Guia para montagem de laboratório de Ciências
Essa situação não é privilégio das ciências, mas se estendem a outras áreas de conhecimento, como indicam os resultados conseguidos por grupos de estudantes brasileiros nas avaliações nacionais e no recente projeto PISA (OCDE, 2001). No caso de Ciências, têm havido em vários países movimentos de reforma curricular, desde os “grandes projetos” de intervenção da década de 60 até ações mais localizadas e orientadas pelo crescente corpo de conhecimento sobre as concepções alternativas dos estudantes a respeito de vários tópicos de Física e das dificuldades específicas de aprendizagem que eles enfrentam. Antes de tudo é preciso enfatizar que o ensino, não só de ciências, é uma atividade complexa e problemática. Isso se deve ao fato de não existir uma tradição de práticas sociais de ensino suficientemente estáveis que possam ser amplamente compartilhadas e que resistam às mudanças contínuas, não só no contexto físico e sócio-cultural da escola, mas também nos professores e seus estudantes, provocadas por novos valores, conhecimentos e crenças, novas percepções e maturação.
Isso nos remete para a formação dos professores, visto que cada um deles deveria estar consciente desse espectro de possibilidades de transformações − em si próprio, em seus colegas, em seus estudantes e ambiente de trabalho − e flexível para modificar sua forma de atuação em resposta às mudanças percebidas. Entretanto, mesmo nos países onde a tradição de ensino experimental está bem sedimentada, a função que o laboratório pode, e deve ter, bem como a sua eficácia em promover as aprendizagens desejadas, têm sido objeto de questionamentos, o que contribui para manter a discussão sobre a questão há alguns anos ( WOOLNOUGH, 1991; WHITE,1996). A ciência, em sua forma final, se apresenta como um sistema de natureza teórica. Contudo, é necessário que procuremos criar oportunidades para que o ensino experimental e o ensino teórico se efetuem em concordância, permitindo ao estudante integrar conhecimento prático e teórico.
Descartar a possibilidade de que os laboratórios têm um papel importante no ensino de ciências significa destituir o conhecimento científico de seu contexto, reduzindo-o a um sistema abstrato de definições, leis e fórmulas. Muito do que se faz nas aulas de Física em nossas escolas de ensino médio e universidades assemelha-se a isso, preocupando-se mais com a apresentação das definições, conceitos e fórmulas que os alunos memorizam para resolver exercícios. O trabalho no laboratório pode ser desenvolvido visando a vários objetivos. Pode ser usado para demonstrar um fenômeno, ilustrar um princípio teórico, coletar dados, testar uma hipótese, desenvolver habilidades básicas de observação ou medida, propiciar à familiarização com os instrumentos, propiciar experiências com a luz e o som, conhecer os hábitos alimentares e o modo de vida de determinadas espécies.
Há uma infinidade de ações e procedimentos a serem desenvolvidos em um laboratório, não apenas a observação em microscópios ou a mistura de reagentes químicos. Quando é feito um trabalho pedagógico coerente, em que o desenvolvimento do aluno é apreciado, as atividades didáticas passam a ter um perfil totalmente diferenciado. Geralmente, numa sala de aula convencional, os alunos ficam sentados em carteiras e cadeiras fixas, voltados para frente da sala, mais especificamente para o lado onde ficam o quadro e o professor. É importante que haja iluminação natural com janelas amplas que permitam uma boa circulação de ar, principalmente se, no ambiente, forem mantidos seres vivos. Vale pensar, também, em uma sala de preparação junto ao laboratório. Esta sala fica destinada a guardar reagentes e manter experimentos que estão em andamento.
Dessa forma, o laboratório poderá ser utilizado por qualquer turma, sem que haja interferência de outros alunos nos trabalhos em andamento, uma vez que muitos experimentos demandam alguns dias de espera. Quando há recurso, é interessante ter, nas bancadas, gás butano (gás de cozinha) canalizado para a realização de experimentos que utilizam fogo, além de tomadas de energia comum e estabilizadas. • É imprescindível a presença de extintores de incêndio e sempre observadas as condições de uso. • O piso não deve ser escorregadio. • O local deve estar sempre limpo e organizado. • Deve-se utilizar cestos de lixo, de material não combustível, evitando que materiais fiquem espalhados pelo chão. • Não usar aparelhos de vidro rachados ou quebrados. • Uma vez retirado um frasco, retorne-o imediatamente ao seu lugar após o uso.
• Utilizar sempre uma espátula limpa para retirar produtos químicos sólidos dos frascos; imediatamente após o uso lave a espátula e guarde-a. • Materiais perigosos devem ficar em armários fechados. • Gavetas e armários devem ser etiquetados com o nome dos materiais que estão ali guardados, pois facilita o preparo do laboratório para as aulas e, na ausência do técnico, os materiais podem ser facilmente encontrados. • Os frascos com reagentes devem ser devidamente etiquetados e identificados. Não aquecer líquidos inflamáveis diretamente em uma chama. • Não pegar, diretamente com as mãos, equipamentos que foram submetidos a um aquecimento e que ainda podem estar quentes. Lembre-se: vidro quente tem a mesma aparência de vidro frio. • Não aquecer um recipiente completamente fechado.
Com a elevação da pressão interna, pode haver uma explosão. • No caso de uma pessoa apresentar qualquer sintoma, como dificuldade de respirar, sangramento, irritação (pele, nariz, olhos, garganta) ou outro tipo de reação, ela deve ser retirada do laboratório. Não se deve medicar sem a orientação de um profissional especializado. Em casos graves, é necessário procurar socorro médico. • Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras de água ou gás abertas. Desligue todos os aparelhos e lave bem as mãos. Infraestrutura do Laboratório Fontes: Aldeniza Cardoso de Lima, professora da Universidade Federal do Amazonas, e Zenaide de Fátima Dante Rocha, doutora em Educação Científica pela Universidade Estadual de Campinas. Infográficos: Bruno Algarve 7.
Referencias • BYBEE, R. W. DEBOER, G. org. br/espaco/como-montar-laboratorio-ciencias-completo-648551. shtml • Laboratórios. Joelma Bomfim da Cruz. – Brasília : Universidade de Brasília, 2009 • PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. • Tarciso Borges, NOVOS RUMOS PARA O LABORATÓRIO ESCOLAR DE CIÊNCIAS, Publicado no Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. n. dez. • WHITE, R. F.
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