A TECNOLOGIA DIGITAL REINVENTANDO O

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Economia

Documento 1

À minha irmã, Samanta, por todas as broncas nas horas necessárias, e ao meu cunhado Wagner pelos empréstimos. A professora Patrícia Weber, por sua ajuda imprescindível, cujos conhecimentos não só me colocaram no caminho, como o seu profissionalismo reconhecido em diversas áreas contribuiu para que muitas portas me fossem abertas. E a todos os professores que tive a honra de ser aluna, agradeço pelo conhecimento que me foi transmitido. Necessito deixar um muito obrigada ao senhor Caio Klein, gerente de operações da RBS, que mesmo sem tempo se dispôs a colaborar com a minha pesquisa. Ao professor Valério Brittos pela prestação de valorosas informações. A sua sobrevivência estará garantida se souber manter o que faz de melhor: ser o velho e bom companheiro e amigo de todas as horas de milhares de ouvintes ao oferecer música, informação e entretenimento de qualidade.

DEL BIANCO, 2003, p. Disponível em http://www. bocc. ubi. LISTA DE FIGURAS SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO. NA ONDA DAS EVOLUÇÕES TECNOLÓLICAS. MUDAR É PRECISO E INOVAR TAMBÉM. SURGIMENTO DO RÁDIO DIGITAL NO MUNDO. DIFERENÇAS ENTRE EQUIPAMENTOS, TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DIGITAL. RESULTADOS DA RÁDIO GAÚCHA. Breve Histórico de Uma Emissora de Sucesso. Testes da Transmissão Digital na Rádio Gaúcha. CONCLUSÃO. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Algumas foram impactantes para o desenvolvimento do meio, como a passagem das freqüências para AM e FM, do vinil para a fita e depois para o CD. E ainda a entrada de novas mídias como a TV e a internet, a chegada dos rádios portáteis (os rádios a pilha, aparelhos para carros, os “Walkman”, os MP3), a convergência entre aparelho celular e rádio.

E também a possibilidade que a internet criou de baixar músicas de graça para aparelhos portáteis, possibilitando que sejam ouvidas a qualquer hora, independente se tocam nas emissoras de rádio ou não. É a partir dessas mudanças que pretendo compreender a nova transformação que se avista no horizonte do futuro: a Rádio Digital. Para isso no segundo capitulo traçarei um pequeno histórico do rádio, a partir e algumas mudanças já ocorridas. Após, é apresentado um relato da situação atual do rádio digital no Brasil e como ocorreram os testes da ABERT. Antes de apresentar os resultados que a emissora do estado obteve, é apresentado um resumo de seu histórico. Com esses questionamentos tento trazer algumas informações significativas para que os jornalistas e comunicadores que trabalham com o rádio, possam pensar na melhor maneira de realizar a mudança radiofônica para o digital.

E, para que, quem pretende trabalhar com o rádio, possa aproveitar essa nova tecnologia de maneira mais eficiente na conquista da audiência. NA ONDA DAS EVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS Não seria incorreto dizer que o rádio é a “fênix” entre os meios de comunicação. Em 1922, ocorreu a primeira transmissão em solo brasileiro. A audição publica foi realizada durante a comemoração do centenário da Independência com o discurso inaugural do então presidente Epitácio Pessoa. Menos de um ano depois, no dia 20 de abril de 1923, sob a liderança de Roquette Pinto, a Rádio Sociedade Rio de Janeiro, inaugurava as transmissões do meio de radiodifusão1 que se tornou o mais democrático do país. A primeira grande mudança tecnológica, que transformou a maneira de fazer e a recepção radiofônica teve início em 1947, quando Willian Schockley, John Bardeen e Walter Brattain criaram um dispositivo chamado de transistor de ponto de contato, que fazendo uso do germânio, um material semicondutor, intensificava os sinais elétricos.

O experimento foi desenvolvido em Nova Jersey, na Bell Telephone Laboratories. Se o futebol é adicionado à mistura, cuidado: a fórmula pode tornar-se explosiva. O torcedor não deixa de comparecer ao estádio mas leva seu radinho, amigo fiel, para ajudá-lo a sentir a emoção do que está acontecendo no campo e seus arredores. Ou, em casa, vê a imagem na televisão ouvindo o show que é a recriação do espetáculo proporcionada pelo rádio. ORTRIWANO, 2000, p. disponível em http://www. Depois disso não houve um Campeonato Mundial que o Brasil não participasse e que o rádio não transmitisse. O radialismo esportivo tinha dado seu ponta pé inicial. Na década de 40, o esporte é levado, definitivamente, a sério nas principais emissoras do Brasil.

A revolução começou a partir da inauguração das primeiras emissoras em São Paulo, ainda na década de 30. São elas: Rádio São Paulo, Cultura, Cosmos, Difusora, Excelsior, Tupi e Bandeirantes. Enquanto as nossas FMs eram emissoras voltadas á classe A, tocando músicas ambientes. Essa situação só começou a mudar em 1977, quando a Fluminense FM, de Niterói, vira a Cidade FM. Iniciativa do grupo Jornal do Brasil, a rádio nasce voltada para o publico jovem, copiando os modelos norte-americanos. Em pouco tempo, a rádio vira líder de audiência e é copiada em todo o país. A segmentação do rádio se solidifica e provoca uma nova mudança no radialismo brasileiro. Mas outras adotam uma programação noticiosa, e começam a transmitir noticias 24 horas, abrindo um maior espaço na sua programação para a inserção do chamado serviço de utilidade publica3.

