Educação de Jovens e Adultos

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

  A pesquisa teve como objetivo central analisar a trajetória histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil e como a legislação vem apresentando e focando os aspectos relacionados à Educação de Jovens e Adultos. A partir da pesquisa foi possível perceber que a Educação de Jovens e Adultos nasce, nesse clima de mudança no início dos anos sessenta, a Educação Popular, que se articulava à ação política junto aos grupos populares: intelectuais, estudantes, pessoas ligadas à igreja Católica. Evidenciou-se que o MOBRAL foi uma iniciativa pensada e elaborada pelo Regime militar vigente no Brasil, com a finalidade de defender seus interesses, enquanto classe dominante, sob a máscara de erradicação do analfabetismo, sua preocupação era somente fazer com que seus alunos aprendessem a ler e escrever, sem uma preocupação maior com a formação do homem.

A finalidade desse projeto de pesquisa é a de compreender o que esse movimento que hasteava a bandeira da Educação de Jovens e Adultos, significou na vida de pessoas que dele fizeram parte. Palavras-Chave: Educação de Jovens e Adultos. Os objetivos que buscamos atingir com a pesquisa é o de investigar o histórico da Educação de Jovens e Adultos e analisar a Educação de Jovens e adultos a partir do aspecto da legislação. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ainda é vista por muitos como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola. Felizmente, o conceito vem mudando e, entre os grandes desafios desse tipo de ensino, agora se inclui também a preparação dos alunos para o mercado de trabalho - o que ganha destaque nestes tempos de crise econômica.

Hoje sabemos do valor da aprendizagem contínua em todas as fases da vida, e não somente durante a infância e a juventude. Muitas vezes as pessoas que se formam nessa modalidade de educação são vítimas de diversas espécies de preconceitos. Precisamos, de fato, ouvir os alunos e estabelecer uma relação de troca de saberes, na qual o aluno sinta que seu conhecimento é importante e que a posição do professor não é a de quem vai impor um determinado conhecimento, desprezando seus saberes, como se esses não tivessem valor. PAIVA, 1997, p. Freire (1996) entendia muito bem deste universo de jovens e adultos, por isso defendia a concepção e a prática bancária de educação. “A teoria Freiriana para alfabetização de adultos constitui-se como parte de sua teoria problematizadora e libertadora de educação”.

PAIVA, 1987, p. Também Pela catequese dos indígenas adultos, a alfabetização e a transmissão do idioma dos colonizadores serviam como instrumento de cristianização e aculturação dos nativos. As políticas públicas para essa população começam a se efetivarem apenas no Brasil Império com a oferta de cursos de alfabetização no período noturno. Um estudo feito pelo então ministro José Bento da Cunha Figueiredo, mostrou que em 1876 existia 200 mil alunos estudando, frequentando as salas de aulas noturnas. O desenvolvimento industrial do início do século XX alavancou o ensino para jovens e adultos, não meramente com objetivos de formação para a cidadania, mas sim, para formação de mão de obra como mostra o texto da Proposta Curricular da EJA (1997, p.

A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a se consolidar um sistema público de educação elementar no país. O clima de entusiasmo começou a diminuir na década de 50; iniciativas voltadas à ação comunitária em zonas rurais não tiveram o mesmo sucesso e a campanha se extinguiu antes do final da década. RIBEIRO et al, 1997). Para Soares (1996) a 1ª Campanha teve dois motivos principais. O primeiro aconteceu logo após a 2ª guerra mundial quando a ONU – Organização das Nações Unidas – fez várias recomendações aos países membros, e uma das recomendações foi a de implantação de políticas públicas para a juventude.

O segundo motivo está diretamente relacionado ao fortalecimento da democracia devido ao fim do Estado Novo. Assim Paulo Freire é incubido de organizar em 1963 o novo Programa de Alfabetização para Jovens e Adultos. Em 1964 esse programa foi interrompido pelo Regime Ditatorial de 64 quando os militares tomam o poder e passam a controlar o país até 1985. Os militares interrompem o programa de alfabetização de Paulo Freire pois o mesmo era ameaçador ao sistema militar por sua proposta ser conscientizadora e politizada. Para atender aos interesses dos militares foi criado no ano de 1967 o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), para atender a população de 15 a 30 anos. O objetivo desse programa era repassar aos jovens o letramento e a leitura, escrita e cálculo. Mesmo reconhecendo a disposição do governo em estabelecer uma política ampla para EJA, especialistas apontam a desarticulação entre as ações de alfabetização e de EJA, questionando o tempo destinado à alfabetização e à questão da formação do educador.

