Aquisição e Desenvolvimento da Leitura e da Escrita
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Linguística
Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO- Este artigo aborda o processo de aquisição da alfabetização e dos caminhos para desenvolver a leitura e da escrita, mostrando os processos de construção da alfabetização e que a aprendizagem de uma língua se constitui um processo contínuo que perdura por toda a vida do indivíduo. O desenvolvimento da escrita e da leitura tem sido um dos grandes desafios do Ensino Básico e por isso, faz-se necessário tratar do tema em questão. O objetivo geral é mostrar como alfabetizar e desenvolver a leitura e a escrita no Ensino Básico. Os objetivos específicos são refletir sobre a importância da oralidade no processo de alfabetização e desenvolvimento da leitura e da escrita; redefinir a alfabetização e o letramento; mostrar qual é o papel da fonologia, morfologia e sintaxe no processo de alfabetização; destacar a importância da consciência fonológica no processo de alfabetização e apresentar as etapas do desenvolvimento da escrita como acesso à leitura.
Essa problemática resultou no questionamento: como se processam a aquisição da alfabetização e o desenvolvimento da leitura e da escrita? Para responder a esse questionamento as hipóteses são a necessidade de encontrar métodos para adquirir a alfabetização e que estimulem o desenvolvimento da leitura e da escrita, levando em conta a oralidade, visto que esta é adquirida natural e informalmente, e essas, precisam ser aprendidas formalmente. Os objetivos visam encontrar caminhos para responder ao questionamento e verificar se as hipóteses são válidas. Por essa razão, o objetivo geral é mostrar como alfabetizar e desenvolver a leitura e a escrita no Ensino Básico. Os objetivos específicos são refletir sobre a importância da oralidade no processo de alfabetização e desenvolvimento da leitura e da escrita; redefinir a alfabetização e o letramento; mostrar qual é o papel da fonologia, morfologia e sintaxe no processo de alfabetização; destacar a importância da consciência fonológica no processo de alfabetização e apresentar as etapas do desenvolvimento da escrita como acesso à leitura.
A realização desse trabalho é relevante para a academia, porque a habilidade da leitura e da escrita são essenciais para o acesso a outros conhecimentos. Martins (1998), ao pesquisar Février, concluiu algumas formas de escritas, as autônomas se manifestam por meio de linguagem oral, desenhos, gestos, cores, entre outros. No entanto, a escrita se sobressaiu a essas formas de representar o pensamento. Em todas as tentativas de se comunicar visualmente, prevaleceu o sinal gráfico ou grupo de sinais que são usados para representar uma frase pensada, por exemplo. Como a quantidade de pensamentos é infinita, seria necessário criar uma infinidade de frases para realizar cada manifestação. O signo usado na escrita não é atribuído a uma frase, mas a uma palavra que se denomina chamada analítica ou ideográfica, a escrita de palavras.
Já a escrita precisa ser adquirida em contextos formais, na escola. Quando chega à escola, o indivíduo já possui a língua que fala, exceto se ele tiver algum distúrbio de linguagem. Por essa razão, ele já possui uma referência linguística para dar suporte à aquisição da língua escrita. No entanto, saber prévio que o estudante possui sobre a língua, nem sempre é observado pela escola. Esse aspecto não deveria ser observado somente pelos linguistas. A escola precisa ensinar ao educando a compreender e identificar as diferentes formas de se usar a fala, adequando-a a variados contextos sociais de comunicação, que podem ser formais e informais. A escrita é considerada de essencial importância, tanto que a instituição escolar tem a alfabetização como uma aprendizagem primordial e por ser imprescindível para o acesso ao conhecimento escolarizado, sendo legitimada como um recurso importante para a aprendizagem de qualquer área do conhecimento.
Pode-se concluir que a escrita é uma conquista das mais expressivas da humanidade documentar a língua e a história humana, modificando esta, em vários aspectos. Contudo, é importante ressaltar que a escrita e a oralidade constituem duas formas de interação social e discursiva com o mundo. Esse apoio da escrita na oralidade, contudo, não corresponde a uma transcrição da fala, pois a língua escrita possui um desenvolvimento linguístico próprio. Letrar significa utilizar a leitura e a escrita de modo diferente da simples ação de ler e escrever com codificação e decodificação: é pois, realmente utilizar-se de leitura e da escrita em suas diferentes funções, no contexto de práticas sociais, fazendo uso de diversos portadores de textos com competência e frequência (FONTE, 2011, p.
