A cultura organizacional no serviço público
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Administração
Além de apontar a necessidade de que os responsáveis pela gestão pública sejam conscientes sobre sua importância, permitindo que a equipe de trabalho possua identificação com a missão da organização, gerando maior comprometimento, aumento da produtividade e agilidade no desempenho de suas tarefas ocupacionais, refletindo diretamente no bem-estar da população. Palavras-chave: Cultura organizacional, serviço público, gestão pública. Introdução A globalização da forma de trabalho no mundo e as pressões decorrentes destas mudanças alcançam não só as empresas de âmbito privado, mas também as públicas. As exigências do mercado consumidor, no caso das empresas públicas da população, impulsionam os setores para que busquem aplicar melhorias nos processos e adequar protocolos, com o objetivo de garantir a eficiência e eficácia do serviço desempenhado.
Neste contexto, as melhorias a serem executadas podem ser na informatização dos equipamentos utilizados na execução do trabalho, na qualidade da prestação dos serviços oferecidos, no entendimento da importância dos valores internos fundamentais para o bom desenvolvimento administrativo, como o comprometimento, a cultura organizacional e a identificação do funcionário com a missão e visão das entidades. Assim, o propósito da utilização da pesquisa bibliográfica é de proporcionar ao pesquisador um contato direto com tudo o que já foi publicado sobre determinado assunto, com o intuito de estabelecer uma ponte entre o conhecimento teórico com o prático (MARCONI e LAKATOS, 2001, apud ZULIETTI, 2012). Sendo assim, pode-se afirmar que o conteúdo desta pesquisa é exploratório e de caráter bibliográfico, onde o embasamento teórico tem relação direta com os dados e informações provenientes do serviço público, de maneira geral e que serve como uma maneira de refinar a questão a ser pesquisada, encontrando formas resolutivas e eficazes para a resolução do problema.
COOPER E SCHINDLER, 2003). A gestão pública Em um sentido amplo e generalizado, pode-se entender como administração pública o desenvolvimento das atividades administrativas, como a execução das decisões políticas e das resoluções legislativas, por meio de serviços que visam beneficiar a população e estabelecer princípios pacíficos de convivência em sociedade (MARCONI apud NUNES 2015). Deste modo, pode afirmar que a gestão ou administração pública tem como principal objetivo gerir de forma inteligente, justa, ética e idônea os recursos existentes no país em favor da coletividade social, garantindo a que os princípios constitucionais sejam de fato vivenciados por todos (CHIAVENATO, 2003). Dessa maneira Matias-pereira (2010) define que a expressão Administração Pública pode ser empregada em dois sentidos: A administração pública pode ser compreendida num sentido objetivo ou subjetivo.
O sentido objetivo consiste na própria atividade administrativa exercida pelo Estado por meio dos seus órgãos e agentes, caracterizando a função administrativa. Trata-se, pois, da própria gestão dos interesses públicos executados pelo estado, através da prestação serviços públicos, seja por sua organização interna ou ainda pela intervenção no campo privado. O sentido objetivo tem relação com o conjunto de agentes e, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as atividades administrativas. Desse modo pode-se dizer que o sentido subjetivo da administração pública consiste em quem a exerce de fato. Enquanto a administração pública burocrática se concentra no processo, em definir procedimentos para contratação de pessoal; para compra de bens e serviços; e em satisfazer as demandas dos cidadãos, a administração pública gerencial orienta-se para resultados (BRESSER-PEREIRA; SPINK, 1998, p.
De acordo com Pereira (2006) o novo modelo de gestão pública que entrou em vigor a partir de 1995, com uma reforma gerencial do Estado foi apresentado junto ao Congresso Nacional trazendo consigo na pasta mais duas reformas: a tributária e da previdência social. Essa reforma gerencial foi aprovada pelo Congresso, pois, o serviço público foi considerado como ineficiente. Dessa forma, a intenção era promover mudanças consideráveis nas características da organização pública com o objetivo de desburocratizar e flexibilizar o sistema, a fim de resgatar a eficiência e eficácia na prestação do serviço público para a população. Ainda segundo o autor, muitas instituições resistem às mudanças ocasionadas pela nova gestão pública, não contribuindo efetivamente para que novas práticas e processos sejam aplicados dentro do sistema.
Schein, 1998, p. Segundo Mintzberg (2011) a cultura organizacional é um fator forte nas organizações, no que diz respeito a aumentar a produtividade e reduzir o absenteísmo dos funcionários, culminando no crescimento empresarial e no alcance das metas e objetivos definidos. No entendimento do autor, a cultura organizacional pode ser relacionada como a mente de uma organização e a crença comum reflete diretamente nos hábitos e ações desempenhadas por cada funcionário no ambiente empresarial. Nessa ideologia da contribuição para da cultura organizacional para o aperfeiçoamento e destaque de funcionários engajados e comprometidos com a empresa, Riel (1995) diz: Quanto mais fortemente os empregados estão identificados com a sua organização, mais provavelmente eles vão mostrar uma atitude positiva, aceitar suas premissas e tomar decisões que são consistentes com os objetivos da organização.