Isolado, o processo de alfabetização não gera emprego, renda e saúde. VIEIRA, 2004, p. A defesa da escola pública gratuita tornou-se bandeira de luta no meio político e artístico. É neste contexto que novas políticas públicas para EJA são implementadas em todo o país, principalmente, nas regiões e norte e nordeste do país que detém os maiores índices de jovens e adultos analfabetos. Também foi nos anos 90 que o governo federal transferiu para estados e municípios a responsabilidade pela oferta e organização da Educação de Jovens e Adultos. No Ano Internacional de Alfabetização, 1990, o governo de Fernando Collor de Melo, lança o Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania que foi fruto de uma intensa mobilização social através de encontros, debates, fóruns, seminários e congressos por todo o país realizados por entidades governamentais e não governamentais.

Entretanto, esse plano não foi implementado como deveria: O PNAC se propôs a promover e mobilizar ações de alfabetização, através de comissões municipais, estaduais e nacional, envolvendo os diversos setores interessados das esferas públicas e da sociedade civil em geral. Enquanto as comissões se mobilizaram, o governo federal assinava convênios, repassando fundos mediante critérios clientelistas e sem controle destas comissões, tanto do volume de recursos, quanto do número de projetos e a quem se destinavam. HADDAD, 1994, p. Assim, é possível tratar do mesmo conteúdo de formas e em tempos diferenciados, tendo em vista as experiências e trajetórias de vida dos educandos da EJA. PEREIRA, 2013, 16) No processo de alfabetização, jovens e adultos devem aprender a ler, escrever, calcular e manejar as tecnologias digitais.

Este aprendizado acontece não só pela repetição e a imitação do que é ensinado, mas pela valorização dos saberes acumulados ao longo da vida, a apropriação e a ressignificação dos saberes escolares, o convite a novas experiências e à construção de conhecimento. Nesta etapa também devem ser desenvolvidas habilidades, interesses e valores para que se possa aprender em diferentes contextos, dentro e fora da escola, por toda a vida. Incentivar educadores e alunos a desenvolver recursos de aprendizagem diversificados, utilizar os meios de comunicação de massa e promover a aprendizagem dos valores de justiça, solidariedade e tolerância, para que se desenvolva a autonomia intelectual e moral dos alunos envolvidos na EJA. Como desafio oferece um serviço que oriente e acompanhe os educandos na descoberta e realização de seu projeto de vida, de modo a favorecer a vida de grupo e a ampliá-la para que possam surgir experiências de comunidades corresponsáveis e comprometidas.

Assim, percebemos que as professoras da EJA estão buscando em suas práticas educativas alcançarem aos objetivos propostos. Ainda que não tenham domínio total das diretrizes e propostas curriculares adotadas pela escola ou pelo MEC. Os alunos se espelham nas professoras em seu processo de ensino-aprendizagem e as professoras, por sua vez, se miram nos alunos como foco para os seus objetivos com a educação. Pois, além de proporcionar o acesso às várias formas de expressão da linguagem, a educação deve assegurar ao educando o direito de participar ativamente no seio da sociedade, no trabalho, no lazer, na cultura, entre outros Com relação aos conteúdos cabe destacar que concebemos como estruturantes na modalidade EJA os mesmos da modalidade regular, nos níveis fundamental e médio, porém com encaminhamento metodológico diferenciado, considerando as especificidades dos(as) educandos(as) da EJA, ou seja, o tempo curricular, ainda que diferente daquele estabelecido para o ensino regular, contempla o mesmo conteúdo.