Passam a realizar coberturas especiais direto do local do acontecimento. Como afirmam Klöcker e Bragança, abrir espaço para avisos de utilidades públicas, para a opinião e interação dos ouvintes que agora adquirem voz ativa dentro das emissoras: Talvez existam comunicadores que considerem que ouvinte é só para ouvir. Porém, hoje, especialmente nas rádios AMs, reconhecem que o rádio-serviço é essencial para a audiência. Algumas emissoras, inclusive, não funcionam sem o ouvinte, que, além de usar o rádio como agenda individual, transmite informações, pauta a emissora, denunciando e cobrando agilidade de órgãos públicos e privados. Os radialistas estão presentes na enchente, no estádio de futebol, no céu com helicópteros passando informações de transito, ou em qualquer lugar do mundo.

A cada nova transformação ele se reinventa. O que não muda nunca é a relação de companheiro dos ouvintes, adquirida ao longo do tempo, e renovada a cada nova mudança. SURGIMENTO DO RÁDIO DIGITAL NO MUNDO Imagine acordar pela manhã ao som de um rádio com qualidade de CD programado para sintonizar sua emissora favorita. Logo em seguida, você aciona um botão do aparelho e recebe pela tela de cristal líquido – um display acoplado – um boletim meteorológico de sua cidade. pdf e acessado em 12 de outubro de 2009) Apesar desta não ser a realidade vivida no Brasil, isto já é possível em alguns países. A tecnologia digital chega com várias vantagens diante do analógico, a principal é o acréscimo da qualidade sonora, fazendo com que a qualidade do AM melhore substancialmente e o FM fique com sonoridade de CD, pois com a nova tecnologia desaparecem as interferências e ruídos.

Os novos aparelhos receptores possuem telas de cristal líquido o que possibilita a transmissão de imagens fixas, fotos, mapas, pequenos textos de apoio. Possibilitam uma diversidade de conteúdo, pois será possível que uma mesma emissora se divida em mais de um canal. Além disso, permitem plataformas multimídias, que tenham em um mesmo equipamento organizadores pessoais, telefones móveis, leitores eletrônicos, internet, vídeo, fotos, base de dados e funções interativas. Como a quantidade de informação repetidas é muito grande e digitalmente é possível enviá-la uma só vez, sobra espaço para enviar outras informações que de maneira analógica não caberiam dentro do espectro de freqüências. Com a digitalização, dentro de um espaço do espaço do espectro que enviávamos o canal de uma emissora, podemos transmitir, dependendo da taxa de compressão utilizada, até 10 estações.

MAGNONI Et All In: DEL BIANCO & MOREIRA, 1999, p. e 48) Atualmente existem várias pesquisas buscando desenvolver o melhor sistema para transmitir e receber a freqüência digital. Há três principais sistemas já implementados no mundo, o sistema europeu Eureka 147 DAB, o IBCO nos Estados Unidos e o Japonês ISDB-Tn. Sem contar que o DAB favorece a formação de rede e cobertura nacional, regional, local e até internacional. O sistema permite, ainda, o aparecimento de canais pay-per-listen e também listen ondemand, tal como acontece nas televisões a cabo ou com recepção direta por satélite. Além destas vantagens, a emissão é imune a interferências tanto na recepção móvel como na fixa. O aparelho receptor pode selecionar os sinais mais fortes oriundos do transmissor próximo enquanto o carro se desloca pela cidade, sem perda de qualidade até mesmo quando atravessa túneis, cruza viadutos ou percorre ruas onde há edifícios altos.

DEL BIANCO, 2003, p. Significa que seis emissoras podem partilhar a mesma freqüência e transmissor, o que reduz custos de transmissão. Uma característica técnica elogiada pelos radiodifusores europeus. DEL BIANCO, 2008, p. Disponível em http://www. bocc. disponível em http://www. abert. org. br/novosite/assessorias/tecnica/relatoriofinal. pdf acessado em 26 de outubro de 2009) O padrão IBOC possibilita que seja feita uma transmissão simultânea e canais analógicos e digitais na mesma freqüência, sem que seja preciso mudar a faixa que a estação já esteja utilizando. Criado na década de 90 pela NHK Science & Technical Research Laboratorie. Derivado da TV digital, da qual faz uso do mesmo canal para transmissão, o modelo tem qualidade sonora idêntica a do CD e intensifica a eficiência das freqüências aumentando a resolução em até 150%.

Com o ISDB-T é possível transmitir aos receptores de rádio textos e imagens paradas, e permite a transmissão simultânea de Sinal de HDTV e de rádio, tanto para transmissores móveis, quanto para os portáteis. São várias as desvantagens encontradas pelos críticos do modelo. Para sua implantação é preciso que se abra uma nova faixa, além de apresentar uma maior dificuldade de implementação. que é transformado em sinal elétrico pela oscilação de uma membrana sensível presa a um ímã dentro de uma bobina (microfone). Essa oscilação é transformada em um impulso elétrico que é modulado em uma freqüência transmissível. Tal sinal elétrico medido em volts é o que chamamos de sinal analógico. MAGNONI Et All In: DEL BIANCO & MOREIRA, 1999, p.

