Suicidio na adolescencia

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Estatística

Documento 1

Área: Saúde Mental. MARÍLIA 2010 2 FERNANDA GUERRA BERTI SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborado na Faculdade de Medicina de Marília em Enfermagem em Psiquiatria e Saúde Mental. Área: Saúde Mental. Comissão de Aprovação: _______________________________ Prof. Dr. Tem como objetivo analisar o Suicídio na Adolescência, os principais diagnósticos que acompanham o suicídio, os métodos freqüentemente utilizados, a prevenção para a ideação e a tentativa de suicídio na adolescência. A metodologia utilizada para realização deste trabalho foi à revisão bibliográfica, para a busca de fontes científicas publicadas para a pesquisa foi utilizada a base de consulta LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde).

De acordo com a análise, o diagnostico mais comum para o suicídio na adolescência é o transtorno de humor em fase depressiva e freqüentemente é acompanhada de outros fatores, tais como: conflito familiar, uso de drogas, gravidez não planejada, etc. Ao se tratar dos métodos utilizados pelos adolescentes; destacam-se o envenenamento, que inclui a ingestão de medicamentos e outras substâncias químicas e os métodos violentos. Tratando-se de prevenção, é necessário que o profissional de saúde possa subsidiar estes adolescentes e trabalhar intervenções preventivas através da identificação de riscos e detecção precoce, contribuindo para estabelecimento da saúde dos mesmos. Regarding prevention, it’s necessary that the health practitioner can subsidize the teenagers and make preventive interventions through early detection and risk identification, contributing to establish their health.

Keywords: 1. Suicide. Adolescence. Nursing. Durante o estágio, me chamou a atenção adolescente suicidas. Motivei-me a desenvolver esse estudo, pois emergiu o desejo de compreendê-los a fim de contribuir com o atendimento das necessidades específicas destes pacientes. Segundo afirma Cassorla (1985) “suicídio é, traduzindo-se em palavra: morte de si mesmo”. De acordo com Botega (2000, p. O comportamento suicida é todo ato pelo qual um indivíduo cause lesão a si mesmo, qualquer que seja o grau de intenção letal e de conhecimento do verdadeiro motivo desse ato. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, em todo o mundo, a segunda principal causa de morte é o suicídio. BALLONE, 2004). De acordo com Stuart (2001, p. diariamente ocorrem 1000 suicídios no mundo. Nos Estados Unidos são mais de 30 mil pessoas a cada ano e estima-se o número de 650 mil tentativas de suicídio.

Quando se diz respeito ao sexo masculino, ocorrem em média 14 óbitos por 100 mil habitantes, com maior freqüência também na região Sul. BRASIL, 2005) Quando se relaciona número de internações por suicídio por faixa etária e sexo, a maior taxa está entre adolescentes, observa–se aproximadamente 600 internações para homens e 500 internações para mulheres entre 15-19 anos. A mortalidade para esta faixa etária é em média de 6 óbitos para o sexo masculino e 4 para o sexo feminino devido ao suicídio. BRASIL, 2005) 11 No que diz respeito as causas para o suicídio, tem-se: aproximadamente 90% dos pacientes que tiram suas vidas possuem doença psiquiátrica associada; traços de personalidade hostis, impulsivos e depressivos podem contribuir com desenvolvimento para o ato; perda de um relacionamento importante ou falta de apoio social são também importantes referências no potencial suicida; família com história suicida é um fator significativo para o comportamento autodestrutivo; fatores bioquímicos estão associados ao suicídio ou tentativas suicidas devido ao baixo nível de serotonina.

STUART, 2001). Desta forma, foram selecionados 19 artigos catalogados no quadro a seguir: 15 Quadro 1: Caracterização dos artigos analisados AUTOR PINTOR, E. A. S. ANO DE PUBLICAÇÃO 2000 TÍTULO Entre o desalento esperança, e a quantos caminhos trilhar. VERSIANI, M. Depressão e suicídio em crianças e adolescentes NUNES, S. O. V. História familial em tentativa de suicídio FREITAS, G. V. e SAKIYAMA, escola pública de Curitiba – R. R. PR. TOSCANO JÚNIOR, A. Depressão de em suicídio uma e transtornos por usos de drogas na adolescência AVANCI, R. L. diagnósticos de depressão, NUNES, M. V. A. tentativa FRANCO, R. Perfil das intoxicações em adolescentes no Brasil no período de 1999 a 2001 BRASIL, K. T. ALVES; P. Fatores de B.

