POLÍTICAS LINGUISTICAS: PORTUGUÊS E ESPANHOL EM CONTATO NAS FRONTEIRAS

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Linguística

Documento 1

Os objetivos específicos são contextualizar políticas linguísticas na concepção de Calvet; refletir sobre o contato linguístico entre português e espanhol falados nas de fronteiras e justificar a importância da permanência do ensino de língua espanhola nas escolas brasileiras. A pesquisa é de cunho bibliográfico, embasada por autores relevantes que discorrem sobre o assunto. Palavras-chave: Políticas linguísticas. Contatos linguísticos de fronteira. Português. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS Quando se pensa em políticas linguísticas, a tendência que as pessoas têm, é de fazer analogias com leis e normas referentes ao emprego da língua no meio social. É isso mesmo o que ocorre, pois as políticas linguísticas são as formas de organizar e representar a língua social e historicamente.

No entanto, no tocante à área de estudos, existem muitas definições para a política linguística, com uma diversidade de características e pontos de vista teóricos. cada país tem a política linguística que necessita e que pode realizar. Dito assim, evidentemente, estou querendo dizer que não se pode fazer qualquer política linguística em qualquer lugar ou país simplesmente porque os fatores de poder, fatores geopolíticos, condicionam fortemente cada movimento (OLIVEIRA, 2016, p. De posse desses resultados e propostas recebidos dos linguistas, os políticos estudam-nos e escolhem os mais adequados para serem aplicados, mas ocorre de o poder público decidir, sem que os linguistas participem. Em outras palavras, Calvet (2002) define esses dois modos de gestão de plurilinguismo, in vivo e in vitro: [.

há dois tipos de gestão do plurilinguismo: um que precede das práticas sociais e outro da intervenção sobre essas práticas. O primeiro, que chamaremos de gestão in vivo, refere-se ao modo com as pessoas cotidianamente confrontadas com problemas de comunicação, os resolvem. o que chamamos ‘línguas aproximativas’ (os pidgins), ou ainda línguas veiculares são produto típico de uma gestão in vivo do plurilinguismo. A política linguística faz pensar no contexto do Brasil cuja língua oficial, a portuguesa é ensinada nas escolas na tentativa de torná-la a mais homogênea possível, pelo menos na escrita, com vistas a evitar que em cada região os falantes escrevam como falam, com o passar do tempo, provavelmente as variedades de cada lugar se tornariam línguas distintas, sem esse controle.

Segundo Vitral (2017, p. “isso não seria desejável politicamente, pois os brasileiros perderiam a noção de que são, ainda que com muitas diferenças, um povo só, com interesses em comum e com um futuro comum a ser construído. ” E o autor resume afirmando que o povo perderia a unidade nacional, portanto a manutenção do português padrão se faz necessário. Esses argumentos do autor permitem compreender que é preciso manter essa unidade, encontrando uma maneira. No entanto, o conceito de Calvet (2007) podem também trazer reflexões para línguas que não sejam língua oficial do país, e que de alguma forma, estão presentes no currículo ou cultura escolar de uma sociedade, sendo essa a situação do ensino da língua espanhola no Brasil.

Calvet em seus estudos (2002) e (2007) afirma os conflitos relativos a ações de planejamento linguístico, nem sempre é pesquisado pelas políticas linguísticas. No caso das políticas linguísticas brasileiras, sempre implementaram mudanças sem a preocupação com as implicações político-sociais, sem a participação da sociedade e dos linguistas. Isso ocorre nas legislações referentes a línguas indígenas e da implementação de língua estrangeira, principalmente a espanhola que vem passando por dificuldades de sua inserção no currículo das escolas brasileiras. O que deu algum impulso para uma política voltada para essa língua estrangeira foi o Mercosul. É necessário que se dê a devida importância e o devido respeito às línguas em e de contato. Por conseguinte, aqueles são a(s) língua(s) e suas variações hibridizadas com as culturas de uma dada comunidade de fala, como no caso as dos indígenas; as dos imigrantes; e as de fronteiras geográficas no Brasil.

Já as línguas de contato são as línguas de imigrantes e de fronteiras que são ensinadas em instituições oficiais ou particulares como línguas estrangeiras e/ou como segunda língua(VON BORSTEL, 2013, p. O exposto remete às situações plurilíngues postas por Calvet (2007) em que a correlação de línguas podem ser vernacular, padrão, clássica, pidgin e crioula, com funções possíveis de gregária, oficial,veicular, internacional, de religião de ensino, entre outras situações, porém aparentemente não há interferência nas escolhas que se fazem a respeito das línguas em contato. No tocante às fronteiras brasileiras, Sturza (2006) as considera espaços de enunciação e de contato cultural, étnico, linguístico, entre outros, ultrapassando os limites físicos.

A oeste: Peru e Bolívia. A sudoeste: Paraguai e Argentina. Ao sul: Uruguai. O idioma prevalecente no território sul-americano é o espanhol, o que favorece o contato linguístico com o português brasileiro. Desse modo, há uma interação do português com o espanhol, gerando uma mistura de línguas, contato linguístico favorecido pela semelhança linguística entre estes idiomas. No entanto, a partir de 1960, as línguas estrangeiras deixaram de ser de ensino obrigatório, com exceção do inglês. Depois de 34 anos, o espanhol voltou no ensino médio, com discussões realizadas em 1994 e tornou-se obrigatória em 2005com a regulamentação da Lei 11. de 05 de agosto de 2005,(MARTINS, 2019). Contudo, a Lei nº 11. revogou a obrigatoriedade de as escolas ofertarem o ensino da língua espanhola nas escolas, por meio da Lei nº 13.

Desse modo, a partir do trabalho empreendido, é relevante considerar que as políticas linguísticas foram pensadas não somente para estudar e emitir propostas sem acompanhamento. Faz-se necessário discutir com os executores, pois os linguistas estudam, mas os políticos é que decidem o que consideram mais adequados, muitas vezes por conveniências próprias e aplicam ou vetam sem a participação dos interessados: falantes e linguistas. Essa situação gera conflitos entre o Estado e os interessados pela língua, porque o poder público toma decisões sem consultar o povo e os estudiosos da língua que se veem obrigados a usar a língua formal do modo que foi instituído, sem a anuência destes. Entretanto, falta os linguistas manifestarem a necessidade de acompanhar não somente as discussões, mas também a execução do que foi decidido para evitar modificações nas propostas iniciais, realizadas pelos linguistas.

Pelo exposto, pode-se entender que a realização desse estudo foi relevante porque é preciso tratar discutir as políticas linguísticas para que as tomadas de decisão com relação ao ensino da língua e modificações ortográficas sejam definidas depois de discussões com linguistas e falantes do idioma, mas intervenções linguísticas acontecem sem uma discussão dessas de representações, a exemplo da reforma ortográfica, das políticas públicas para o ensino da língua português e a falta de interesse em ampliar o ensino da língua espanhola que é uma das línguas mais faladas no mundo, sendo a língua do Mercosul e a segunda língua internacional. São Paulo: EDUSP, 2001. MARTINS, Nélia de Almeida. O ensino da língua espanhola no BRASIL.

Belém: Universidade Federal do Pará, 2005. OLIVEIRA, Gilvan Müller de. DELTA, São Paulo, v. n. p. RIBEIRO, Simone B. C. Campinas, 2006. Tese de Doutorado. Campinas. UNICAMP, 2006. UNILAT. Disponível em:<https:// lljournal. commons. gc. cuny. edu/2013-1-borstel-texto/> Acesso em 08 de agosto de 2019.

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