APLICAÇÃO PRÁTICA DO ENSINO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA E DA ESTATÍSTICA NA VIDA DOS JOVENS

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Matemática

Documento 1

Em relação aos objetivos específicos pode-se afirmar que é de apontar a relação existente entre a falta de informação e conhecimento com os altos índices de endividamento e inadimplência e o impacto dessas práticas na economia a nível pessoal e de convivência em sociedade. A pesquisa é de caráter bibliográfico, onde é apresentado embasamento teórico de inúmeros autores que tratam do tema em questão e que apoiam a ideia central do artigo de que é promover a educação financeira dos jovens e torna-los consumidores conscientes e inteligentes no que tange ás oportunidades oferecidas no meio econômico da vivência em sociedade. Palavras-chave: Matemática financeira, estatística, jovens, educação financeira. • INTRODUÇÃO Atualmente, em alguns canais das redes sociais tem sido amplamente difundido ideais e ensinamentos práticos sobre a liberdade financeira e em como a mudança de hábitos consumistas extremistas podem favorecer o enriquecimento pessoal.

Não faz parte da cultura do brasileiro, seja no ambiente escolar ou familiar, ensinar sobre educação financeira para as crianças, adolescentes e jovens. No entendimento de Domingos (2012, p. a educação financeira quando tratada como uma ferramenta de caráter pedagógico tem um papel fundamental e importante na vida das crianças e jovens, pois, constrói uma base emocional e consciente com relação ao consumismo, contribuindo para um estilo de vida equilibrado e saudável. Para o autor é possível que as crianças e jovens educados financeiramente se tornem adultos conscientes e prósperos, usufruindo de uma vida financeira livre de dívidas, onde se gasta menos do que ganha e adquirindo bens e serviços que sejam de fato úteis e necessários para a vida das pessoas.

De acordo com Chini e Carvalho (2013) o crédito fácil amplamente oferecido ao consumidor no meio comercial modificou o senso das pessoas a respeito do que é necessidade, isto é, as pessoas passaram a consumir de forma desenfreada e muitas vezes indo além das suas necessidades e realidade financeira. Desse modo, o consumo por compulsão e realizado totalmente sem planejamento tem deixado muitas famílias em apuros financeiros, ocasionando um aumento da inadimplência e gerando altos valores de dívidas ativas, juros absurdos, além da restrição do CPF (cadastro de pessoa física), ocasionando na negativação do nome da pessoa. Assim, será formado um consumidor consciente, informado e que não será facilmente ludibriado pelas amplas ofertas de crédito fácil. A importância do estudo da matemática financeira é expresso por Puccini (1982) como o entendimento dos conceitos, operações e fatores ligados diretamente ao poder de compra e nível de consumo das pessoas dentro da sociedade, onde: A Matemática Financeira tem por objetivo o manuseio de fluxos de caixa visando suas transformações em outros fluxos equivalentes que permitam as suas comparações de maneira mais fácil e segura.

A transformação desses fluxos de caixa só pode ser feita com a fixação dos juros, e pode-se ainda dizer que a existência da Matemática Financeira, com todas as suas fórmulas e fatores, se prende, exclusivamente, à existência dos mesmos. Puccini, 1986, p. Sousa (2010) aponta que o desenvolvimento de atividades relacionadas diretamente com a venda e comercialização de produtos ou serviços, aplicações financeiras, produtos e serviços bancários, taxas de juros simples e compostos, cálculos tributários, de prestações de empréstimos, entre outros, nada mais são que o ensino da matemática financeira para os alunos. Para o autor, antes de iniciar qualquer conteúdo técnico é necessário que seja desenvolvido um projeto que explore o efeito destrutivo da falta de planejamento financeiro e que aponte os benefícios do consumo consciente bem como o seu impacto positivo no orçamento mensal.

