As consequências da prematuridade no processo de aprendizagem à luz da neuropsicopedagogia

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

O objetivo deste estudo foi investigar a relação entre dificuldades na aprendizagem e o nascimento prematuro. Para isso, foi utilizado o método de revisão de literatura. O estudo foi realizado com uma abordagem qualitativa descritiva, que permite observar de perto os discursos e a relação entre prática e teoria, buscando entender como ocorre a atuação do neuropsicopedagogo nessas condições. A pesquisa trouxe conclusões importantes, mostrando que é necessário se pensar em intervenções para cada caso em particular, respeitando sempre as limitações biológicas de cada criança. Sendo assim, espera-se que a pesquisa contribua para estudos futuros sobre o tema nessa área. Therefore, the research is expected to contribute to future studies on the subject in this area. Keywords: Clinical neuropsychology.

Difficulty in learning. Premature 1 INTRODUÇÃO A literatura sobre o desenvolvimento neuropedagógico de crianças com história de prematuridade é escassa, no entanto, há algum consenso em observar que a interrupção dos processos maturacionais que ocorrem no ambiente intrauterino devido ao nascimento prematuro afeta negativamente o desenvolvimento neurológico subsequente. A diferença no funcionamento cognitivo e comportamental desta população em comparação com crianças nascidas a termo é significativa. Este trabalho se trata de uma revisão de literatura com fundamentação teórica embasada em livros do acervo da biblioteca da universidade e artigos pesquisados nas bases de dados como Portal de Periódico da Capes, Scielo, Google Acadêmico, Pubmed e BVS Brasil. Foram utilizados trabalhos publicados nos últimos 10 anos. A pesquisa foi feita entre os meses de agosto de 2018 a março de 2019.

Utilizou-se de descritores como: neuropsicopedagogia clínica, dificuldade de aprendizagem e prematuros. TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM: CONSIDERAÇÕES INICIAIS As alterações no curso típico da aprendizagem têm sido amplamente abordadas ao longo das últimas décadas, especialmente no que diz respeito à sua etiologia e classificação. A dispraxia do desenvolvimento, por outro lado, é caracterizada principalmente por ser um distúrbio de habilidades motoras e amusia congênita como alteração na percepção musical, especialmente de tons, desde o nascimento. Assim, a neuropsicopedagogia se torna uma aliada no que se refere aos transtornos de aprendizagem, como apontam Paterra e Rodrigues (2014): A neuropsicopedagogia no âmbito institucional nas instituições de ensino (educação) tem em seu propósito tratar a aprendizagem de uma forma inteira, considerando a escola como responsável por grande parte da formação do ser humano.

O trabalho do neuropsicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino (PATERRA; RODRIGUES, 2014, p. O CÉREBRO E A APRENDIZAGEM Várias etiologias estão ligadas às dificuldades de aprendizagem, incluindo aquelas baseadas em fatores sociais e culturais e processos de aprendizagem. Na linha de estudos neurobiológicos, Sánchez, Vecino e Coveñas (2013) mostram que reconhecem as diferenças cerebrais entre crianças com e sem dislexia. Mais especificamente, a criança com dislexia tem assimetrias exageradas e nível de ativação tálamo diferente, embora um pouco de ativação temporoparietal durante a tarefa de consciência fonológica.

Isto pode ser explicado porque, como mostrado por alguns estudos, alterações no processamento fonológico estão especificamente relacionados com um padrão de cérebro aberrante falha para estabelecer ligações entre as áreas temporo-occipitais zonas temporais da linha de base e posteriores esquerdo e parietal inferior. Nesta mesma linha, Benitez-Burraco (2010) reconhece a existência de um circuito cerebral alterada em crianças com dislexia. A neuroimagem pode ser utilizada para identificar diferenças estruturais em crianças com e sem discalculia; crianças com discalculia, mostrou uma redução em diferentes áreas do cérebro, incluindo o cingulado anterior, giro frontal inferior direito, e giro frontal médio bilateralmente. Além disso, eles são importantes, exercícios pré-escrita, onde o plano de criança, organizar e analisar o que você está escrevendo.

