A arte no ensino de jovens adultos

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Artes cênicas

Documento 1

Vera Lúcia de Oliveira Simões VITÓRIA 2018 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1 2 JUSTIFICATIVA 3 3 OBJETIVOS 5 4 HIPÓTESES 6 5 QUADRO TEÓRICO 7 5. EDUCAÇÃO 7 5. ARTE E ESTÉTICA 7 5. ARTE-EDUCAÇÃO 9 5. A GRAVURA NO BRASIL 10 5. Pode-se dizer que a arte é a linguagem natural da humanidade (OSTROWER, 1998 apud ALVARES, 2006, p. Assim sendo, é tanto crucial quanto natural que a arte-educação seja parte integrante de qualquer currículo escolar. Ademais, no que diz respeito ao Ensino de Jovens e Adultos (EJA), deve ser empregada ainda maior atenção para realizá-la de maneira adequada. O professor de EJA deve ser preparado para lidar com esse perfil específico de discentes, caracterizado por estudantes que passaram pela infância e adolescência sem ter vivenciado, por vezes em absoluto, a vida escolar. Com respeito aos estudantes que enfocam esta pesquisa, ou seja, os jovens adultos, a grande maioria também tem ou já teve empregos e até constituiu família.

É necessário saber usá-lo de maneira intencional, especialmente com o vasto e contínuo estímulo visual que permeia o cotidiano da sociedade pós-moderna. Melhor dizendo, “a educação do olhar torna-se indispensável à sobrevivência, pois age como uma forma de humanização e de cultivo, um dispositivo para a cidadania” (ALVARES, 2006, p. em particular para o estudante adulto, que já vive todas as responsabilidades e obstáculos do cotidiano como cidadão. JUSTIFICATIVA Barbosa (1995) relembra que, no Brasil, o ensino das humanidades começou pela Arte, no século XIX, quando o país ainda era regido por D. João VI. A escola, por seu turno, está também entre os responsáveis “por desenvolver e formar cidadãos com caráter positivo de acordo com os valores e leis da comunidade em que vive.

O ensino da arte, portanto, contribui para que os objetivos da escola sejam alcançados” (SOUZA, 2011, p. É com a apreciação da arte que o aluno educa seu senso estético e analítico, que, por sua vez, possibilita a melhor avaliação do mundo imagético em que vive (FRAGOSO, 2010 apud SOUZA, 2011). Para mais, A educação da apreciação é fundamental para o desenvolvimento cultural de um país. Este desenvolvimento só acontece quando uma produção artística de alta qualidade é associada a um alto gral de entendimento desta produção pelo público (BARBOSA, 1989 apud SOUZA, 2011, p. O motivo para a escolha da modalidade é a familiaridade da pesquisadora com sua exploração, inclusive em sala de aula, com resultados positivos. Além disso, é uma técnica acessível e que compõe a história da arte brasileira.

Nesse sentido, foi traçado como objetivo geral analisar possíveis mudanças em um grupo de estudantes matriculados na Educação de Jovens e Adultos de uma escola pública durante uma oficina criada e conduzida especialmente para atender o propósito da pesquisadora. Isto é, durante as aulas, os alunos serão incitados a uma postura de criatividade e de olhar crítico e analítico em relação ao conteúdo apresentado. Desta forma será possível averiguar – através de relatos e produção providos por integrantes desse grupo antes, durante e após o curso – a influência que as atividades ali propostas podem vir a exercer no olhar desses estudantes. Isso significa que a figura do professor passou a ser a de mediador entre o estudante e o mundo a ser por este conquistado.

Nessa perspectiva, a pesquisa se baseia, ainda apoiada em Barbosa (2009), na ideia compartilhada por pensadores como Rousseau, John Dewey e Vygostsky de que a aprendizagem é encargo não do professor, mas da natureza, do sujeito ou do grupo social (BARBOSA, 2009, p. ARTE E ESTÉTICA É essencial também, para o desenvolvimento deste trabalho, demarcar o conceito de Arte. No entanto, essa tarefa parece, ainda hoje, penosa. Trata-se de uma variável dependente tanto de cultura e contexto social quanto, até mesmo, da percepção individual. No entanto, a aprendizagem de um conteúdo é – ou deveria ser – uma verdadeira experiência estética. O encontro do sujeito com o objeto do conhecimento, seja ele artístico ou científico, produz emoção estética, desde que seja criado um ambiente propício para tal, desde que a mediação pedagógica realizada pelo professor objetive e acolha uma postura de recepção estética no aluno.