O que a tecnologia digital faz ao modificar a transmissão desse sinal para Bits, é possibilitar um aumento na compreensão de uma mesma freqüência, aumentando o numero de faixa de cada freqüência, e o tamanho das mesmas. Trata-se de um receptor “inteligente” que, por conter um computador minúsculo, permite identificar o nome da estação na tela do aparelho e com outras vantagens adicionais. Com o toque de um botão é possível mover para cima e para baixo o texto que aparece na tela e, assim, se pode obter detalhes sobre toda a programação que está no ar. Além disso, o radiodifusor pode tornar disponível vários tipos de informações vinculadas diretamente à programação no ar, por exemplo: nome do compositor, do cantor, título e até a letra da música que está sendo veiculada; os comerciais em áudio podem ter mensagens de textos sobre ofertas especiais, números de telefone de contato.

DEL BIANCO In: DEL BIANCO & MOREIRA, 2001, p. É a combinação entre equipamentos, transmissão e recepção que faz a chamada Rádio Digital. Como toda nova tecnologia que chega ao mercado consumidor, esta traz consigo uma série de mudanças, novidades e benefícios aos seus usuários. Entre as vantagens apresentadas estão: Todo este proceso digital conlleva varias ventajas. En primer lugar, la densidad de las informaciones registrada es muy elevada, lo cual permite almacenar grandes cantidades de datos. Como la señal digital es informática puede memorizarse y, por tanto, es manipulable. Pero, además, el enorme volumen de información registrado no ocupa apenas lugar ante la disminución del espacio que ocupa la señal digital frente a la analógica. Partirá deles sua implantação e quais os adventos tecnológicos que essa nova realidade vai estabelecer no mercado brasileiro, como argumenta Meditsch: No radio informativo, a etapa da individualização só será alcançada com a viabilização, em nível comercial, das tecnologias interativas atualmente em desenvolvimento, que poderão permitir que o ouvinte escolha não apenas os programas, mas até as notícias que lhe interessa ouvir.

Uma etapa intermediária de fragmentação, mais avançada do que a atual, será possibilitada, nos próximos anos, com a tecnologia do rádio digital (digital áudio broadcasting), que permitirá a existência de um maior número de emissoras no espectro de radiofreqüência. MEDITSCH, 2001, p. Mas não são apenas os ouvintes que terão um papel fundamental nessa nova estruturação das transmissões radiofônicas. Quem trabalha nos meios de comunicação também terá um papel central nessa nova etapa. Não basta apenas receber informações em uma pequena tela, é necessário que essa informação tenha relação direta com o que está sendo escutado e que capture a atenção do ouvinte. Em relação as mudanças e ao impacto da tecnologia digital, Brittos6 explica: (.

o profissional, especialmente o homem de conteúdos, um jornalista, se ele trabalha em um grande. ele faz a matéria, disponibiliza o áudio de outra maneira no site, muitas vezes também faz fotografia. E no caso do rádio digital se ele puder distribuir outros conteúdos, eu diria que além do boletim em áudio, ele vai ter que produzir outro tipo de conteúdo para disponibilizar até pelo sistema tradicional do rádio. O som digital do rádio alemão nasce, assim, acompanhado de legendas, acessíveis por uma pequena tela colocada no receptor, que pode informar, por exemplo, o nome da música tocada ou do personagem entrevistado. O aproveitamento da subfreqüência também é possível em AM e FM, mas sua utilidade e aceitação ainda e estão sendo testados.

Em FM, uma experiência criativa foi realizada por emissora de uma praia francesa, que junto com a programação passou a transmitir um sinal de ultra-som (inaudível) para espantar mosquitos. De qualquer forma, o rádio com subfreqüência, transmitindo dados sonoros, poderá revolucionar a linguagem do meio ou descaracterizá-la de tal modo que signifique a criação de nova mídia, como ocorreu com a invenção da “rádio com imagens” que era a televisão. E ninguém pode garantir, embora haja antecedentes, que o rádio tal como conhecemos hoje, exclusivamente sonoro, vá também sobreviver a isso, ou se, por outro lado, a novidade se tornará operacional. E as bibliotecas, mesmo as especializadas em comunicação social, costumam ter o rádio entre as suas últimas prioridades em termos de aquisição, o que torna essas edições sazonais irrecuperáveis.

Desta forma, qualquer levantamento sobre o que já se publicou sobre o rádio será forçosamente incompleto. MEDITSCH, 2001, p. Na falta de em estudo específico para o meio, optou-se por fazer uma breve análise das teorias que tem mais relação com a questão da recepção e consideradas necessárias para a compreensão das mudanças que estão por vir. Conceituação da Recepção A primeira teoria que se pode considerar como sendo um estudo das comunicações de massa foi a teoria hipodérmica. Se, por um lado, o esquema revela abertamente o período histórico em que nasceu e os interesses cognoscitivos em relação aos quais foi elaborado, surpreende, por outro lado, a sua duração, a sua sobrevivência, por vezes ainda efectiva, como esquema analítico <<adequado>> a uma pesquisa que se desenvolveu largamente em oposição à teoria hipodérmica.

WOLF, 2002, p. Se o modelo de Lasswell já ensaiava uma superação da teoria hipodérmica, os estudos posteriores vieram reforçar este fato. Seguiram-se a Lasswell muitos outros estudos. Entre eles a teoria dos uses and gratifications. O modelo mais utilizado por essa teoria foi proposto por Claude Shannon: uma fonte de informação envia uma mensagem para um transmissor, esse transmissor por sua vez envia um sinal que sofre a interferência de algum tipo de ruído e depois é enviado ao receptor que, por sua vez, envia a mensagem a um destinatário, Wolf diz que: A funcionalidade deste modelo comunicativo não é, naturalmente, considerada apenas na sua vasta aplicabilidade: essa funcionalidade centrou-se no facto de que permitia individualizar os factores de perturbação da transmissão de informações, ou seja, o problema do ruído, quer fosse devido a uma perda do sinal, que fosse devido a uma informação parasitária produzida no canal.