AMPARO, D. M. dos atendimentos de intoxicações humanas no CEATOX – 79 (Marília – S. P) em 2004 PARENTE, A. C. M. Ideação suicida WERLANG, B. S. G e adolescentes COPATTI, M. anos. de em 13 Para realizar a análise qualitativa, foram elaboradas as seguintes questões norteadoras: 1. Gráfico 3: Disposição do artigo de acordo com a formação profissional dos autores. Médic os E nfermeiros P s ic ólogos 21% 20 Para atender a caracterização destes artigos, foi levado em consideração que os artigos devem identificar a metodologia utilizada pelo autor. Em relação à coleta de dados, foi observado que 13 artigos referem-se à pesquisa de campo, que se justifica por ser mais indicado estudar o suicídio a partir de suas vitimas, do contato com pessoas que tentaram suicidar-se. A revisão bibliográfica foi trabalhada em 05 artigos e 01 artigo não refere à metodologia utilizada.

Gráfico 4: Disposição dos artigos de acordo com metodologias utilizadas. e Dutra (2001) concordam com os autores citados anteriormente, quanto à intensidade do quadro depressivo em relação ao índice de ideação suicida e historia de tentativa de suicídio, para estes autores, a depressão é das doenças psiquiátricas mais comuns entre os adolescentes e suas conseqüências podem abranger transtornos associados à 22 saúde mental, comportamento de risco, e prejuízo acadêmico, profissional e psicossocial. Toscano Júnior (2003) acrescenta que a depressão grave ocorre em 5 a 8% dos adolescentes, iniciando em idades cada vez mais precoces. Apresenta como fatores de risco: instabilidade afetiva, instabilidade e conflito familiar, baixo desempenho escolar, gravidez não planejada e dúvida quanto à orientação sexual, além disso, as ocorrências estressantes freqüentes da adolescência referentes as alterações físicas e psíquicas, busca de autonomia e identidade, relacionamento com pares e grupos e abuso de substâncias psicoativas, influenciam no desenvolvimento e manutenção dos transtornos depressivos.

Barros, Ximenes e Lima (2001) ainda referem ao estigma social que rodeia o ato suicida, e que os adolescentes, já estariam desistindo de suas vidas antes de iniciá-las. “Os comportamentos suicidas podem ser compreendidos como uma defesa à depressão, enquanto que a depressão pode ser uma defesa contra o suicídio. Ao contrário do que pensa os autores acima, Parente et al. cita que a gravidez atua como fator de proteção, assim como a religiosidade e a presença de rede social, contribuindo desta forma para a diminuição do risco potencial de suicídio. Em relação a outros transtornos e patologias associadas, Parente et al. e Nunes et al. ressaltam que a presença de doenças crônicas como a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e as doenças sexualmente transmissíveis (DST) são consideradas de risco para o suicídio.

Ao se tratar de outras substâncias químicas, estas abrangem tintas e vernizes, colas e adesivos, álcool, inalantes, gases, cola de sapateiro, monóxido de carbono, derivados de petróleo, e adverte que, os inalantes ou solventes, interatuam este conjunto e necessitam de atenção especial ao considerar o perfil das intoxicações em adolescentes. BOCHNER, 2006). Para Monteiro e Carvalho Júnior (2007) e Avanci, Pedrão e Costa Júnior (2005), a elevada presença das intoxicações agrega-se fortemente as características culturais de nossa população, que possuem o habito de automedicação, e na maioria das vezes o descuido no armazenamento de substâncias químicas e drogas permitindo acesso fácil aos adolescentes. Para Parente et al. e Avanci, Pedrão e Costa Júnior (2005), o sexo feminino e masculino se diferenciam em relação ao método que utilizam.

p. A investigação da ideação suicida em jovens se reveste de importância por representar o início de um processo que pode chegar a um desfecho trágico através de suicídio de vidas em fase precoce no círculo vital. Concordando com o autor acima, para Dutra (2001), é essencial conhecer a expansão do comportamento e idéias suicidas em adolescentes para trabalhar estratégias preventivas e programas de promoção e educação para a saúde destes adolescentes. Enfatiza também trabalhar não somente com os adolescentes, mas também com a população. Estes aspectos comprovam a necessidade e a importância da ação do profissional de saúde nessas questões, proporcionando estratégias para atuar na prevenção do suicídio.

