ADMINISTRAÇÃO SUSTENTÁVEL PROMOVENDO A EVOLUÇÃO FINANCEIRA DAS EMPRESAS
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Administração
A conclusão primordial do artigo é a afirmação de que é possível associar vantagens financeiras e sociais simultaneamente, beneficiando autores atuais e gerações futuras. Palavras-chave: Sustentabilidade. Administração sustentável. Redução de custos. Vantagem competitiva. O lucro de uma empresa pode ser medido não apenas por aquilo que ela ganha, literalmente falando, mas também pelo valor que ela deixa de perder. Júnior e Gomes (2010, p. afirmam que “se a empresa tem perfil ambiental favorável, terá menos exposição a processos judiciais, melhor reputação e maior valor de mercado”. As empresas também ganham em sentido financeiro quando praticam canais disponíveis pela sustentabilidade, como a reciclagem. É fato que com a reciclagem, a empresa economiza reduzindo custos relacionados à produção de embalagens, a título de exemplo e esta prática, a reciclagem, é geradora de inúmeros novos empregos anualmente.
A conclusão é que uma empresa próspera não é basicamente aquela que agrega ganhos financeiros independente dos meios utilizados para tal, mas a empresa próspera que tende a se tornar cada vez mais competitiva é aquela que concilia os ganhos financeiros, aos ganhos sociais e sustentáveis. SUSTENTABILIDADE – CONCEITOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA Sustentabilidade está intimamente associada ao meio ambiente. Na realidade é possível dizer que a matéria prima da sustentabilidade é o meio ambiente. Para entender mais profundamente a temática, é interessante considerar quando o termo meio ambiente começou a ser considerado e após o surgimento do fenômeno sustentabilidade. Almeida (2002) remonta ao ano de 1933, ocasião em que a expressão meio ambiente ainda não era recorrente. Mazzali, Schleder e Pedreira (2013, p. chamam atenção sobre a relação entre empresa e sustentabilidade mesmo desde sua criação.
Fazem menção a razão social ao dizer que esta não é apenas um nome jurídico da empresa. “A razão social da empresa é simplesmente a sua “razão” social, a sua razão de existir para atender às expectativas da sua sociedade – ou de seus públicos de relacionamento – gerando valor a todos esses públicos, inclusive aos seus negócios”. Muito se ouve dizer sobre administração sustentável, mais ainda existem equívocos quanto suas definições, formas de atuação e reais benefícios propostos, bem como, dito de forma concisa, se vale a pena ou não sua aplicabilidade. A autora traz a atenção a três vertentes propostas pela sustentabilidade: Sustentabilidade social: ancorada no princípio da equidade na distribuição de renda e de bens; no princípio da igualdade de direitos e dignidade humana e no princípio de solidariedade dos laços sociais; Sustentabilidade ambiental: ancorada no princípio da preservação do planeta e dos recursos naturais; Sustentabilidade econômica: avaliada a partir da sustentabilidade social e ambiental, de forma a permitir que as organizações obtenham lucro de uma forma responsável.
GUARNIERI, 2013, p. A temática sustentabilidade, recentemente se volta para o ambiente corporativo, não mais fazendo parte apenas da preocupação de ambientalistas dedicados ou pelos poucos cidadãos que se conscientizam que práticas sustentáveis, como separação do lixo doméstico para reciclagem ou destinação correta para os resíduos de óleo doméstico, são de extrema necessidade e urgência visando conservação do meio ambiente inclusive para as gerações futuras. O cenário sustentável ganhou novas dimensões e muito espaço na mídia, além de atualmente já fazerem parte das ações empresariais. No âmbito corporativo, essa sustentabilidade é conhecida como sustentabilidade empresarial. Certamente, o fator vendas é de suma relevância para conquistar vantagens financeiras por meio do aumento nos lucros.