A identificação dos empregados com a organização é fortemente influenciada por uma série de “antecedentes, como a comunicação com os empregados, o prestígio percebido da organização, a satisfação com o trabalho, metas e valores e a cultura organizacional (RIEL, 1995, p. Esse estado interno pode ter sido influenciado por acontecimentos externos e/ou internos à empresa e pode ser origem de desdobramentos em novos acontecimentos, decisões e ações internas (OLIVEIRA, 1995, p. Neste aspecto, pode-se inferir que o comportamento organizacional, ou seja, o estudo de indivíduos e grupos em organizações em situações de trabalho e seus impactos para o ambiente organizacional é imprescindível e essencial para mensurar a qualidade dos serviços oferecidos pela instituição. Segundo Maximiano (2007) o estudo do comportamento e da cultura organizacional no serviço público é importante devido ao seu perfil, aparelhamento do Estado, para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens e patrimônios públicos, convergindo no melhor atendimento para a população.
Para Tavares (1991), a cultura organizacional é importante no serviço público devido o seu significado essencial que remete a idéiade gerar uma identidade distinta para a organização, diferenciando-a das outras existentes na sociedade. Desse modo, a cultura organizacional, se bem desenvolvida no ambiente público teria a capacidade de fortalecer a imagem da entidade e da administração pública, que é defasada e vista pela sociedade como burocrática e demorada. Os conhecimentos e as habilidades serão os fatores que propiciarão o desequilíbrio e propiciarão a alteração no quadro de necessidades ou das formas de satisfazê-las, ao mesmo tempo em que podem ser os instrumentos para a sua satisfação, transformando-a em movimento. Os valores atuam como uma ‘legislação interna’ que nortearão a satisfação das necessidades em consonância com os padrões sociais estabelecidos (ZAGO, 2000, P.
No entendimento de Aktouf (1994, p. a “cultura é uma maneira diferente de designarum sistema informal generalizado, irracional e talvez, profundamente subjetivo ouinconsciente”. Partindo dessa premissa apresentada pelo autor, pode-se inferir que a cultura organizacional de uma entidade pode ser compreendida como inconsciente, ou seja, muitos dos padrões, ideologias, ações e atitudes da equipe de trabalho são sintetizadas de maneira sugestiva, sendo aprendidas e compartilhadas no ambiente ocupacional. Neste sentido, Wood Jr (2008) defende que a cultura organizacional no setor público, se bem trabalhada e devidamente aperfeiçoada, permite que mudanças e transformações organizacionais constantes sejam colocadas em prática, incentivando a melhoria do serviço oferecido à população, aumentando a produtividade da equipe e estabelecendo um processo de identificação dos funcionários com a missão da entidade, que é de atender plenamente e da melhor forma possível as necessidades sociais.
Para o autor, o bom desenvolvimento da cultura organizacional no meio público permite que servidores já acomodados e acostumados com a mecanização do sistema se torne mais humano, resiliente, proativo e produtivo. Sendo assim, Guimarães (2000, p. defende que: [. no setor público, o desafioque se coloca para a nova Administração Pública é como transformar estruturas burocráticas,hierarquizadas e que tendem a um processo de insulamento em organizações flexíveis eempreendedoras. É um fato que o ser humano não se sente confortável com mudanças. Porém, as transformações são necessárias e tem sim o seu efeito positivo no processo de aperfeiçoamento da organização, no que tange ao alcance das suas metas e objetivos. Dessa forma, ficou evidente no presente artigo a importância e a influência da cultura organizacional sobre os processos desempenhados pelos servidores públicos voltados para o beneficio direto da população.
A cultura das entidades públicas, tem direcionado estas organizações a um excesso de burocracia desnecessário, que gera lentidão no sistema, ocasionando em prejuízos diretos para a sociedade, além da insatisfação gerada no usuário final. Sendo assim, o gestor público deve ter consciência que por meio do desenvolvimento e aperfeiçoamento da cultura organizacional da empresa, é possível transformar o servidor lento, em ágil; ocioso em proativo; displicente em responsável; despreocupado em empático, cooperando diretamente para a melhoria do sistema por meio da qualidade do serviço prestado e da mudança de mentalidade ocasionada no grupo de funcionários. ALCADIPANI, R; CRUBELLATE, J. M. Cultura Organizacional: generalizações improváveis e conceituações imprecisas. Revista de Administração de Empresas, v.
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