e a maioria dos conselhos de idosos. A primeira grande mobilização que deu visibilidade à causa dos idosos foi a ocasião da Constituinte de 1988. Os idosos de todas as partes do Brasil demonstraram sua força política nas galerias do Congresso, na Praça dos Três Poderes, nas inúmeras passeatas, dentre outras manifestações públicas. Amparo recíproco entre pais e filhos (art. no amparo da família da sociedade e do Estado às pessoas idosas (art.
§ 1º) e a gratuidade nos transportes coletivos urbanos para as pessoas de 65 anos ou mais (art. § 2º); f. Aposentadoria proporcional por tempo de serviço; g. A participação efetiva das pessoas idosas, mostrando sua força política, organizando-se, criando parcerias e alianças com representantes dos poderes legislativo, executivo e judiciário, ONGs entre outros órgãos tanto da esfera civil como governamental poderá contribuir de forma significativa para reverter “a morte” da lei escrita e convertê-la em realidade. CONTEXTO LEGAL A qualidade do ambiente construído pode contribuir positivamente no quadro da saúde do idoso no país e na qualidade de vida desta importante parte da população brasileira. Espaços mais ventilados, iluminação apropriada, materiais que não provoquem alergias e não permitam a disseminação de bactérias são algumas das providências que podem ser tomadas para a melhoria do ambiente construído não só para o idoso mas para qualquer usuário.
No Brasil a busca por um ambiente construído adequado ao idoso é, também, uma questão de atendimento a um requisito legal: o Estatuto do Idoso. Este estatuto busca proteger a dignidade e acesso dos idosos a serviços, ao trabalho, à moradia, à assistência social e outros. Lei 10. de 2000). Hoje, além dos instrumentos citados o Estatuto do Idoso veio a reforçar e definir direitos e deveres dos cidadãos com mais de 60 anos de idade no país. Em 2004, através do decreto 5. de 2 de dezembro o governo regulamenta as leis n. As pressões sociais em se repensar a habitação e a acessibilidade das edificações fez que os governos criassem normas, diretrizes e legislações especificam para amparo as necessidades dos portadores e terceira idade (ADA, 1995).
Estas ferramentas se desenvolveram de forma distinta em cada uma das sociedades aonde foram aplicadas. Variando em detalhes, mas apresentando em linhas gerais as mesmas diretrizes principais que contemplam principalmente a acessibilidade e a visualização. Estes direitos foram regulamentados após anos de reivindicações pelos grupos de portadores de deficiências físicas. Começa-se pela definição internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens (CIDID, 1989). Sob o ponto de vista demográfico envelhecer significa aumentar o número de anos vividos. Paralelamente à evolução cronológica, coexistem fenômenos de natureza biopsíquica e social, importantes para a percepção da idade e do envelhecimento. Com o passar dos anos, as habilidades naturais e sensoriais apresentam um declínio resultado do envelhecimento. Este declínio funcional já se inicia a partir dos 25 anos de idade e pode ser severo ou leve dependendo da situação psicofisiológica de cada indivíduo.
O envelhecimento pode afetar o funcionamento dos órgãos sensoriais (visão, audição, sensação táctil, olfato, paladar) afetar a capacidade de processamento de informações, reduzir a velocidade de locomoção e diminuir a precisão quando da execução de movimentos. À medida que envelhecemos, a acuidade auditiva vai sendo afetada. Vai se perdendo a sensibilidade às freqüências médias e baixas, especialmente a sons agudos, gerando problemas de inteligibilidade (capacidade de distinguir sons). É fundamental eliminar ruídos indesejáveis, garantindo o controle dos sons nos recintos, favorecendo o bem-estar e melhorando a inteligibilidade, assim como com ruídos externos. Os ambientes em que vivemos são poucos ou nada preparados para melhorar a comunicação sonora em seu interior e evitar problemas acústicos comuns (ecos, ressonâncias), bem como para minimizar os ruídos externos (de veículo, por exemplo).