Mas é possível relacionar ao fator vendas como gerador de lucros para a organização, o fato de a mesma não ter gastos. Lucro pode se resumir desta maneira, aumentar vendas e reduzir gastos. Como a temática sustentabilidade se incorpora nesta afirmação? Uma empresa com administração sustentável, está isenta de custos ocasionados por multas ambientais, por exemplo. A empresa que se adequa e trabalha sem agredir o meio ambiente ou sem esgotar os recursos naturais alienado de reposição, não tem com o que se preocupar no quesito pagamento de multas devido às inconsistências ambientais. a empresa “registra uma distribuição de dividendos aos seus acionistas de US$ 4,20 por ação – um ganho relativo positivo de 3,81% no ano”. Certamente um cenário próspero que deveria surtir satisfação em seus acionistas.
No entanto, o que se vê entre estes é um cenário bem oposto. O motivo? Um acidente ocorrido no ano de 2010, no golfo do México, em uma das plataformas da empresa, acidente este que provocou um vazamento superior a 2,1 milhões de toneladas de petróleo no mar. Qual o impacto de tal acidente ambiental? Os autores que relataram o caso discorrem sobre as consequências: “o impacto desse dano ambiental derrubou o preço das ações de US$ 62 em janeiro de 2010 para US$ 27 em julho do mesmo ano – uma variação negativa de 56,4%. Empresas com administração sustentável arrecadam e agregam valores em seu fator lucratividade. Guarnieri (2013) cita algumas empresas com desempenho notável no quesito sustentabilidade e que devido suas atividades ecologicamente corretas ganham visão positiva no mundo corporativo.
A Ford é um exemplo. Sua planta industrial em River Rounge (Michiga, EUA) foi totalmente renovada e como consequência se tornou exemplo dos impactos positivos de uma unidade de produção sustentável. Hoje, essa planta da Ford é vista como um laboratório para a criação de produtos inovadores. Em nenhuma outra constituição sequer fazia-se referência ao assunto meio ambiente. No entanto, na constituição de 1988 traz um capítulo especialmente dedicado à temática. É notório considerar dois de seus artigos. No artigo 225 é estabelecido o direito de todos ao meio ambiente equilibrado de forma ecológica, que se constitui em um bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida e ao poder público e coletividade cabem o dever de defendê-lo e preservá-lo para beneficiar as gerações futuras.
No mesmo artigo, a Constituição estabelece a seguinte diretriz: “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. Embora a reciclagem não raro esteja associada primariamente a indústria de bebidas com suas latas de cerveja e refrigerantes ou às embalagens, existem vários segmentos industriais que podem inserir e se beneficiar do processo de reciclagem em suas atividades. Quanto a este primeiro segmento, é notório os aspectos positivos. Segundo Buller (2012, p. “a indústria de bebidas também utiliza intensamente a lata de alumínio, que é um material caro, mas altamente reciclável. Essa reciclagem é muito interessante e financeiramente atrativa para as organizações consumidoras desse material”.
Ainda no quesito óleo, desta vez aquele utilizado no ramo alimentício, também pode ser reciclado. Buller (2012) detalha: As aplicações podem ocorrer em qualquer segmento de mercado, até mesmo em prestadores de serviço. Os prestadores de serviços de alimentação, por exemplo, gerenciam o fluxo de óleo e gorduras comestíveis já utilizados, pois esses resíduos não podem ser descartados aleatoriamente em virtude de seus impactos ambientais. Existem empresas terceirizadas especializadas na coleta e tratamento desses óleos para a correta destinação. Já se verifica a existência de serviços similares em grandes centros urbanos voltados à coleta de óleos em residências com a finalidade de reversão dos benefícios obtidos com essa atividade para a comunidade. A reciclagem proporcionou também economia de 1,7 mil gigawatts hora/ano, correspondendo a 0,5% de toda a energia gerada no país e suficiente para abastecer a cidade de Campinas, com 1 milhão de habitantes.
CAMPOS, 2010, p. Segundo os números expostos acima, é possível concluir que a sustentabilidade, com seus vários canais disponível somente tem a agregar benefícios não somente no campo financeiro, mas também no campo social, através da geração de novos empregos. Com suas práticas, a administração sustentável poupa os recursos naturais do planeta e neste círculo sustentável todos são beneficiados, não importa em que ponta da cadeia estejam inseridos. SUSTENTABILIDADE E SUA RELAÇÃO COM A REPUTAÇÃO DA EMPRESA PROPORCIONANDO VANTAGEM COMPETITIVA O atual cenário corporativo, afetado diretamente e de forma veloz pelos conceitos da globalização, faz com que as organizações necessitem se ajustar e aplicar as demandas impostas por tal fenômeno. Empresas que possuem uma administração voltada para a sustentabilidade estão em vantagem devido à procura voraz de consumidores conscientes que dão preferência a produtos e serviços sustentáveis.