A postura assumida pelo professor deve ser pautada na mediação entre o aluno e o conhecimento. Vale ressaltar que durante o período observado da aula em discussão a docente se mostrou aberta ao diálogo com os alunos e disposta a elucidar as possíveis dúvidas. Diante do tempo previsto para que os alunos respondessem às questões a professora se movimentou na sala procurando observar como os alunos respondiam a tarefa dando tempo suficiente para a resolução, privilegiando o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos da EJA O professor da EJA atualmente traça o seu perfil na busca de ampliar suas habilidades e competências especificas para desenvolver uma boa prática pedagógica em seu trabalho. A formação técnica faz parte da competência que o professor deve trazer na sua formação acadêmica, mas muitas das vezes precisamos buscar na formação continuada um complemento para saber conduzir os ensinamentos dentro da complexidade dessa sociedade de conhecimento (EJA).

GASPARIN, 2007) A aprendizagem já é um processo envolvente por natureza, por ser um professor da EJA exige uma maior interação, compreensão e receptividade as expectativas dos alunos. Os eixos temáticos representam dimensões da vida jovem e adulta de educandos e educadores, explicitam objetos de estudos essenciais à aprendizagem, contemplam a formação humana e a diversidade geracional, dialogam com os saberes dos sujeitos construídos em suas trajetórias, redimensionam e qualificam melhor o papel das disciplinas e dos conteúdos Isso significa que alguns conteúdos formais clássicos devem ser abandonados em prol de outros que sejam operacionais, ou seja, que possam contribuir para uma capacitação da ação social dos alunos. Assim sendo, a principal preocupação do trabalho pedagógico, bem como dos processos de avaliação, não deve ser o "saber enciclopédico", mas saberes que contribuam para o desenvolvimento da consciência crítica e para esta capacitação, sem que isso signifique uma opção por um qualquer tipo de minimização, como foi e ainda é preconizado por alguns.

Não se trata de reduzir conteúdos para "facilitar", mas de adequar conteúdos a objetivos mais consistentes do que o da mera repetição de supostas verdades universais desvinculadas do mundo da vida 2. Metodologia Para o desenvolvimento deste estudo foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica tomando por base estudos sobre a Educação de Jovens e Adultos que contribuíram para contextualizar e discutir a temática da pesquisa. Neste sentido Lakatos e Marconi (1996, p. A partir da realização deste estudo foi possível evidenciar que durante o período de transição do regime ditatorial para o regime democrático, houve uma intensa mobilização social em torno das Associações, que organizadas em pequenos agrupamentos foram se expandindo até formarem um movimento que juntamente com a Comissão de Educação de Adultos, possibilitou reivindicar a favor da institucionalização do programa, decidiu na verdade pela prevalência do povo em requerer enquanto cidadãos os seus direitos mais elementares, efetivando segundo Paulo Freire, o que ele chamou de atos-limites, que é a transformação da realidade pela ação popular.

Desta maneira, por meio da pesquisa realizada, pudemos analisar que a institucionalização do programa para Educação de Jovens e Adultos com o passar do tempo sofreu alterações significativas em relação à sua organização original. Outra questão relevante para a Comissão de Educação de Adultos, no início do programa, dizia respeito à formação dos professores e a práxis pedagógica em sala de aula, cujos elementos constitutivos, teoria e prática, deveriam corresponder aos critérios planejados no programa, sendo esta uma das funções atribuídas à Coordenadoria de Supervisão, que atualmente, acumulando a função de Coordenação Pedagógica, além do trabalho burocrático da Divisão, tem pouco tempo para realizar uma análise mais aprofundada sobre o assunto.

É importante reconhecer quais são os fatores que realmente motivaram esse processo de opção pela EJA, a fim de que possamos compreender que a educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino que convive com muitas transformações e adequações. Algumas dessas são decorrentes de outras transformações e adequações pelas quais passam a modalidade regular e os efeitos sobre seus atores − estudantes e professores. História da educação. ed. São Paulo: Moderna, 1996. BECKER, Fernando. Educação e Construção do Conhecimento. Educação para jovens e adultos: ensino fundamental: proposta curricular - 1º segmento. São Paulo: Ação Educativa; Brasília: MEC, 2001. p. CARVALHO, Rafael Dantas de. A Leiturização como prática de letramento na Educação de jovens e Adultos.

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