SÍNDROME DE BURNOUT: O ESGOTAMENTO PROFISSIONAL

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Enfim, levando-se em consideração a temática de revisão de literatura do presente artigo pode-se inferir que a Síndrome de Burnout é um assunto importante para o ambiente organizacional do trabalho e para a sociedade. Conclusão: Assim, pode-se concluir que o Burnout possui efeitos negativos para o indivíduo, para a organização e para sua profissão, de modo que a síndrome revela-se como um grave problema de saúde pública. Palavras-chave: Burnout, Esgotamento Profissional, Trabalho, Estresse, Saúde Ocupacional. Abstract Objective: To characterize Burnout Syndrome and major risk factors as well as its disaster statistics and improve the health and quality of workers, organization and society. Method: Using the bibliographic review method to collect this article, a collection of data from advanced search databases.

Para SOARES (2008), o trabalho faz parte da natureza humana e, por meio dele, o homem constrói o mundo e se constrói, com identidade e subjetividade próprias. Uma grande fração de tempo de cada indivíduo e do convívio em sociedade é ocupada pela prática do trabalho, porém, este nem sempre proporciona realização profissional. Contrariamente, este pode ocasionar problemas que vão desde insatisfação até o esgotamento (DEJOURS, 1992; TRIGO et al, 2007), não pelo trabalho em si, mas pelo clima organizacional e emocional presente no ambiente laboral. O trabalho tem influência direta no aparelho psíquico do ser humano, sendo que a dinâmica e o ambiente do trabalho não levam em consideração as histórias pessoais de cada trabalhador, começando dessa maneira uma divergência que pode vir a originar disfunções pessoais e organizacionais (DEJOURS, 1992).

O termo Burnout foi empregado, inicialmente, em um estudo de caso de uma enfermeira psiquiátrica frustrada com o trabalho, na publicação datada de 1953. Assim, atualmente, a Síndrome de Burnout pode ser considerada um grande problema no mundo profissional (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). O presente artigo tem como objetivo caracterizar as causas da Síndrome de Burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional) e os fatores de risco, os sintomas bem como discutir suas consequências e analisar suas repercussões na saúde e na qualidade de vida dos trabalhadores, na organização e na sociedade. METODOLOGIA Empregou-se o método de revisão bibliográfica para a elaboração deste artigo, visto que relacionado à quantidade e complexidade de informações na área da saúde, há necessidade de produção de métodos de revisão de literatura.

Realizou-se coleta de artigos a partir de bases de dados eletrônicos de busca avançada, que ocorreram em abril de 2018. Os bancos de dados utilizados para essa busca foram BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), SciELO (ScientificElectronic Library Online), PUBMED (USA National Library of Medicine National Institutes of Health), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MedLine (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME). Assim, hoje percebe-se que, pela própria natureza e funcionalidade do cargo, há profissões de risco e de alto risco, sendo poucas as não suscetíveis a ocorrências de Burnout (CARLOTTO e CÂMARA, 2008, p. Nesse contexto, a Síndrome de Esgotamento Profissional é, geralmente, compreendida como um modelo teórico tridimensional, apoiado na perspectiva psicossocial.

Conforme esse modelo, a SEP caracteriza-se em três dimensões: a exaustão emocional (EE), a despersonalização (DS) e a falta de realização profissional (RP). Pela conceituação de Maslach, temos (MASLACH e LEITER, 2008): a) Exaustão Emocional: é a condição central do esgotamento, e configura-se pelo sentimento de esgotamento emocional e escassez de energia. O profissional sente-se esgotado, com pouca energia para o trabalho, e a impressão que ele tem é de que não terá como repor essa energia. sugerem que há três perspectivas diferentes a partir das quais a Síndrome de Burnout tem sido analisada: a) A perspectiva psicossocial: objetiva explanar as condições ambientais nas quais se motiva a Síndrome de Burnout, os elementos que ajudam a amenizá-la (sobretudo o apoio social) e os sintomas característicos que identificariam a síndrome, essencialmente de cunho emocional, nas diversas profissões.

Além disso, nessa perspectiva se desenvolveu o instrumento MBI, mais largamente utilizado. b) A perspectiva organizacional: em que as causas do Burnout são ocasionadas em três níveis principais, o individual, o organizacional e o social (CHERNISS, 1980). O desenvolvimento da Síndrome de Burnout ocasiona nos profissionais respostas ao trabalho, como a perda do sentido do trabalho, a ausência de simpatia e tolerância diante dos clientes e a incapacidade para admirar o trabalho como desenvolvimento pessoal. c) A perspectiva histórica: é produto dos estudos feitos sobre as implicações das rápidas modificações sociais no trabalho, bem como das condições de trabalho, nos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial (NUNES, 2008). IMPLICAÇÕES DO BURNOUT NO MERCADO DE TRABALHO No Brasil e no mundo, as discussões a cerca da síndrome tornaram-se mais evidentes nos últimos anos, apesar de que muito já se tenha abordado sobre o tema há décadas (ALBERT EINSTEIN, 2009).

