Aspectos morfossintáticos do aposto na gramática de Evanildo Bechara e na gramática de Celso Ferreira da Cunha e Luís Filipe Lindley Cintra
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Serviço Social
Tanto um autor quanto o outro considera o aposto pertencente a um grupo sintagmático nominal e, amiúde, divergem na abordagem do tema, na composição do capítulo e nos exemplos propostos, o que se percebe na questão do aposto circunstancial ou até mesmo aposto predicativo adverbial. Palavras-chave: Aposto. Gramática. Bechara. Cunha. Foi discípulo do também gramático e lexicógrafo, Manuel Sai Ali (1953), consoante sua biografia feita pela Academia Brasileira de Letras. Também foi membro da Academia Brasileira de Letras, Celso Cunha (1989), mineiro, contribuiu formidavelmente com estudos relativos à filologia e, sobretudo, aos cancioneiros, estes foram alvo de sua tese de doutoramento, além de ministrar aulas e escrever livros. Em parceria com Lindley, escreveram a Nova Gramática do Português Contemporâneo.
Como os autores fazem referência, no item aposto, ao sintagma nominal (SN), consideravelmente, torna-se viável a apresentação desse termo, haja vista que se fará uso recorrente dele durante todo o trabalho. Bechara ao introduzir o assunto aposto, trata-o como “ Outro componente do grupo sintagmático nominal é o chamado aposto [. Estes, conforme Carone (idem. são palavras ou expressões cujas classes gramaticais nucleares são substantiva, adjetiva ou pronominal, e aquelas, cujas palavras e expressões possuem cunho verbal. Didaticamente, Celso Cunha explora a questão dos sintagmas por meio de um período simples: “Este aluno obteve ontem uma boa nota” e, dividindo a oração em partes essenciais, tem-se: Si: Este aluno, e Pii: obteve ontem uma boa nota; em que Este aluno cujo núcleo é aluno e o que o precede é um pronome; tanto este como aluno pertencem à classe de palavras as quais são, inevitavelmente, sintagmas nominais.
Se se pegar o predicado, tem-se: “uma boa nota” como também sintagmas nominas, pois, respectivamente, tem-se: pronome, adjetivo e substantivo. Bechara ao chamar o aposto de “. Muito se diz que o aposto não exerce função sintática em um período; no entanto, Celso Cunha mostra a seus orientandos que, sim, o aposto exerce função lógica, a função à qual parte de um termo essencial ou não essencial e sobre a forma apositiva recai; a saber: se o aposto refere-se ao sujeito, a ele (o aposto) exercerá a função de sujeito da oração. Discussão Antes de discutir o problema presente nas abordagens símiles e distintivas do aposto em manuais de Bechara (2009) e Cunha (1985), é de suma importância a conceptualização delas, conquanto a saber que as gramáticas não apresentam parâmetros divergentes em seu conceito.
Apresentar-se-ão neste momento visões de gramáticos em relação ao aposto. Como explicado na introdução, os apostos são denominados, pelos alvos do estudo, por pertencerem a “grupos nominais” (BECHARA, 2009, pág. e a de “termo de caráter nominal” (CUNHA, 1985, pág. Mas todas as palavras se agrupam em classes gramaticais e exercem função sintática propriamente dita, ou função sintática relacional, como as preposições e as conjunções. se o aposto não é classe gramatical [. resta que seja função exercida por determinada classe gramatical, ou seja, o substantivo, porque se não é função sintática, não se sabe o que possa ser”. NOUGUÉ, 2015, pág. Percebe-se que se a classe de palavras pertencente ao aposto é um substantivo o qual (o aposto) não poderá exercer função sintática senão a outro substantivo; no entanto, esse aposto exercerá sobre o substantivo referente a função de adjetivo, uma vez que um substantivo não pode determinar um outro substantivo.
de outros Pedro (s) em uma narrativa. As orações absolutas a seguir mostram o papel semântico do aposto ao especificar o que cada Pedro fez: “Pedro, namorado de Maria, agrediu-a, e Pedro, seu irmão, protegeu-a”. Semanticamente, os apostos funcionam com duas vertentes, segundo BECHARA, 2009: a primeira respondendo a adjetivação, e a segunda, como a especificação. A questão da adjetivação o aposto funcionará como se fosse adjetivo do termo a que se refere enquanto na especificação ele funcionará como explicador. Quando existe um termo e a ele há uma especificação ou adjetivação apositiva, os manuais de gramática orientam seus falantes a inserir entre o termo e o aposto a vírgula. Na gramática metódica de Almeida (2015, pág. o aposto é tratado unicamente em menos de uma página; em outras, em duas ou três.