Domingos (2016) aponta alguns questionamentos que podem vir a auxiliar os jovens a refletir sobre os impactos financeiros decorrentes de práticas cotidianas, como: • O que é mais vantajoso para o consumidor: comprar à vista ou a prazo? Com entrada ou sem entrada? • Como saber se há cobrança de juros abusivos nas parcelas dos produtos comercializados? • Como pedir descontos durante uma compra? Como fazer uma negociação comercial com o melhor custo benefício para o consumidor final? • Como identificar boas opções de compras de kits? Vale mais a pena comprar uma unidade ou várias de um mesmo produto para obter desconto? • Quando e como utilizar o cartão de crédito e o crediário da loja? • Vale a pena investir em ações ou em um plano de aposentadoria privada? Diante da proposta de conscientização e de conhecimento em educação financeira, Lopes (2008) diz que é interessante a abordagem de forma detalhada dos serviços bancários oferecidos, como taxas, títulos de capitalização, carteiras de investimento, acesso ao cheque especial e os cartões de crédito.

Para o autor a facilidade em conseguir tais serviços e o descontrole provocado pela inexperiência com o crédito facilitado contribui para um índice altíssimo de endividamento e conseqüentemente da inadimplência. Sendo assim, o desenvolvimento dos conceitos básicos da matemática financeira e estatística, de acordo com Sousa (2010), são altamente necessários para a contribuição no processo educativo financeiro dos jovens alunos, visto serem freqüentemente utilizados nas transações financeiras desde as mais banais até as mais complexas. Deste modo, a compreensão destes conceitos básicos torna o jovem mais propenso a ter autocontrole e domínio da sua vida financeira. Deste modo, pode-se expressar esta igualdade da seguinte maneira: Fonte: Elaborado pela autora Sousa (2010) enfatiza que o entendimento da razões e proporções pode auxiliar o jovem a identificar oportunidades de negócios e as realizar comparações de dados financeiros com simplicidade e eficiência.

Dessa forma, uma boa opção de resolutividade de simplicidade é a utilização do sistema de regra de três, conforme fórmula demonstrada abaixo: Fonte: Elaborado pela autora 2. JUROS SIMPLES E COMPOSTOS De acordo com Smole e Diniz (2013) a prática de cobrança de juros é uma tradição muito antiga e consiste em acrescentar uma taxa em percentual a determinada quantia, seja em pagamentos ou em retornos de investimentos. Os autores enfatizam a importância de compreender tais cálculos e conceitos visto ser um dos moldes financeiros mais utilizados em todo mundo, seja em agências bancárias até transações comerciais simples de compra e venda. Belo (2008) aponta que é importante ensinar os conceitos e as diferenças entre juros simples e principalmente sobre os juros compostos, amplamente utilizado por instituições comerciais e financeiras.

Normalmente o modelo de sistema de amortização mais utilizado é o sistema francês de amortização (SFA), onde as parcelas são todas iguais, porém com variação da amortização. Neste modelo na primeira parcela há a concentração da maior parte dos juros e amortização é pequena. Belo (2008) enfatiza ainda que no modelo SFA o consumidor paga um valor de parcela fixo e deste modo não compromete seu orçamento no futuro. COMPREENSÃO DOS DADOS ESTATÍSTICOS Belo (2008) aponta que é de suma importância a compreensão dos dados estatísticos, seja por meio da representação gráfica ou em tabelas. Para o autor, tal compreensão norteará o jovem sobre qual a melhor decisão a ser tomada com base na apresentação dos dados de pesquisas realizadas com uma determinada amostra da população e sua interdependência com a situação, forçando-o a realizar um comparativo com a sua realizada vivenciada.

pdf. Acesso em fevereiro de 2019. BELO, H. da C. Matemática Financeira. Educação financeira. Como educar seus filhos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DOMINGOS, Reinaldo. Terapia Financeira: realize seus sonhos com educação financeira. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa – 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. pdf?sequence=1. Acesso em: fevereiro de 2019. LOPES, C. E. O ensino da estatística e da probabilidade na educação básica e a formação dos professores. br/pre/boletimrsa/BOLRSA200902. pdf. Acessado em fevereiro de 2019. Disponível em: http://www. bcb. ZAGO, G. J. Estatística básica. São Paulo: CETEC – CEETEPS, 2008. SMOLE, K.

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