Suicídio entre os povos indígenas
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Saúde coletiva
Palavras-chave: Suicídio, saúde, saúde indígena. Introdução Suicídio, segundo o dicionário Michaelis é o “Ato ou efeito de suicidar-se” continuando a definição como sendo “Ruína ou desgraça, provocado em si mesmo, espontaneamente ou por falta de discernimento” para a psicologia o mesmo consiste em um “trauma individual, uma profunda tristeza, ou uma faceta da depressão que leva ao desfecho trágico do ato violento contra a própria vida. ” (Guedes, 2015). Historicamente se construiu como um ato condenável pela sociedade, pelo estado e pela religião, apenas com o desenvolvimento das ciências humanas esse fenômeno inquietante passou a ser do domínio das ciências e por ela estudando, enfim com uma visão sem julgamentos e com finalidade de contribuição para o equilíbrio da saúde mental da sociedade.
Ao longo da história, portanto esse fenômeno passou a ser estudado, e as estatísticas mostraram-se as mais variadas a depender da faixa etária, do povo observado e de sua construção social, para Durkheim “diferentes taxas de suicídio indicam diferentes níveis civilizacionais. funai. gov. br/index. php/nossas-acoes/demarcacao-de-terras-indigenas Na região Sudeste apenas 6% do território é demarcado como território indígena apesar de em 80,6% dos bairros dessa região ter pelo menos uma pessoa autodeclarada indígena como podemos observar na tabela a seguir. Com base nesses dados muitos pesquisadores acreditam que a questão fundiária e a falta de demarcação adequada seriam os fatores determinantes para esse espantoso número de suicídios entre os indígenas que o cometem pela falta de perspectivas melhores.
Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros [. ” (ATY GUASU, 2012) Para Cleber Buzatto, que atua no controle do setor do agronegócio, existe nos poderes públicos um número considerável de projetos em tramitação no congresso nacional atuando no sentido de dificultar a demarcação de terras indígenas justamente pelo fato de que as terras que devem ser demarcadas para as populações indígenas tradicionais Brasileiras, hoje são ocupadas e utilizadas com fins economicamente produtivos, logo são tomadas medidas para atrasar a legalização da demarcação e repasse dessas terras como por exemplo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215 que pretende transferir o órgão responsável pelas demarcações e titulações de terras indígenas do Executivo para o Legislativo estabelecendo mecanismos para dificultar a demarcação das terras, estando a maioria ainda nos estados iniciais do processo de demarcação facilitando a exploração das terras por terceiros, terceiros esses que seriam em muitos casos os produtores agropecuários segundo o senso agropecuário de 2006, bem como exploradores minerais que continuam atuando mesmo com os impedimentos legais já implantados, exploradores madeireiros e construtoras atuando na instalação de rodovias e hidrelétricas, atividades essas que degradam o ambiente dos territórios indígenas e comprometem a qualidade e a sobrevivência das terras, Mas, que contribuem para o desenvolvimento no país.
Enquanto por sua vez quando essas terras forem repassadas para os povos indígenas essa produção econômica tende a acabar por que os indígenas não trabalham dessa forma, suas políticas de produção baseia-se em outros fatores, que funcionam de uma maneira mais harmônica com a natureza, tendo a clara intenção como já foi citado acima de funcionar para subsistência e manutenção do grupo, com plantações de policultura, prática da caça, pesca e coleta e atividades agropecuárias de pequena escala para manutenção do grupo. E não estamos aqui afirmando que os indígenas ainda se comportam estruturalmente como se comportavam a 500 anos atrás, já vemos tribos envolvidas como o comercio de cerâmicas, artesanato, móveis e até mesmo envolvidos no comercio de sua produção agrícola, mas afirmamos aqui que essa integração do indígena com o capitalismo ocorre de maneira diferente do que estamos acostumados, os índios de hoje já consomem materiais que lhes proporcionam facilidades e conforto, mas ainda assim a sociedade se estrutura com uma filosofia que mantém apesar de certas adaptações a sua cultura original, sendo a produção sempre voltada primeiramente para si e apenas de pois para a troca com o supérfluo, o capitalismo ainda não se enraizou no seu sistema e por esse fator a lógica de produção, manutenção e comercialização indígena não é relevante para o sistema capitalista.