Letramento pode ser definido do seguinte modo: Letramento é o resultado da ação de ensinar e reaprender práticas sociais de leitura e escrita; é o estado ou condição que adquire um grupo social ou indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais (SOARES, 2001, p. Segundo Freire (1982, p. “A leitura de mundo precede a leitura da palavra”. O que significa que a aquisição da leitura se inicia antes da habilidade de ler. Apossar-se da língua escrita implica em ser um usuário competente. A alfabetização é o ato de dominar a tecnologia da escrita, letramento é o exercício das práticas sociais de leitura e de escrita. Um indivíduo alfabetizado sabe ler e escrever; um indivíduo letrado tem o hábito, as habilidades, o prazer de leitura e de escrita de diferentes gêneros de textos, em diferentes suportes ou portadores, em diferentes contextos e circunstâncias.
Alfabetizar letrando significa orientar o educando para que aprenda a ler e a escrever levando-o a conviver com práticas reais de leitura e de escrita. Para isso, faz-se necessário usar entre os materiais didáticos revistas, jornais, material autêntico como rótulos, letreiros, outdoors, pinturas, gravuras de fatos ocorridos, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade, para criar situações significativas para a produção escrita e para contextualização da leitura. Eu diria mesmo que o processo de escolarização é, fundamentalmente, um processo de letramento (KATO, 1999). Para Soares (2010, p. todas as áreas de conhecimento são propícias para o Letramento. Nessa intervenção, os alunos aprendem através de práticas de leitura e de escrita: em História, em Geografia, em Ciências, mesmo na Matemática, enfim, em todas as disciplinas, os alunos aprendem lendo e escrevendo.
“O processo de letramento não é um problema apenas do professor de Português, pois letrar é função e obrigação de todos os professores. Esse fato explica que é conveniente a distinção entre os dois processos. Por outro lado, também é necessário reconhecer que embora distintos, alfabetização e letramento são interdependentes e indissociáveis: a alfabetização só tem sentido quando desenvolvida no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita e por meio dessas práticas, ou seja, em um contexto de letramento por meio de atividades de letramento; este, por sua vez, pode desenvolver-se na dependência da e por meio da aprendizagem do sistema de escrita. A concepção de alfabetização possibilita que o educando construa seu conhecimento em língua escrita por meio do uso de materiais apropriados para a interação nas práticas sociais de leitura e escrita, com base nos estudos psicogenéticos de Emília Ferreiro.
A psicogênese da língua escrita veio como uma revolução conceitual da alfabetização por a criança construir conhecimentos alfabéticos em um processo de interação com o material escrito, mediado pelo educador (MORAIS; KOLINSKY (2004). O Papel da Fonologia, Morfologia e Sintaxe no Processo de Alfabetização Os componentes que produzem uma língua oral e a escrita são fonologia, morfologia e sintaxe. Essas investigações indicam que o desempenho das crianças na fase pré-escolar em determinadas tarefas de consciência fonológica é um fator que prevê de seu sucesso ou fracasso na aquisição e desenvolvimento da leitura e da escrita. As crianças que têm dificuldades em consciência fonológica, de um modo geral apresentam atraso na aquisição da leitura e escrita.
Os procedimentos para desenvolver a consciência fonológica podem ajudar na superação dessas (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2000). A criança desenvolve a consciência fonológica ou conhecimento sobre a estrutura sonora da linguagem quando entram em contato com a linguagem oral de seu contexto social. É na relação dela com diferentes formas de expressão oral que essa habilidade metalinguística se desenvolve, desde que a criança se vê imersa no mundo linguístico. Isso torna-se evidente ao se ver crianças de 4 ou 5 anos brincando com nomes dos colegas em jogos de rimas como: "Gabriel cara de pastel, Fabiana cara de banana, Zé Prequeté tira bicho no pé para tomar com café". Ainda que não saibam que estão produzindo rimas, essa brincadeira espontânea das crianças atesta a capacidade delas no que se refere à consciência fonológica.