Enquanto um jovem ouve bem os sons que vão de 16 Hz ou 20 Hz até 16 mil Hz ou 20 mil Hz, os idosos ouvem de 20 Hz a 4 mil Hz. Contraste de cor e piso, paredes e portas também ajudam na orientação de quem já está com dificuldade. Quando o problema é a perda visual com diminuição da noção de profundidade (dificuldade em distinguir os objetos em ambientes monocromáticos), as escadas e os degraus devem ser não só sinalizados com faixas para tornar mais fácil sua visualização, mas como também ter uma boa iluminação. Iluminação de balizamento (pontos de luz de baixa intensidade) no rodapé, no início e no término das escadas e instalação de sensores de presença para acionamento automático da iluminação das áreas de circulação (hall e corredores), podem complementar o cuidado com a segurança.
O Envelhecimento e a Mobilidade O envelhecimento é responsável pelos declínios fisiológico e psicológico, contribuindo para a redução da capacidade funcional e da independência, impedindo ou dificultando a realização das atividades de vida diária. Neste caso, é de suma importância a adoção de medidas preventivas, como por exemplo, a pratica de atividades físicas, que pode retardar o início das restrições, prolongando o tempo de vida ativa e independente³. A importância da família, tanto em relação aos episódios positivos, quanto aos mais estressantes, é reconhecida não somente no texto legal, como na própria historia da humanidade. A família, considerada o maior sistema de apoio informal aos idosos, passa por mudanças estruturais originadas especialmente nas conjunturas social e cultural.
Como os membros da família nem sempre permanecem em casa durante o dia, por conta de seus afazeres, como trabalho, estudos, entre outros. Se a isto somarmos a necessidade de cuidados permanentes devido à perda da capacidade funcional, a família vê-se obrigada a recorrer aos serviços de atendimento ao idoso, que não necessita ser somente a instituição de longa permanência, mas alternativas como: centros-dia e centro de convivência. No entanto, precisamos consolidar uma sociedade capaz de responder a todas as demandas e necessidades dos idosos enquanto “cidadãos de direitos”. As relações familiares, ainda que limitadas, são reguladas pela sociedade através de normas e costumes. É na família que ocorrem as experiências mais significativas da vida dos indivíduos e sobre quem recai a maior responsabilidade pelos cuidados com os idosos.
O sentimento da obrigação filial no cuidado com pais idosos nem sempre está ligado à afeição. No Brasil, tais situações são comuns, posto que a família é a principal fonte de cuidados e os recursos de apoio são escassos. Cuidar nem sempre é escolha, muitas vezes impõem-se pelas circunstancias. É a forma de abuso mais conhecida e denunciada. Maus-tratos psicológicos são aqueles que trazem desrespeito, dor moral ou angústia, causados por palavras, atitudes e comportamentos agressivos. Abusos financeiros são os que se expressam pela exploração ilegal e não autorizada dos recursos financeiros do idoso, fato que vem se tornando cada vez mais presente. Abusos sexuais caracterizam-se pela ocorrência de contato sexual forçado e não consentido pelo idoso. A negligência é caracterizada pela recusa, omissão ou falha em exercer responsabilidades no cuidado do idoso.
Querem ser respeitados. Outro aspecto a considerar, é a falta de programas de educação para o envelhecimento voltado a crianças e adolescentes, que poderiam ser desenvolvidos junto às escolas de ensino fundamental e médio. A imagem distorcida da velhice como fase de inatividade, comprometimento físico e mental, inutilidade e isolamento social, pode dar origem a comportamentos desrespeitosos e até agressivos. Propostas educativas são sempre necessárias, porém seu efeito é demorado e os resultados positivos demoram a surgir, o que indica a adoção necessária de outras medidas de caráter imediato. O engajamento da população mais velha em movimentos comunitários e ações voluntárias também podem contribuir para uma nova imagem do idoso na comunidade. Para evitar a sensação de enclausuramento, é importante que o peitoril da janela não seja alto (no máximo 1m do chão), ou, em se tratando de uma varanda, que o guarda corpo seja de material que impeça o desfrute da paisagem.