M. de decisão e na implementação e, posteriormente, na avaliação e na extinção da política” (SECCHI, 2010). A partir dessas pesquisas alguns fatores de risco foram identificados como transtornos mentais, depressão, esquizofrenia, alcoolismo, também fatores sociais e da demografia como isolamentos sociais e psicológicos, luto recente, perdas significativas, laudo médico incapacitante lesões graves ou que causam desfiguração dores crônicas físicas e mentais e etc. porém esses fatores não podem ser analisados isoladamente visto que geralmente vem atrelada umas as outras e por isso agravam-se tanto, desse modo o acompanhamento psicoterápico é a parte mais importante do tratamento de prevenção ao suicídio, mas uma problemática a ser resolvida no âmbito desses órgãos de prevenção é a questão do estudo das particularidades, no recorte dos últimos cinco anos o tema “prevenção ao suicídio entre os povos indígenas” já tem entrado em pautas de pesquisas e de rodas de debate em revistas como a revista cientifica da USP de psiquiatria clinica e inúmeros congressos que vem acontecendo no país, no entanto apenas discutir o problema não é suficiente, é necessário de fato debruçar-se diante das problemáticas especificas dessa etnia para partindo de então serem lançadas propostas de solução adequadas à realidade dos povos indígenas Brasileiros.
Faz-se necessário muito mais que tratar os sintomas que levam ao suicídio é necessário tratar a causa que tem tornado as nossas comunidades originais povos que crescem em desespero a cometer esse ato perturbador. As comunidades tradicionais precisam de motivos pelos quais lutar, precisam de esperança, de um envolvimento com a terra que originalmente lhe pertencia voltar a plantar suas sementes, suas raízes e juntamente com elas sua história, suas tradições que ocupam cada vez menos espaço na realidade globalizada e industrial que vivemos, eles não cometem suicídio por doenças, mas por desesperança, são um povo que vê suas tradições morrendo a cada dia, suas gerações crescendo sem expectativas de melhora, e a melhor intervenção que pode ser feita para essa realidade é possibilitar a eles a luta pelos seus direitos, pela sua terra, que muito mais do que um espaço para produção e alimento de gado, para eles representa uma chance de recomeço.
Referências ATY GUASU. “Aty Guasu – Guarani e Kaiowá”. DISPONÍVEL em: http://atyguasu. blogspot. vol. no. São Paulo jan. abr. 2015 COELHO, J. LIMA, M. V. C. MILEO B. P. com. br/blog/luisnassif/o-suicidio-entre-indigenas acessado em 2018, Abril. JUNIOR, E. J. M. KOCH, D. B. OLIVEIRA P. R. M. br/setembro-amarelo-ministerio-da-saude-divulga-material-informativo-sobre-suicidio-no-brasil acessado em 19/04/2018 as 21:00> acesso em: 2018, Abril. LAMEIRAS, A. A. Desterritorialização e reorganização das geografias Pessoais: o caso do desemprego. Ensaio metodológico. Povos Indígenas, Poder Tutelar e Processos do Desenvolvimento no Cerrado Maranhense revista Anthropológicas Ano 18, 25(2):71-93, 2014. Oliveira, C. S. de, NETO, F. L. n. p. PEREIRA, M. M. Representações sociais sobre suicídio indígena em São Gabriel da Cachoeira – AM: um estudo exploratório. C. O. Aspectos jurídicos da exploração de recursos naturais em terras indígenas DISPONÍVEL EM: http://www.
ambitojuridico. com. E Junior, R. T. da S. O. Caracterização da mortalidade por suicídio entre indígenas e não indígenas em Roraima, Brasil, 2009-2013* DOI: 10. L. ORELLANA. J. D. Desigualdade na mortalidade por suicídio entre indígenas no estado do Amazonas, Brasil.
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