TRANSTORNO DO PÂNICO: ASPECTOS PSICOPATOLÓGICOS E O PSICODIAGNÓSTICO A PARTIR DO MÉTODO RORSCHACH

Tipo de documento:Revisão bibliografica

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Nesse sentido, o objetivo deste estudo se estabeleceu em compreender o uso do método de Rorschach para o psicodiagnóstico do transtorno do pânico, apresentando aspectos psicopatológicos do transtorno do pânico, caracterizando a avaliação psicológica e o psicodiagnóstico na especificidade de tal transtorno De maneira que, por meio de uma revisão bibliográfica se observou, a eficiência do método de Rorschach em evidenciar inadaptação e manutenção das relações sociais, dificuldade em estabelecer vínculos positivos, medo, insegurança, senso de fracasso, a inabilidade de comunicação, descargas afetivas bruscas, sentimento de vazio e destrutividade e capacidade afetada de perceber sua autoimagem em sujeitos com transtorno do pânico. Palavras-chave: Transtorno do pânico. Psicodiagnóstico. Método de Rorscharch.

ABSTRACT Panic disorder is characterized as a psychopathological condition within the spectrum of anxiety disorders, consisting of crises that directly impact the functioning of people's daily lives. Na especificidade de avaliação psicológica em condições associadas aos transtornos de ansiedade como, por exemplo, o transtorno do pânico, a literatura aponta uma gama de instrumentos capazes de compor o processo de psicodiagnóstico e apresentar uma leitura holística acerca dos fatores desencadeantes de ordem, emocional, comportamental, afetiva e funcional do sujeito. Dentre elas o método de Rorschach, se destacando em diversos estudos como método científico confiável, preciso e de compreensão psicodinâmica (CASTRO, 2008). Diante do exposto, o presente estudo buscou compreender aspectos do uso do método de Rorschach para o psicodiagnóstico do transtorno do pânico.

De modo que, nessa discussão se tornou imprescindível, apresentar considerações sobre os aspectos psicopatológicos do transtorno do pânico, caracterizando a avaliação psicológica e o psicodiagnóstico na especificidade do transtorno do pânico, e refletindo sobre o método de Rorschach e seu uso no processo de psicodiagnóstico do transtorno do pânico. MOTIVAÇÃO PESSOAL AQUI Acredita-se, portanto, que a significância deste estudo se viabiliza primeiramente para ampliar a discussão acerca da efetividade de instrumentos projetivos, mais especificamente, do método de Rorschach como um recurso complementar no processo de avaliação psicológica, amparando questões do psicodiagnóstico para a atuação do profissional no contexto clínico. Figura 1- Dados da Pesquisa de Revisão Bibliográfica Fonte: Autor (2020) Na composição da análise do estudo, foram identificados sete estudos que atendiam integralmente a todos os critérios de inclusão.

De modo que a tabela 1 apresenta descrição detalhada apontando título, autores, ano e tipo de estudo. Tabela 1 - Base de Dados da Revisão Bibliográfica Título Autores Ano Tipo Caracterização da personalidade de pacientes com transtorno de pânico por meio do método Rorschach: contribuições do sistema compreensivo. CASTRO, P. F. Artigo O Transtorno do pânico e Rorschach no sistema compreensivo. FARAH, F. H. Z. AMARAL, A. C. FARAH, F. H. Z. A 2008 Artigo Fonte: Autor (2020) Assim, o capítulo seguinte apresentar discussão fundamentada acerca do tema tratado neste estudo, abordado reflexões particularizadas e associadas a respeito do transtorno do pânico, avaliação psicológica, psicodiagnóstico e o método de Rorschach. Neurocognitivamente acredita-se, que esteja relacionado a aspectos de excitação elevada no sistema nervoso central (CRASKE; BARLOW, 2016).

Etiologicamente, o fator genético associa-se biologicamente a disfunções nas atividades de neurotransmissores, tais como: noradrenalina, serotonina e receptores GABA. Portanto, o tratamento farmacológico é indicado como de grande eficácia ao ser associado com o tratamento psicoterapêutico (RANGÉ, 2011). No curso de um ataque de pânico, de acordo com Dalgalarrondo (2008) a pessoa desenvolve sintomas somáticos autonômicos como, por exemplo: palpitações, sudorese, tremores, parestesias (principalmente formigamentos nos lábios e/ou pontados dedos), sensação de falta de ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto no peito, náusea, sensação da cabeça ficar leve. E que em geral, essas crises estão relacionadas com as crenças de desamparo do sujeito, que em um quadro psicopatológico pode ser ativada em situações desengatilhado por ciúme e inveja assim, provocando emoções exageradas que levam a condição de crise.