As empresas que não se atentarem a este fato, a exigência que o mercado e a sociedade impõem quanto à postura ambiental, certamente perderão sua fatia de mercado paulatinamente. Antes mesmo de se constituir como fator diferencial e proporcionar competitividade para as empresas, o fator sustentabilidade é um ponto fundamental para a própria sobrevivência das organizações. Como comentado anteriormente, de forma breve, existem índices que medem o nível de sustentabilidade aplicado pelas empresas e a partir daí, geram-se relatórios de resultados. Esses relatórios são consultados por potenciais investidores, antes de decidirem onde vão aplicar seus fundos. Guarnieri (2013) afirma que na década de 1980 os gastos com a proteção ambiental passaram ser vistos pelas empresas, em especial as líderes de mercado, não como primordialmente como custos e sim como investimentos para o futuro e paralelamente como vantagem competitiva.
Caso a empresa possua práticas ambientais bem estruturadas e for reconhecida por isso, sua imagem perante o mercado consumidor será extremamente valorizada. A competitividade do mercado deixa muitas empresas no mesmo patamar em relação a preço e qualidade do produto ou serviço, neste sentido a administração sustentável pode ser o fator diferenciador entre concorrentes. GUARNIERI, 2013, p. É preciso tanto quanto criar uma boa imagem, manter essa imagem. Um exemplo desta afirmativa foi exposto por Almeida (2002). Segue o relato de um caso ocorrido no Japão, onde a ação do homem afetou irreversivelmente recursos naturais disponíveis em determinado local, bem como afetou a saúde dos habitantes da região. O autor relata o caso ocorrido na baía de Minamata. A poluição da baía de Minamata, no Japão, por compostos de mercúrio empregados na fabricação de plásticos e perfumes pela empresa Chisso Corporation.
Começou na década de 30 no século XX, antes da Segunda Guerra Mundial, num nível em que os instrumentos de medição disponíveis na época sequer detectavam. Algumas dessas atividades são alistadas por Guarnieri (2013) como a elaboração de estratégias de administração ambiental; geração de ferramentas com o fim de corrigir danos causados no meio ambiente; programas para diminuição da poluição devem ser implementados, bem como adequação dos produtos em conformidade com as especificações ecológicas; certificados que comprovem que a empresa está em conformidade com as legislações ambientais; inspeção do programa ambiental da organização; retorno dos resíduos gerados visando a correta disposição. Pelo exposto, fica evidente que a gestão ambiental deve envolver diretriz e atividades administrativas e operacionais, como planejamento, controle, alocação de recursos, entre outras, com o objetivo de abordar possíveis problemas ambientais em consequência da atuação da empresa, reduzindo ou mesmo eliminando danos causados ou evitando que estes ocorram no futuro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da pesquisa inserida no trabalho foi possível concluir relevantes fatos sobre a temática administração sustentável. O termo sustentabilidade já vem sendo difundido no âmbito corporativo há algum tempo, não é fato novo. A questão atual é fazer com que cada vez mais empresas se conscientizem e se atentem a este fato, deixando de atribuir ao desenvolvimento sustentável o rótulo de não ser essencial ou que a administração sustentável seja apenas uma geradora de custos para a empresa quanto à sua aplicação. O bom negócio da sustentabilidade. p. Disponível em: <http://www. fernandoalmeida. com. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006, 116p. GUARNIERI, Patrícia. Logística reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental. ª Ed. Brasília: Clube de Autores, 2013, 307p.
MAZZALI, Rubens; SCHLEDER, Annibal; PEDREIRA, Eduardo Rosa. Gestão de negócios sustentáveis. ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013, 125p. PORTAL EBC.
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