Dessa forma, é importante ressaltar que a literatura correspondente à escrita e disgrafia se refere, mais do que às etiologias cerebrais, às alterações nas funções e processos envolvidos (ROSELLI; MATUTE, 2011). Para concluir, é importante notar que a diferença entre alexia, agrafia e acalculia de dislexia, disgrafia e discalculia, é que os primeiros são o resultado da perda total ou parcial de leitura, escrita e cálculo, o resultado de uma lesão cérebro adquirido, enquanto o segundo é congênito ou o produto de alterações neurobiológicas ocorridas durante a gestação ou estágio de desenvolvimento (os primeiros quatro anos de vida) (GIMENEZ, 2015). CONSEQUÊNCIAS DA PREMATURIDADE NA APRENDIZAGEM A Organização Mundial da Saúde - OMS - (2018) considera um bebê nascido antes das 37 semanas de gestação e, dependendo da idade gestacional se classificam em: prematuros extremos os nascidos antes de 28 semanas; muito prematuros os nascidos entre 28 e 32 semanas e prematuros moderados ou tardios os nascidos entre 32 e 37 semanas.

Da totalidade dessa população, cerca de 84% são prematuros tardios e a maioria sobrevive com cuidados de suporte, os muito prematuros requerem cuidados de suporte adicionais e, como os anteriores, a maioria sobrevive, mas a perspectiva é menos animadora para aquelas crianças com nascimento prematuro extremo, porque eles exigem cuidados intensivos e caros. Entre 10% e 25% das crianças muito prematuras apresentam alterações cognitivas graves (IC <-2 DP) em comparação com 2,3% da população normal, em íntima relação com a idade gestacional. Com relação ao coeficiente de inteligência, a pontuação obtida por crianças muito prematuras ou extremamente prematuras é menor em todas as séries do que a obtida por crianças a nascidas no tempo com diferenças que variam de 7 a 24 pontos (DELOBEL-AYOUB et al.

No estudo EPIPAGE, os autores consideram que as alterações dos distúrbios cognitivos são a incapacidade mais frequente entre as crianças muito prematuras. No teste de avaliação cognitiva (MPC, equivalente ao QI) foi encontrada uma diferença de 18 pontos entre prematuros e nascidos a termo. Os autores consideram que as crianças catalogadas com leve incapacidade, aqueles com MPC entre 70-84 provavelmente apresentarão mais tarde problemas de aprendizagem na escola (DELOBEL-AYOUB et al. Alguns estudos foram realizados na última década sobre a evolução a longo prazo de crianças prematuras e a conclusão final é que em crianças com nascimento prematuro ou com muito baixo peso têm um risco significativo de apresentar um espectro variável de alterações de comportamento, de má adaptação social, de dificuldade na aprendizagem, em comparação com crianças nascidas a termo.

A repercussão negativa das alterações de distúrbios cognitivos em idades posteriores, adolescentes e adultos jovens, frequentemente induzem autoestima, insegurança, que pode ser a origem, por sua vez, de distúrbios emocionais como como ansiedade e depressão (MOREIRA; MAGALHÃES; ALVES, 2014). COMO AMENIZAR ESSAS DIFICULDADES? Da prática clínica sobre a identificação, manejo e intervenção na reabilitação desses elementos de aprendizagem que estão longe do processo de atividade "típico", tem sido possível reconhecer e apresentar diferenças conceituais em relação ao mau uso dos termos "dificuldades, alterações e distúrbios", referindo-se ao nível de funcionalidade dos componentes de aprendizagem em seu uso indiscriminado, como eles são muitas vezes equiparados na conceituação. Neste sentido, deve ser considerado como “dificuldades de aprendizagem” erros específicos (simples, mas persistentes) cometidos pelo sujeito no processo de leitura, escrita, aritmética e/ou seus derivados, que não interferem com o desempenho em suas vidas diárias e não comprometem substancialmente aquisição, gestão e compreensão do conteúdo de sala de aula, também, as dificuldades de aprendizagem não são relacionados a uma condição de estrutura do cérebro para o desenvolvimento ou aquisição, embora será composto de redes sinápticas que mantêm o aprendizado errado e principalmente são métodos associados com a educação escolar e muitas vezes superado pela intervenção adequada em cerca de três meses de tempo quando se readéqua e modifica informações apoiadas indiretamente na rede sináptica, desde que sejam identificadas no ensino primário.