Nas janelas, o uso de cortinas serve para regular a intensidade de luz e reter o calor. O uso de tapetes só deve acontecer se estes forem grandes e ficarem presos embaixo dos móveis, pois tapetes soltos pelo chão pode ser uma armadilha. Características segundo “Casa Segura”: a. Paredes de cores claras; b. Características segundo “Casa Segura”: a. Cama – Largura variável – altura de 45 a 50 cm incluindo o colchão que deve ter densidade adequada ao peso do usuário. É importante que a pessoa sentada na beirada da cama, apóie os pés no chão, evitando assim a hipotensão postural (tonteira). A cama deverá ter cabeceira que permita à pessoa recostar-se. Evitar a sensação de frio, usando sempre colcha ou cobertor preso ao pé da cama.
Esse problema pode ser amenizado com a localização do banheiro próximo ao quarto, de forma que os deslocamentos noturnos possam acontecer em um trajeto mais curto. Facilitar o uso do vaso sanitário com independência é possível fixando um dispositivo para apoio dos braços, que torna “um trono”. É importante pensar na hipótese de o lavatório ser utilizado por uma pessoa sentada. Entretanto, deve existir, sob a peça, um espaço livre, para acomodar as pernas e os pés de quem está sentado. Para que essa condição seja atendida, o espaço interno do lavatório não pode ser inferior a 0,73m e o superior não pode passar de 0,80m. BOX - piso e proteção antiderrapante, com largura mínima de: 80 cm; d.
Assento para banho fixo, largura mínima 45 cm, altura 46 cm do piso; e. Suporte/ corrimão lateral/ barras de apoio alturas variáveis; f. Condições de Circulação: O cuidado com o tipo de piso a ser utilizado vai garantir uma marcha tranquila, com pouco esforço e mais segurança, especialmente para os idosos com perdas motoras, auditivas e visuais, pois estes apresentam grandes dificuldades em lidar com alterações da superfície, como pisos muito lisos e irregulares. Para uma melhor compreensão do ambiente, deve-se adotar cores diferentes para o piso, parede e portas. QUALIDADE DE VIDA COMO META O envelhecimento populacional já não é mais privilégio dos paises desenvolvidos. Cada vez mais, as sociedades em desenvolvimento têm que aprender a lidar com as consequências desta maior longevidade.
A conquista da qualidade de vida e a busca pelo envelhecimento saudável surgem como os grandes desafios do século XXI. A qualidade de vida na terceira idade é o resultado de tudo o que fizemos ao longo do tempo. Na velhice, deparamo-nos com as consequências do que foi construído ao longo de nossa história física, emocional, afetiva, profissional e social. Atividades Avançadas da vida diária: são marcadores de atos mais complexos, ligados à automotivação como atividades de lazer, contatos sociais, exercícios, entre outros. Quando se trabalha no sentido de melhorar a “qualidade de vida”, é importante desenvolver atitudes de autocuidado durante toda a existência, garantindo uma velhice saudável, através das mudanças de hábitos e adoções de novos padrões de comportamento.
Devemos conscientizar que o ser humano possui um potencial para o desenvolvimento de muitas áreas, em qualquer idade. Para perceber os resultados, é fundamental a pratica individual e coletiva de atividades que tenham como objetivo a melhora da qualidade de vida, atividades que possuam um caráter participativo em relação à promoção da saúde. A velhice pode ser saudável desde se cuide da saúde a partir da juventude. É possível e desejável envelhecer permanecendo saudável, processo que chamamos de senescência. Entretanto, com a maior longevidade, aumenta o risco de adquirir determinadas doenças chamadas crônico-degenerativas (doenças do coração e da circulação, câncer, diabete e outras). A alimentação tem um papel importante na prevenção dessas doenças. Alguns problemas da nutrição do idoso associam-se às formas mais conhecidas de má alimentação: a obesidade e a desnutrição.
