A INFLUÊNCIA DO MICROCRÉDITO PARA O FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO DAS CLASSES MENOS FAVORECIDAS

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Direito

Documento 1

Palavras-chave: Empreendedorismo social. Microcrédito. Pessoas de baixa renda. THE INFLUENCE OF MICROCREDIT FOR THE PROMOTION OF ENTREPRENEURSHIP OF THE LESS FAVORED CLASSE Abstract The present study aims to analyze the influence of microcredit for the promotion of entrepreneurship among the less favored classes. To achieve this, it relates credit, poverty and entrepreneurship; presents the social inclusion options made possible by microcredit; and discusses empirical evidence that demonstrates the importance of microcredit to foster entrepreneurship and, consequently, to reduce poverty. Ele motiva uma determinada equipe em prol de uma causa comum. Assim, todos buscam pela mesma visão social e trazem ideias criativas para o projeto, tornando possível a inovação social (TRIVEDI, 2010). Teymorpor, Nazari e Emami (2012) acrescentam que o empreendedorismo patrocinado pelo microcrédito envolve uma iniciativa inovadora imbuída de valor social e só consegue avançar disseminando o seu papel quando existe articulação entre grupos produtivos, investimento em educação e estímulo à participação da população, elementos cuja conjunção permite que se consiga alterar a realidade dos cidadãos em situação de exclusão e risco.

Dessa forma, são empregadas técnicas de gestão, de manejo sustentável de recursos minerais, inovações produtivas e criatividade para desenvolver e oferecer produtos e serviços que propiciem condições de vida melhores para as pessoas envolvidas, frente à ação dos empreendedores sociais internos e externos à comunidade (ASHOKA; MCKINSEY, 2006). De modo a explicitar os conceitos relacionados com a temática “microcrédito para o fomento ao empreendedorismo das classes menos favorecidas”, foi efetuado um levantamento teórico, recorrendo à pesquisa bibliográfica em livros, artigos e outras pesquisas científicas de acesso físico ou virtual que versam sobre microcrédito, empreendedorismo social e pessoas de baixa renda. Para Dolabela (1999), o termo empreendedorismo é empregado para definir as atividades daqueles que geram e distribuem riquezas para a sociedade, por meio da transformação de conhecimentos em novos produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em áreas diversas.

De acordo com o autor, “Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurshipe utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação” (DOLABELA, 1999, p. Segundo Filion (1999), o empreendedor é uma pessoa criativa com capacidade de estabelecer e atingir objetivos, consciente sobre o ambiente em que vive para identificar oportunidades de negócios. O empreendedor imagina, desenvolve e realiza visões. Hisrich e Peters (2004) afirmam que o empreendedorismo é o processo de criação de algo novo e com valor despendendo o tempo e a dedicação necessários, suportando os riscos financeiros, psíquicos e sociais associados e recebendo, consequentemente, as recompensas de satisfação e independência financeira e pessoal. Na realidade, o empreendedor social defende uma ética mais apurada, uma ética que vai além do apenas ter lucros.

Ele motiva uma determinada equipe em prol de uma causa comum. Assim, todos buscam pela mesma visão social e trazem ideias criativas para o projeto, tornando possível a inovação social (TRIVEDI, 2010). Teymorpor, Nazari e Emami (2012) acrescentam que o empreendedorismo social envolve uma iniciativa inovadora imbuída de valor social. O empreendedorismo social só consegue avançar disseminando o seu papel quando existe articulação entre grupos produtivos, investimento em educação e estímulo à participação da população, elementos cuja conjunção permite que se consiga alterar a realidade dos cidadãos em situação de exclusão e risco. “No início deste novo século, a Europa assistira, já então, ao relativo fracasso da Revolução Francesa em concretizar seus três grandes lemas: “Igualdade, Liberdade, Fraternidade” (BARROS, 2011, p.

Extensas jornadas de trabalho, trabalho infantil e uma enorme desigualdade social que prosperavam com a ascensão do capitalismo acabaram por contribuir com o surgimento de um movimento promovido por intelectuais que reivindicavam por uma transformação da sociedade. “Neste sentido a separação entre o operário e os meios de produção e a existência de um proprietário destes meios fundam a relação autoritária entre capital e o trabalho” (LOCKS FILHO, 2012. p. Pensadores como Saint-Simon (1760-1825), Robert Owen (1773-1858), Proudhon (1809-1865) e Blanc (1811-1882) foram os primeiros idealizadores de uma transformação da sociedade com a perspectiva de mudanças, melhorando assim as desigualdades sem haver conflito entre a burguesia e proletários. Considerando um bônus equivalente a uma hora de trabalho, e cada produto corresponde ao número de bônus/hora de trabalho para a produção, Owen idealizou o fim do lucro que ficaria com o patrão e assim o resultado do trabalho seria exclusivamente do trabalhador.

Como industrial, Owen promoveu diversas melhorias das condições de trabalho, dentre elas: a redução da jornada de trabalho para 10 horas, eliminação das punições físicas, escola para a comunidade, redução do trabalho infantil e criação de um mercado local com preços justos (WALTER, 2011). Considerada uma forma de organização social relacionada à produção, a distribuição de riquezas e aos consumos embasados em princípios de cooperativismo, autogestão e associativismo, a Economia Solidária transforma a relação capital e trabalho em um novo meio de democratização econômica (SILVA, 2010). Surge assim uma nova dinâmica econômica criada pela solidariedade dentro de pequenas atividades econômicas, sendo formais ou informais. Singer (2002) endossa ainda que Economia Solidária é o modo de se produzir levando em consideração a igualdade dentro de empreendimentos caracterizados pela autogestão.