Tratava-se de um aspecto importante, dado que a finalidade operativa principal da teoria da informação da comunicação era, precisamente, a de fazer passar, através de um canal, o maximo de informação com o mínimo de distorção e com máxima economia de tempo e energia (WOLF, 2002, p. Tendo como base o modelo de Shannon, todas as discussões e teóricos dessa corrente buscavam uma maneira de ocasionar um aumento na velocidade das transmissões e uma diminuição nos ruídos que ocorrem durante o processo. Pois essa teoria considera que os ruídos atrapalham o processo de emissão e compreensão das mensagens. A portabilidade do rádio alterou a forma de recepção da informação. Mas pode-se saber que serão deles, os ouvintes, o papel de decidir o que vão querer receber, e de que forma irão reagir as novidades.

Como salienta Aton: Las empresas de radio pueden controlar y modificar los procesos de producción, realización y distribución de la señal de sonido pero no pueden obligar al consumidor a adquirir un equipo de recepción digital. Especialmente en esta cuestión entran en juego diversos intereses, sobre todo de carácter económico. A pesar de ello, en este aspecto se ha avanzado en dos sentidos: el primero y esencial, el tecnológico, de tal forma que existe ya um equipo de recepción digital, y, el segundo, el económico, el mercado ya oferta este tipo de aparatos en los comercios. Por lo tanto, y esto es prioritario, se encuentran ya al alcance de cualquier consumidor a precios asequibles. Esse cenário promissor sugere ao radiodifusor abrir mão do conteúdo exclusivo para entrar no campo da troca de informação.

Significa modificar a atual estrutura de trabalho, adequando seu perfil para se transformar em um provedor de conteúdo que oferece seus produtos a outros players. DEL BIANCO, 2006, p. e 8 disponível em http://www. bocc. As verbas para propaganda serão ainda mais disputadas, devido ao custo ainda maior para a sustentação das rádios. Além do mais, com as possibilidades de imagens e textos fixos serão criadas outras formas de exploração publicitária. Sendo assim as emissoras terão de investir não somente em equipamentos e infra-estrutura para se manter no mercado, mas também qualificar seus profissionais. Estes terão de ser ainda mais completos e competentes, terão de cativar os ouvintes não só pela maneira de se comunicaram oralmente, como pela capacidade de transmitir informações visuais: Por outro lado, la implantación de la radio digital producirá numerosas transformaciones económicas.

Las nuevas tecnologias aplicadas a la distribución y la mejora de la señal modificarán las posibilidades de financiación y estructura económica de la radio. De esta forma, tendremos canales de radio centrados en los tradicionales ámbitos de división del trabajo periodístico: canales económicos, dedicados a noticias de sociedad, política o internacional, entre otros. También la división podrá establecerse en función de la procedencia geográfica de las noticias (locales, regionales, nacionales, europeas, intenrnacionales). Las posibilidades que se abren en este sentido son elevadas y tan sólo depeden de la demanda. Asimismo también contaremos com los canales que combinen ambas posibilidades, canales de entretenimiento que alternen la música y La información. ANTÓN, 1998, p. No caso do rádio digital vai mudar para os ouvintes a própria concepção do que seja “ouvir” rádio.

Mas para entender como isto acontecerá, é preciso primeiramente entender como isto funciona na atualidade. Ou seja, por que os impulsos sonoros emitidos através de um equipamento de transmissão afetam quem os recebe: A atividade cognitiva do receptor em relação à informação radiofônica começa na percepção, e o discurso do rádio é percebido pela audição. Toda a maquinação eletrônica e a mediação humana envolvidas na sua produção e expressas na sua forma chega ao ouvinte como um produto estritamente sonoro. É com esse conteúdo sonoro que o sujeito da recepção se relaciona para extrair um significado, atribuindo-lhe um sentido. Seria preciso também repetir as informações de tempos em tempos a fim de enfatizar os dados mais importantes, e para relembrar aos ouvintes sobre aquilo que esta escutando, bem como informar a quem acaba de sintonizar o radio do que esta sendo falado: A restrição semântica estabelecida por esta norma procura dar conta de uma série de dificuldades constatadas na situação comunicativa criada pelo rádio.

A primeira delas refere-se à condição invisível de sua linguagem. Sem o reforço da visão, como ocorre numa situação natural em que algum interesse é despertado pelo ouvido, a atenção dispensada pelo cérebro à informação captada por via auditiva não é persistente. Em vez do reforço do olhar, que funciona como um monopolizador da atenção nos meios audiovisuais, a mensagem do rádio sofre a competição da visão (e dos demais sentidos), que estará captando simultaneamente informações diferentes, passíveis de interessar e, com isso, de distrair a atenção do ouvinte. Tal descontrole sobre o seu auditório condiciona o discurso do rádio a se ater apenas aos aspectos absolutamente relevantes da mensagem, capazes de chamar a atenção ininterruptamente sobre si e propiciar uma compreensão global do conteúdo, num curtíssimo espaço de tempo.

