SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO O ESTUDO DA ESCOLA SOB A PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Filosofia

Documento 1

É também uma ciência que busca a compreensão e a transformação do real. Ou seja, mais do que uma ação, a sociologia é marcada por uma tentativa de compreensão da dinâmica da própria sociedade. Autores como: Durkheim (1975), Bourdieu (1998) e Silva (2003) discutem o papel que Sociologia da Educação para uma compreensão crítica da realidade social, política, econômica e cultura na qual a escola e a educação estão inseridas e contribui para uma formação de educadores com uma visão crítica que possa formar indivíduos para compreenderem e transformarem a realidade onde vivem. Assim, este artigo de revisão discutirá inicialmente a discussão sobre a importância da Sociologia da Educação e a teoria durkheiana, e, posteriormente, discorrerá sobre o contexto da questão educacional e principais agentes de socialização; e finalizando nas considerações finais analisará os resultados da pesquisa realizada na literatura específica.

Palavras-chave: Escola. Perspectives. Sociology of Education. INTRODUÇÃO A escola em seu atual contexto tem ocupado o centro da reflexão sociológica sobre a educação. É possível observar que, no Brasil, falta reconhecer que essa mesma reflexão apresenta algumas rupturas e delimita. Este artigo tem como tema de estudo: “Sociologia da Educação: O estudo da escola sob a perspectiva sociológica”. Portanto, como se pode observar, o estudo é bastante amplo e complexo, o que se limitará aos seus objetivos gerais e específicos, tornando-o deliberadamente informativo. CARÁTER PROBLEMÁTICO: DISCUSSÃO TEÓRICA 2. A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO SEGUNDO COM A TEORIA DE ÉMILE DURKHEIM A sociologia trata-se de uma ciência que estuda a condução e a forma de convívio entre distintos grupos, assim como as inferências dessas relações.

Tem como principal objetivo a compreensão e o estudo da sociedade, com cerne na educação como uma importante ferramenta de relacionamento entre os indivíduos. Uma ciência que promove a consciência social que agregará na formação do senso crítico (silva, 2003). Envolve valores, forja o caráter, oferece orientações, cria um horizonte de sentidos compartilhados, em suma, introduz as pessoas numa ordem moral. Por isso mesmo, em Educação e Sociologia, o Durkheim realizou uma sistemática análise crítica das concepções acerca dos sistemas de educação, formuladas principalmente por pensadores e filósofos modernos. Critica, às vezes, a abrangência das propostas, noutros casos, o pouco alcance ou o caráter subjetivo das formulações. A crítica do autor centra-se em negar o caráter individual da educação especialmente quanto às suas finalidades, bem como, negar a natureza supostamente fixa e imutável do indivíduo.

Para o autor, cada sociedade, considerada em momento determinado de seu desenvolvimento, possui um sistema de educação que se impunha aos indivíduos de modo geralmente irresistível. A autoridade ou meio essencial da ação educativa. Tal concepção de educação e do papel do professor influenciaria, portanto, as práticas pedagógicas adotadas nas escolas brasileiras ao longo da história da educação e a atividade docente que nela se realiza. Contudo, a educação entendida como uma prática social que busca formar indivíduos para a vida em sociedade deve proporcionar uma visão que os permita uma compreensão da sociedade em todas as suas dimensões. Para tanto se torna necessário um currículo que em seus conteúdos e em suas práticas possibilitem uma problematização e reflexão crítica das relações sociais, das relações de poder existentes na sociedade.

A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO SEGUNDO COM A TEORIA DE PIERRE  BOURDIEU É difícil fazer um balanço equilibrado das contribuições e dos limites da obra de Bourdieu no campo da Sociologia da Educação. Bourdieu teve o mérito de formular, a partir dos anos 60, uma resposta original, abrangente e bem fundamentada, teórica e empiricamente, para o problema das desigualdades escolares. Essa resposta tornou-se um marco na história, não apenas da Sociologia da Educação, mas do pensamento e da prática educacional em todo o mundo. A sociologia de Bourdieu como um todo está marcada pela busca de superação de um dilema clássico do pensamento sociológico, aquele que se define pela oposição entre subjetivismo e objetivismo. Por um lado, Bourdieu aponta as insuficiências e os riscos das abordagens que se restringem à experiência imediata do ator individual, ou seja, que se atêm de modo exclusivo ou preponderante ao universo das representações, preferências, escolhas e ações individuais.

Essas abordagens, rotuladas por ele como subjetivistas, são criticadas não apenas por seu escopo limitado, isto é, pelo fato de não considerarem as condições objetivas que explicariam o curso da experiência prática subjetiva, mas, sobretudo, por contribuírem para uma concepção ilusória do mundo social que atribuiria aos sujeitos excessiva autonomia e consciência na condução de suas ações e interações. A educação escolar, no caso das crianças oriundas de meios culturalmente favorecidos, seria uma espécie de continuação da educação familiar, enquanto para as outras crianças significaria algo estranho, distante, ou mesmo ameaçador. A posse de capital cultural favoreceria o êxito escolar, em segundo lugar, porque propiciaria um melhor desempenho nos processos formais e informais de avaliação (Bourdieu, 1998, p.