Dados o sumário necessário para continuação (a não função do aposto, o termo essencial, semântica e a pontuação), parte-se para comparação entre as duas obras as quais são estudadas por alunos do ensino fundamental e superior. Conforme já sabido até agora que o aposto possui uma vereda um tanto estreita entre ele e o adjunto adnominal sobre o qual Bechara faz o comentário, porém Celso Cunha não aprofunda o item em sua obra; Napoleão, por sua vez, diferentemente, de Bechara assume que o aposto pertence/ é um adjunto adnominal: “um tipo de adjunto adnominal existe que é estudado a parte; é constituído de uma palavra ou grupo de palavras em aposição, palavra ou grupo de palavras que então se chama aposto”.
ALMEIDA, 2015, pág. Usando o mesmo termo, Cunha (1985) exemplifica: “Tudo o fazia lembrar-se dela: a manhã, os pássaros, o azul do céu, as flores, os campos, os jardins [. ” (NEGREIROS, apud. CUNHA, 1985, pág. A lógica aqui é a mesma utilizada no exemplo de Bechara: dentro do pronome tudo existem as paixões passivas da lembrança de alguém. Entretanto, não se deve cogitar que esse tipo de aposto venha somente depois do sujeito da oração pelo pronome tudo. A distribuição realizada por esse aposto por meio do(s) sujeito(s). “Machado de Assis (2) e Gonçalves Dias (3) são os meus escritores preferidos, aquele na prosa e este na poesia”. Tanto aquele quanto este exercem no aposto essa distribuição; primeiramente, 2 é citado, e o pronome adequado é aquele que se refere a 2; em seguida, o este o qual se refere a 3, o mais próximo.
Uma linha tênue agora se faz a respeito do denominado por Bechara e outros linguistas de “aposto circunstancial”. Tece-se a tenuidade entre ele e o adjunto adverbial. não aceita o adjetivo rico como um certo aposto; no entanto, encara-o como a redução da oração adverbial a um predicativo. “Rico, desdenhava dos humildes” Segundo Cunha (idem), o desenvolvimento dessa oração dá-se como “porque era rico”, sendo, portando, uma adverbial causal. Para o gramático, o adjetivo não pode exercer função apositiva, posto que este “designa uma característica do ser ou da coisa, e não o próprio ser ou a própria coisa”. Nesta mesma linha de raciocínio, Carone (1988, pág. ensina que embora a simultaneidade refira-se ao temporal, não se pode confundir como adjunto adverbial, o qual, segundo ela, é uma adjetiva que faz a função predicativa.
Pouco comentado em Cunha (1985) é a semelhança existente entre o aposto e adjunto adnominal, e explorado por Bechara (2015). Dentro dos apostos especificativos há aqueles os quais se fazem pela introdução da preposição de. Ao contrário da tenuidade fortuita dos adjuntos adverbiais, decorrido acima, nas observações dos gramáticos, entre a aposição por meio da preposição e o adjunto adnominal há, todavia, diferenças substanciais/ materiais. Tanto Cunha (1985) como Bechara (2009) usam das mesmas identidades para explorar a aposição da adjunção: “a denominação de instituições, de logradouros, de acidentes geográficos”. ibdem) A diferença substancial do aposto e do adjunto adnominal segundo Bechara é a questão de “realidades distintas” que, consoante o autor, a materialidade de uma casa é de todo modo a par do nome Pedro, por exemplo, porque casa é um edifício enquanto Pedro pertence ao ente.