Em concordância, Brasil et al. enfatiza que a convivência familiar proporciona estruturas saudáveis na construção de identidade dos adolescentes operando como parâmetros de proteção. Para Borges, Werlang e Copatti (2008); Monteiro e Carvalho Júnior (2007); Oliveira e Antônio (2006) e Nunes (2001) a intervenção terapêutica de profissionais de saúde mental, tais como: psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, terapeuta de família, etc. são de grande importância para a prevenção do desenvolvimento da ideação suicida e de novas tentativas. Espera-se que estes profissionais tenham um olhar criterioso, trabalhando com o saber teórico e prático e, utilizando-se de instrumentos, tais como a comunicação, através abordagens diversificadas é possível proporcionar uma conversa educativa/ terapêutica não apenas ao 27 adolescente, mas também aos familiares, ampliando a atenção a saúde dos mesmos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir deste estudo foi possível analisar a amplitude do suicídio, e como se torna complexo estudá-lo, principalmente tratando-se de adolescentes. Trabalhar suicídio é um assunto delicado, já que esta temática ainda é tabu e desperta medo nas pessoas. Realizar este trabalho possibilitou ampliar meus conhecimentos sobre a temática e fornecer informações a todos que se interessam por ela, e também, compreender que é necessário amparar a saúde mental dos indivíduos com profissionais que possuam mais capacitação para tal cuidado. As Intervenções terapêuticas dos profissionais de saúde, considerando-se a importância da enfermagem em saúde mental, são de fundamental importância, que além de proporcionar o cuidado integral ao ser humano e atender suas necessidades biopsicossociais, também deverá atuar como uma ferramenta para disseminar informações aos pacientes e também aos familiares e agir na sociedade, fornecendo orientações sobre a temática e assim poder identificar riscos e prevenilos.

É essencial que o profissional de saúde, e especificamente de saúde mental saiba reconhecer o comportamento e idéias suicidas em adolescentes para trabalhar intervenções terapêuticas e estratégias preventivas. Bras. Enferm. Brasília, v. n. p. R. Ideação suicida em adolescentes de uma escola pública de Curitiba-PR. Psiquiatr. Biol. São Paulo, v. locaweb. com. br/index. php?art=59&sec=20>. Acesso em: 5 jun. n. p. abr. BENINCASA, M. REZENDE, M. Perfil das intoxicações em adolescentes no Brasil no período de 1999 a 2001. Cad. Saúde Pública , Rio de Janeiro, v. n. p. jan. jun. BOTEGA, N. J. Suicídio e tentativa de suicídio. Estatuto da criança e do adolescente: Lei n. de 13 de julho 1990, Lei 8. de 2 de outubro de 1991. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, 2001.

M. S. Suicídio e adolescência. Brasília, [s. d]. d]. Disponível em: <http://portal. saude. gov. br/saude/visualizar_texto. Saúde, Londrina, v. n. p. out. dez. Juventudes: outros olhares sobre a diversidade. Brasília: Ministério da Educação. Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade-SECAD; UNESCO, 2007, p. CASSORLA, R. M. O que é suicídio. São Paulo: Abril Cultural, 1985. p. CASSORLA, R. M. cap. p. CHELLAPPA S. L. ARAÚJO J. A. Perfil epidemiológico dos suicídios, Brasil e regiões, 1996 a 2002: tentativa suicídio Brasil 2003. Brasília, 2005. p. Disponível em: <http://portal. n. p. jan. jun. FREITAS, G. n. p. jul. set. MONTEIRO, P. São Paulo, v. n. p. dez. NÚCLEO DE ESTUDOS DA SAÚDE DO ADOLESCENTE – NESSA (UERJ).

NUNES, S. O. V. História familial em tentativa de suicídio. Psiquiatr. Rev. Eletrônica Enferm. Goiânia, v. n. p. Caracterização dos casos de suicídio em uma capital do Nordeste Brasileiro. Rev. Bras. Enferm. Brasília, v. Psicossociais, São Bernardo do Campo, v. n. p. jan. jun. W. LARAIA, M. T. Ed. Enfermagem psiquiátrica: princípios e prática. abr. jun. VERSIANI, M. REIS, R. FIGUEIRA, I. Adolescent health. s. l. Disponível em: <http://www. who. Adolescência. Enfermagem.

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