Bourdieu observa que a avaliação escolar vai muito além de uma simples verificação de aprendizagem, incluindo um verdadeiro julgamento cultural e até mesmo moral dos alunos. Cobra-se que os alunos tenham um estilo elegante de falar, de escrever e até mesmo de se comportar; que sejam intelectualmente curiosos, interessados e disciplinados; que saibam cumprir adequadamente as regras da boa educação. O ESTUDO DA ESCOLA SOB A PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA Desde a antiguidade, se têm algumas manifestações de um processo educativo um pouco mais sistematizado, o qual se chama de escola, somente na moder­nidade, a escola assume o papel de uma instituição educativa significativa na sociedade para a organização do processo educativo socialmente representativo. É com a família que se tem a chamada socialização primária, quando o indivíduo assimila valores, normas e expectativas de seu grupo social (BRANDÃO, 2009, p.

A forma como se realiza o processo de formação humana na sociedade moderna, portanto, a educação no interior da instituição social chamada escola, diz respeito aos valores, ideologias e intenções dos diferentes grupos sociais que disputam seu lugar na hierarquia social. Assim, os estudos da sociologia da educação apontam para a ideia de que a educação escolarizada nestas sociedades tem, em geral, algumas funções. Pode ter o obje­tivo “redentor” de salvar a sociedade da situação em que se encontra, como pode ter como objetivo “reproduzir” a sociedade na sua forma de organização, ou ainda, mediar a busca de entendimento da vida e da sociedade, contribuindo assim para “transformá-la” (LUCKESI, 1990). O estudo empreendido por Saviani (2008) sobre as bases teóricas da educação, apresen­tado no conhecido Escola e Democracia – com todas as polêmicas que ainda gera –, analisa a impossibilidade teórica e prática das propostas educativas denominadas por ele como “teorias não-críticas da educação”.

Isso significa afirmar que a educação escolar tem como prin­cipal função promover a consciência dos educandos para a compreensão e transformação da realidade. Então, o que é próprio da escola é a garantia da transmissão – não mecânica, mas ativa, compreendida como apropriação – do saber elaborado pela cultura. Neste sentido, essa proposta difere frontalmente daquelas que consideram conjunto de conhecimentos – clássicos e científicos – como desnecessários porque comprometidos com os grupos dominantes para a formação de sujeitos. Essa proposta pressupõe que a escola, para exercer sua função transformadora no sentido de contribuir para a democratização da sociedade, não pode abrir mão de sua responsabilidade específica que é a de garantir que os sujeitos sociais se apropriem – de forma crítica e reflexiva – do saber elaborado pela cultura a qual pertencem.

Nesse sentido, é importante que o educador compreenda a complexidade da realidade social na qual ele atua. Já as Teorias Utilitaristas, esse conjunto final de teorias fornece hipóteses para a compreensão dos homens da moderna economia, que, por sua vez, adotavam as idéias centrais dos filósofos escoceses, tais como Adam Smith (1776) durante a Era da Razão (VIANA, 2007). Atualmente há muitas variantes específicas dessas perspectivas teóricas. Encontra-se algumas delas à medida que se avança na questão da sociologia. Do ponto de vista da ciência, seria bom ter teorias mais centradas e precisas que tenham sido sistematicamente testadas e que agora organizariam essa introdução à sociologia. Muitos sociólogos não acreditam que isso possa ou deveria ser o caso. O sociólogo da educação deve alimentar-se da prática e a partir dela refletir teoricamente sobre as questões.

Para que a sociologia da educação seja útil aos futuros professores, ela não deve fazer como as demais disciplinas - ter a teoria como o céu do conhecimento, que vai descendo em cascata. Utilizar valores ou esquemas pré concebidos gera pré-conceitos que podem não corresponder à realidade e que em um último momento vai gerar preconceito, isso foi mostrado durante o curso, uma das funções mais importantes do professor dentro do processo educativo e desmistificar, acabar, combater os preconceitos, considerando as diversidades culturais, fazer com que os nossos alunos entendam que a diversidade cultural enriquece a convivência e não serve para julgar e nem analisar o diferente de todos. Reconhecer, compreender, preservar a diversidade não significa aceitar a desigualdade. Aqui se tem o eixo para trabalhar a educação.

Cadernos de Pesquisa, n. jul. DURKHEIM, Emile. Educação e Sociologia. a ed. A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: limites e contri­buições. Educação e Sociedade. Campinas, v. n. abr. ed. Campinas: Autores Associados, 2008. SILVA, Kelly Cristine Corrêa da. Os lugares da Sociologia na formação escolar de estudantes do ensino médio: a perspectiva de professores. ª Reunião anual da ANPED, Poços de Caldas, 2003. Nildo. A Esfera Artística - Marx, Weber, Bourdieu e a Sociologia da Arte. Porto Alegre, Zouk, 2007.

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