MEDITSCH, Eduardo. p. No carro, onde TV e celular são proibidos por tirar a atenção do motorista, o rádio é algo que não pode faltar, por ser uma forma de aliviar a tensão do trânsito. Também serve como incentivo para quem faz exercícios, companhia para quem trabalha, o rádio literalmente vai onde estiver o seu ouvinte. O que o tornou entre os demais meios de comunicação o mais próximo das pessoas, aquele que propicia uma maior interatividade: Ao mesmo tempo que atinge milhares de pessoas, o rádio é voltado para o indivíduo em particular. Contudo, está nas mãos dos profissionais que trabalham no meio a implementação do Rádio Digital, as mudanças que vão chegar aos ouvintes, bem como a maneira e o tempo em que eles chegarão.

Também são responsáveis pela divulgação dessa nova tecnologia, pois para atender a audiência é preciso, primeiro, que haja um interesse mercadológico para aquisição dos novos aparelhos receptores. E é dos ouvintes o papel de decidir se aceitarão essas novas possibilidades e quais devem aceitar. E NA PRÁTICA COMO FICA? Este capítulo tem por objetivo analisar como ficará na prática o rádio digital no Brasil. Para isso será apresentado o relatório da ABERT sobre os testes realizados em emissoras de rádio no Brasil. Por este motivo optou-se por utilizar livros sobre teorias da comunicação de massa, a fim de resumi-las e fazer uso do que fosse importante dentro da área analisada. No âmbito to rádio é preciso ressaltar o trabalho do pesquisador Eduardo Meditsch, o único autor encontrado que dedica uma parte do seu livro a explicar as diferenças da recepção no rádio dos outros meios de comunicação.

Após esta pesquisa inicial iniciou-se a procura por fontes que pudessem acrescentar informações novas. Para isso foram contatados professores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS e Pontifícia Universidade Católica – PUC-RS, devido ao fator proximidade, que já estão realizando algum estudo na área das novas tecnologias digitais e sobre recepção no rádio. Dois nomes foram importantes para a realização da pesquisa. Mas é utilizado somente na transmissão de áudio via satélite, as freqüências continuam transmitindo em analógico: (. Atualmente, várias emissoras utilizam o sistema de rádio-sat digital no Brasil. O sinal é entregue na forma analógica à Embratel, que o codifica e o comprime com as técnicas digitais. O sinal vai então para o satélite, que o retransmite para sua pegada.

Na recepção, novamente o sinal digital é descompactado e volta a ser transmitido ao público de forma analógica. Por ser muito recente, o ISDB-Tn ainda é uma incógnita para muitos, em especial por sua complexa ligação com o sistema de transmissão de TV digital e também por utilizar a chamada Banda L, a mesma do Eureka. DEL BIANCO In: DEL BIANCO & MOREIRA, 2001, p. Mas por permitir uma competitividade maior e a permanência das faixas AM e FM, o sistema que mais agrada aos brasileiros é o norte-americano IBOC. Por esse motivo a ABERT montou, em 2001, uma parceria com o Laboratório de Rádio e TV Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para realizar testes com o sistema. A entidade demonstrou, ao longo desse período, uma preferência pelo padrão publicando em seus jornais argumentos de técnicos que defendiam o sistema.

Este ano, a ABERT concluiu seus testes e divulgou um relatório final onde relata o processo de avaliação do IBOC e as conclusões obtidas. Como sistema operacional foi escolhido o HD RADIO desenvolvido pela iBiquity: O sistema HD Rádio, da iBiquity, tem uma solução para a fase de transição, período em que o sinal digital é transmitido simultaneamente com o sinal analógico e no mesmo canal, denominada “híbrida” (“hybrid”), e outra solução para a fase póstransição, em que a transmissão analógica é desativada e a transmissão digital pode ocupar todo o canal, denominada “digital plena” (“full digital”). Os testes se limitam à solução híbrida, de modo a avaliar a introdução da tecnologia digital em operação simultânea com a transmissão analógica, seu desempenho e sua convivência com as estações em operação.

Estações de FM e duas em OM (ABERT, 2008, p. disponível em http://www. de OM, em Belo Horizonte - MG, e o Sistema Clube de Comunicação Ltda. de FM, em Ribeirão Preto - SP. ABERT, 2008, p. disponível em http://www. abert. As conclusões apresentadas pelo relatório final foram as seguintes: 􀂾 O padrão IBOC é o mais adequado para a digitalização das estações brasileiras de OM e FM; 􀂾 O padrão IBOC é o que proporciona a transição de tecnologia com o menor impacto, tanto para as emissoras quanto para o público em geral, uma vez que: o A emissora opera no seu próprio canal, não implicando novo planejamento de canais, possibilitando o aproveitamento da planta tecnológica instalada e reforçando a fidelização do público ouvinte; o O público ouvinte pode continuar a sintonizar sua Rádio no sistema analógico, não havendo necessidade imediata de adquirir novos receptores, já que as transmissões híbridas permitem a transmissão simultânea dos sinais analógicos e digitais; o Cada radiodifusor poderá iniciar a transição de acordo com sua disponibilidade e estratégia, mas levando em conta a necessidade de manter o seu público ouvinte e a sua competitividade, conquistando o “público digital”.