Bechara comenta que ocasiona não compreensão da parte de quem ouve ou lê sintagmas (que deveriam ser ligados pela preposição), mas não são mais usadas. Ele dá o exemplo da frase latina: “Urbs Roma” em que tanto “urbs” quanto “Roma” estão declinados no nominativo singular pelo qual se traduz como cidade romana. A não utilização da preposição como o espectro latino, segundo o gramático, causa estranheza, visto que não se sabe o que quer transmitir: ideia de posse ou pertença? Para sintetizar seu pensamento, Bechara (2015) faz uma observação interessante a respeito da utilidade da preposição de na qual discorre sobre seu efeito afetivo quando usada. Se se utilizar a frase “uma joia de pessoa” sem a preposição, então: “uma pessoa joia”, tem-se uma conotação de que a pessoa mencionada possui uma boa índole e, pois, pessoa como “núcleo nominal” e, seguindo-o, o adjunto adnominal; no entanto, ao empregar-se a preposição, a situação muda: “uma joia de pessoa” no qual a frase passa a especificar de modo afetivo, mais romântico aquela pessoa.
Sobre isso o gramático explica: Em vez de uma pessoa joia e o pobre rapaz, em que o núcleo nominal (pessoa, rapaz) se acha acompanhado de um adjunto adnominal (joia, pobre), aparece, numa forma carregada de afetividade, as expressões uma joia de pessoa e o pobre do rapaz, em que o primitivo adjunto passa formalmente a núcleo e o antigo núcleo passa a adjunto, mediante a presença de preposição de. e, pois, acompanhado de um adjunto adnominal. Isso corrobora com a frase apresentada por Cunha (1985): “O importante é saber para onde puxa mais a corredeira – coisa, aliás, sem grandes mistérios. M. PALMÉRIO apud CUNHA, 1985) (grifo de Cunha). Não somente o aposto pode vir acrescido do adjunto adnominal, contudo, pode aparecer em forma de subordinada adjetiva se introduzido (o aposto) per artigos.
Nas funções de sujeito e predicado (nominativo), o gramático mostra os seguintes períodos, respectivamente: 13 “Ela, Dora, foi, de resto, muitíssimo discreta”, e, 14 “Ele era o famoso Ricardão, o homem das beiras do Verde Pequeno”. Grifo do autor). Percebe-se que, em 13, o termo em negrito refere-se unicamente ao termo que o antecede, o sujeito do verbo ir e, em 14, o termo em negrito refere-se ao termo de “função adnominal” (BECHARA, 2015. Pág. Os objetos direto e indireto (acusativo e dativo) são apresentados respectivamente como: 15 “Jogamos uma partida de xadrez, uma luta renhida, quase duas horas. Simão Bacamarte, porém o narrador quis especificá-lo a fim de pô-lo mais credibilidade. Em 17, no entanto, o termo apositivo está no chamamento, no vocativo: “Razão, mais uma vez escuta minha prece”, porém essa razão não é generalizada, mas única, aquela cujos irmãos são Amor e Justiça.
Existem apostos, segundo Cunha (1985, pág. na agente da passiva e no adjunto adverbial. Na voz passiva, tem-se: 18 “As paredes foram levantas por Tomás Manuel, avô do Engenheiro” e, em 19: “Foi em 14 de maio de 1542, uma segunda-feira”. Interessante saber que, conforme Nougué (2015), o aposto pertence aos adjuntos e Bechara (2009), por sua vez, traça uma linha tênue entre esses termos acessórios; entretanto, não se percebe preocupação no lado de Cunha (1985, pág. visto que ele escreve ao abordar as diferenças “A cidade de Lisboa” e “O clima de Lisboa”, no qual escreve: “[. não deve ser confundido com certas construções semelhantes [. A respeito disso, Bechara (idem) faz distinção entre as naturezas, se pertencentes a mesma natureza ou não. Entre os tipos de aposto, existe na gramática de Bechara (2009) o denominado “aposto circunstancial” em que há uma materialidade adverbial; como em comparação, tempo e causa.
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