Desse modo, pouco reconhecida, aflige, em média, 4% da população economicamente ativa no planeta, sendo que sua incidência prevalece entre as mulheres em torno dos 40 anos. Isto explica-se pela pressão por razões biológicas, mas também por questões sociais, visto que, comumente, também são exigidas pelo bom funcionamento da casa (ALBERT EINSTEIN, 2013). As modificações tecnológicas e a consequente ampliação da produtividade e lucratividade, acarretaram impactos à saúde do trabalhador, mais especialmente no âmbito físico e psíquico. A Síndrome de Burnout é, corriqueiramente, apresentada na literatura como uma nova doença, ligada as alterações empregadas no mundo do trabalho (GRANGEIRO; ALENCAR; BARRETO, 2008). Em uma pesquisa publicada em 2003 no jornal “O Tempo”, realizada pela International Stress Association, o Brasil, apropriou-se da segunda colocação em um ranking sobre níveis de estresse.

Ficando atrás somente do Japão. Ainda de acordo com a pesquisa, seguranças, controladores de vôo, executivos em geral, profissionais de saúde e jornalistas estão entre as profissões que mais sofreram com a síndrome. O primeiro lugar, por muito tempo, foi ocupado pelos controladores de vôo, todavia, alterações tecnológicas contribuíram para melhores condições e menos pressão no trabalho (BARTHOLO, 2016). A literatura brasileira é escassa na relação do Burnout e sua prevalência. É preciso analisar se é o ambiente profissional que causa o estresse ou se são as atitudes do próprio individuo que passam a ser o gatilho (ALBERT EINSTEIN, 2009). Assim como a grande parte das doenças psicológicas com implicações de somatização (são os problemas de saúde acarretados em razão de causas mentais e emocionais), o tratamento da Síndrome de Burnout deve conceber uma tática multidisciplinar: farmacológica, psicoterapêutica e médica (FERRARI, 2014).

Com relação ao uso de medicamentos, o tratamento geralmente associa-se a antidepressivos e ansiolíticos (FERRARI, 2014). Os mais empregados são os antidepressivos, que tendem a reduzir a sensação de inferioridade e de incapacidade, que são os sintomas principais apresentados pelos acometidos pela Síndrome de Burnout (FRAZÃO, 2014). A psicoterapia é fundamental, visto que o terapeuta auxilia o paciente a vencer as crises, através da orientação do indivíduo e de sua família, potencializa os efeitos do uso de medicamentos por meio da ressignificação e da retomada dos sentidos da história de vida do sujeito. Nesse estudo, 75% dos médicos peritos não conhecem a portaria que inclui a Síndrome de Burnout como doença do trabalho; 75% não têm conhecimento da síndrome; 83,3% não fizeram nenhum diagnóstico de Burnout; e 91,7% não afastaram nenhum professor do trabalho em decorrência do distúrbio.

Essa falta de conhecimento não atinge só profissionais peritos do trabalho, mas também quem realiza a assistência desse trabalhador. Portanto, o desconhecimento da Síndrome de Burnout por parte desses profissionais e também dos trabalhadores em geral torna-se um grande problema no confronto da síndrome. CONCLUSÃO Enfim, levando-se em consideração a temática de revisão bibliográfica do presente artigo pode-se inferir que a Síndrome de Burnout é um assunto importante para o ambiente organizacional do trabalho e para a sociedade. Assim, pode-se concluir que o Burnout possui efeitos negativos para o indivíduo, para a organização e para sua profissão, de modo que a síndrome revela-se como um grave problema de saúde pública. O que saber sobre a síndrome de burnout? ALBERT EINSTEIN.

Entenda a síndrome de burnout. ALBERT EINSTEIN. Síndrome de Burnout. AKERSTEDT, T. Revista de Psicologia, Saúde Mental e Segurança Pública, Minas Gerais, v. n. BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. ARGOLO, J. C. T. PEREIRA, A. L. G. Análise da produção científica sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Revista PSICO, v. n. p. HAWKINS, M. J. Employee stress claims: increasing implications for health promotion programs. Am J Health Promot 3: 19-25, 1989. FRANÇA, A. GRANGEIRO, M. V. T. ALENCAR, D. T. HELPGUIDE. ORG. Preventing Burnout: signs, symptoms, causes, and coping strategies. LIMA, F. B. Rev Latino Am Enfermagem. MASLACH, C. GOLDBERG, J. Prevention of Burnout: new perspectives. Appl Prev Psychol. Burnout en la Enseñanza: análisis de su influencia y determinantes. Rev Ed Esp.

MUROFUSE, N. T. ABRANCHES, S. Trabalho de Conclusão de Curso]. Criciúma (SC): Universidade do Extremo Sul Catarinense; 2008. SILVA, L. C. F. Kerr, M. S. Nurse absenteeism, stress and workplace injury: what are the contributing factors and what can/should be done about it? Intern J of Sociol Social Policy 23: 81-103, 2003. SOARES, A. S. Síndrome de burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Rev Psiq Clín. TUCUNDUVA, L. T. C. A. VINCE, F. A. H. SAMANO, E. VARELLA, D. Doenças e sintomas: síndrome de burnout. VOLPATO, D. C. GOMES, F. Revista Eletrônica InterAçãoPsy. WEBER, A. JAEKEL-REINHARD, A. Burnout syndrome: a disease of modern societies? Occup Med (Lond) 50: 512-517, 2000. WORLD HEALTH ORGANIZATION.

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