Pode ser abordado por pedagogos, psicopedagogos, neuropsicólogos, neuropsicopedagogos ou neuropsicólogos. A presença de um ou mais distúrbios de aprendizagem no sujeito que não são oportunamente intervencionados e acompanhados por uma idade avançada de menor flexibilidade cognitiva, pode levá-lo a evoluir facilmente para um distúrbio global de aprendizagem. Outro elemento a ser considerado nos distúrbios de aprendizagem é que eles tendem a ter adquirido danos cerebrais de alta magnitude como causa, o que geralmente ocorre nos estágios iniciais de desenvolvimento ou nos primeiros anos de escolaridade de meninos e meninas (BENÍTEZ-BURRACO, 2010). Deve-se considerar que, tanto as dificuldades, como as alterações e os distúrbios, são específicos de um processo de aprendizagem ou atividade mesmo quando outros desses processos são secundários ou uma comorbidade de um específico "déficit" inicial; a alteração funcional e conjunta de leitura, escrita e aritmética (desde suas variantes) deve ser considerada como uma deficiência de aprendizagem global ou um distúrbio de aprendizagem global, dependendo das características apresentadas pelo sujeito como já foi abordado nos parágrafos anteriores.

As dificuldades de aprendizagem não se apresentam de maneira conjunta e de forma significativa, nesse caso, é necessário avaliar se é uma dificuldade ou uma alteração de aprendizagem. A perícia do profissional está em reconhecer que nem todos os casos que possam apresentar variações em processos de leitura, cálculo ou de escrita correspondem a uma anormalidade de aprendizagem, e que mesmo que essas três instâncias que comprometem aprendizagem apresentem sintomas semelhantes, os sinais clínicos variam, assim como outras condições e manifestações clínicas associadas. Estes métodos são comumente utilizados. Se baseiam em: • Aquisição do alfabeto. • Associação de grafemas com seus nomes. Exemplo: a, b, c, d, etc. • Combinação de grafemas em sílabas (soletrar). De acordo com Sebra e Dias (2011) é definido como " a tentativa de dar valor sonoro às letras que formam a palavra, ou seja, surge a noção de fonetização da escrita" (SEBRA; DIAS, 2011, p.

A metodologia de aprender a ler com este método seria: • Requer análise e discriminação visual e fonológica de grafemas e fonemas; • A ordem de apresentação dos fonemas é muito relevante devido aos contrastes de sistemas auditivos similares de alguns fonemas, e é por isso que ocorrem critérios de agrupamento; • Leitura e escrita de sílabas diretas compostas (vogal + consoante) e inversa (consoante + vogal); • Leitura e escrita de palavras e frases compostas de sílabas diretas e inversas; • Leitura e escrita de sílabas, palavras e frases; • A leitura é aprendida simultaneamente com a escrita. Método Analítico Esse método é atribuído a Ovidio Decroly, chamado de método global. Ele começa de unidades maiores, concretas, como frases ou palavras, para mais adiante encaminhar para as unidades menores e mais abstratas (sílabas e letras).

Deve-se começar com frases ou expressões significativas para depois atingir os componentes, isto é, sílabas e letras. Soletrar leva a leitura de palavras e leitura de palavras implica soletrar (SEBRA; DIAS, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa sobre o neurodesenvolvimento de bebês prematuros é escassa, no entanto, o interesse pelo assunto tem aumentado nos últimos anos, à medida que as taxas de nascimentos prematuros aumentaram e os problemas nas diferentes funções cognitivas dessa população tornaram-se evidentes, especialmente em crianças em idade escolar. Através de avaliações neuropsicológicas, problemas de aprendizagem foram encontrados como resultado de dificuldades de atenção, memória, comportamento, entre outros. Da mesma forma, a abordagem de tarefas isoladas ou programas de intervenção que visa capacitar e/ou a reabilitação das dificuldades, distúrbios ou transtornos de aprendizagem, devem ser desenvolvidos sob a compreensão dos mecanismos biológicos através dos quais atividades operacionais leitura, escrita, aritmética e os seus aspectos, desde a formulação de uma atividade sob a crença de que trabalhar, porque em si requer ler, escrever ou calcular, não é nenhuma garantia de que têm influência sobre o reajuste ou configuração de redes neurais envolvidos.

Nesse sentido, é a partir do entendimento adequado por parte dos pais, educadores e profissionais de áreas interdisciplinares que intervêm na visão global de meninos e meninas, que se torna possível não apenas a detecção e o gerenciamento oportuno dos processos de aprendizagem que necessitam de atenção especial, mas incentivar modificações e adaptações ao currículo, de modo que as crianças têm uma vantagem adaptativa que lhes permite responder assertivamente ao aprendizado, orientando sua cognição e comportamento para essa situação. DE MACEDO, E. C. O uso do teste não-verbal Leiter-R na avaliação de inteligência em distúrbios do desenvolvimento. Cadernos de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, v. n. n. p. COUTIÑO, S. I.

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