ABERT, 2008, p. e 9 disponível em http://www. abert. org. O lado negativo da avaliação é que não possibilitou uma comparação com os outros sistemas. Apenas o padrão americano foi avaliado. E o Ouvinte? Ver o que fala o relatório sobre ouvintes! 4. RESULTADOS DA RÁDIO GAÚCHA Neste subtítulo será apresentada a entrevista realizada com o engenheiro Caio Klein, responsável pelos testes desenvolvidos pela emissora junto a ABERT. Antes um breve histórico da Rádio Gaúcha de Porto Alegre. Mas a história da Gaúcha não é feita apenas de bons momentos, em 1957 mergulha em uma grande crise. Passa então a ser dirigida por Mauricio Sirotsky Sobrinho, que a compra juntamente com Arnaldo Ballvé, Frederico Arnaldo Ballvé e Nestor Rizzo. O primeiro grande programa foi o programa Mauricio Sobrinho, era realizado em auditórios e com uma orquestra dirigida por um maestro alemão Karl Faust.

Na década de 30, a emissora ensaia seus primeiros passos no âmbito esportivo. Mas, é a partir de 1957 que a Rádio Gaúcha entra em campo para ficar o esporte volta com força total para a programação. Mas foi em 2005, que eles foram efetuados de forma mais consistente. Foram comprados equipamentos de transmissão digital, para os testes foram escolhidas a foram a Rádio Gaúcha AM e a Itapema FM, outra emissora pertencente ao grupo RBS de rádios. Para isso, juntamente com outras emissoras brasileiras, obteve permissão para operar com tecnologia digital junto ao Ministério da Comunicação. Por convenção, para os testes foi utilizado o sistema IBOC, já que o Eureka foi descartado inicialmente por se adequado para o Brasil. Os resultados da avaliação das duas emissoras gaúchas, junto com as outras rádios brasileiras foram enviados para a ABERT que os analisou e transformou em um relatório do sistema IBOC.

E isso acontecesse com o IBOC de 8 segundos, então isso realmente é um problema que não tem assim uma solução porque imagina tu ta transmitindo um jogo de futebol e as pessoas que estão dentro do estádio ouvindo e é muito comum isso a rádio gaúcha principalmente, tem uma audiência fantástica dentro dos estádios, tu imagina que um gol ta acontecendo, acontece em real time o gol, a pessoa está vendo o gol só que ela está escutando e a bola está sendo jogada no meio do campo (KLEIN, 2010). No FM, o sistema se saiu melhor, não apresentou diminuição de qualidade de áudio, para os técnicos ele se adequaria muito nas nossas emissoras de freqüência modulada. Mas, a avaliação final foi de que a tecnologia do IBOC não seria boa para a realidade brasileira por não suprir as necessidades de nossas emissoras AM e FM.

Na visão da emissora que trabalha com uma freqüência no AM de longo alcance, seria perdido muito na mudança do analógico para o digita. A preferência seria por um sistema que operasse em uma freqüência paralela, sem precisar extinguir AM e FM. DEL BIANCO, 2008, p. disponível em: <http://www. bocc. ubi. pt/pag/bianco-nelia-forcas-moldam-o-futuro. Por não existir um padrão definido de transmissão, e mais ainda por não haver no mercado equipamentos que recebam a nova tecnologia e nem quem a receba. Por este motivo, RBS decidiu suspender as transmissões até que haja uma definição de como fica a questão de transmissão de rádio digital no Brasil. Em suma, verifica-se que em 2007 vários indícios indicavam que o modelo Europeu seria o preterido pelo governo.

Mas ocorreram diversas críticas por parte de empresários de comunicação que alegavam que a necessidade de se criar uma nova faixa, o alto custo dos equipamentos não condiziam com as características das emissoras brasileiras, além do fato de muitas rádios já terem adquiridos equipamentos de transmissão do sistema IBOC para realizar os testes. No entanto estes não foram positivos como era esperado. Tão pouco que mudaria até mesmo a maneira e as freqüências pelas quais o rádio é transmitido. Apesar do Padre Landell de Moura ser considerado um dos inventores do veículo, todas as inovações pelas quais o meio passou chegaram com atraso em terras brasileiras. Quando a primeira transmissão de forma experimental aconteceu em 1922, as rádios dos Estados Unidos já tinham emissoras operando de forma comercial.

O transistor e a portabilidade também chegaram com atraso, mas quando vieram trouxeram com sigo na bagagem a primeira grande mudança na recepção: a mobilidade. Ou seja, a possibilidade do ouvinte de carregar o rádio para qualquer lugar que fosse. Além de gerar um atraso de 8 segundos na transmissão do sinal de AM, o que para os programas ao vivo é péssimo. Repete-se o dilema sobre a escolha do sistema para a decisão da televisão digital, com um grande agravante: enquanto a TV Digital, mesmo sendo mais recente que a tecnologia do rádio, já está em operação no país, o rádio ainda não saiu da fase de testes experimentais que ocorrem desde os anos 2000 quando já havia discussões de qual seria o melhor sistema para o Brasil A indefinição do modelo a ser adotado no Brasil acabou se tornando a maior dificuldade com que lidei na execução desse trabalho.

As informações ainda são muito desencontradas, há momento em que aparecem notícias informando que a decisão estaria pendendo para o IBOC, outros em que se noticiava que o escolhido seria o DAB. Também existe outra corrente que defenderia a criação de um sistema nacional. FALAR SOBRE RECEPÇÃO!!! Fica aqui a torcida de que se crie realmente um sistema brasileiro, voltado para as necessidades das nossas emissoras operem elas em AM, FM, OM, sejam elas parte de uma grande empresa de comunicação, ou pequenas emissoras brasileiras. Acessado em 14 de outubro de 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RÁDIO E TELEVISÃO (ABERT). Relatório dos testes realizados em estações de OM e FM que utilizam o padrão IBOC. Disponível em: <http://www. abert.

Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2003. BRITTOS, Valério. Entrevista concedida a autora em 08 de abril de 2010. São Leopoldo, RS. DEL BIANCO, Nélia E tudo vai mudar quando o Digital chegar. Disponível em: <http://www. bocc. ubi. pt/pag/bianco-nelia-radio-digital. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2001. KLEIN, Caio. Entrevista concedida a autora em 21 de maio de 2010. São Leopoldo, RS. São Paulo: A. Garibaldi, 2001. PORTARIA nº 290. Disponível em http://www. fndc. RBS: da voz-do-poste à multimídia. Porto Alegre: L&PM, 2002. WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. ed. org) Guerra e pânico: a Guerra dos Mundos, 60 anos depois. Florianópolis : Insular, 1998. ANEXO A – ENTREVISTA COM VALÉRIO CRUZ BRITtOS Entrevista com o professor Valério Cruz Brittos, realizada pessoalmente em 08 de abril de 2010.

Recentemente o ex-ministro da comunicação definiu que o Brasil não iria adotar nem o sistema europeu nem o IBOC americano, que a melhor solução seria um sistema brasileiro hibrido o senhor acha que isso pode dar certo? O anuncio é muito superficial ainda, não se sabe como vai ser efetivamente mas a idéia do Brasil de construir alguma coisa própria a partir das suas necessidades é boa. Na própria TV Digital começou assim, a idéia era de que se tivesse uma solução brasileira. O rádio já vem mudando, tu pega na própria internet existe rádio na internet, mas não é o rádio tradicional, por ondas hertzinianas, e mesmo aquele rádio alem de transmitir por outro meio, ele traz outros conteúdos, esse é o caminho, não tenho duvida.

O próprio interesse das empresas que vai trazer os nomes das musicas e uma serie de coisas. Cedo ou tarde o rádio digital brasileiro será isso também. E qual é o principal impacto que vai ser causado devido ao fato do rádio digital não ser mais apenas ouvido? Esse impacto é muito grande, com certeza. Inclusive na questão comercial, publicitariamente pode ser complementado os dados de anuncio, como o endereço especifico de um loca, telefone, um e-mail coisas que as vezes por unicamente o áudio do rádio passa batido. Como por outro lado, aquela informação pode ser redundante e desnecessária, por que ele não vai ter condições de utilizar aquelas informações que vão além do sentido do áudio.

Toda tecnologia é lançada no mercado e aos poucos ela vai se adaptando a partir do próprio uso, vai ser nessa relação mercado consumidor estado agencia, em geral que vai ser dar uma configuração do que vai ser o radio digital no futuro. Como o senhor enxerga a questão das rádios AMs, elas tendem a desaparecer, a virarem rádios como a Gaúcha? O rádio AM vive em crise, mesmo o radiojornalismo tradicional ela cada vez vai ficar mais presente no rádio FM inclusive a Gaúcha, que ocupa um canal de FM. Eu diria que depende da solução de rádio digital, uma solução possível do rádio digital é acabar com a idéia de ter rádio AM e rádio FM.

Mas se mantivermos a idéia de amplitude modulada e freqüência modulada o AM claro passa a ter muito mais qualidade de áudio, mas eu diria que não é por isso que ele vai deixar de ter uma desvantagem com relação ao FM. Então é claro que muda bastante. Cada vez mais é o profissional multimídia, eu posso fazer rádio pela internet. Eu diria que isso é um desafio para o profissional e para as própria universidades que vão precisar capacitar as pessoas para isso. Reformular o ensino? É, o processo de educação nas universidades ele vem periodicamente se atualizando, os currículos mudam com alguma freqüência, justamente porque a sociedade muda muito. E certamente novas mudanças acontecerão também nesse ponto. Eu li o relatório da ABERT e eles acabaram escolhendo apenas emissoras do centro do país para dar prosseguimento no teste com a alegação que não tinha banda, a emissora depois continuou por conta própria? E assim, como não há ainda no Brasil a definição do sistema, nós decidimos e até a rádio gaúcha, algumas decisões foram feitas nós podemos continuar transmitindo e o equipamento está instalado pra transmissão, só que nós decidimos não transmitir mais no sistema digital.

Até por que como não há definição do governo e como não existem receptores no Brasil não havia motivos pra tu ficar, digamos assim, transmitindo algo que as pessoas não poderiam receber, ou seja, não há esse não teria motivo para isso né. Por isso digamos, os teste foram interrompidos, e o equipamento está instalado eventualmente agente faz alguma transmissão experimental. Hoje nos não transmitimos diretamente nessas duas emissoras com a transmissão digital. Eu sei que ano passado houve alguns outros testes que foram feitos em São Paulo e até nós transmitimos algumas vezes em algumas ocasiões porque eles queria medir em São Paulo algumas questões de interferências do nosso sinal, do sinal da Gaúcha uma emissora, de uma emissora de Ribeirão Preto.