“abrir saídas para o trabalho independente criando instituições apropriadas e adotando medidas eficazes seria a melhor estratégia para eliminar o desemprego e a pobreza”. A Economia Solidária, conforme preceitua Singer (2002), possui uma finalidade multidimensional, isto é, envolve as dimensões: social, econômica, política, ecológica e cultural. Isso porque, além da visão econômica de geração de trabalho e renda associada a empreendimentos dessa natureza, as experiências de Economia Solidária se projetam no espaço público no qual estão inseridas, tendo como perspectiva a construção de um ambiente socialmente justo e sustentável. Vale ressaltar, por oportuno, que a Economia Solidária não se confunde com o chamado “Terceiro Setor”, que substitui o Estado nas suas obrigações legais e inibe a emancipação de trabalhadores e trabalhadoras enquanto sujeitos de direitos.

De acordo com França Filho apud Silva Júnior (2004), a economia popular refere-se à produção e desenvolvimento de atividades de natureza econômica sob um alicerce comunitário. Com o objetivo de sistematizar e difundir as práticas da economia solidária, a rede brasileira de bancos comunitários constitui-se por intermédio da articulação de todos os Bancos Comunitários criados no Brasil, a partir da experiência e da metodologia desenvolvida pelo Banco Palmas, e que estão de acordo com o termo de referência e o marco teórico conceitual dos Bancos Comunitários. Todos esses bancos recebem uma espécie de “marca de certificação” da Rede. Atualmente a Rede Brasileira é formada por 103 (cento e três) Bancos Comunitários (INSTITUTO BANCO PALMAS, 2015). Figura 1 - Mapa da rede brasileira de bancos comunitários Fonte: Instituto Banco Palmas (2015).

De acordo com França Filho e Laville (2004), os serviços financeiros prestados pelos bancos comunitários compreendem quatro tipos de atividades: o microcrédito para a produção, o microcrédito para consumo, a correspondência bancária e outros serviços. Dessa forma, a emissão de uma moeda social funciona como alternativa encontrada pela comunidade para integrar o indivíduo à sociedade de consumo e trabalho, o que proporciona dignidade à pessoa humana. CONSIDERAÇÕES FINAIS No último século, o desenvolvimento econômico, apoiado no desenvolvimento tecnológico, focalizou esforços contínuos para produzir em alta escala e aumentar a produtividade. Este modelo proporcionou disponibilidade de bens e serviços acarretando transformações inimagináveis para a humanidade em assimetrias distintas: se por um lado assistiu-se a um avanço no desenvolvimento econômico, também por outro a miséria avançou desproporcionalmente.

Considerando as desconformidades entre o avanço econômico e a miséria social, o presente estudo objetivou analisar o empreendedorismo social como forma de empoderar as comunidades carentes. Foi visto que diante da impotência do poder público e do setor privado em solucionar os problemas de exclusão e desigualdades sociais, surgem movimentos de resistência com o propósito de responder às demandas da população por bens e serviços cujo provimento era visto como dever estatal. Do exposto conclui-se que os programas de microcrédito contribuem para inserção econômica, financeira e social das populações de baixa renda, a fim de que, no futuro, elas passem a gradualmente a não depender de transferências governamentais. Evidentemente, o programa deve sempre vir acompanhado de políticas complementares, como capacitação e treinamento.

REFERÊNCIAS ASHOKA Empreendedores Sociais; MCKINSEY & Company, Inc. Negócios sociais sustentáveis: estratégias inovadoras para o desenvolvimento social. São Paulo: Peirópolis, 2006. A economia solidária do pensamento utópico ao contexto atual: um estudo sobre experiência em Belo Horizonte. f. Dissertação (Mestrado em Ciências Econômicas) – Faculdade de Ciências Economias da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005. BITTENCOURT MARCONATTO, D. A. I. L. A influência do grau de escolaridade do pequeno empresário sobre sua percepção de negócio. REAd – Revista Eletrônica de Administração, v. n. DOLABELA, F. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Editores, 1999. DOLABELA, F. Oficina do Empreendedor. C. F; DODL, A. V. B. Coord. C; LAVILLE, J-L. A economia solidária: uma abordagem internacional.

Porto Alegre: UFRGS, 2004. GRANADOS, M. L. INSTITUTO BANCO PALMAS. Brasil. Disponível em: <http://www. institutobancopalmas. org/>. LOCKS FILHO, P. Democracia e economia solidária: uma análise dos processos de tomada de decisão empreendimentos econômicos solidários. f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. MARTES, A. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. MELO NETO SEGUNDO, J. J; MAGALHÃES, S. Banco Palmas ponto a ponto. Fortaleza: Expressão, 2008. NERI, M. Microcrédito: o mistério nordestino e o grameen brasileiro. Rio de Janeiro: FGV, 2008. SANTOS, L. A importância do Microcrédito para os empreendedores: um estudo com grupos solidários de Fortaleza/Ce. M. A; SCHIOCHET, V. Economia solidária e os desafios da superação da pobreza extrema no plano Brasil sem miséria.

In: CAMPELLO, T; FALCÃO, T; COSTA, P. V. Evolucionismo: a face oculta do empreendedorismo. Brazilian Business Review, v. n. p. SINGER, P. Journal of Applied Sciences Research, v. n. p. TRIVEDI, C. A Social Entrepreneurship Bibliography. WALTER. C. P. O socialismo utópico e a crítica à razão utilitária. f.

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