Estas condições são os maiores riscos nutricionais para a população idosa. O envelhecimento é responsável pelos declínios fisiológico e psicológico, contribuindo para a redução da capacidade funcional e da independência, impedindo ou dificultando a realização de atividades cotidianas. Devemos considerar outros fatores que contribuem para a diminuição da qualidade de vida, a saber: fragilidade musculoesquelética, recondicionamento físico, ansiedade e depressão, inatividade e menor motivação da autoestima, gerados pela inadequada preparação para a ocupação do tempo livre. Segundo Caldas (2004), importantes estudos, os exercícios trazem benefícios tanto para homens como para as mulheres, reduzindo o risco relativo de 24% a 38% em todas as causas de mortalidade e reduzindo 50% o risco de infarto do miocárdio. Estudos populacionais realizados atualmente acerca do envelhecimento têm revelado que aproximadamente 40% dos idosos com 65 anos ou mais precisam de algum tipo de ajuda para pelo uma atividade de vida diária.
Pesquisas têm relacionado aos exercícios físicos regulares benefícios físicos, sociais e psicológicos para todas as idades. Riscos da Atividade Física Os riscos mais comuns da atividade física são as lesões musculares e das articulações, que ocorrem devido a exercícios de maior intensidade, realizados por muito tempo, particularmente em indivíduos mal condicionados e nos mais idosos. Os exercícios, quando realizados de forma inadequada, também podem levar, raramente, a choques de temperatura ou por exaustão, ocasionando tonteiras, dor de cabeça, náuseas e câimbras. Os exercícios devem ser iniciados de forma gradativa, evitando as lesões com orientações corretas antes do início da atividade física. Recomendações para a Realização de Atividades Físicas A formulação de uma atividade física deve ser feita levando-se em consideração as necessidades individuais.
Alguns exercícios visam à melhora da musculatura, outros da capacidade respiratória ou da condição cardiológica. Os estudiosos entendem que o lazer tenha as seguintes funções: 1. Compensatória: na qual o lazer tem uma posição contrária ao trabalho, compensando a insatisfação e alienação; 2. Romântica: o lazer é entendido como uma tentativa de recuperar valores tradicionais; 3. Moralista: pode ser transformado numa mercadoria a ser consumida, sem reflexão; 4. Utilitarista: tem a função de recuperar a força de trabalho. A condição do ambiente é uma dimensão importante a ser considerada para garantir a qualidade de vida. Para se ter uma velhice saudável, o ambiente deve ser adequado às necessidades de seus moradores ou frequentadores. A Busca por um Espaço com Acessibilidade Viver em um ambiente com acessibilidade (um ambiente livre de barreiras) atende à variedade de necessidades dos usuários, possibilitando-lhes maior autonomia ao desfrutar dos espaços segundo sua vontade, e independência ao usufruir deles sem precisar de ajuda.
A capacidade funcional de uma pessoa é o resultado da capacidade de preservar as habilidades físicas e mentais necessárias para a manutenção de uma vida independente e autônoma, mesmo convivendo com limitações. O objetivo é promover ações que melhorem ou preservem a capacidade funcional das pessoas que estão em processo de envelhecimento, com a consequente melhoria na qualidade de vida. Disponível em: <http://www. mj. gov. br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/ABNT. Acesso em 15 de mai. Saúde Do Idoso: A Arte De Cuidar. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. CAMPOS, Maria Teresa Fialho de Souza; COELHO, Ana Íris Mendes. Alimentação saudável na terceira idade.
3774 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto
Apenas no StudyBank
Modelo original
Para download
Documentos semelhantes