É um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área de conhecimento, requer metodologias específicas. De modo que, o processo de AP exige do profissional psicólogo que este minimamente siga algumas etapas, no intuito de que, seja possível obter a excelência dos resultados. Assim, as etapas básicas se delineiam em: realizar o levantamento dos objetivos da avaliação e assim escolher os melhores instrumentos a serem utilizados, executar a coleta de informações, que pode se dar por meio de múltiplas possibilidades sendo as principais delas (entrevista/ dinâmicas/testes); realizar análise das informações obtidas; preparar material documental (laudo, relatório ou parecer), no intuito de expor os resultados e promover indicações de melhores tratamentos para a demanda avaliada (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2013).

Vale destacar, que a AP é uma atividade de uso restrito do psicólogo, visto que, além de exigir conhecimentos específicos acerca de aspectos psicológicos, implica também no uso de instrumentos como, por exemplo, os testes psicológos que são restritos ao uso deste profissional e que exije habilitação específica para o seu uso (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010). Nesse sentido, Machado e Souza (2000) destacam as quatro dimensões nas quais o profissional psicólogo, deve estar atento diante do exercício da atividade de AP. T. Pirâmides Coloridas de Pfister e Rorschach (AMPARO et al, 2012). O método de Rorschach e seu uso no processo de psicodiagnóstico do transtorno do pânico O método de Rorschach parte de uma perspectiva psicanalítica, que se constitui como uma técnica de avaliação da personalidade a partir de manchas de tintas apresentadas em lâminas.

A primeira publicação do método ocorreu em 1920 com a proposição de 15 lâminas, posteriormente após resistência das editoras o autor fez uma revisão reduzindo para 10 lâminas (CASTRO, 2009). Segundo Resende (2009) o psicodiagnóstico com o uso de Rorschach é um instrumento que possibilita uma avaliação objetiva, perceptiva, psicométrica, mas também avalia uma perspectiva subjetiva, associativa e projetiva possibilitando explorar a estrutura cognitiva e afetiva do sujeito. Caso se faça necessário, a instrução pode ser repetida. A conduta do aplicador pode ser de encorajamento caso as respostas sejam insuficientes para completar a avaliação exceto, em casos onde o cartão seja totalmente rejeitado. Perguntas após o início devem ser respondidas de forma breve e não diretiva do tipo: “como você quiser”.

As anotações devem ser gerais e literais ao que for observado (comportamentos de tiques, franzidos de testa, sorrisos e etc. ou as frases ouvidas tal como o tom e nuances da voz (RESENDE, 2009). Baseado no modelo compreensivo de Rorschach, uma pesquisa realizada por Farah e Amaral (2008) avaliou os conteúdos do pânico através de tal método, em um grupo com 48 pessoas, sendo 24 destes já diagnosticados com o transtorno do pânico. E obtiveram respostas significativas nas variáveis “m” indicando alterações no funcionamento cognitivo relacionado ao medo, perigo e perda de controle; “SumC” que tange a expressões emocionais intensas e impulsividade; “ WsumC” se refere a descargas afetivas bruscas; “MOR” revelando sentimento de vazio e destrutividade e Fd na capacidade afetada de perceber sua autoimagem. Os aspectos das comorbidades no diagnóstico do transtorno do pânico foram avaliados através do método Rorschach por Castro (2012b).

De modo que, em sua pesquisa o autor identificou a depressão como a psicopatologia com maior associação comorbida do pânico. Assim, de forma corroborativa, os estudos de Cury e Sousa (2012) acentuaram que os conteúdos revelados em Rorschach no caso de pacientes com pânico implicam em: angustia de aniquilamento, impossibilidade de relações sociais, desamparo nos aspectos do medo em ter e de perder, e o vazio. Porto Alegre: Artmed, 2014. AMPARO, D. M. et al. Métodos projetivos e avaliação psicológica: atualizações, avanços e perspectivas. In: Métodos projetivos e avaliação psicológica: atualizações, avanços e perspectivas. VI Congresso da Associação Brasileira de Rorschach e métodos projetivos. ASBRO, Brasília, 2012a. pp. CASTRO, P. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA.

Cartilha – Avaliação Psicológica – 2013. Conselho Federal de Psicologia. Conselhos Regionais de Psicologia 1ª. ed, Brasília, 2013. BALOW, D. H. Org. ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. H. Z. AMARAL, A. E. V. P. SOUZA, C. M. Dimensão do processo de Avaliação Psicológica. In: Revista contato. OBELAR, R. M. Avaliação psicológica nos transtornos de ansiedade: estudos brasileiros. Monografia]. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Porto Alegre, 2016. RANGÉ, B. et al. Psicoterapias Cognitivo-comportamentais: Um diálogo com a psiquiatria. a ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. n. p. VILLEMOR-AMARAL, A. E. FRANCO, R.

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