Para Gardner (1999, p. os componentes centrais da inteligência linguística são sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias. Por exemplo, ele pode escrever: OBOLO (aglutinação) ou PA LAVRA (separação), a persistência desse fenômeno indica dificuldade de consciência sintática que implica em capacidade de análise e síntese auditiva da frase. ZORZI, 2003, p. A consciência silábica é a capacidade de decompor as palavras em sílabas. Essa habilidade depende da competência para realizar análise e síntese vocabular. Zorzi (2003) analisa a escrita relacionando-a com o desenvolvimento das habilidades de consciência fonológica.
A oralidade favorece a aprendizagem da escrita que demanda atenção para os aspectos formais da língua. Dessa forma, a aprendizagem da escrita é diferente da oral, porque para falar não há necessidade de conhecer de modo consciente a estrutura formal língua, mesmo que haja uma prática satisfatória da oralidade. A criança desenvolve bem e rapidamente a oralidade, no entanto a escrita é construída de forma lenta e gradual, em um processo de construção de hipóteses e reflexão sobre a língua (SOARES, 2010). Nesse sentido, Zorzi (2003) afirma que a criança faz um contraste da própria oralidade para compreender a especificidade da escrita. A aquisição da escrita e da leitura está associada ao desenvolvimento da consciência do aspecto segmental da linguagem que engloba conhecimento das palavras, sílabas e fonemas, envolvendo a consciência de aspectos sintáticos e semânticos, como uma capacidade metalinguística composta pelas consciências fonológica, lexical e sintática.
Por fim, a evolução para o nível alfabético que resulta na escrita alfabética. Nesse nível, a criança compreende todos os símbolos presentes na escrita que correspondem aos valores sonoros menores que a sílaba. A criança se encontra alfabetizada, apesar de possuir alguns problemas ortográficos que podem seguir o indivíduo ao longo de sua vida, porque nem sempre há uma regra para a escrita das palavras, pois algumas delas se relacionam a questões etimológicas. Figura 1 – Níveis da Aquisição da Escrita Fonte: Material Didático do Curso2 (p. A alfabetização se modifica a cada momento e deve resultar em um esforço conjunto do educador e o educando. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho tratou do processo de aquisição da alfabetização e do desenvolvimento da leitura e da escrita por meio de uma pesquisa de caráter bibliográfico, com embasamento de autores que abordam alfabetização, letramento, leitura e escrita.
A pergunta que problematiza a pesquisa foi respondida, porque a pesquisa mostrou como se processa a aquisição da alfabetização, bem como a leitura e a escrita são desenvolvidas. Isso foi possível ao alcançar o objetivo geral e os específicos que mostram vários caminhos para essa a culminância desse processo. Para realizar o trabalho foram estabelecidos alguns objetivos, sendo um geral e os específicos. Nesse particular, a pesquisa mostrou que alfabetizar e desenvolver a leitura e a escrita, ultrapassa a codificação de letras e a automatização da leitura. In: Journal of Educational Psychology, 81 (3), pp. CAGLIARI, L. C. Análise Fonológica. Campinas: Mercado de Letras, 2002. São Paulo: Cortez, 2000. FERREIRO, E. TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. ª ed. São Paulo: Cortez, 1996 – Coleção Questões de Nossa Época; v.
GARDNER, H. Inteligências Múltiplas - A Teoria na Prática. Porto Alegre: Artes Médicas. GOSWAMI, Usha; BRYANT, Peter. MACEDO, M. do S. A. N. A dinâmica discursiva na sala de aula e a apropriação da escrita. São Paulo: Cortez, 2008. MARTINS, Wilson. A palavra escrita: História do livro, da imprensa e da biblioteca. ed. São Paulo: Editora Ática, 1998. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Alfabetização e letramento. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
189 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto
Apenas no StudyBank
Modelo original
Para download
Documentos semelhantes