O prazer do conhecimento é uma emoção estética (ALVARES, 2006, p. Logo, arte e estética mantêm como função, assim afirma Fischer (1981), a capacidade do “eu” de se identificar com a vida dos outros. O autor esclarece, ainda, que “a arte jamais é uma mera descrição clínica do real. Sabemos que o uso da palavra "estética" para designar o pensamento da arte é recente (RANCIÈRE, 2009, p. Isto é, essa concepção coloca a estética na qualidade de conhecimento sensível, em oposição à lógica. Tal entendimento elucida o fato de que o termo “estética” não designa o domínio da “arte”, mas configura uma especificação desta. “Marca uma transformação no regime do pensamento da arte. E esse novo regime é o lugar onde se constitui uma ideia específica do pensamento” (RANCIÈRE, 2009, p.

Por esse motivo, o estudo interdisciplinar representa um enriquecimento no processo de aprendizado. Quanto ao desenvolvimento da arte-educação em si, os modelos de ensino acabaram por salientar as “competências” e “habilidades”, como explica Favaretto (2010). Tal abordagem acabou por substituir a noção prévia que baseava o ensino de arte no “talento” individual. “A ideologia da criatividade é democrática, igualitária, é efeito de uma concepção da arte aberta a todos, pois a criatividade seria um potencial universal” (FAVARETTO, 2010, p. Isto posto, o ensino democrático da arte pode desenvolver, pela criatividade, habilidades particulares. Considerada como o precioso “vestígio” de uma época remota e idealizada, tendo resistido bravamente às consequências nefastas do progresso material e da industrialização, a xilogravura aparece, portanto, como a técnica mais autêntica e representativa, a única digna de figurar nas coleções, exposições e reflexões que legitimam artisticamente a categoria “gravura popular (RAMOS, 2010, p.

O ENSINO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) O Ensino de Jovens e Adultos (EJA) leva essa nomenclatura específica porque se direciona a um perfil bastante particular de estudantes: O aluno adulto é um sujeito pleno de experiências vividas, que constituem a porta de entrada para o conhecimento escolar. É no encontro entre os conhecimentos prévios e os conhecimentos escolares, na relação de troca entre os saberes do educando e os saberes do educador que ocorrem mudanças significativas nas concepções estéticas do aluno (ALVARES, 2006, p. Tal cenário incita determinadas questões, tão importantes quanto delicadas, conforme aponta ALVARES (2006, p. Como desenvolver práticas letradas no aluno sem desvalorizar suas práticas culturais de origem? Como equacionar os conhecimentos prévios dos adultos com os conhecimentos escolares? Como fazer a ponte entre os saberes do dia-a-dia e os saberes formais, sem privilegiar um em detrimento do outro? Trazendo essas questões, Alvares (2006) enfatiza o fato de que o professor de EJA deve ter em conta as características próprias a esse perfil de alunos, de forma a promover o melhor aproveitamento possível de sua vida escolar.

Essas abordagens, em consonância com objetivos mais amplos que capacitem o adulto a afirmar sua identidade e a desenvolver seu espírito crítico, ampliam sua consciência cidadã. Entendemos que uma pedagogia para alunos adultos deva ter como questão central reunir a diversidade com aquilo que é universal ao ser humano. Portanto, as aulas serão desenvolvidas especificamente para esse perfil de alunos, cuja conduta e posicionamento serão analisados em busca de indícios da influência da experiência na oficina em seus olhares. No intuito de buscar respostas para os objetivos específicos deste trabalho, as gravuras produzidas pelos alunos durante o curso serão avaliadas, bem como seus relatos sobre a experiência. Dentre o material recolhido, uma média de cinco trabalhos e relatos serão selecionados para, então, serem avaliados de modo mais criterioso em concordância ao que propõem a pesquisa e seus objetivos.

BARBOSA, Ana Mae. Mediação Cultural e Social. In: BARBOSA, Ana Mae; COUTNHO, Rejane G. Org. Arte/Educação como Mediação Cultural e Social. Arte Contemporânea e Educação. Revista Iberoamericana de Educación. n. p. FISCHER, Ernst. Visualidades (UFG), Goiânia, v. p. Disponível em: <http://www. revistas. ufg. Monografia (Licenciatura em Artes Visuais) – Universidade Aberta do Brasil / Universidade de Brasília, Acrelândia.

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