Outra questão, a própria qualidade do sinal ela é boa, a qualidade no AM que tem digamos assim o AM normal analógico tem uma qualidade ruim, e no AM digital então essa qualidade ela é prevista para ser como a qualidade FM. Mas o que se viu na prática é que se teu sinal, que tu digamos assim trata ele, ele não é muito bom, ele já é um sinal comprimido de áudio, se tu usar um MP3 ou um outro tipo de compressor de áudio esse áudio acaba sendo mais degradado, e a qualidade então que deveria ser uma qualidade muito boa digital ela acaba não sendo tão boa quanto é preconizado pelo sistema. Ou seja, depende muito, a emissora tem que estar muito bem preparada na parte dos seus estúdios para poder transmitir digitalmente não é só trocar do sistema para o digital.

Outro ponto muito importante no AM principalmente é a questão da tua antena de transmissão, ele tem que estar preparada, tanto a antena quanto o transmissor tem que estar preparado para transmitir em uma largura de banda maior, e isso nem todas estão, eu diria que a grande maioria das emissoras brasileiras não estão aptas a terem isso, não estão prontas para este tipo de sistema, teriam que investir em um novo sistema de transmissão, com transmissor novo com antena nova, e isto obviamente é um gasto muito grande, essa questão também e muito discutida de que tipo de sistema será aplicado ao Brasil que possa de certa foram as emissoras continuarem utilizando seus sistemas de transmissão. Tanto que o Ministro da comunicação decidiu que não iria utilizar no Brasil nem o IBOC nem o Eureka, porque os dois não condiziam com a realidade do Brasil.

E isso realmente gera uma série de questões que precisam ser muito bem estudadas. É uma troca, tu vai transmitir no AM digital tu possivelmente vai ter que perder alguma coisa do teu analógico e isso não ta sendo resolvido. E no FM já não, como tem uma largura de banda maior ele é possível a tecnologia que foi desenvolvida ela realmente consegue transmitir num mesmo canal mais informação, então tu consegue manter o teu canal analógico e transmitir as informações digitais no mesmo canal e mais, com ganhos que são os ganhos de tu ter mais de um canal possível, ou seja, tu consegue transmitir e retransmitir na mesma freqüência a tua programação normal e mais ainda um ou dois canais adjacentes que também vão estar transmitindo a informação digital com qualidade.

Então o senhor, diferente de outros pesquisadores e outros profissionais que alegam o fim da freqüência AM, o senhor acredita que ela vai permanecer com digital? Eu acho assim, todos esses processos agente pode ver em varias questões que estão acontecendo nos últimos anos muitos dos desenvolvimentos tecnológicos eles acabam agregando outras questões e não substituindo simplesmente. Isso agente pode ver na própria questão da TV Digital ela continuou com o analógico claro que ela vai ter um ded line do analógico, mas são questões assim que permitem tu ter mais de um tipo de tecnologia e que ela vai perdurando por mais algum tempo. O AM continua tendo uma característica de ser uma rádio de tolk show.

Até um exemplo, casualmente faço questão, eu me lembro faz um mês e pouco atrás eu fui a uma fera nos Estados Unidos de televisão e rádio e quando nós chegamos em Nova Iorque pegamos um taxi e estava chovendo, eu até perguntei ao taxista qual era a previsão do tempo para o fim de semana, o que ele fez, para mim isso foi muito sintomático assim, ele pego no rádio mudo para o AM e colocou em uma rádio de notícias, coisa que hoje aqui agente faz também, um motorista de taxi fez em Nova Iorque. Me chamou muito a atenção isso, mesmo com ruído, era uma transmissão com ruído com chiado, mas é a forma como as pessoas estão acostumadas e como as coisas acontecem.

Então agente pode prever um futuro onde tenham mídias diferentes para os diferentes tipos de necessidades dos seus ouvintes. Quem quiser ouvir uma rádio digital no seu Iphode de ultima geração vai ter essa opção, um agricultor do interior que escuta a rádio rural no AM, no seu radinho de pilha terá essa opção? Claro que é difícil prever o futuro porque essas coisas estão muito arraigadas, mas por exemplo, as ondas curtas ela realmente vem caindo muito em desuso, mas na época em que eu estava ali na rádio Gaúcha, inclusive agora não faz nem questão de um mês eu recebi uma carta de um ouvinte do Japão que pegou a rádio Gaúcha. E a partir daí sim vamos ver o que fazer, obviamente agente já tem uma previsão área de investimentos aqui da empresa de compra de transmissores, mas esta se esperando porque não se tem essa definição.

Em quanto tempo o senhor acredita, eu sei que é difícil de fazer uma previsão para o futuro, que essa tecnologia ela possa esta em operação no Brasil, em que por exemplo, as rádios do Rio Grande do Sul possam estar operando em digital? Depende basicamente a questão do governo de decidir qual o padrão que vai ser adotado, a partir do momento que isso é adotado eu diria que agente tem um plano agressivo aqui na RBS de proporcionar para as emissoras estar com o sinal digital. Em relação às outras emissoras, agente vê que o pessoal claro que os investimentos são grandes, então o pessoal fica assim aquelas coisas que são inevitáveis de acontecer elas vão acontecer em algum momento, e as emissoras vão ter de investir nisso.

Mas é difícil assim de dizer, de dar um prazo mais ou menos como esta acontecendo hoje com a TV digital, que algumas já implantaram outras não outras estão estudando, e aos poucos vai migrando. ANEXO C – PORTARIA nº 290 – publicada dia 31 de Abril de 2010: Institui o Sistema Brasileiro de Rádio Digital - SBRD e dá outras providências. Art. o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

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